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quinta-feira, fevereiro 18, 2010

O ano legislativo terminou antes de começar

Carlos Chagas

Coisa de que ninguém duvida, a sucessão presidencial está na rua. Foi até para os camarotes do Carnaval, como já se encontrava nos palanques e na mídia. Conseqüências?

Além de disputar a atenção e de atingir a paciência do cidadão comum, essa antecipação terá reflexos variados. Um deles, nos trabalhos do Congresso. Imaginava-se, como em outros anos eleitorais, que apenas o segundo semestre teria as características de um recesso remunerado. Nada mais natural do que deputados e senadores permanecerem a maior parte do tempo em seus estados, cuidando da reeleição e de outras eleições, com ênfase para a presidencial. Pois o risco, agora, é de que também o primeiro semestre em curso será marcado pela pasmaceira e a inação legislativa. Poucos projetos poderão entrar em votação, a começar pelas sempre anunciadas e jamais concretizadas reformas tributária e política.

A menos que os presidentes José Sarney, do Senado, e Michel Temer, da Câmara, decidam oxigenar suas biografias, dando andamento a propostas engavetadas, a maioria parlamentar optará por debates e discussões a respeito das chances de Dilma Rousseff, José Serra, Ciro Gomes, Marina Silva e Roberto Requião.

Adianta pouco criticar e protestar, porque os fatos são esses. Na próxima Legislatura, quem sabe?

Pragmatismo

Prepara-se o PT para divulgar “A Grande Transformação”, documento cujo objetivo é atualizar o partido, trinta anos depois de sua fundação e, ao mesmo tempo, preencher espaços perdidos para o governo do presidente Lula. O espírito do texto é justificar os recuos adotados desde que o primeiro-companheiro assumiu o poder. Para os otimistas, uma adaptação aos novos tempos. Daí a palavra-chave: pragmatismo.

O novo presidente, José Eduardo Dutra, chama de bizantina a discussão sobre se o projeto do PT é de esquerda ou de direta, quer dizer, rompe os laços com a ideologia responsável pela criação e o crescimento do partido. Imita, com certo atraso, a decisão adotada pelo presidente Lula ainda em 2002, na Carta aos Brasileiros e, em seguida, no desempenho de seu governo. Prefere, o ex-presidente da Petrobrás, rotular o PT de “progressista”, esquecendo-se de que o adjetivo serviu muitos anos de guarda-chuva para Ademar de Barros defender-se da tempestade esquerdizante que ameaçava São Paulo.

Fica clara a tentativa do PT de descolar-se de Dilma Rousseff, menos pela falta de carisma da candidata, que José Eduardo Dutra reconhece, mais porque, se eleita, o partido buscará não repetir o espetáculo de subserviência e pasmaceira encenado diante do Lula. Se vai dar certo ou não, é outra história…

Meirelles e o “Plano B”

O presidente Lula conseguiu convencer Henrique Meirelles a não se candidatar ao governo de Goiás e nem a deputado ou senador por aquele estado. O argumento foi de necessitar dele na presidência do Banco Central até o último dia de seu governo. Há dúvidas se examinaram ou não o “Plano B”, mas nem parece necessário. O ideal para o primeiro-companheiro seria a indicação de Meirelles, pelo PMDB, para companheiro de chapa de Dilma Rousseff. A hipótese por enquanto surge remota, já que o maior partido nacional divide-se em duas vertentes: fazer de seu presidente, Michel Temer, candidato a vice-presidente na chapa oficial ou optar pela candidatura própria de Roberto Requião. Em termos partidários, Meirelles seria a terceira opção, senão a quarta. Mesmo assim, há quem aposte algumas fichas na possibilidade. Afinal, seis ministérios mais uma infinidade de diretorias de empresas estatais costumam fazer efeito.

Lingua solta no carnaval

Quem se deu mal no Carnaval foi Sérgio Cabral. Mais do que uma rima tripla, o governador do Rio forneceu novo obstáculo ao seu bom relacionamento com o palácio do Planalto. Depois de se haver insurgido contra o projeto do pré-sal, por isso paralisado no Congresso, Cabral atrapalhou a montagem político-eleitoral do presidente Lula ao rejeitar a existência de dois palanques para Dilma Rousseff, no estado. Disse que nem sua mulher votaria na candidata do PT se ela alternasse presença em sua campanha pela reeleição e na campanha de Anthony Garotinho para governador.

O presidente Lula não gostou, muito menos a candidata. Afinal, dois palanques se abrirão para ela em outros estados, sem que as digníssimas esposas dos candidatos hesitem em dar-lhe seus votos.

Fonte: Tribuna da Imprensa

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