Por causa do assédio da imprensa no sul da Bahia, a presidente eleita Dilma Rousseff antecipou seu retorno para Brasília, depois de passar três dias na isolada Praia do Patizeiro, a 21 quilômetros de Itacaré.
Dilma decolou do Aeroporto Jorge Amado, em Ilhéus, na noite de sábado, com destino a Brasília, aproveitando a pouca movimentação no local - durante a noite e a madrugada não há decolagens ou pousos de voos comerciais no terminal. A informação foi confirmada por um controlador de voo do aeroporto, que não quis se identificar.
Segundo um funcionário da fazenda do empresário paulista João Paiva, onde a presidente eleita estava hospedada, foi o assédio da imprensa que a fez retornar da folga pós-eleição. De acordo com ele, a equipe de empregados do local havia sido avisada de que Dilma ficaria na propriedade pelo menos até a noite de ontem, 7. Um assessor de Dilma, porém, já havia dito que ela poderia retornar a Brasília no sábado.
A presidente eleita chegou ao litoral sul da Bahia na tarde de quarta-feira - quando se especulava que seu destino seria o resort de luxo Txai Itacaré, localizado na Praia de Itacarezinho, a cerca de quatro quilômetros da propriedade de Paiva. Dois dias depois, Dilma foi flagrada passeando de quadriciclo e tomando banho de mar na Praia do Patizeiro.
No mesmo dia, trabalhadores na região confirmaram que ela estava hospedada na fazenda do empresário paulista. A partir daí, a presidente eleita não foi mais vista em público.
Na tarde de sexta-feira, 5, ela passeou de helicóptero pelo litoral sul da Bahia. No sábado, visitaria mais uma vez a praia - a estrutura para recebê-la, com toldo, cadeiras e caixa térmica chegou a ser montada -, mas desistiu depois de seus assessores constatarem a presença de repórteres e cinegrafistas no local. A estada de Dilma na Bahia foi organizada pelo ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos.
Embarque para Coreia do Sul
O governo sul-coreano convidou a presidente eleita Dilma Rousseff para participar de todas as discussões do G-20, dias 11 e 12, em Seul, junto com todos os demais presidentes de países que integram o grupo. Nas últimas semanas, a Presidência da República vinha negociando a participação de Dilma, junto com o presidente Lula, nas quatro plenárias que tratarão, principalmente, da guerra cambial. Cada país do G-20 tem direito a quatro assentos na reunião. Com o convite sul-coreano, o Brasil será o único a ter cinco lugares.
Durante o evento, Lula deverá conversar com o presidente da França, Nicolas Sarkozy, sobre a compra de caças Rafale para as Forças Armadas. Não há ainda confirmação de reuniões bilaterais de Lula com presidentes dos Brics (Brasil, Rússia, Índia e China) para tratar da guerra cambial, nem com demais países emergentes. Dilma viaja para a Coreia em voo comercial com Mantega.
As despesas com passagem aérea e hotel dela e de dois assessores que a acompanharão em Seul serão pagas pela Presidência. Dilma volta ao Brasil na sexta-feira (12) no avião do presidente Lula
Fonte: Tribuna da Bahia