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quarta-feira, junho 25, 2008

Opinião - A controvérsia sobre as férias parlamentares

Villas-Bôas Corrêa
É preciso um caridoso controle dos músculos faciais para resistir ao riso franco da galhofa e levar a sério um tema que se presta às troças do ridículo e, no entanto, merece o esforço para a sua abordagem, atenta à crise em que se insere, com a máscara do pitoresco.
De saída, reconheça-se que as férias parlamentares no período junino, com o retoque das lembranças de cada um das batatas nas fogueiras, o sanfoneiro castigando o fole de oito baixos, é uma tradição obedecida pelos parlamentares, pelo menos desde o fim do Estado Novo, em 1946, mesmo durante a ditadura militar dos quase 21 anos dos generais-presidente.
As bancadas nordestinas, onde a tradição é religiosamente cultivada, fechavam a questão com a justificativa irrecusável de que a ausência custaria à perda do mandato.
Mudaram os tempos e costumes. Nem todos. Mas como o Congresso anda tão desacreditado, com humilhantes índices de credibilidade em todas as pesquisas, que qualquer novidade excita as suspeitas.
Os presidentes do Senado, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) e da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) aproveitaram o vácuo do fim de semana – com a debandada dos parlamentares com as passagens aéreas pagas pela viúva e o requinte da mordomia da verba indenizatória de R$ 15 mil mensais para ressarcir as despesas durante a visita às bases eleitorais – para uma amável cavaqueira de resultado previsível.
O senador nordestino pisa macio no terreno que conhece. Entrou em acordo com os líderes partidários antes de anunciar o recesso branco para esta semana. Para embranquecer o recesso não é necessário nada além de evitar as sessões deliberativas, em que as votações registram as ausências e o corte nos subsídios. Ora, o recesso oficial do Congresso começa no dia 18 de julho, com a duração uma quinzena em que alternará o repouso dos estafados senadores e deputados com a tensão das CPIs sobre os escândalos da temporada, alguns realmente excitantes, como o das compras com os cartões corporativos de bugigangas em free shop, almoços e jantares em restaurantes de luxo, aluguel de carros de luxo com motorista e o último, da venda da VarigLog ao preço de avião de brinquedo.
Os senhores parlamentares necessitam de vagares e sossego para pensar na conservação do mandato que garante o padrão de vida de milionários, com quase tudo pago pelo tesouro com generosidade perdulária. E principalmente na instituição em marcha batida para a crise que ameace a sua sobrevivência.
O presidente da Câmara, com a severidade dos seus cabelos brancos, parece arrependido do abusivo e indefensável reajuste da verba para a contratação de assessores para os gabinetes individuais dos 513 deputados. O presidente sabe melhor do que ninguém que a verba de gabinetes é uma gaveta sem fundo das mais cabeludas irregularidades. Desde o rateio imposto ao agraciado com o mimo, que fica com menos da metade da doação, pois a maior parcela perde-se no caminho até a farsa da lotação no gabinete no município mais importante da base do titular do mandato para o atendimento aos cabos eleitorais.
A insensibilidade moral da maioria do Congresso não pode ter embrutecido a ponto de virar as costas para a sobrevivência. Com o agravante da desmoralização coletiva com uma avalanche indignada de votos brancos e nulos nas urnas de 2010. E que não estão tão distantes que não possam ser antevistas na linha negra do horizonte.
Como está não pode continuar: Congresso sem apoio do povo é como saco vazio que não se sustenta em pé.
Fonte: JB Online

Ciro: "Fortaleza é um puteiro a céu aberto"

Ao fazer críticas à gestão da petista Luizianne Lins na Prefeitura de Fortaleza, o deputado Ciro Gomes (PSB) afirmou que a cidade virou "um puteiro a céu aberto''. A fala foi veiculada em um programa de TV local, gravado e transmitido no último sábado para todo o Ceará. Em resposta, Luizianne disse que Ciro ofendia as mulheres e as prostitutas da cidade. A troca de farpas antes do início da campanha eleitoral dá idéia de como será o tom da disputa. De um lado, Luizianne busca a reeleição com o apoio do próprio PSB de Ciro. De outro, estão quatro adversários, incluindo a senadora Patrícia Saboya (PDT), ex-mulher do deputado.
Fonte: JB Online

Dos juristas aos jurilas

Por: Carlos Chagas
Do fundo da memória (3)
BRASÍLIA - Quarenta anos depois, sobrou o que do movimento militar de 1964? Para começo de conversa, cobranças, mesmo com o tempo fazendo a poeira assentar. Cobranças de parte a parte. De um lado, existem os que continuam criticando, protestando e apresentando a conta. São os que, de uma forma ou de outra, viram-se atingidos pela truculência do regime. Não apenas os torturados, exilados, censurados, demitidos e marginalizados. Ou seus familiares, se eles não estão mais entre nós.
Muitas instituições também têm o que cobrar. A imprensa, por exemplo, obrigada a omitir tudo o que prejudicava os donos do poder. Sem esquecer que a maior parte dos veículos de comunicação da época esmerava-se em divulgar aquilo que agradava aos poderosos. Temendo represálias ou programando benesses, acomodaram-se quase todos os barões da mídia e muitos de seus acólitos. Seria menos ridículo que, hoje, certos falsos heróis de uma resistência inexistente ficassem calados ao invés de tentarem faturar aquilo que não praticaram.
De um modo geral, porém, a imprensa sofreu e evoluiu. Jamais as tiragens dos jornais ficaram tão reduzidas, proporcionalmente ao número de leitores. "Comprar jornal para quê?" - insurgia-se o cidadão comum, se era para ler elogios ao falso milagre brasileiro ou, em contrapartida, versos de Camões ou receitas culinárias. Com a televisão e o rádio, perseguidos até no roteiro de suas novelas, pior ainda. Transmitiam a impressão de vivermos num outro mundo.
Massacrados da mesma forma foram os advogados. O regime confundia o sagrado dever de defender o semelhante com a integração obrigatória do defensor nas práticas do réu. Um monumento deveria ser erigido ao Advogado Desconhecido, mesmo a gente conhecendo o nome da maioria desses abnegados bacharéis que honraram a profissão. E sofreram por isso.
Sofreu também o Poder Judiciário, atingido em seus tradicionais predicamentos constitucionais de vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos. Ministros dos tribunais superiores e simples juízes de primeira instância, intimidados, acomodados ou dispostos à resistência, assistiram desmanchar-se a estrutura fundamental da democracia, erodida por absurdos como o de que os atos revolucionários seriam insusceptíveis de apreciação judiciária.
É claro que também pontificaram os "jurilas" de todas as ditaduras, misto de juristas e de gorilas, tão a gosto do regime. Reconheça-se o papel altivo do Superior Tribunal Militar, que num sem-número de ocasiões desfazia aquilo que nas instâncias inferiores a voracidade da exceção buscava transformar em regra.
Os políticos, da mesma forma, perderam o que lhes restava de credibilidade junto à opinião pública. A sombra das cassações de mandatos e das suspensões de direitos políticos só não agredia tanto a prática parlamentar quanto os ucasses que transformaram o Congresso em apêndice desimportante do Executivo. Atos institucionais, atos complementares, decretos-leis, casuísmos, fechamentos e recessos parlamentares fizeram com que a atividade política e eleitoral se transformasse em objeto de chacota nacional.
Num determinado momento, para sepultar laivos de independência, os militares dissolveram os partidos, criando o bipartidarismo obrigatório. Para continuar na política seria pertencer ao partido do "sim", a Arena, ou ao partido do "sim senhor", o MDB, mais tarde inflado pela indignação, transformando-se num dos principais aríetes responsáveis pelo fim da ditadura. Para cada dr. Ulysses ou para cada "autêntico" que se insurgiam centenas de desfigurados marionetes candidatavam-se a se ajoelhar no altar da exceção.
O movimento sindical implodiu nos primeiros dias do novo regime. Perseguidos como inimigos públicos, os tradicionais líderes trabalhistas desapareceram nas masmorras, no exílio ou no esquecimento. Terá sido este um dos erros fundamentais da ditadura, porque, conforme a natureza das coisas, em política não existe espaços vazios. Foram-se os dirigentes em grande parte viciados pelo sabujismo ao ministério do Trabalho, mas emergiram líderes operários autênticos. Vem daí as origem do Lula e de muitos outros.
O mesmo aconteceu no movimento estudantil. Perseguidos, eclipsaram-se os estudantes profissionais que dominavam as organizações de classe, boa parte atrelada ao Ministério da Educação. Ganharam o exílio aqueles que tentavam renovar as estruturas viciadas vindas do Estado Novo, como José Serra, o último presidente da União Nacional dos Estudantes, obrigado a refugiar-se no Chile.
O fenômeno foi o mesmo dos sindicalistas: surgiram dirigentes de verdade, oriundos dos bancos escolares. José Dirceu, Wladimir Palmeira, Jean Marc, Alfredo Sirkis, Honestino Guimarães, Franklin Martins e quantos mais? Identificados, após ações de toda espécie, até tresloucadas e radicais, acabaram detidos, alguns desaparecidos até hoje, mas plantaram a semente. Ainda agora o movimento estudantil pertence aos estudantes.
A cultura vergou, mas não quebrou. Das músicas de protesto ao teatro de arena e de vanguarda, das entrelinhas do "Pasquim" à poesia de combate e ao cinema novo, os intelectuais resistiram. Tornaram-se figuras de expressão nas passeatas, nos manifestos e na arte de estrilar. Apanharam, foram presos e muitos se exilaram. Imagina-se o que teriam produzido em regime de liberdade plena. Talvez bem menos do que produziram sob pressão.
Esse tipo de cobrança estende-se até nossos dias, ainda que cada vez mais esmaecido pelo tempo, com as exceções de sempre. Intelectuais, estudantes, operários, políticos, magistrados, advogados e jornalistas, em maiorias, não esqueceram. Talvez nem tenham perdoado, ainda que lentamente varridos pelos ventos da renovação. (Continua amanhã).
Fonte: Tribuna da Imprensa

Relatório final da CPI pede indiciamento de 32 por corrupção

BRASÍLIA - Relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Sistema Carcerário, que foi apresentado ontem, mostra um ranking dos piores presídios do País e pede ao Ministério Público o indiciamento de 32 pessoas suspeitas de envolvimento com a corrupção e maus tratos no sistema penitenciário. As sugestões de indiciamento atingem juízes, promotores públicos, defensores públicos, delegados, servidores e o secretário de Segurança Pública de Mato Grosso do Sul (MS), Wantuir Francisco Brasil Jacini.
Em São Paulo, o relator da CPI, deputado Domingos Dutra (PT-MA), pediu o indiciamento de dois advogados _ Jerônimo Ruiz Andrade Amaral e Sérgio Wesley da Cunha _, suspeitos de envolvimento com integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC).
Para viabilizar a aprovação do relatório final, que deverá ser votado hoje, Domingos Dutra cedeu à pressão dos partidos tanto da base quanto da oposição e retirou os nomes de outros secretários de Segurança do pedido de indiciamento. Para ceder, o petista alegou que, em dez meses de funcionamento, a CPI visitou 62 estabelecimentos penais em 18 estados.
"Não era justo indiciar gestores deste governo deixando de fora os dos governos passados", argumentou Dutra. Ele decidiu, então, responsabilizar de uma maneira geral os 27 Estados e o Distrito Federal pelas más condições dos presídios brasileiros. "Fui convencido de que o melhor era responsabilizar os Estados e não pessoas", disse o petista. Ele explicou que pediu o indiciamento de Wantuir Jacini, secretário de Segurança de Mato Grosso do Sul, porque "tive uma discussão áspera com ele, que fez de tudo para evitar que a CPI tivesse acesso" às instalações da Colônia Agrícola de Campo Grande.
Antes da apresentação resumida do relatório final, Domingos Dutra exibiu um vídeo, de 25 minutos, em que mostra as péssimas condições das prisões brasileiras. Intitulado "O Grito das Prisões", o vídeo traz um resumo das visitas dos deputados aos 62 estabelecimentos prisionais. Foram exibidas imagens da Colônia Agrícola de Mato Grosso do Sul, considerado o segundo pior presídio brasileiro pelo ranking divulgado pela CPI, em que os presos convivem com porcos.
Há imagens de penitenciárias superlotadas e com precárias condições de higiene em Minas Gerais, em Porto Alegre, em Rondônia, no Ceará, na Bahia, em São Paulo e no Rio de Janeiro. "Não medi cara de governador nem de partido. Não importa se é do PT, do PSDB ou do PMDB. Se estiver errado tem de ser indiciado. Tem muita gente de cara feia comigo por causa disso", afirmou Domingos Dutra.
No relatório de 519 páginas, Dutra pede o indiciamento de 10 pessoas no Pará _ todas envolvidas com o episódio da menor que ficou presa em uma cela com 20 homens, em Abaetetuba _, sete em Mato Grosso do Sul, cinco no Rio Grande do Sul, quatro no Piauí, duas em Santa Catarina, duas na Bahia, além dos dois advogados de São Paulo.
O petista sugere que o Ministério Público do Pará indicie a juíza Clarice Maria de Andrade em dez tipos de conduta ilícita, entre eles falsificação e omissão de documentos, submeter menor a vexames e constrangimentos, além de pôr em perigo a vida e a saúde da menor Lidiane.
Ele pede ainda o indiciamento da Promotora de Justiça do Pará, Luziana Barata Dantas; da Defensora Pública, Rossana Parente Souza Bitencourt Rodrigues; da delegada Flávia Verônica Monteiro Pereira; da delegada de Polícia de Abaetetuba, Daniele Bentes da Silva; do delegado Iran Cordovil Viana, e de Beto da Conceição e Graciliano Chaves da Mota.
Em Mato Grosso do Sul, o relator pediu o indiciamento de sete pessoas, entre elas o diretor da Colônia Penal Agrícola, Librado da Silva Braga, do promotor Antonio André David Medeiros e do juiz Vitor Luis de Oliveira Guito.
Fonte: Tribuna da Imprensa

Ruth Cardoso morre aos 77 anos em São Paulo

Ex-primeira-dama foi vítima de um infarto. Em vida, ela se dedicou ao trabalho social durante os oito anos da gestão FHC


SÃO PAULO - A ex-primeira-dama e antropóloga Ruth Cardoso morreu na noite de ontem, aos 77 anos, vítima de um infarto em seu apartamento, em São Paulo. A informação foi confirmada pelo presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE). Mulher do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), ela havia sido internada no último fim de semana no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, mas recebeu alta anteontem, após ter sido submetida a um cateterismo.
Ruth havia tido problemas cardíacos antes e estava internada para realização de vários exames, a pedido de seu cardiologista. A assessoria da ex-primeira-dama informou no dia seguinte ao da internação que os resultados do cateterismo mostraram que não haveria necessidade de uma intervenção cirúrgica. Por causa da internação de Ruth, FHC não compareceu no último domingo à convenção municipal do PSDB.
O Palácio do Planalto divulgou nota em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamenta a morte da ex-primeira-dama Ruth Cardoso: “Recebi com surpresa e pesar a notícia do falecimento de dona Ruth Cardoso. É difícil acreditar que aquela intelectual determinada que conheci muitas décadas atrás, com convicções firmes, gestos nobres e ao mesmo tempo sensibilidade para o drama da desigualdade social, tenha nos deixado. É uma grande perda para o país”.
O PSDB cancelou os eventos em comemoração aos 20 anos do partido, programados para hoje. “Estamos de luto. Não há o que comemorar”, disse Guerra, ao site oficial do PSDB. “É uma perda muito grande para o PSDB e para o Brasil. Ela era uma grande personalidade, uma pessoa admirável. É um consenso entre todos os brasileiros que dona Ruth fará muita falta ao país”, complementa.
Luto oficial - O governador de São Paulo, José Serra, decretou luto oficial de três dias no estado. “A Ruth era uma pessoa muito especial, para sua família, para seus amigos, para nosso país. Um exemplo de dignidade, delicadeza, inteligência e carinho pelas pessoas. É uma dor imensa a que sinto nesse momento. Nossa, como vai fazer falta”, declarou Serra, em nota divulgada pelo Palácio dos Bandeirantes.
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), também divulgou nota destacando que a ex-primeira-dama foi “um exemplo da mulher contemporânea, capaz de conciliar uma intensa atividade pública como intelectual, pesquisadora e docente a uma vida familiar que era um exemplo de austeridade, retidão e grandeza”.
“Depois de muitas décadas ensinando gerações de estudiosos das ciências sociais no Brasil, como primeira-dama, ela encontrou energia para criar a Comunidade Solidária, um projeto importantíssimo que se enraizou no país e que será uma herança genuína e duradoura ao lado de sua importante obra acadêmica. A seus familiares, expresso a solidariedade de todos os paulistanos neste momento de dor”, acrescenta a nota de Kassab.
Na mesma linha de Kassab, o presidente da Assembléia Legislativa do estado de São Paulo, deputado Vaz de Lima (PSDB) ressaltou que durante toda a sua vida, Ruth Cardoso foi um exemplo de seriedade intelectual, moral e política. Segundo nota divulgada por Vaz de Lima, dona Ruth “produziu uma vasta e fundamental obra para a compreensão da realidade brasileira em suas diversas dimensões”. Destaca ainda que ela “levou para a vida pública uma inabalável determinação para encontrar e construir caminhos para superar os graves problemas sociais de nosso país”, afirmou. (AE)
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Uma vida pelo social
Quando assumiu o posto de primeira-dama em 1995, a professora e pesquisadora Ruth Correia Leite Cardoso se destacou desde o início pelo temperamento discreto. Bem diferente da então mulher do presidente Fernando Collor de Mello, Rosane Collor, envolvida em escândalos nos anos em que esteve à frente da Legião Brasileira de Assistência (LBA) e conhecida pelo estilo espalhafatoso com o qual aparecia na mídia.
Nascida em 19 de setembro de 1930, em Araraquara, no interior paulista, dona Ruth, como ficou conhecida, obteve título de doutora em antropologia em 1972 pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. Dos estudos acadêmicos voltados à juventude, movimentos sociais, cidadania e trabalho, retirou toda a experiência para a forte atuação que teve junto aos movimentos sociais nos oito anos da gestão de Fernando Henrique Cardoso.
No primeiro ano de FHC no comando do Palácio do Planalto, Ruth Cardoso funda e preside a ONG Comunidade Solidária (atual Comunitas), ligada ao combate à pobreza e à exclusão social, cargo que abandonaria somente em 2002, com o fim do segundo mandato do marido. Atualmente, era membro do conselho diretor da entidade.Ruth Cardoso conheceu FHC no início dos anos 50, nos tempos em que o futuro presidente era um dos mais proeminentes estudantes de sociologia da USP. Casaram-se em 1953 e tiveram três filhos. Após a conclusão do doutorado em antropologia, dedica-se quase que exclusivamente aos trabalhos acadêmicos, publicando diversos livros sobre voluntariado, movimentos de imigração e sociedade civil organizada, entre outros temas.
Ainda nos anos 70, conclui pós-doutorado em antropologia pela Universidade de Columbia, em Nova York (EUA), e passa a atuar como professora e pesquisadora de diversas instituições do Brasil e do exterior. Entre elas, a USP, a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, ligada à Unesco, a Universidade do Chile e a Universidade de Berkeley, na Califórnia, sempre vinculada aos estudos dos movimentos sociais.
A ex-primeira-dama era ainda membro associado do Centro para Estudos Latino-Americano da Universidade de Cambridge (Inglaterra) e pesquisadora do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), em São Paulo. Ruth Cardoso assumiu ainda cargos de grande relevância, a exemplo da presidência do Conselho Assessor sobre Mulher do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e integrou a direção das comissões da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre o impacto da globalização na sociedade.
Nos últimos anos, rompeu o silêncio ao qual se impôs após o fim da era FHC, para protestar contra o que considerou “exploração política” no caso das investigações, comandadas pela Casa Civil, sobre gastos pessoais de familiares de FHC nos dois mandatos do ex-presidente.
Freqüentemente lembrada pela cautela com a qual permaneceu no posto de primeira-dama, nas poucas vezes em que se manifestou em público, a antropóloga ficou conhecida pela frases de efeito, uma delas bastante utilizada pelos líderes de ONGs nos anos 90: “Política social não se faz somente com dinheiro. É necessário ter muita criatividade para possuir sempre idéias novas”.
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Políticos baianos lamentam morte
Osvaldo Lyra
Políticos baianos lamentaram ontem a morte da ex-primeira-dama Ruth Cardoso. O governo do estado emitiu uma nota oficial de pesar. Através de sua assessoria de imprensa, o governador Jaques Wagner disse que, “em nome dos baianos, levava um abraço solidário ao ex-presidente Fernando Henrique e a toda a sua família pela perda de uma pessoa que soube desempenhar o papel de primeira-dama ao longo dos oito anos do governo do marido”.
De Zaragoza, na Espanha, por telefone, o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB), também lamentou profundamente a morte de Ruth Cardoso. Segundo o ministro, ele possuía uma relação “muito próxima com ela” e com o ex-presidente da República, mesmo após o fim da gestão FHC. “Com a morte da ex-primeira-dama, o Brasil perde uma mulher que contribuiu e muito para o país”, destacou.
Grandeza - O líder do Democratas na Câmara Federal, deputado ACM Neto, ressaltou a importância de Ruth Cardoso para o desenvolvimento social brasileiro. “Seja como intelectual, seja na militância das causas sociais, principalmente na educação, a dona Ruth ficará marcada na história. Como primeira-dama, ela pôde exercer com grandeza seu papel ao lado do marido. Sem contar que ela foi responsável pela construção de uma rede social consolidada, através da Comunidade Solidária”. O deputado ACM Neto lembrou ainda que ela foi responsável pela fundação de diversas organizações não-governamentais (ONGs) com fins sociais, como o Comunitas, que combate a pobreza e a exclusão social.
O ex-prefeito de Salvador e presidente da executiva estadual do PSDB, Antonio Imbassahy, disse estar bastante triste com a morte da ex-primeira-dama. De acordo com ele, “dona Ruth possuía uma visão humanista, tendo introduzido práticas modernas na construção de oportunidades para muitos brasileiros que viviam à margem da sociedade”. O presidente estadual tucano lembrou ainda da postura discreta da ex-primeira-dama e da passagem dela pela Bahia. “Tanto aqui em Salvador quanto no interior do estado, ela se encontrava conosco para discutir projetos e programas voltados aos jovens. Portanto, é uma perda que todos sentiremos”.
Fonte: Correio da Bahia

terça-feira, junho 24, 2008

A legalidade das elites

Por: Carlos Chagas

BRASÍLIA - Hoje, dois terços da população falam por ouvir falar. Quando falam. Os que tinham idade suficiente para entender e até para viver aqueles idos de 1964 continuam divididos. Para uns, tratou-se de um golpe cruel vibrado nas instituições democráticas, ao qual se seguiram 21 anos de ditadura, tortura, censura à imprensa, supressão dos direitos humanos e prevalência do poder econômico sobre os anseios das massas.
Para outros, foi um basta à subversão e à corrupção, uma interrupção no processo de anarquia e de desagregação da sociedade ameaçada pelo perigo comunista expresso pelo próprio governo.
Contradiz-se também a farta literatura produzida de lá para cá a respeito do movimento dito militar. Tanto tempo depois, será preciso atentar para a importância de não dividir o Brasil de quarenta anos atrás entre mocinhos e bandidos, tanto faz a posição de onde se observam aqueles acontecimentos.
Nem as Forças Armadas foram às únicas responsáveis pela truculência verificada nas duas décadas seguintes, nem poderão apenas ser tidas como as mãos do gato, utilizadas pelas elites para retirar as castanhas do fogo. Tiveram sua responsabilidade explícita, exposta através dos governos de cinco generais-presidentes e de duas juntas militares, mas, no reverso da medalha, evitaram o quanto foi possível a transformação do Estado brasileiro em apêndice desimportante dos interesses políticos, econômico-financeiros e até culturais do conglomerado internacional que hoje nos domina, e ao planeta também.
Indaga-se como foi possível cair feito fruta madura um governo democrático, forjado na luta e na resistência de três anos antes em favor do cumprimento da Constituição e da posse do vice-presidente, após o histriônico episódio da renúncia do presidente Jânio Quadros.
João Goulart terá sido derrubado mais pelas suas virtudes do que por seus defeitos, mas estes foram imensos. Ingenuidade, em primeiro lugar, se imaginou que reformas sociais profundas poderiam ser conquistadas no grito, de uma só vez, com as elites conformando-se em abrir mão de seus privilégios sem organizar-se nem resistir.
Depois, ilusão de que as massas dispunham-se a respaldá-lo acima e além dos comícios e da retórica fácil. Acrescente-se a frágil concepção de que, por estar exercendo legitimamente o poder, contaria com a anuência das estruturas que buscava modificar e reformar. A favor delas, deixando as coisas como estavam, obteria sucesso, o que seria uma incongruência para quem pretendia passar à História como um reformador igual ao seu mestre, Getúlio Vargas.
Demonstrou-se, nos eventos de 31 de março e de 10 de abril, a precariedade do poder formal. O "esquema militar monolítico" que defenderia a legalidade só existia na cabeça dos áulicos palacianos. Quando precisou das Forças Armadas para garantir-lhe o direito de continuar governando, João Goulart percebeu havê-las perdido por inteiro.
Parte foi porque admitiu "reformá-las", prestigiando tentativas de quebra de hierarquia. Parte por conta da formidável movimentação das elites econômico-financeiras infensas a perder privilégios. Nesse aspecto, a mídia exerceu papel fundamental, inoculando na opinião civil e militar o germe da insegurança.
Organizada, com fartura de dólares e de pensadores, a direita dispunha de um objetivo claro: impedir quaisquer reformas capazes de arranhar-lhe os benefícios, mesmo que para isso se tornasse necessário desestabilizar, primeiro, e depor, em última instância, um governo constituído.
Já as esquerdas... As esquerdas dividiam-se entre a euforia inconseqüente da suposição de que já tinham conquistado o poder e alterado estruturas ainda imutáveis, de um lado, e, de outro, as eternas desavenças entre seus diversos grupos inconciliáveis. No meio delas, mesmo percebendo que a reação se avolumava, achava-se um presidente cuja única saída acabou sendo a fuga para frente. O diabo é que diante dele não se descortinava a avenida das reformas sociais, mas o precipício do retrocesso e do caos institucional.
É claro que as teorias cedem sempre, quando surgem os fatos. A dúvida dominava os dois lados. Os conspiradores ignoravam a facilidade com que o governo se dissolveria. Estavam preparados para a guerra civil, capaz de levar meses. Por isso, não se animavam ao primeiro gesto ostensivo.
Precisaram de um general meio doido botar precipitamente suas tropas na rua, em Juiz de Fora, mesmo sem saber se seria esmagado em poucas horas. Do Rio, os principais chefes da conspiração tentaram demovê-lo, exigindo que voltasse com os poucos tanques e canhões postos na estrada União e Indústria. Mourão Filho reagiu, não faltando em sua negativa às quixotescas afirmações que ali estava para "vencer ou morrer".
Não morreu, senão anos depois, de doença e de desânimo, porque quem venceu foram os outros. Numa questão de horas mudaram de lado as tropas ditas legalistas que subiram a Serra de Petrópolis para barrar a progressão dos revoltosos mineiros. Em São Paulo, no Nordeste, no resto do País, a mesma coisa.
João Goulart estava no Rio, negou-se a autorizar que uns poucos aviões da FAB ainda sob as ordens de seu ministro da Aeronáutica bombardeassem as tropas do general Mourão com napalm. "Vai matar muita gente, isso eu não permito!"
Para não ser preso, voou até Brasília, mas na capital, sua segurança revelou-se ainda mais precária. Buscou resistir no Rio Grande do Sul, imaginando a repetição dos episódios de 1961. Esqueceu-se de que a História só se repete como farsa.
Lá, o governador não era mais Brizola, porém Ildo Meneghetti, golpista. O general que ainda lhe era fiel, Ladário Pereira Telles, garantiu-lhe apenas por uma hora condições para conduzi-lo ao aeroporto e tomar o rumo do Uruguai. Aceitou. Ladário indagou de Leonel Brizola, também presente, se viajaria junto. Resposta: "Eu não me chamo João Goulart! Vou resistir!"
Fonte: Tribuna da Imprensa

Bando contava com barganha de vereador com prefeito

SÃO PAULO - Escutas da Polícia Federal (PF) mostram que a organização criminosa que mantinha o prostíbulo de luxo W.E. contava com uma barganha política a ser feita supostamente pelo presidente da Câmara Municipal, vereador Antônio Carlos Rodrigues (PR), o Carlinhos, com a Prefeitura de São Paulo para manter o negócio aberto.
A estratégia, segundo o coronel da reserva da PM Wilson de Barros Consani Junior revelou em um dos telefonemas, era a de Carlinhos conseguir com o prefeito Gilberto Kassab (DEM) a permissão para que o prostíbulo permanecesse aberto enquanto a casa resolvia seus problemas com a Secretaria da Habitação e a subprefeitura da Sé - o prédio, na Rua Peixoto Gomide, bairro de Cerqueira César, tinha 182 metros quadrados de construção irregular e o bar da W.E. não tinha alvará. Em troca, o vereador garantiria a aprovação de projetos de interesse do Executivo na Casa.
Foi no dia 9 de abril que a PF flagrou essa conversa, que durou 5 minutos e 29 segundos. Eram 20h34. O diálogo é entre Consani e o gerente financeiro da W.E., Celso de Jesus Murad. Consani diz que havia acabado de sair da Câmara, onde afirma ter se reunido com Carlinhos.
Em seguida, ele passa a relatar o que, supostamente, o vereador lhe teria dito: "Palavra do próprio presidente com quem nós estivemos: 'Uma barreira foi vencida. O homem maioral não criou nenhum obstáculo. (...) Há algumas coisas aqui na Câmara que, estrategicamente, eles estão dependendo de eu tocar, né. Então, vou aproveitar a oportunidade para atendê-los e depois exigir que eles me atendam, porque há outras coisas que eu quero que me atendam'".
Horas antes, naquele mesmo dia, a PF havia flagrado outro diálogo de Consani. Desta vez, com o genro e braço direito de Carlinhos, Fabiano Alonso. Este diz a Consani que o vereador estava, naquele momento, com Kassab para resolver o problema do prostíbulo. Kassab e Carlinhos negaram o encontro.
"A reunião não aconteceu", disse Kassab. "Eu nunca fui contactado com relação a esse assunto (manutenção do prostíbulo) e, portanto, da minha parte não tenho nenhum esclarecimento a dar". Carlinhos, por telefone, disse que mandaria ofício hoje pela manhã ao MPE para que se apure envolvimento de seus subordinados em eventual negociata para manter a W.E. aberta.
"Se tiver algum culpado vai ter que pagar. Mas garanto, e volto a afirmar, só falei com esse homem (Consani) uma vez só. Estão querendo me pressionar porque sou presidente da Câmara, eu estou de graça nisso". O vereador ainda defendeu com veemência o genro.
"Se o Fabiano pedir um real eu renuncio ao meu mandato. É um menino de índole boa, nós prestamos serviço e nunca teve valor algum envolvido". Carlinhos fez questão de pontuar que seu nome foi citado por investigados na Justiça. "Uma pessoa investigada fala o que quiser, é preciso cautela".
Fonte: Tribuna da Imprensa

Partidos vão analisar veto a candidato com ficha suja

BRASÍLIA - A pressão popular para evitar que candidatos com ficha suja disputem as eleições e a decisão de entidades como a Associação dos Magistrados do Brasil (AMB) de divulgar em seu site (www.amb.com.br) a lista de processos a que cada um dos candidatos às eleições deste ano responde na Justiça está obrigando os partidos a rever normas internas e a filtrar a escolha dos candidatos. Embora nem todas as legendas tenham estabelecido novas regras, é consenso entre os principais partidos o veto a candidatos que respondam a processos criminais.
Algumas siglas já se adiantaram e aproveitaram para, à véspera das eleições, definir novas regras para a seleção de candidatos. Quem se envolveu em crimes contra a vida, por exemplo, dificilmente vai conseguir se candidatar. O DEM baixou uma resolução na semana passada com uma série de proibições aos filiados interessados na disputa.
O PMDB e o PPS também recomendaram aos seus diretórios municipais "bom senso e cautela" na hora de ratificar ou vetar eventual candidatura. Ainda que, na prática, os especialistas vejam no movimento poucos avanços, eles admitem que a mudança já é uma resposta à pressão da sociedade.
A viabilidade das candidaturas de políticos com ficha suja é sustentada por uma brecha na Lei de Inelegibilidades (64/1990): ela não trata da vida pregressa dos postulantes. Para corrigir a situação, o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral elaborou um projeto de lei de iniciativa popular para filtrar as candidaturas.
Ele precisa de cerca de 1,5 milhão de assinaturas para ser enviado à Câmara. Pelo projeto, uma iniciativa de 36 entidades, ficariam impedidos de disputar as eleições aqueles que já tenham sido condenados em primeira ou segunda instância ou cuja denúncia, apresentada pelo Ministério Público, tenha sido aceita.
A proposta também veta candidatos que tenham renunciado ao mandato para escapar de cassação - como fizeram, à época do escândalo do mensalão, Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Paulo Rocha (PT-PA) e, recentemente, o senador Joaquim Roriz (PMDB-DF).
O movimento pretende barrar todos os candidatos com denúncia recebida pelos crimes contra a fé pública ou a economia popular, tráfico de entorpecentes e drogas, crimes dolosos contra a vida ou condenação em qualquer instância por improbidade administrativa.
"Temos de lutar e podemos obter conquistas, ainda que parciais", diz Márlon Jacinto Reis, presidente da Associação Brasileira de Magistrados, Procuradores e Promotores Eleitorais (Abramppe). Para ele, a elaboração do projeto de iniciativa popular é um primeiro passo para "constranger candidatos não aptos" e alertar a sociedade.
Na semana passada, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Carlos Ayres Britto, recebeu o projeto de lei e ensaiou divulgar os nomes na internet, já para estas eleições. Dois dias depois, porém, avisou que a divulgação só poderá ocorrer em 2010.
Fonte: Tribuna da Imprensa

Partidos começam a vetar candidatos com ficha suja

Agencia Estado
A pressão popular para evitar que políticos com ficha suja possam disputar eleições e a decisão de entidades como a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) de divulgar em seu site a lista de processos a que cada um dos concorrentes deste ano responde na Justiça estão obrigando os partidos a rever normas internas e a filtrar a escolha de nomes. Embora nem todas as legendas tenham estabelecido novas regras, é consenso entre as principais o veto a candidatos que sejam alvo de processos criminais.Algumas siglas já definiram novas regras para a seleção de candidatos. Quem se envolveu em crimes contra a vida, por exemplo, dificilmente vai conseguir se candidatar este ano. O DEM baixou uma resolução na semana passada com uma série de proibições aos filiados interessados em concorrer a algum cargo eletivo. O PMDB e o PPS também recomendaram aos seus diretórios municipais ?bom senso e cautela? na hora de ratificar ou vetar eventual candidatura.Ainda que, na prática, os especialistas vejam no movimento poucos avanços, eles admitem que a mudança já é uma resposta à pressão da sociedade. A viabilidade das candidaturas de políticos com ficha suja é sustentada por uma brecha na Lei de Inelegibilidades (64/1990): ela não trata da vida pregressa dos postulantes. Para corrigir a situação, o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral elaborou um projeto de lei de iniciativa popular para filtrar as candidaturas. Ele precisa de cerca de 1,5 milhão de assinaturas para ser enviado à Câmara. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: A TARDE

Pelegrino: Pinheiro e Neto disputarão 2º turno

O deputado federal Nelson Pelegrino (PT-BA), que esteve em Camaçari neste São João para ver dois shows no Camaforró - o de Elba Ramalho, , e o do Calypso, no domingo -, acredita que o segundo turno da eleição para prefeito em Salvador será disputado pelos candidatos Walter Pinheiro (PT), pela Frente de Esquerda, e ACM Neto como representante das forças conservadoras. Na análise do deputado, se a Frente de Esquerda conseguir entre 25% a 28% da preferência do eleitorado no primeiro turno, passará tranquilamente para o segundo turno. Ele está otimista e leva a maior fé em uma arrancada de Pinheiro a partir do início do programa eleitoral gratuito. “O nosso candidato tem conteúdo, credibilidade e propostas, portanto é o que possui mais potencial de crescer na campanha”. Nelson Pelegrino recorre à objetividade dos números para respaldar as suas previsões. Ele lembra que na eleição de 2004 teve 22% da votação em uma coligação com PV e PCdoB, enquanto Lídice da Mata (PSB) ficou com 10% dos votos válidos. Como este ano a aliança ampliou com a inclusão do PSB, inclusive com Lídice como candidata a vice, as possibilidades são de a Frente de Esquerda passar dos 30%, garantindo assim presença no segundo turno em Salvador. No entendimento do deputado, como nenhuma força revela, pelo menos no momento atual, capacidade de vencer a eleição no primeiro turno, a tendência é a polarização da disputa com a oposição, e hoje, indiscutivelmente, quem encarna o perfil oposicionista é o DEM. Por isso, prevê um segundo turno entre Pinheiro e Neto, “com a vitória de Pinheiro, é óbvio”.
Ministro Geddel apresenta projeto hídrico na Expo Zaragoza 2008
O ministro da Integração Nacional do Brasil, Geddel Vieira Lima, participará da Expo Zaragoza 2008 no dia 25 de junho. O ministro brasileiro fará a palestra Projeto São Francisco: Revitalização e Integração de Bacias para o Desenvolvimento Sustentável do Semi-árido do Brasil. O objetivo desta ação é levar água às regiões mais secas, beneficiando 12 milhões de pessoas, ao mesmo tempo em que promove a revitalização do rio. Este é o maior projeto de infra-estrutura hídrica do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Os recursos para as obras do Projeto de Integração do rio São Francisco com as Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional (Projeto São Francisco) e as do Programa de Revitalização do rio São Francisco foram garantidas pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal brasileiro e tem investimentos da ordem R$ 6,3 bilhões, para o período de 2007 e 2010. O PAC reúne diferentes programas de governo que têm como objetivo melhorar a infra-estrutura do país, proporcionando desenvolvimento econômico e social. O Projeto São Francisco é composto por dois canais, os eixos Norte e Leste, que levarão água para os estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Ceará, na região semi-árido do Nordeste brasileiro. São 622 quilômetros de canais, com reservatórios, aquedutos, túneis, estações de bombeamento e pequenas estações hidroelétricas. O principal objetivo é a garantia hídrica para a população estimada de 12 milhões de pessoas que residem na região do Nordeste Setentrional. Além da dessedentação humana e animal, o Projeto São Francisco permitirá múltiplos usos da água transposta quando houver excedente. As ações do Programa de Revitalização do São Francisco consistem em obras de saneamento básico, recomposição de matas ciliares, tratamento de resíduos sólidos, controle dos processos erosivos, melhoria da navegabilidade e manejo integrado de microbacias com a participação de comunidades tradicionais, pescadores artesanais, agricultores e assentados da reforma agrária. A bacia hidrográfica do rio São Francisco é genuinamente brasileira, ocupando uma área de 636.920 km², divididos entre os Estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Goiás e Distrito Federal, englobando 503 municípios, com mais de 13 milhões de habitantes. Os visitantes da Expo Zaragoza 2008 podem conhecer um pouco mais das bacias hidrógraficas brasileiras visitando o estande do país no pavilhão da América Latina, Sobre chuvas, Florestas Tropicais e Florestas de Clima Temperado.
Aleluia critica militares e governo de Lula
“É lamentável que as lideranças militares tenham se dobrado às determinações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de submeter o Exército Brasileiro à politicagem que molda as ações do governo petista. Lula já havia loteado instituições como o Banco do Brasil, a Caixa Econômica, a Petrobras, e, agora, usa o Exército para atender o bispo Crivella (PRB), candidato à prefeitura do Rio de Janeiro, num projeto eleitoreiro e que põe em risco a credibilidade das Forças Armadas”, criticou neste domingo o vice-presidente do Democratas, deputado José Carlos Aleluia (BA). Para o líder, é insustentável a tese de alguns comandantes militares de que o Exército está envolvido num projeto social no morro da Providência. Aleluia está ao lado do presidente do Clube Militar, general Gilberto Barbosa de Figueiredo, para quem as Forças Armadas foram expostas de forma irresponsável pelo governo Lula, e do Comando Militar do Leste, que emitiu um parecer contrário à presença do Exército no morro do Providência. "O Exército Brasileiro sempre se portou com altivez, tem a admiração e o respeitos do povo e não pode ser subserviente a um governo que se destaca notoriamente pela inexistência de ética nos seus atos e gestos, como nessa esdrúxula decisão de pôr as Forças Armadas a soldo de um candidato da base governista”, disse Aleluia. Ele observou que até agora as autoridades têm se preocupado unicamente em punir os militares que entregaram os três jovens executados a traficantes, enquanto estes continuam atuando livremente nos morros do Rio de Janeiro e em todo o Brasil. A posição do governo Lula é a mesma ostentada em outros escândalos. Recentemente, quando o gabinete da ministra Dilma Rousseff produziu um dossiê para chantagear a oposição, o Palácio do Planalto, com o cinismo habitual, saiu à caça de quem vazou o dossiê, em vez de buscar o autor do crime. Certamente para não comprometer a senhora Rousseff e o seu séquito”, afirmou Aleluia. Aleluia considera que a deterioração das instituições pelo governo Lula extrapola todos os limites toleráveis, quando o presidente da República dá ao Exército o mesmo tratamento dado, por exemplo, às estatais, operelhadas por Lula com, pelegos da CUT e mensaleiros.
CRA acompanha governo provisório
O Instituto do Meio Ambiente (IMA), antigo CRA, vai estar presente em Cachoeira, durante a instalação do Governo da Bahia naquele município, na quarta-feira. Três equipes do órgão ambiental vão desencadear , durante uma semana (de 25.06 a 02.07), ações voltadas para o atendimento de denúncias de crimes ambientais e outras irregularidades contra o meio ambiente, através de um serviço de ouvidoria móvel. Uma dessas equipes vai desenvolver ainda um trabalho de educação ambiental, na “Cidade Histórica”. Será a primeira vez na história que a sede do governo baiano será transferida oficialmente para um município do interior. A transferência, todos os anos nesta data, é prevista na Lei 10.695/07, aprovada pela Assembléia Legislativa e sancionada pelo governador Jaques Wagner. O dia 25 de junho é o marco das lutas de Cachoeira no processo de independência da Bahia. Localizada no recôncavo baiano, a 116 quilômetros de Salvador, Cachoeira abriga, além de rico patrimônio histórico, importantes ecossistemas, a exemplo da APA Pedra do Cavalo. Técnicos dos escritórios regionais do IMA de Salinas da Margarida e de Feira de Santana estarão atendendo denúncias e processos relativos a crimes ambientais cometidos nas áreas administradas pelas duas sedes regionais (64 municípios). “Vamos realizar ações fiscalizadoras por terra e ar, através do nosso helicóptero. E, em Cachoeira, vamos atender através do nosso trailler-ouvidoria. Além disso, uma equipe de educação ambiental vai realizar uma série de atividades na cidade”, informou Pedro Ricardo Moreira, diretor de fiscalização do IMA.
Fonte: Tribuna da Bahia

sábado, junho 21, 2008

SPENCER. UMA DECISÃO ACERTADA.

Jeremoabo para as aves de rapina.
Relembremos os fatos. Spencer José de Sá Andrade, “xispencer “ para mim, Dudu de dona Lolita, Jomar, José e tantos outros que fazemos parte dessa geração, filho de Raimundo Nonato e dona Lourdes, neto do cap. Bento, é natural de Jeremoabo. Depois de concluir seu curso de medicina na Universidade Federal da Bahia - UFBA retornou para Jeremoabo, dando início as suas atividades clínicas e se tornou o profissional médico mais respeitado entre nós e um dos mais respeitados do Estado.
Em razão de suas atividades médicas, o compromisso com a cidade, a sensibilidade com as necessidades e até por razões familiares, seu avô foi Prefeito por três mandatos, se voltou paras as atividades políticas, ocupando o cargo de Vice-Prefeito, para depois se candidatar e ganhar as eleições para o cargo de Prefeito com ampla margem de votos, sepultando um ciclo perverso e vicioso da política de Jeremoabo. Eis o seu grande erro, Jeremoabo, infelizmente, deixou de ser um lugar para homens sérios e de bem.
Como médico, conseguiu reunir um patrimônio que lhe garante um bom sustento. Tinha sua vida voltada para suas atividades profissionais, os seus imóveis rurais e para a família, principalmente esta. O chamamento para a vida política lhe impôs um sacrifício sem precedente. De um plantel de mais de 300 cabeças de gado, durante sua gestão viu se reduzir para menos de 70. Perdeu o melhor do homem, a paz de espírito.
Desde o início de sua administração em janeiro de 2005, sofreu uma das mais sórdidas campanhas contra si e seu Governo. Viu-se diuturnamente batido nos microfones da Rádio Vaza-Barris, órgão de comunicação mantido pela Igreja católica, que se imiscuiu com a banda podre Jeremoabo. Sofreu uma enxurrada de denúncias formuladas pelo ex-padre Moura, em todos os níveis, embora esse citado Sr. não tenha o menor compromisso com a cidade. A oposição ao seu governo se deu por seus adversários políticos, os roedores da coisa pública, e a institucional.
Viu-se num turbilhão de um afastamento do exercício do cargo por decisão judicial, cuja medida proporcionou a maior anarquia já vista em Jeremoabo. Até a Prefeitura Municipal teve a porta arrombada, Contra si inúmeras foram demandas judiciais e não se tem noticia de nenhum contra os arrombadores da coisa pública.
No plano político-administrativo a coisa foi mais grave. Carreou para si toda a antipatia dos “bezerros desmamados”, de quem viviam na sombra da viúva e no seu lado escuso, os ladrões da coisa pública, até agora os mais beneficiados e “protegidos”. Por quem...? Ora, meia palavra basta. Os que o cercaram antigos e chegados depois, entendiam que Spencer deveria abrir os cofres públicos e distribuir o dinheiro a granel, pelo ralo, esquecidos de que Spencer não tinha e nem tem projeto pessoal, seu compromisso é com Jeremoabo.
Spencer estava em uma encruzilhada. Ou partir para a reeleição e fatalmente seria reeleito, não há candidato com a sua hombridade moral ou aceitação popular maior que a dele em jeremoabo, ou voltar-se para si e a família.
Quando na última 5ª feira, na minha residência, na cidade de Paulo Afonso, ele e Emília me comunicaram a decisão, fiquei pasmo, parei onde estava. Lhe perguntei? Spencer será vamos deixar Jeremoabo entregue nos próximos 04 anos a uma quadrilha de ladrões? Bem verdade que ele me ponderou. Se eu mantiver minha candidatura, teria que abrir os cofres públicos e isso eu não faço. Prefiro minha família. Aceitei os seus argumentos.
Uma decisão acertada, mesmo porque a reeleição admitida na sociedade brasileira e no direito positivado fere os nossos princípios.
Moral da história. Jeremoabo não se preparou para conviver com homens honestos, deixemos para aves de rapina.
As minhas lembranças de Jeremoabo, quais são? Minhas lembranças? Prefiro lembrar de meus tempos de criança quando a cidade era divida entre as ruas de baixo e de cima. Da partida de futebol anual entre as ruas e quando eu freqüentava o primário no Grupo Escolar Duque de Caxias, ansioso no final do ano para receber as provas com a média final. Naquela época quem não alcançava a média 07 não passava. Esse Jeremoabo era mais puro.
A prostituição existente em Jeremoabo é a mais perversa do que a da mulher que vende o seu próprio corpo, que é a dos eleitores e políticos prostituídos, onde se compra e se venda por um botijão de gás ou por um saco de cimento.
Doravante ninguém deverá denunciar prática de corrupção. Vamos deixar tudo ao Deus dará, até que um dia um dia em Jeremoabo o próprio povo que se deixa enganar e que é enganado, se canse e faça o uso de suas próprias razões.
Jeremoabo, em 21 de São João de 2008.
Fernando Montalvão.

Eleições Jeremoabo - A bomba do São João

O Dr. Spencer, homem de bem, se sacrificou ao candidatar-se ao Cargo de Prefeito, eleito pela vontade soberana do povo.

Mesmo imobilizado pelo rombo deixado pelo seu sucessor vem cumprindo tudo que prometeu durante a sua campanha eleitoral, todavia, foi humilhado, sacrificado, incompreendido e perseguido durante toda sua gestão, tudo isso porque seus adversários políticos não aceitam desenvolvimento da nossa Jeremoabo, nem tão pouco apóiam o cidadão honesta, segunda sua cartilha quem quiser ter sossego tem que ser desonesto e sem nenhuma visão de melhora ou progresso.

Portanto, o Dr. Spencer procurou fazer o, melhor para Jeremoabo, se até agora não fez o ideal, fez o possível, inclusive sacrificando sua família e a ele próprio; todavia na vida tudo tem um limite, e já que o mesmo fez sua parte como cidadão espera que os demais também façam as suas parte.

: Pois não será mais candidato a REELEIÇÃO, portanto os Joãos e os Tistas da vida que se gladeiem em busca do continuísmo da politicagem selvagem e baixa.

PF vasculha gabinetes de deputados na Câmara

Os deputados João Magalhães (PMDB-MG) e Ademir Camilo (PDT-MG), que tiveram os gabinetes vasculhados ontem pela Polícia Federal na Operação João de Barro, devem ser indiciados pela PF na segunda fase das investigações de desvios em obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). A PF acredita que os deputados estão envolvidos em esquema de liberação de emendas parlamentares para a execução de obras irregulares do programa. O superintendente da PF em Minas Gerais, David Salém, explicou que os parlamentares não foram presos pela PF durante a primeira fase da operação porque, como possuem foro privilegiado, não podem ser presos pelos crimes de corrupção e tráfico de influência —quando não ocorre flagrante. “Foram realizadas buscas em gabinetes de dois parlamentares. A busca serve para encontrarmos mais elementos para, amanhã, de modo mais firme, levar isso para uma ação penal e o procurador-geral da República pode proceder uma ação penal. Eu não estou dizendo que ninguém praticou delito, mas a possível prática, se houve corrupção passiva”, disse. Se a PF confirmar o envolvimento dos deputados no esquema, Magalhães e Camilo podem ser indiciados pelos crimes de corrupção, tráfico de influência e concussão. Se o indiciamento for confirmado, o inquérito contra os deputados será encaminhado à Procuradoria Geral da República, que poderá ou não denunciá-los à Justiça. A PF também não descarta prender, na segunda fase das investigações, administradores de municípios de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Tocantins e Distrito Federal acusados de fraudes em obras do PAC e empréstimos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Salém explicou que o esquema de fraudes funcionava da seguinte maneira: os parlamentares liberavam emendas para a execução de obras em um determinado município. Em seguida, funcionários públicos apresentavam projetos para atender a obra solicitada. As obras acabavam executadas por empresas de construção selecionadas pelos envolvidos nas fraudes que, ao final das obras, desviavam recursos previstos inicialmente no projeto. “O projeto começa a ser implementando pelas empresas que vão fazer a construção. Mas no momento da construção, a coisa não sai como está no projeto. Uma casa em que se gastou R$ 100 mil, por exemplo, o pagamento efetivo era de R$ 50 mil. Desse montante, sobrava R$ 50 mil que foram distribuídos pelos participantes do esquema”, afirmou o delegado. Outro caminho para os desvios ocorria pelos empréstimos do BNDES para a execução das obras. No total, a PF identificou a liberação de R$ 700 milhões para as obras do PAC, além de identificar mais de R$ 2 milhões que estavam previstos para serem executados no esquema. “ O empréstimo era liberado para obra, tinha que ter projeto, e o final era sempre o mesmo. O problema é da obra, basicamente”, disse Salém. Segundo o delegado, a PF já executou 26 mandados de prisão de envolvidos no esquema até o início da tarde de ontem na Operação João de Barro. No total, o TRF (Tribunal Regional Federal) de Governador Valadares expediu 38 mandados de prisão na operação, mas não incluiu os prefeitos —porque o STF (Supremo Tribunal Federal) determinou que os mandados fossem expedidos por instâncias estaduais. “ Todos os pedidos, dos presos hoje (ontem) e dos prefeitos, foram encaminhados ao STF. O STF declinou competência para o TRF na questão dos prefeitos e das pessoas sem foro privilegiado. Os mandados do STF já estavam na mão. É óbvio que a gente não podia esperar qualquer decisão do TRF, aí demos cumprimento a esse mandato”, disse o delegado.
Tarso descarta vínculo político
O ministro Tarso Genro (Justiça) negou ontem que a Operação João de Barro, deflagrada pela Polícia Federal, tenha objetivos políticos às vésperas das eleições municipais, ou mesmo tenha sido tomada de forma “arbitrária” pela própria PF. Tarso disse que as operações da Polícia Federal em 119 prefeituras brasileiras são conseqüência de ações do TCU (Tribunal de Contas da União) em Minas Gerais e da CGU (Controladoria Geral da União). “Todas as buscas, mandados de prisão e investigação, não têm destinação voltada a qualquer região, facção política ou ideológica. Obedece estritamente o trabalho dos órgãos técnicos do governo. Essas operações são normais, vão continuar e queremos que sejam ancoradas no sucesso do ponto de vista técnico, jurídico e de proteção da intimidade das pessoas”, afirmou. A operação cumpre 231 mandados de busca e apreensão e 38 de prisão temporária em sete Estados. O desfalque atingia as chamadas Transferências Voluntárias, que compreendem recursos financeiros repassados pela União aos Estados, Distrito Federal e municípios em decorrência da celebração de convênios ou empréstimos cedidos pela Caixa Econômica Federal e BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). De acordo com a polícia, parte dessas transferências se destinam a custear obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Ao descartar qualquer vínculo político na operação, Tarso disse que os inquéritos da Operação João de Barro foram baseados em aspectos técnicos das investigações. “Estes inquéritos têm fundamento técnico nos próprios órgãos de controle da União Federal. Nada tem a ver com decisão arbitrária da PF ou muito menos do Ministério da Justiça a respeito da busca de responsáveis por determinados atos ilícitos que aparecem nesses inquéritos.” O ministro afirmou que, no total, 1.000 policiais federais foram deslocados para a Operação João de Barro, que investigou 119 prefeituras do país. Tarso disse que a PF também deflagrou nesta sexta-feira outras duas operações, em Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso para o combate à lavagem de dinheiro e narcotráfico. “São operações realizadas de maneira transversal na máquina pública, com articulação permanente do Ministério da Justiça e o Ministério Público Federal”, justificou. O ministro afirmou que, na Operação João de Barro, a Polícia Federal cumpriu a determinação do novo diretor-geral da instituição, Luiz Fernando Corrêa, de não expor os presos ou investigados pela PF. “Conseguimos aplicar de maneira integral o manual da PF com os indicativos de não expor as pessoas que estão sendo presas, ou fazê-lo o mínimo possível, para que não funcione como punição antecipada”.
Justiça e Câmara autorizaram ação
O ministro Tarso Genro (Justiça) disse ontem que o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e a Justiça Federal autorizaram a ação da Polícia Federal para cumprir mandados de busca e apreensão de documentos nos gabinetes dos deputados João Magalhães (PMDB-MG) e Ademir Camilo (PDT-MG) “ O Congresso não é foco, a operação foi realizada por determinação da Procuradoria Geral da República e do Ministério Público Federal. Foi feita a operação a partir de relação direta dele com o presidente Chinaglia, que determinou a operação dentro da Câmara, em dois gabinetes”, afirmou o ministro. Tarso disse que também comunicou o ministro Márcio Fortes (Cidades) de que a PF realizaria busca e apreensão de documentos na sede do ministério. A Polícia Federal realiza hoje uma operação para combater o desvio de dinheiro público para casas populares e estações de tratamento de esgoto em vários municípios. A operação, batizada de João de Barro, cumpre 231 mandados de busca e apreensão e 38 de prisão temporária em sete Estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Goiás, Tocantins e no Distrito Federal. Cerca de 1.000 policiais federais trabalham na operação. Segundo o ministro, o grande efetivo de policiais envolvidos na operação foi conseqüência dos mandados de prisão, busca e apreensão expedidos pela Justiça. “A mobilização dos agentes se dá de acordo com o número de mandatos expedidos, nada tem a ver com a natureza das obras [do PAC].” O ministro negou que o foco no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) tenha qualquer relação com a celeridade concedida pelo governo ao programa. Tarso saiu em defesa das obras do programa ao afirmar que as irregularidades podem ser registradas em qualquer ação executada pelo Poder Executivo. “Não tem a ver com a celeridade prestada pelo governo [ao PAC]. Mas sim ao órgãos originários da execução. Acho que [o governo] tem que apressar as obras de contratação dentro de toda legalidade e cautela”.
Presos servidores suspeitos de desviar recursos do PAC
A Polícia Federal prendeu ontem três servidores públicos federais suspeitos de envolvimento em fraudes de empréstimos no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e na Caixa Econômica Federal, dentro da Operação João de Barro. Os nomes dos servidores são mantidos em sigilo pela PF, mas os três são funcionários comissionados do Ministério das Cidades, Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) e Secretaria do Tesouro Nacional. A PF suspeita que os servidores agilizavam a aprovação de convênios e empréstimos nos dois bancos para a execução de obras em diversos municípios brasileiros —algumas previstas no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Também há indícios de que os três poderiam antecipar informações a lobistas vinculados a empresas que executavam as obras do programa nos Estados e municípios. Segundo a PF, um grupo de lobistas cooptava funcionários públicos para agilizar projetos e obras do governo por meio de convênios e financiamento às prefeituras. O grupo conseguia direcionar licitações para que empresas participantes do esquema fossem beneficiadas nas obras. Os projetos acabavam executados com recursos inferiores aos liberados pelo governo, com a diferença sendo distribuída entre os participantes das fraudes. O desfalque atingia as chamadas Transferências Voluntárias, que compreendem recursos financeiros repassados pela União aos Estados, Distrito Federal e municípios em decorrência da celebração de convênios ou empréstimos cedidos pela Caixa e BNDES. De acordo com a polícia, parte dessas transferências se destinava a custear obras do PAC.
Fonte: Tribuna da Bahia

Falta infra-estrutura na PRF para fiscalizar as estradas no São João

São apenas 26 bafômetros para cobrir 6 mil quilômetros de rodovias na Bahia


Marcelo Brandão e Carmen Azevêdo
No primeiro dia de fiscalização da Polícia Rodoviária Federal (PRF) nas rodovias que cortam a Bahia, durante o feriado prolongado de São João, o órgão admitiu que dispõe de infra-estrutura insuficente para verificar o consumo de bebida alcoólica nas BRs neste período. São apenas 26 etilômetros, conhecidos popularmente como bafômetros – quantidade considerada pequena para fiscalizar os seis mil quilômetros de rodovias. A PRF reconhece ainda que o contingente de policiais também está abaixo do ideal.
O prejuízo só não será maior porque, ao menos ontem, não se via condutores consumindo cerveja ou licor na saída da BR-324, que liga Salvador a Feira de Santana. Também não foram flagrados motoristas cometendo a infração em postos de gasolina, restaurantes e lanchonetes. A constatação foi feita um dia após o presidente Lula sancionar a lei que proíbe condutores de consumirem qualquer quantidade de bebida alcoólica em trechos rurais dessas rodovias. Ontem, apenas uma pessoa foi notificada nas proximidades de Eunápolis (veja boxe).
Apesar de considerar pequeno o contigente de policiais, o inspetor Antônio Jorge Azevedo Barbosa, superintendente da PRF, acredita que o cumprimento da lei pode reduzir a quantidade de acidentes. Com isto, “sobrariam” policiais para trabalhar na prevenção, fiscalizando bares e restaurante, em vez de atuar no socorro das vítimas e registro de ocorrências.
O inspetor George Paim, chefe da delegacia da PRF de Simões Filho, responsável pela fiscalização da BR-324, onde ocorre o maior fluxo de veículos durante o São João, admitiu que o ideal seria que cada viatura da corporação contasse com um bafômetro. Em sua jurisdição, Paim tem apenas um etilômetro para fiscalizar toda a BR-324 e um trecho da BR-101. Para policiar todo estado, a superintendência dispõe apenas de um equipamento para cada posto da PRF.
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Auto de constatação de embriaguez
O inspetor George Paim, chefe da delegacia da PRF de Simões Filho, revelou uma preocupação maior com a fiscalização do consumo de álcool dos motoristas durante as festas juninas, em função da tradição de licor e quentão, bebidas destiladas com alto teor alcoólico. O policial explicou que os motoristas que apresentarem qualquer indício de alcoolemia serão convidados a realizar o teste do bafômetro. Caso um condutor se negue a fazer o exame, o patrulheiro poderá lavrar um auto de constatação de embriaguez, procedimento válido legalmente.
Se o policial detectar sinais de embriaguez, como hálito de álcool, olhos avermelhados, face ruborizada ou voz embargada, será lavrado o auto de constatação. O condutor alcoolizado será multado em R$955 e conduzido à delegacia da Polícia Civil, onde será lavrado um termo circunstanciado, para que ele responda judicialmente por crime de trânsito. O infrator também responderá a processo administrativo no Departamento de Trânsito (Detran), podendo ter a carteira de habilitação cassada.
Bares e restaurantes que estiverem comercializando bebidas alcoólicas ilegalmente serão multados em R$1.500. O inspetor Paim explicou que apenas os estabelecimentos que recolhem Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) podem vender bebidas com álcool, porque são considerados urbanos. Já os que pagam Imposto Territorial Rural (ITR) não podem vender qualquer bebida com teor alcoólico, porque são tidos como imóveis rurais.
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NÚMEROS DA PRF
Contingente: 630 patrulheirosNúmero de bafômetros: 26Rodovias fiscalizadas: BR-324, BR-101, BR-242, BR-116, BR-407 e BR-367Extensão da malha: 6 mil quilômetros
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Venda liberada em área urbana
Estabelecimentos comerciais situados em muitos trechos da BR-324 vendiam bebidas alcoólicas normalmente, ontem pela manhã, um dia após a promulgação da lei. A explicação para o comércio de bebidas está na modificação do texto original da Medida Provisória 415, que impedia totalmente a venda nas rodovias federais. Agora, em trechos urbanos das estradas, será permitida a venda de bebidas com teor alcoólico, enquanto que a proibição continua valendo para zonas rurais.
O comerciante Edemir Luchini, proprietário da Churrascaria Laçador, situada num posto de combustíveis no km-35 da BR-324, comercializava bebidas alcoólicas normalmente. Ele mostrou o documento de IPTU do município de Candeias, que lhe possibilita vender bebidas como cerveja e destilados. Apesar de ser considerado um estabelecimento urbano, a churrascaria fica em um trecho da rodovia onde não se vê qualquer sinal de cidade nas proximidades, apenas uma vasta paisagem rural.
Já em outros estabelecimentos da região, como na loja de conveniência do mesmo posto de combustível, não estavam sendo vendidas bebidas alcoólicas. A equipe da reportagem do Correio da Bahia percorreu cerca de 50km da BR-324 e, na maioria dos bares, restaurantes e mercearias, bebidas com teor alcóolico eram vendidas sem problemas, porque a maioria fica próxima de algum município e recolhe IPTU.
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Transporte clandestino impera
Cilene Brito
Apesar da intensificação da fiscalização dos ônibus intermunicipais pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), motoristas que praticam o transporte clandestino na região da Brasilgás, na BR-324, atuaram livremente ontem. A presença dos policiais não intimidou condutores de veículos de passeio, vans e topics.
O Correio da Bahia flagrou muitos deles disputando passageiros, no próprio ponto, a poucos metros das viaturas, sem o menor constrangimento. Driblando a fiscalização, os condutores escondiam os veículos e embarcavam os passageiros em pontos afastados e em vias vicinais das proximidades, dentro da área urbana.
Mesmo com a disponibilidade de alguns assentos, muitos ônibus que passavam pela Brasilgás eram orientados a seguir direto, até o próximo ponto. Por conta disso, poucas pessoas conseguiram embarcar, gerando grande irritação. Mesmo sabendo das restrições, muitos passageiros foram até o local para “aventurar” a viagem. A estudante Deise Capinan, 28 anos, resolveu ir para Cruz das Almas na manhã de ontem. Sem conseguir encontrar passagens na rodoviária, ela não pensou duas vezes em tentar a viagem em um veículo clandestino. A poucos metros dos policiais, um motorista acertava o preço da viagem. “Esse é o único jeito. Não vou ficar aqui”, justificou.
Pelo menos três equipes da PRF faziam a fiscalização do local. Nenhum agente da Agerba, agência que regula o transporte intermunicipal na Bahia, estava no ponto. O órgão estima que cerca de cinco mil veículos façam esse tipo de transporte no estado. A clandestinidade atuava de forma ainda mais explícita em um ponto de ônibus que fica a menos de 100m do posto da PRF de Simões Filho, onde não havia fiscalização permanente. Lá, o operador de painéis Jailton Ávila, 40, embarcou para o município de Elísio Medrado, em um Corsa que apresentava pneus carecas. “Tenho que chegar lá o mais rápido possível. Não pára nenhum ônibus aqui”, explicou.
O chefe da delegacia da PRF de Simões Filho, o inspetor George Paim, disse que a proibição de alguns ônibus na Brasilgás foi uma forma de tentar obrigar os passageiros a irem até a rodoviária. Ele reconhece a dificuldade de combater o transporte ilegal, ressaltando que a PRF não pode atuar fora das rodovias. “Eles (os clandestinos) estão embarcando passageiros na área urbana e muitos utilizam rotas alternativas para evitar passar pela fiscalização”, explica.
Paim ressalta ainda que era necessário o reforço de agentes da Agerba na operação, já que as penalidades aplicadas pelo órgão são maiores. “A nossa multa é de R$85 e não fazemos a apreensão do veículo”, salienta. Já o diretor executivo da Agerba, Antônio Lomanto Netto, garante que as fiscalizações estão sendo realizadas por equipes itinerantes. Ele pontua, entretanto, que a operação é uma responsabilidade da PRF. “Estamos prestando um apoio”, observa.
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Motorista notificado na BR-101
Apenas um motorista foi notificado ontem pela Polícia Rodoviária Federal: Maurício Silva Dória, 32 anos, condutor do veículo Fiat/Strada branco, placa JOV-4838, abordado pelos policiais no posto de fiscalização localizado no km-720 da BR-101. Por meio do teste com bafômetro, os policiais verificaram que o motorista apresentava 0.26 mg/l (ou quatro decigramas de álcool por litro) no sangue. O condutor foi multado com base no Artigo 165 do Código Brasileiro de Trânsito.
A infração é considerada gravíssima e determina multa no valor de R$957,70 e suspensão do direito de dirigir por 12 meses. A legislação prevê recolhimento do documento de habilitação e retenção do veículo até que seja apresentado condutor habilitado. Caso a abordagem tivesse ocorrido anteontem, Dória não teria sido notificado, pois que ainda vigorava o limite mínimo de seis decigramas.
Na tarde de ontem, a equipe de reportagem esteve também em quatro postos de gasolina da BR-324 e não constatou motoristas consumindo bebida alcoólica, apenas passageiros dos veículos. A maioria deles conhecia a nova regra. “Já ouvi falar sim. Mas, na verdade, nunca bebo quando estou dirigindo. Para mim, não muda nada”, afirmou o representante comercial Carlos Veiga, 50 anos, que parou no Makro Posto para abastecer. No posto Caramuru, km-12 da rodovia, dois frentistas atestaram o fato. Ao contrário de feriados anteriores, eles não notaram motoristas bebendo.
“Normalmente no São João, eles param aqui com som alto, consumindo bebida, principalmente licor e cerveja. Desta vez, não vi”, diz Perivaldo Caldas, 31 anos. “Acho que o pessoal está com medo, por causa da história da proibição da venda de bebida na estrada”, completou Edson dos Santos, 50 anos. Também no posto de Porto Seco Pirajá, o segurança Paulo Silva, 53, concordou. “Hoje está muito fraco, acho que as pessoas já estão sabendo mesmo”.
Fonte: Correioda Bahia

Primeiros 28 suspeitos foram presos. Mas a lista pode crescer

Brasília
A Operação João de Barro é ação de maior vulto da Polícia Federal este ano por envolver grandes somas de recursos do governo federal em obras do PAC – R$ 3 bilhões para construção de casas populares, escolas, praças públicas e estações de tratamento de esgoto – e alcançar 119 Prefeituras do país. Destas, 114 ficam em Minas, onde as investigações tiveram início há dois anos – embora os primeiros indícios tenham surgido em 2002. Até o início da noite de ontem 28 pessoas haviam sido presas e quase uma centena de pedidos de prisão envolvendo prefeitos estavam parados no Tribunal Regional Federal da 3ª Região à espera de resposta do judiciário. A operação pode resultar na cassação dos mandados dos deputados João Magalhães e Ademir Camilo e de prefeitos de vários partidos, entre eles um do PT, o de Palmas, Raul Filho.
As operações da Polícia Federal desencadeadas em 2008 ainda não produziram o impacto das ações de anos anteriores – Hurricane, Navalha e Xeque-Mate – que estremeceram os três poderes da República, mas marca nova ofensiva contra a corrupção, em que transparece a preocupação com as garantias individuais.
– Não há mais exposição do preso, que provocava uma punição antecipada – disse ontem o ministro da Justiça, Tarso Genro, em entrevista coletiva dada uma hora antes da Polícia Federal apresentar o resultado da operação.
Manual de regras
Genro fez questão de colocar ao seu lado o diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, o diretor-executivo, Romero de Menezes e o superintendente de Minas, David Salem. Queria demonstrar que a polícia está executando um manual de regras que preserva os direitos dos presos e, ao mesmo tempo, que não há direcionamento político nas operações. Ao contrário de outras ocasiões, ele avisou com antecedência o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, que os gabinetes parlamentares seriam alvos de buscas. Mas frisou que o Congresso não é foco de uma nova ofensiva da Polícia Federal.
– As buscas e mandados não se destinam a facções políticas – disse o ministro ao ressaltar que as investigações tiveram a participação de outros órgãos de controle da corrupção.
Segundo ele, o resultado da operação recomenda que o governo deve agir com mais cuidado e cautela na liberação de recursos para obras do PAC, sem interromper o programa.
– É preciso travar uma luta sem trégua, longa e permanente contra a corrupção – disse.
Ele explicou que a Operação João de Barro se soma a outras dezenas de ações da Polícia Federal para combater o crime organizado, o tráfico de drogas, a corrupção e delitos ambientais na região da Amazônia Legal. Segundo o ministro, o aparato repressivo do governo está cada vez mais instrumentalizado – seja através de equipamentos tecnologicamente avançados como o grampo telefônico ou pelo reforço do efetivo policial – para enfrentar o crime.
Várias frentes
Entre mais de 50 operações desencadeadas este ano, a Polícia Federal já atacou em várias frentes. Na sexta-feira passada, a Operação Higia desbaratou um grupo que desviava recursos da área de saúde no Rio Grande do Norte, prendendo 13 pessoas, entre elas o assessor parlamentar Lauro Maia, filho da governadora Wilma Faria. Há duas semanas, no Rio de Janeiro, a Operação Segurança Pública S/A terminou com a prisão do deputado Álvaro Lins (PMDB) e a descoberta de um esquema de arrecadação de propinas na Secretaria de Meio Ambiente através das delegacias de polícia. Na Operação De Volta Pra Passárgada, os federais prenderam pela segunda vez o prefeito de Juiz de Fora, Carlos Alberto Bejani (PTB) que, da cadeia, se viu obrigado a renunciar. A mais longa e duradoura operação da PF, a Arco de Fogo, destinada a interromper o desmatamento, está há três meses em vigor, e deve durar um ano.
Fonte: JB Online

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