Posted on by Tribuna da Internet
Eduardo Bresciani
O Globo
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Os advogados Karina Kufa e Admar Gonzaga, que vem atuando para o presidente Jair Bolsonaro na crise do PSL , acionaram no Supremo Tribunal Federal (STF) o presidente do partido, Luciano Bivar. Em pedidos de interpelação judicial, eles questionam Bivar sobre algumas declarações, entre elas uma entrevista ao O Globo na qual o presidente do PSL diz que os advogados desejam a legenda para “fazer coisas não éticas”.
Os pedidos foram feitos para preparar eventuais ações contra o presidente do PSL por crimes de injúria e difamação. Os advogados de Bolsonaro afirmam que as declarações de Bivar, que é deputado, não devem ser protegidas pela imunidade parlamentar.
“DIFAMAÇÃO” – “O Interpelado está com seu mandato em curso, mas sua manifestação absolutamente não foi feita no exercício do cargo de parlamentar federal: foi feita foi na condição de Presidente do Partido Social Liberal (PSL), conforme o próprio frontispício da entrevista revela. Aliás, os próprios temas versados na entrevista revelam assuntos que não se relacionam com o mandato parlamentar, mas sim com questões e decisões internas do partido e de seu Presidente: delas que adveio prática que, em tese e a depender das explicações, se afigura(ria) como difamatória e/ou injuriosa”, diz trecho da ação.
Na entrevista ao O Globo, Bivar afirmou que “há um grupo capitaneado por duas ou três pessoas, um juiz desempregado, uma advogada rapina, que querem dinheiro”. Disse ainda que “o presidente não deve estar sendo bem aconselhado, porque estão vendendo ele como se fosse propriedade deles para forçar uma participação de domínio no partido e fazerem coisas que não são éticas”.
JOGO DE INTERESSES – O presidente do PSL afirma ainda que “interesseiros” querem vender serviços ao partido, com o que ele não concordaria. Karina Kufa entrou com duas ações contra Bivar e Admar com mais duas. Além da entrevista ao O Globo são questionadas ainda outras declarações à imprensa em que o presidente do PSL questiona a conduta dos defensores do presidente.
Os advogados acionaram ainda no STF o deputado Julian Lemos (PB), um dos parlamentares fiéis a Bivar. No caso dele são questionados um vídeo publicado no Youtube em que chama Admar de “vendilhão” e declarações à imprensa afirmando que Karina Kufa deveria devolver recursos ao PSL.