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sábado, novembro 20, 2010

sábado, 20 de novembro de 2010 | 06:10

Desinformação geral sobre Ministros e partidos, desencontros de datas e convites. Desconvite desatencioso ao Ministro do Exterior, entronização de Mantega na Fazenda. Tudo certo há 13 dias e não ontem, como dizem os jornalões.

Helio Fernandes

Os jornalões de ontem estavam com manchetes e espaços da Primeira, totalmente loteados e dominados pelo nome de Mantega e seu convite para continuar Ministro da Fazenda. Todos eram taxativos e conclusivos , não deixavam dúvidas: “Ontem, Dilma convidou Guido Mantega para Ministro da Fazenda, ele aceitou”. Quanta besteira, Manuel Bandeira.

Rigorosamente verdadeiro: quando Dilma e Lula iam viajar para o G-20, revelei aqui: “Aproveitarão as 24 horas de ida e de volta para trocarem ou confirmarem nomes para o ministério”. E acrescentei: “Nessa viagem, cabeças vão rolar ou ficarão lá mesmo no alto”.

Só que esse encontro ou desencontro, concordância ou discordância, começou 48 horas antes da viagem, o repórter só soube no dia seguinte desse fato importantíssimo, assim que soube, revelei. E na verdade eu soube na mesma hora em que o personagem que não foi ao G-20, dando lugar a Guido Mantega, era comunicado que não viajaria, já estava praticamente com um pé no avião.

Foi tudo combinado entre Lula e Dilma, o personagem vetado, desconvidado e abandonado se chama Celso Amorim, Ministro do Exterior. Durante os 8 anos em que foi chanceler, nas viagens para o exterior, entrava no avião antes mesmo do presidente, não há uma oportunidade em que não apareça ao lado dele, em fotos ou na televisão.

Nessa viagem do G-20, tudo se encaminhava para a rotina, a naturalidade, a repetição. Pois 48 horas antes da viagem, Celso Amorim foi comunicado “que não precisava se preparar, não viajaria”. Mas nem Dilma nem Lula telefonaram para ele. Uma secretária do Planalto telefonou para a secretaria de Celso Amorim, dando o recado do “desconvite”, da “desviagem”, do “desembarque” antes de ter embarcado.

Era a comunicação que valia não só para essa viagem, mas também para o trajeto-transição até o próximo governo.

(Eu já escrevera aqui, que Celso Amorim permaneceria pelo menos 1 ano como chanceler, até ficar vaga a embaixada na qual iria servir, digna de um potentado como ele. Seria então indicado por ele o embaixador Antonio Patriota, para Ministro, com aval do próprio chanceler que deixava o cargo. Foi a primeira vez que se falou nesse nome, até brinquei: “Nada melhor do que um chanceler patriota no nome).

Em poucas horas, tudo se modificava, Lula e Dilma se acertavam, estraçalhavam o viajante de 8 anos, atraíam para o mais alto do palanque o Ministro da Fazenda que ninguém imaginava que fosse ficar. No lugar de Amorim apareceu um desconhecido, Mantega foi avisado de que iria falar junto com Lula, surpresa total.

Como estava com a fonte (fontes) na ponta da língua, completei: Lula pediu a Dilma, de forma compreensível, que não ficasse no salão, quando ele fosse discursar. O que ela, também compreensivelmente, aceitou sem qualquer constrangimento.

Se estivesse no salão, atrairia todas as atenções. Lula já era conhecidíssimo, Dilma pela primeira vez aparecia, principalmente depois de eleita. É lógico, todos queriam vê-la, sentir como reagiria às palavras do presidente ainda no cargo, e mais importante, o homem que a elegera.

Ninguém prestara atenção, quando dias antes, publicamente, Dona Dilma afirmara: “Quero manter controle sobre a área econômica, é um setor sobre o qual manterei a maior atenção”. Assim, quando no G-20, Lula se levantou para discursar, e levou Mantega com ele, só se surpreendeu quem quis. Ou analistas amadores.

Lula discursou de forma inédita: não usou o tempo total, dava a palavra ao próprio Mantega, que respondia a perguntas importantes, colocadas pelo próprio presidente, para que Mantega respondesse. Não respondia apenas a perguntas, confirmava, vá lá, indiretamente para todos; “Estão vendo, Sou Ministro e continuarei Ministro”.

Há uma semana (e não neste momento), confirmando a continuação de Mantega, fiz a comparação; no primeiro governo Lula, foi o último a ser nomeado para um cargo vago e sem importância. Agora, antes do governo Dilma começar, é o primeiro a ser convidado, aceitado, e só não nomeado, porque Dona Dilma está eleita e não empossado. Portanto, não pode assinar nada. Basta recuarem este blog uma semana e tudo isso está lá.

Agora os jornalões fazem maquiagem de suas desinformações, usam e abusam do ontem. Ha!Ha!Ha!

***

PS – Existe tanta discordância, que até o dia 15 de dezembro ainda não terão eliminado os desencontros. E não só entre os partidos, entre eles e Dona Dilma, até mesmo entre Dilma e Lula. Só que aqui, discordância sem hostilidade.

PS2 – Antes da viagem, contei que Dilma pediria a Lula para “deixar para mim a compra dos caças e o preenchimento da vaga no Supremo”. Lula desconversou.

PS3 – Voltando, tratou de tentar resolver os dois assuntos. Está encontrando as maiores dificuldades. Isso e o que for surgindo e chegar ao meu conhecimento, irei transferindo e colocando neste blog.

Helio Fernandes/Tribuna da Imprensa

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