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segunda-feira, junho 20, 2011

De como preencher o vazio

Carlos Chagas

Esta semana o Congresso não funciona. Sessões serão realizadas na Câmara e no Senado, mas só de brincadeirinha. Nenhum projeto de importância será debatido ou muito menos votado nas duas casas. Além do feriado de quinta-feira, dia de Corpus Christi, começam as festas de São João, antes restritas ao Nordeste, hoje estendidas por todo o país. Deputados e senadores devem prestigiar suas regiões e mostrar-se a seus eleitores. Uns vão, outros vem, sem falar naqueles que desde sexta-feira mandaram-se para o exterior.

Nenhuma oportunidade surge melhor do que meditar a respeito do que Suas Excelências poderiam estar fazendo e não fazem. Por que, por exemplo, não desatarem o nó da comunicação social? Ano passado o Supremo Tribunal Federal revogou a Lei de Imprensa, em vigor desde 1967. Uma decisão infeliz porque aquele texto já estava revogado em seus artigos deletérios, desde que promulgada a Constituição de 1988. A Lei Maior suprime a Lei Menor em tudo o que esta contrariava aquela. Assim, não valiam mais a censura, a punição a jornalistas acusados de indispor o povo com as autoridades ou de criar alarma social por divulgação de opiniões. O problema é que a mais alta corte nacional de justiça também extinguiu o direito de resposta, a retratação e a punição para crimes de calúnia, difamação e injúria. Resultado: ficará sem mecanismos de defesa quem for ofendido em sua honra através dos meios de comunicação.

Bem que esta semana vazia poderia ser preenchida pela discussão a respeito de uma nova Lei de Imprensa…

***
PARA MANTER A COERÊNCIA

Quando ministra das Minas e Energia e, depois, chefe da Casa Civil, em duas ou três oportunidades Dilma Rousseff manifestou-se favorável a que determinados e especialíssimos documentos de governo permanecessem em sigilo. Sua opinião foi registrada na imprensa e em atas de reuniões oficiais. É essa a explicação de porque, como presidente da República, ela mantém a coerência. Seria criticada sem dó caso mudasse de opinião.

Explica-se, assim, porque Dilma não se alinhou ao ex-presidente Lula na defesa do fim do sigilo eterno.

Fonte: Tribuna da Imprensa

Acidente de helicóptero na Bahia revela as relações entre o governador Sergio Cabral e o empreiteiro Fernando Cavendish, que reforma o Maracanã.

Carlos Newton

Foi preciso cair um helicóptero na Bahia, num terrível acidente em que sete pessoas morreram, para que viessem a público as estreitas ligações do governador Sergio Cabral com o empresário Fernando Cavendish, dono da construtora Delta, empreiteira responsável pela reforma do Maracanã (em associação com a Odebrecht e a Andrade Gutierrez).

Coincidentemente, a Delta é também a empreiteira que mais recebeu recursos do Programa da Aceleração do Crescimento (PAC). Segundo o portal Transparência, da Controladoria-Geral da União, do total de R$ 11,8 bilhões já despendidos pelo governo federal este ano, a Delta Construções foi a que recebeu a maior fatia: R$ 254,6 milhões.

O pior é a mentira. Podia-se argumentar que o governador e o empresário são amigos há muitos anos. O relacionamento dos dois poderia até ser uma coisa normal, digamos assim. Mas logo surge a assessoria do governador para esclarecer que Sergio Cabral só chegara a Porto Seguro depois do acidente, em solidariedade à morte da namorada de um de seus filhos. Ao dar essa informação, qual o objetivo da assessoria? Lógico, o interesse era estabelecer que não havia qualquer ligação entre o governador e o empreiteiro.

Mas acontece que o prefeito de Porto Seguro, Gilberto Pereira Abade, deu declarações ao importante jornal “A Tarde”, de Salvador, relatando que na manhã de sexta-feira encontrou-se com Cabral em Porto Seguro, que estava a passeio na cidade. Pior, as informações são de que, antes do acidente, o governador almoçou com o empresário, a família dele e os convidados no Villa Vignoble Terravista Resort, em Trancoso. De lá, o grupo começou a ser levado de helicóptero para o Jacumã Ocean Resort, a 15 km. Como eram muitas pessoas, foi preciso fazer mais de uma viagem. E Cabral seguiu no primeiro grupo. O acidente aconteceu com o segundo grupo, quando chovia e havia forte neblina.

Repetindo: para que a mentira de dizer que Sergio Cabral só chegara a Porto Seguro depois do acidente? Para que descaracterizar sua amizade e intimidade com o empresário Fernando Cavendish, dono da Delta Construções? Ainda mais quando se sabe não havia qualquer necessidade de dois gigantes da construção civil (Odebrecht e Andrade Gutierrez) se associarem à Delta para reformar o Maracanã. E recorde-se que o consórcio formado por Odebrecht, Andrade Gutierrez e Delta apresentou a menor proposta para reformar o Maracanã: são 705 milhões de reais contra 712 milhões de reais da concorrente OAS, uma diferença de apenas 1%. E a concorrência era de menor preço.
***

PROCURADOR CRITICA FACILITAÇÃO

Depois da mancada no parecer sobre o caso do enriquecimento do ministro Antonio Palocci via tráfico de influência, o procurador-geral da República Roberto Gurgel saiu desesperadamente atrás de tentar a recuperação de sua imagem emporcalhada. E afirmou que é “absurda, escandalosamente absurda” a medida provisória aprovada na Câmara na noite de quarta-feira, que prevê a manutenção em segredo de orçamentos feitos por órgãos federais estaduais e municipais para obras da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016.

Não há dúvida de que, desta vez, o procurador está cheio de razão, embora não existe alvejante capaz de limpar sua biografia. “A serem procedentes as matérias, essa Medida Provisória é uma coisa, para pouco dizer, absurda, escandalosamente absurda. Você não pode ter despesa pública protegida por sigilo”, afirmou Gurgel, indagando: “Como é que a sociedade pode ser privada do acesso a informações relacionadas a despesa pública?”

Mas por que o Governo quer manter em sigilo orçamentos da Copa de 2014? A justificativa é de que ” estas obras estão muito atrasadas e o governo busca, então, meios de se contornar esses problemas”, disse Gurgel. “Quer dizer, a simplificação é de tal monta que acaba inviabilizando em alguns aspectos o procedimento licitatório que é uma exigência.”

Por fim, o procurador-geral avalia que eventos deste tamanho impõem que os cuidados sejam redobrados. “Exatamente por ser um chamado megaevento, as despesas também são megadespesas, e por isso impõe-se que os cuidados com esses gastos sejam ainda maiores”, finalizou.

Fonte: Tribuna da Imprensa

Vítima diz que lembra pouco do estupro

Folha de S.Paulo

A estudante de 20 anos que afirma ter sido estuprada dentro da boate Kiss and Fly, que funciona dentro da loja Daslu, no Itaim-Bibi (zona oeste), informou aos policiais que foi estuprada, mas que Ela nem não tinha condições de entender o que se passava em razão do excesso de bebida. Segundo ela, os ataques começaram quando ela passava mal no ambulatório.

A garota disse à polícia que se lembrava estar na pista de dança e, "de repente, estava no ambulatório". Lá, ainda segundo viu um bombeiro passando as "partes íntimas" "na sua cabeça", mas ela "não conseguia ter discernimento do que estava acontecendo". Na manhã de anteontem, o bombeiro civil foi preso sob a suspeita de violentado a jovem. Ele nega que tenha sido estupro. Diz ter mantido relações com a estudante, mas foi consensual. Segundo ele, ela o teria convidado para ir ao banheiro para manterem relações.

Segurança

A boate cobra R$ 250 por pessoa e o camarote custaR$ 3.500. Procurada, a Kiss and Fly não explicou como o bombeiro estava sozinho dentro do ambulatório e conseguiu violentar a frequentadora. Disse que, agora, fará "todas as mudanças necessárias" para melhorar sua segurança. A boate não explicou, porém, quais mudanças irá promover no local.

"Nunca aconteceu nada parecido na casa, que conta com uma equipe completa e experiente de segurança", diz nota da casa noturna.

Também em nota, a Kiss and Fly defendeu a equipe de segurança contratada e disse que ela "conta com anos no mercado e nunca teve problemas com sua equipe". "Igualmente séria é a empresa KIF, responsável pelo profissional em questão", diz.

Fonte: Agora

Fotos do dia

Karine Camargo é a "Morena da Laje", do "Zorra Total" Com 28 anos, a atriz se sente realizada Além do quadro, a fofa participa de "Lara com Z"
Moradora de Parelheiros tem que pegar dois ônibus para chegar a posto de saúde Lance da goleada por cinco a zero do Palmeiras sobre o Avaí no Canindé Seleção de vôlei ganha segundo confronto contra Porto Rico no Ibirapuera

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Saiba escolher a melhor opção de TV paga

Juliano Moreira
do Agora

Encontrar o pacote ideal de TV por assinatura que caiba no bolso e atenda o perfil do cliente requer tempo e atenção. É fácil se confundir com a quantidade de promoções, preços, canais e, em determinados casos, opções de programas à parte. Não basta ver só preço e total de canais.

Por isso, o Agora pediu à ProTeste (Associação de Consumidores) que avaliasse os pacotes direcionados a quatro perfis distintos de interesse: básico, filmes, infantil e esporte. As operadoras consultadas foram a Net, TVA, Sky, Telefônica e Embratel. Todas elas vendem pacotes a consumidores de São Paulo.

O resultado apontou preços distintos entre as operadoras. No pacote básico, normalmente adquirido pelos consumidores que procuram melhor qualidade de imagem, a Telefônica apresentou o menor preço: R$ 39,90. Porém, nesse caso, o consumidor leva para casa apenas 20 canais.

Leia esta reportagem completa na edição impressa do Agora nesta segunda

Veja o valor dos atrasados da revisão pelo teto

Ana Magalhães
do Agora

O segurado do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) que se aposentou entre outubro de 1988 e novembro de 1999 pode descobrir se tem direito à revisão pelo teto e qual será o valor exato dos atrasados (diferenças retroativas aos últimos cinco anos).

Os cálculos gratuitos podem ser feitos na internet, com um programa feito pelo Núcleo de Contadoria da Justiça Federal do Rio Grande do Sul.

O Agora elaborou um guia de utilização do programa e um passo a passo para chegar aos cálculos finais.

Leia esta reportagem completa na edição impressa do Agora nesta segunda,
20 de Junho de 2011 - Ano XI - Número 4188

Itamaraty avalia arquivos para saber o que manterá em segredo eterno

Em meio às polêmicas sobre a autorização do fim do sigilo de documentos considerados ultrassecretos no país, o Ministério das Relações Exteriores determinou uma análise criteriosa... 2011-06-19 08:25:05 / Leia mais

Citi diz que ciberataque de maio afetou 360 mil contas

O Citigroup informou que um ciberataque em maio atingiu quase o dobro do número de contas inicialmente estimado pelo banco, em meio ao aumento da pressão legislativa para que grandes...
2011-06-19 23:08:59 / Leia mais

Após cair do cavalo, Aécio repousa em casa e retorna ao Senado apenas no mês que vem

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) sofreu um acidente durante uma cavalgada nas proximidades da fazenda de sua família em Cláudio, no interior de Minas Gerais. O cavalo caiu, levando junto...
2011-06-19 14:14:47 / Leia mais




Fonte: Corrreio do Brasil

domingo, junho 19, 2011

...:: Dede Montalvao - O Seu Blog sem Censura! ::...: O que foi dito no STF não tem sentido para a capitania hereditária de Jeremoabo, olhe o exemplo abaixo

...:: Dede Montalvao - O Seu Blog sem Censura! ::...: O que foi dito no STF não tem sentido para a capitania hereditária de Jeremoabo, olhe o exemplo abaixo: "– Enviado usando a Barra de Ferramentas Google"

Humor: Charge política destaca maconha, Copa e sigilo eterno

Humor: Charge política destaca maconha, Copa e sigilo eterno: "– Enviado usando a Barra de Ferramentas Google"

Manchetes dos jornais: Brasil faz 18 leis por dia, e a maioria vai para o lixo

O GLOBO

Brasil faz 18 leis por dia, e a maioria vai para o lixo
"Dá-me os fatos e te darei as leis", diz amáxima sobre o trabalho de um juiz. Pois os juízes brasileiros tiveram de lidar com muitas na última década: de 2000 a 2010, o país criou 75.517 leis, somando legislações ordinárias e complementares estaduais e federais, além de decretos federais. Isso dá 6.865 leis por ano —o que significa que foram criadas 18 leis a cada dia, desde 2000. Mas, em vez de contribuir para a aplicação do Direito, boa parte dessa produção só serviu para agravar os problemas da máquina judiciária. A maioria das leis é considerada inconstitucional e acaba ocupando ainda mais os tribunais coma rotina de descartá-las. Outras, mesmo legítimas, viram letra morta, pois o juiz as desconhece ou prefere simplesmente ignorá-las. E outras têm arelevância de, por exemplo, criar o Dia da Joia Folheada ou a Semana do Bebê. Embora as mazelas da Justiça sejam, muitas vezes, associadas à falta de leis apropriadas, é justamente o excesso delas um dos fatores que emperram o Judiciário. Outro motivo seria a baixa qualidade da produção legislativa — uma lei que não se liga à realidade social, ou outra que não se baseia em princípios constitucionais.
Há ainda os problemas enfrentados pelo Judiciário no seu trabalho, ao lado da própria falta de compreensão da sociedade sobreaJustiça. O GLOBO discute essas questões numa série de reportagens que começa hoje, sobre oseguinte tema: por que uma lei não pega no Brasil?
Das 75.517 leis criadas entre 2000 e 2010, 68.956 são estaduais e 6.561, federais.Minas Gerais foi omaior legislador do período: criou 6.038 leis. Em seguida, Bahia, criadora de 4.467 leis; Rio Grande do Sul, com 4.281; Santa Catarina, com 4.114; e São Paulo, com 4.111. ORio de Janeiro criou 2.554 leis nesse período. Esse total de 75mil leis nem leva em conta as municipais — o que faria subir consideravelmente esse número, já que, segundo a Confederação Nacional dos Municípios, existem atualmente no país 5.500 Câmaras municipais e 55 mil vereadores.
A inconstitucionalidade é um dos principais problemas na qualidade das leis, sobretudo as estaduais e municipais; uma lei tem sua constitucionalidade questionada por meio de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin). De 2000 a 2010, oSupremo Tribunal Federal (STF) julgou 2.752 Adins, relativas a leis federais e estaduais; de 1988 até agora, 20,5% dessas foram julgadas inconstitucionais. Nos estados, só o Tribunal de Justiça de São Paulo, por exemplo, julgou, em 2010, 338 Adins questionando leis estaduais e municipais. Da lei que institui oDia do Motoboy no estado à que exige times femininos jogando nas preliminares das rodadas decisivas do campeonato estadual de futebol, 80% das leis que chegam para a sanção do governador Sérgio Cabral são consideradas inconstitucionais pela Procuradoria Geral do Estado. Especialistas estimam que esse percentual médio se repita em outros estados.

Ociosidade ainda é crime, mas artigo é um dos que não servem para nada
Por erros de origem, algumas leis já nascem mortas. Outras, outrora importantes, vão perdendo o propósito com a evolução dos costumes sociais e deixam de ser aplicadas, mesmo sem sair de cena. Um dos casos clássicos é a Lei das Contravenções Penais, de 1941, que está em vigor, mas mantém artigos que hoje chegam a arrancar risadas daqueles que deveriam aplicá-los.
Pretexto da polícia, no passado, para levar à prisão suspeitos de crimes de difícil comprovação, o artigo 59 prevê prisão simples, de 15 dias a quatro meses, para os que se entregarem "habitualmente à ociosidade, sendo válido para o trabalho, sem ter renda que lhe assegure meios bastantes de subsistência, ou prover à própria subsistência mediante ocupação ilícita".
— Como não havia prisão preventiva, a polícia usava esse artigo para preencher a lacuna. Era uma coisa absurda punir por ociosidade num país
com problema de desemprego— recorda-se o desembargador Manoel Alberto Rebelo dos Santos, presidente do Tribunal de Justiça do Rio.

Lula cobra unidade do PT para ajudar Dilma
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou ontem de petistas mais unidade e pediu que a bancada federal do partido concilie suas divergências para não prejudicar o governo da presidente Dilma Rousseff. No Encontrodas Macrorregiões do PT de São Paulo,
em Sumaré, a 120 quilômetros da capital paulista, Lula, falando a cerca de 2 mil militantes do partido, citou o ex-ministro José Dirceu, o deputado João Paulo Cunha (SP), ex-presidente da Câmara, e o deputado Ricardo Berzoini (SP), ex-presidente nacional do partido.
—Qualquer fissura na bancada do PT e não faltará partido para colocar uma cunha para essa fissura aumentar .A unidade do PT é condição básica para que a companheira Dilma tenha tranquilidade para governar . Em tom de pito, brincou: — Se os companheiros tiverem divergência, o Rui Falcão (presidente nacional do partido) convoca odiretório nacional e coloca os deputados com divergência e “tarraca-lhe” o cacete dentro de uma sala fechada.

‘Divergências têm que ser resolvidas dentro do partido’
O ex-presidente Lula falou também da estratégia de seu governo de privilegiar os pequenos veículos de comunicação do interior do país, as chamadas mídias regionais, para se comunicar com o eleitorado.
— Consegui criar outra forma de conversar além dos grandes meios de comunicação, passando afalar nas rádios e jornaizinhos locais. Essa gente (do interior) não lê os grandes jornais. O que vale é a imprensa local, a rádio local—disse Lula.
O ex-ministro José Dirceu também discursou no encontro do PT em Sumaré e disse que hoje a mídia “faz o papel da oposição” no país. Dirceu
também participou do II Encontro Nacional dos Blogueiros Progressistas e cobrou unidade do partido. Disse que as divergências devem ser tratadas dentro do partido e não publicamente ou em discussões apenas na bancada.

'Com sigilo, democracia fica bastante capenga', diz Miro Teixeira
Na última semana, a discussão sobre o sigilo de documentos ultrassecretos causou polêmica no país. E a sinalização da presidente Dilma Rousseff em favor do segredo constrangeu a Câmara, que aprovou projeto no sentido oposto. O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) disse que a disputa serve para "enterrar no Senado" a proposta de uma Lei de Acesso à Informação Pública. E que "beira o ridículo" sustentar que a divulgação de documentos é institucionalizar o WikiLeaks no país, como disseram os senadores e ex-presidentes José Sarney e Fernando Collor.
Qual a implicação de escolher documentos que poderão ficar para sempre escondidos?
MIRO TEIXEIRA
: A preocupação é com o silêncio. O poder do silêncio é brutal. Aqueles que detêm o conhecimento exclusivo dos fatos passam a exercer o poder sobre um conjunto enorme de pessoas. E, aí, a democracia fica bastante capenga.
Acha que isso é uma cortina de fumaça para retardar uma Lei de Acesso à Informação?
MIRO:
Sim. Que interessa àqueles contrários à aprovação da nova lei. Não existem documentos absolutamente secretos. Não vejo razão de natureza pública e democrática que sustente a tentativa de ocultação dos fatos.
O projeto da Câmara traz risco à segurança nacional?
MIRO:
Ele é um bom texto, não é perfeito, mas protege a sociedade. A classificação de 25 anos, prorrogáveis por mais 25 anos, a obrigação de definir quem faz a classificação e tornar isso público protege a sociedade. O que o Senado pretende introduzir é altamente nocivo. A argumentação beira as raias do ridículo.

Equipes procuram vítimas da queda de helicóptero na Bahia
Três das vítimas do acidente com o helicóptero que matou quatro pessoas no Sul da Bahia, ainda não foram localizadas pelas equipes de busca. A namorada do filho do governador Sérgio Cabral está desaparecida.

Metrô e trens com prazo de validade vencido
Coberto por grafite e com os sinais do tempo à mostra, um trem da SuperVia que circula no ramal de Saracuruna está há meio século em operação e é um dos mais velhos de uma frota cuja idade média é de 35 anos. Padrões internacionais recomendam 25 a 30 anos. No metrô, os trens têm 33 anos e são os mesmos desde a inauguração.

O ESTADO DE S. PAULO

BC vê inflação menor com crescimento
O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, marca seus primeiros seis meses de gestão recorrendo constantemente ao verbo moderar e suas variações. E é assim, com moderação, que ele afirma ter certeza de que é possível controlar a inflação e, ao mesmo tempo, permitir o crescimento econômico. Dessa forma, pontua uma discussão que, no governo passado, causou sérias crises entre o BC de Henrique Meirelles e o Ministério da Fazenda de Guido Mantega.
"O Banco Central reconhece que é possível trazer a inflação para a meta crescendo", afirmou. "Isso tem acontecido e acontecerá. Levaremos a inflação de volta à meta de 4,5% em 2012 com a economia brasileira crescendo."
Em entrevista concedida sexta-feira à tarde ao Estado, à Agência Estado e à rádio Estadão ESPN, o presidente do BC deixou claro que a área econômica do governo Dilma Rousseff trabalha em sintonia. O que não significa uma ameaça à autonomia operacional da instituição.
"A presidente dá o comando. E o comando dela tem sido muito claro no sentido de que as políticas do governo sejam adotadas, ajustadas, para assegurar a estabilidade monetária, a inflação na meta", disse. O IPCA, índice que serve de referência para o sistema de metas no País, acumula alta de 6,55% em 12 meses, acima do teto estabelecido pelo governo, que é de 6,50% (o centro é de 4,50%).
Durante uma hora de conversa, Tombini frisou que "o BC não está sozinho" na tarefa de combater a inflação. "Temos hoje uma estratégia de governo, consistente e abrangente, de moderação do crédito e de ajuste fiscal e monetário." A propósito especificamente do crédito, o presidente do BC descartou a existência de uma bolha no Brasil, hipótese que foi recentemente levantada por alguns analistas internacionais. "Trabalhamos cotidianamente para que não ocorram excessos que levem a um risco sistêmico, a uma bolha que estoure lá na frente."

A luta de D. Paulo contra a tortura
No auge da violência promovida pelo governo militar, parte da Igreja e centenas de líderes religiosos no Brasil passaram a ser alvo da repressão. Documentos guardados há décadas em Genebra obtidos pelo Estado revelam como o cardeal d. Paulo Evaristo Arns liderou um lobby internacional, coletou fundos de forma sigilosa e manteve encontros com líderes no exterior para alertar sobre as violações aos direitos humanos no Brasil.
A atuação do arcebispo de São Paulo mobilizou uma rede de informantes, financiadores e apoiadores secretos pelo mundo. Dentro do País, os documentos mostram que ele e seus aliados organizaram manifestações, incentivaram líderes operários e pagaram despesas das famílias dos grevistas no ABC em 1980.
Relatórios, testemunhos, cartas, informações de dissidentes e dezenas de acusações fazem parte de três caixas de documentos entregues ao Brasil na terça-feira, para que possam ser estudados e eventualmente, como espera a ONU, sirvam de base para processos contra autores de crimes contra a humanidade. Os documentos originais foram mantidos no Conselho Mundial de Igrejas, em Genebra. O Estado teve acesso às mais de 3 mil páginas e, nos próximos dias, publicará parte do conteúdo que está nas caixas entregues à Justiça no Brasil.
A máquina de tortura instalada no Estado não havia poupado nem sacerdotes. Em dezembro de 1978, o Centro Ecumênico de Documentação e Informação, no Rio, coletaria vasto material sobre a repressão sofrida pela Igreja naquela década.
O texto de introdução do levantamento deixa claro que o material havia sido encomendado por d. Paulo, que já tentava organizar um dossiê que compilasse as violações aos direitos humanos e pudesse ser usado em algum momento pela Justiça.

10,5 milhões vivem com até R$ 39 por mês
Uma população estimada em 10,5 milhões de brasileiros - equivalente ao Estado do Paraná - vive em domicílios com renda familiar de até R$ 39 mensais por pessoa. São os mais miseráveis entre 16,267 milhões de miseráveis - quase a população do Chile - contabilizados pelo governo federal na elaboração do programa Brasil sem Miséria. Lançado no dia 3 de maio como principal vitrine política do governo Dilma Rousseff, o programa visa à erradicação da miséria ao longo de quatro anos.
Dados do Censo 2010 recém-divulgados pelo IBGE que municiaram a formatação do programa federal oferecem uma radiografia detalhada da população que vive abaixo da linha de pobreza extrema, ou seja, com renda familiar de até R$ 70 mensais por pessoa - que representam 8,5% dos 190 milhões de brasileiros.
A estimativa dos que sobrevivem com até R$ 39 mensais per capita é a soma dos 4,8 milhões de miseráveis que moram em domicílios sem renda alguma e 5,7 milhões de moradores em domicílios com rendimento de R$ 1 a R$ 39 mensais. Estima-se que outros de 5,7 milhões vivem com renda entre R$ 40 e R$ 70 mensais por pessoa da família.

Lula cobra apoio do PT a Dilma
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou ontem da bancada do PT no Congresso maior unidade em defesa do governo de sua sucessora, Dilma Rousseff. "Essa unidade é essencial para Dilma governar", afirmou o ex-presidente.
Em encontro de representantes petistas das macrorregiões de São Paulo, organizado pelo diretório estadual e realizado ontem no município de Sumaré, Lula disse que tem recebido pedidos de diversas áreas do partido para que interceda e se reúna com a bancada no Congresso, com o objetivo de garantir sua unidade. Ele disse que não fará isso, por enquanto, mas conclamou os deputados a atuarem de maneira conjunta. "A Dilma precisa saber todos os dias que a bancada está unida."
O ex-presidente observou que a primeira e mais dramática crise política de seu governo, que resultou no escândalo do mensalão, em 2005, teve início num momento em que a bancada não estava unida. "Nós temos 88 parlamentares num conjunto de 513", ressaltou. "Quando ocorre qualquer fissura na bancada não faltam partidos para colocar cunhas com o objetivo de aumentar a divisão."

Mundial tem orçamentos fictícios
A conta da Copa do Mundo de 2014 é uma fantasia, um "chutômetro" calculado a partir de projetos básicos incompletos, mal feitos ou ambas as coisas. Essa precariedade, como se não bastasse, ainda serve para justificar estouros orçamentários. O projeto básico deve ter uma descrição suficientemente detalhada para caracterizar a obra ou serviço.
O caso de Brasília é emblemático do "voo cego". O governo do Distrito Federal alega que o novo Mané Garrincha vai custar R$ 671 milhões. Mas desse orçamento não constam cobertura, assentos, catracas e, pasmem, gramado e trave. "O preço final desse estádio é uma grande interrogação, que ninguém sabe responder", criticou o promotor Ivaldo Lemos Júnior, do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT)
"Se fez licitação e excluiu o assento, iluminação e gramado, não pode atribuir à Fifa a responsabilidade, porque a Fifa estabeleceu que tem de ter iluminação, gramado, assento. Se alguém eventualmente fracionar a licitação por conveniência, que assuma a responsabilidade", disse o ministro do Esporte, Orlando Silva.

Orçamento de estádio da Copa não inclui grama
Ao justificar as deficiências encontradas nos projetos dos estádios, os governos do Distrito Federal, Rio de Janeiro, Cuiabá, Amazonas e Bahia apelaram até para a Fifa.
A Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro (Emop) disse que o projeto executivo contempla 2.173 plantas, contra as 37 apresentadas no básico. A Emop garantiu que instalações elétricas, acústica, fundações e telecomunicações - que não constavam no projeto básico - já foram entregues.
O governo do Distrito Federal alega que a fragmentação das licitações serve para preservar os cofres públicos. "O projeto não está incompleto, ele foi feito de forma que o Estado não pagasse mais", disse o coordenador do comitê local, Sérgio Graça.
Questionado sobre a falta de catracas no estádio Mané Garrincha, respondeu: "Não vou botar agora no projeto uma catraca que estará defasada daqui a dois, três anos. Se você comprar hoje o iPad, o modelo vai estar defasado depois". De acordo com ele, o gramado não está contemplado no projeto porque a Fifa não teria especificado o tipo que deveria ser usado.



FOLHA DE S. PAULO

Renda cresce mais no NE e desigualdade cai
Ainda que disparidades regionais continuem gritantes, o Brasil ficou menos desigual na década passada. A divulgação dos dados do Censo Demográfico do IBGE esmiúça como o movimento afetou as cidades.
A comparação da renda média domiciliar per capita em 2000 e 2010 mostra, por exemplo, que municípios do Nordeste tiveram os maiores ganhos na renda por pessoa, enquanto cidades paulistas lideram a lista das que menos avançaram na década.
Considerando apenas os municípios com mais de 100 mil habitantes -os muito pequenos são mais sujeitos a variações-, entre os 50 que mais avançaram, metade são nordestinos e um paulista (Franco da Rocha).
Já na lista dos 50 que menos avançaram, 36 são de São Paulo. Corrigindo os valores de 2000 pela inflação acumulada em dez anos pelo INPC (indicador do IBGE), 12 tiveram até mesmo pequena queda no rendimento médio. Nove entre eles são paulistas.
É natural que municípios mais pobres tenham margem maior para avançar mais. No entanto, isso nem sempre ocorreu num país que se acostumou com a desigualdade. Nos anos 80, por exemplo, São Paulo viu a renda média de seus domicílios subir 17%, enquanto o Maranhão avançou 7%.
Na década passada, os domicílios paulistas registraram o menor crescimento entre todas as unidades da federação (apenas 3%), enquanto nos maranhenses a variação foi de 46%.
Para João Saboia, professor do Instituto de Economia da UFRJ, a "melhora substancial na distribuição regional dos rendimentos" ocorreu graças especialmente ao desenvolvimento de programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, e ao aumento do salário mínimo, que variou 70% na década, descontada a inflação.

Lula recorre ao mensalão para cobrar unidade do PT
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recorreu ao passado para cobrar da bancada petista unidade e apoio ao governo da presidente Dilma Rousseff em sua primeira crise política.
Lula, que participou de um encontro do PT de São Paulo, fez referências ao principal escândalo de seu governo, o mensalão, para mobilizar os petistas.
"Eu sei, o Zé Dirceu sabe, o João Paulo [Cunha] sabe, o Ricardo Berzoini sabe, que um dos nossos problemas em 2005 era a desconfiança entre nós, dentro da nossa bancada", disse Lula, ao lado do ex-ministro José Dirceu.
"A crise de 2005 começou com uma acusação no Correio, de R$ 3 mil, o cara envolvido era do PTB, quem presidia o Correio era o PMDB e eles transformaram a CPI dos Correios, para apurar isso, numa CPI contra o PT, contra o Zé Dirceu e contra outros companheiros. Por quê? Porque a gente tava desunido", concluiu.

Petista sai em defesa do prefeito de Campinas
O ex-presidente Lula também saiu em defesa ontem do prefeito de Campinas, Doutor Hélio (PDT).
A mulher dele, Rosely Nassim, e o vice-prefeito Demétrio Vilagra, que é do PT, são acusados pelo Ministério Público de fraude e desvios na prefeitura.
Para o ex-presidente, as acusações são políticas. "Os adversários não brincam em serviço. Toda vez que o PT se fortalece, eles saem achincalhando."
"Não vamos esquecer: em 1989, tentaram colocar uma camisa do PT num dos sequestradores do Abílio Diniz", afirmou.
Naquele ano, quando Lula disputava a Presidência da República, os sequestradores do empresário estavam vestidos com camisetas do partido nas imagens que foram divulgadas.

Maldição ronda ministros que Dilma herdou do ex-presidente
A vida não anda fácil para a maior parte dos representantes lulistas herdados pela presidente Dilma Rousseff.
Há poucos dias, o mais forte deles, Antonio Palocci, tombou após cinco meses na metafórica, e meteórica, função de primeiro-ministro.
Fernando Haddad, titular da Educação e aposta do ex-presidente para disputar pelo PT a Prefeitura de São Paulo, admite internamente tentar a sorte fora da pasta.
Entrou na berlinda com polêmicas sobre livros didáticos e foi desautorizado a distribuir o kit anti-homofobia no auge da crise.
O "inferno astral" atingiu também integrantes de outros partidos. Carlos Lupi, pedetista à frente do Trabalho, não entregou todos os votos da sigla em apoio ao salário mínimo de R$ 545. Durante a crise, dois senadores da sigla assinaram pedido de CPI.
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, principal peemedebista de Lula, perdeu atribuições e orçamento. Tem dito a interlocutores que pretende antecipar seu desembarque do governo.

Jaburu é visto como bunker de conspiração
Aos olhos de integrantes do Palácio do Planalto, o Palácio do Jaburu, onde mora o vice-presidente da República, virou uma espécie de "bunker de conchavos". É lá que o anfitrião ouve reclamações de aliados por mais espaço no governo.
No dia em que Antonio Palocci (ex-Casa Civil) caiu, no início do mês, os mais fortes líderes do PMDB foram chamados à residência oficial de Michel Temer para avaliar o Dia D da crise política.
Antes de reclamar do governo, congressistas protestaram contra o vinho tinto servido em taça de vidro espesso. No menu, risoto de limão, filé mignon e tempero picante nas confabulações.
O hábito de reuniões políticas regulares fora dos endereços oficiais do poder vem de anos. Os encontros apenas mudaram de endereço após a eleição da presidente Dilma Rousseff.
A lista de frequentadores conta com os senadores José Sarney (AP) e Renan Calheiros (AL) e os deputados Eduardo Cunha (RJ) e Henrique Eduardo Alves (RN).
Também são assíduos os ministros Edison Lobão (Minas e Energia) e Moreira Franco (Assuntos Estratégicos).

Vice-presidente sai fortalecido da crise e terá de ser ouvido
O vice-presidente Michel Temer saiu fortalecido da crise que culminou com a mudança do comando político do governo Dilma. Ele terá de ser mais ouvido e, sobretudo, emendas e indicações do PMDB precisarão ser atendidas com mais presteza.
Temer é um dos políticos brasileiros mais experientes, não apenas por ter ocupado a presidência da Câmara três vezes, mas principalmente por ser um especialista no atendimento das demandas parlamentares miúdas: verbas de gabinete, emendas com indicações de obras que atendam ao eleitorado e nomeações para cargos.
As designações pomposas de "relações institucionais" e "negociação política" encobrem, na verdade, essa pequena política.
Trata-se de um fortalecimento relativo. Temer não assumirá funções significativas de gestão, embora tenha bastante conhecimento, por exemplo, de segurança pública, pois foi secretário de Estado nessa área por duas vezes em São Paulo (governos Montoro e Fleury).
Historicamente, os vice-presidentes brasileiros viveram duas situações opostas: ou tiveram uma passagem inexpressiva pelo cargo ou enfrentaram situações dramáticas que os lançaram inesperadamente na Presidência da República.

Leia no Congresso em Foco: Troca de ministros indica mais poder para PMDB

Alckmin diz ser contra criação de CPI sobre novo partido de Kassab
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse ontem que é contra a abertura de uma CPI na Câmara Municipal de São Paulo que investigue o uso da máquina pública municipal para ajudar a criar o PSD, sigla liderada pelo prefeito Gilberto Kassab.
Durante o lançamento de uma campanha de vacinação contra a poliomielite, Alckmin afirmou que respeitará a decisão da Câmara sobre instalar ou não a comissão, mas que "não faria nenhuma CPI por causa disso, não".
Ao acudir Kassab, também presente no evento, o governador ressaltou que o responsável pelo "episódio ocorrido em uma subprefeitura" paulistana já foi exonerado do cargo.
Referia-se a Roberto Rodrigues, assessor da Subprefeitura da Freguesia do Ó. Na semana passada, ele recebeu um repórter da Folha no gabinete do subprefeito Valdir Suzano e lhe entregou uma ficha de apoio ao PSD.

Aécio Neves cai de cavalo e sofre fraturas em sítio no interior de MG
O senador e ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves (PSDB-MG) sofreu um acidente enquanto cavalgava nas proximidades da fazenda de sua família em Cláudio, no interior de Minas.
O cavalo tombou, levando o tucano ao chão. Aécio quebrou a clavícula direita, além de cinco costelas do lado direito do corpo.
Segundo a assessoria do mineiro, o acidente ocorreu no fim da tarde de anteontem, quando ele praticava montaria com um primo e um amigo.
Após a queda, Aécio foi levado a um hospital de Belo Horizonte, a cerca de 130 km do local do acidente, onde ficou internado até a noite de ontem e de onde foi levado para descansar em casa.
O senador está com parte do corpo imobilizada, mas deixou o hospital caminhando.

Centralizar câmbio é a solução, diz Belluzzo
Centralizar o câmbio. Essa seria, na opinião do economista Luiz Gonzaga Belluzzo, a melhor forma de enfrentar o problema dos custos do tsunami de dólares, que gera valorização do real e que abala a indústria brasileira.
A solução, que significa concentrar no Banco Central todas as operações de câmbio, é de difícil implantação e provocaria "desmaios no mercado financeiro", diz.
O governo não tem força política para adotar medida tão drástica, constata o ex-integrante do governo Sarney e consultor informal de Lula.
Aos 68 anos, Belluzzo está envolvido com a finalização de seu novo livro, que mescla uma releitura de Karl Marx com um diagnóstico da crise atual do capitalismo. Nesta entrevista, o ex-professor da presidente Dilma Rousseff fala da crise internacional e diz que os Estados foram capturados pelas finanças.
Ex-presidente do Palmeiras, ele pede controle nas obras da Copa. "Se não, vai ser uma farra", diz.

Carro roubado vira pechincha em feirão na Bolívia
Produtos de roubo ou de golpes em seguradoras e moeda de troca preferencial do tráfico de drogas, os carros brasileiros fazem parte do cenário das pequenas e empobrecidas cidades bolivianas da fronteira com o Brasil.
Na região de Corumbá (MS), pontos clandestinos de venda estão por toda parte.
Em descampados à beira de rodovias ou em terrenos baldios nas cidades, carros de diferentes marcas, modelos e estado de conservação são expostos como numa feira a céu aberto. A maioria fabricada no Brasil.
Na localidade boliviana de Puerto Suarez, a menos de 20 km da fronteira, a Folha viu um Fiat Palio 2011, cujo modelo mais simples custa cerca de R$ 27 mil (segundo a tabela Fipe), sendo vendido a US$ 3.500 (cerca de R$ 5.600).
Uma Saveiro Cross 1.6 ano 2011 da Volkswagem, avaliada em R$ 39 mil, sai por US$ 8.500 (R$ 13,6 mil). E um Fiat Uno 2005 pode ser comprado por US$ 2.050 (R$ 3.200). No Brasil, custa R$ 15 mil.

FHC, 80, se reinventa como provocador cordial
Fernando Henrique Cardoso entra na sala de seu apartamento, no bairro paulistano de Higienópolis, cinco minutos depois do horário combinado. Gentil e suave, pede desculpas e explica que estava se despedindo do filho, que havia dormido lá.
Desde que Ruth Cardoso morreu, em 24 de junho de 2008, há três anos, FHC mora sozinho. Não mudou nada no lugar. Os filhos do casal (Luciana e Beatriz, além de Paulo Henrique) o visitam com frequência, vez ou outra dormem lá.
Fazia sol e frio na última terça pela manhã, quando ex-presidente recebeu a Folha para duas horas de conversa. Vestia suéter marrom-claro e calça de lã cinza. Carregava dois celulares, que deixou a seu lado, numa mesinha. Quando ambos tocaram, ao longo da entrevista, ele desligou sem atender.
Logo de saída, disse que nunca deu bola para o próprio aniversário, mas que achou muito simpático o jantar na sexta-feira anterior, na Sala São Paulo, quando 400 convidados -entre políticos, empresários, banqueiros, ex-ministros, intelectuais, jornalistas e amigos- comemoraram os seus 80 anos. Comemoração antecipada -FHC é de 18 de junho de 1931, desde ontem um jovem octogenário.
O ex-presidente comentou que só não aproveitou inteiramente a homenagem porque está com diverticulite -uma inflamação no intestino. Não pode beber álcool e tem restrições alimentares. Foi medicado, tudo sob controle, diz, lembrando que foi essa a doença que desencadeou a morte de Tancredo Neves, em 1985. (Tancredo, na verdade, tinha um tumor benigno e morreu de septicemia -infecção generalizada- depois de ser operado, conforme a Folha revelou na época.)

Justiça despeja ‘brasiguaios’ de áreas rurais
Produtores rurais brasileiros que vivem no Paraguai há cerca de 30 anos estão recebendo ordens de despejo do Poder Judiciário local.
Ao menos cinco, instalados no departamento de Alto Paraná (fronteira com o Paraná), já foram acionados para deixar suas terras.
Quatro deles obtiveram medidas judiciais para evitar a desapropriação. Outro teve parte da terra desapropriada.
As ordens de despejo se baseiam em títulos de propriedade duplicados, criados a partir dos anos 1990 dentro dos órgãos responsáveis por controlar o registro de terras no país vizinho.
Segundo os brasiguaios ""brasileiros ou descendentes residentes no Paraguai"", por trás das decisões há uma "máfia", que envolve funcionários públicos, políticos e integrantes do Judiciário.

Namorada de filho de Cabral some em acidente aéreo
A namorada de um filho do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), está entre as três pessoas desaparecidas após a queda de um helicóptero na Bahia. Quatro pessoas morreram.
Segundo a Capitania dos Portos, havia chuva e neblina no momento da queda. O filho de Cabral tomou outro vôo porque o helicóptero estava lotado.


CORREIO BRAZILIENSE

Mapa do aluguel em Brasília mostra variação de 14.200%
Levantamento exclusivo do Correio, com base em imóveis anunciados no mercado, aponta preços díspares não só entre as cidades do Distrito Federal, mas também nas mesmas localidades. Em Taguatinga, por exemplo, o valor para um apartamento de três quartos começa em R$ 850 e pode passar dos R$ 1.500. No Sudoeste, o abismo é ainda maior: de R$ 2.300 a R$ 8 mil. O aumento médio do preço, no entanto, segue entre os menores do país, bem abaixo da inflação: 2,46% nos últimos 12 meses.

Governo conta os dias para o recesso
Temas polêmicos como os royalties do petróleo e o piso para os militares devem ficar para depois das férias dos parlamentares. Com isso, o Planalto espera ganhar tempo para arrumar a casa e reagrupar aliados.

Sim, o PMDB é prioritário
Presidente do PT reforça o mantra de que a aliança entre os dois partidos é essencial e deve se repetir em 2012. Para ele, a disputa por cargos e poder dentro da base faz parte do jogo
No meio da briga acirrada entre PT e PMDB pelos cargos no segundo escalão do governo federal, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, reafirmou, em entrevista ao Correio, que os peemedebistas devem ser os "parceiros prioritários" nas eleições municipais de 2012. Para Falcão, é natural que os partidos disputem espaço no governo federal por serem as duas maiores legendas de apoio à presidente Dilma Rousseff. Mas ele acredita que ambos não abrirão mão do princípio fundamental da aliança: "O importante é que a gente não perca a dimensão de um projeto maior, que é o governo da presidente Dilma".
Falcão está com uma agenda repleta de viagens para construir as alianças municipais. Ele nega que a legenda tenha saído "chamuscada" após a crise que culminou na queda dos ex-ministros Antonio Palocci e Luiz Sérgio. E ressaltou que reconhecer o papel de Fernando Henrique Cardoso no processo de estabilização econômica do país não significa exaltação ao modelo de administração tucano.

Segredos de Estado no cofre
Todo país guarda segredos. Nem todos, porém, para sempre. Durante a semana, a presidente Dilma Rousseff enfrentou duras críticas pelo recuo na proposta da Lei de Acesso à Informação, em tramitação no Senado, muitas provenientes de seu próprio partido, o PT. A isso somaram-se queixas de ativistas políticos por conta de outro tema que lhes é caro: a lei que anistia os crimes comuns praticados por agentes do Estado durante a Ditadura Militar (leia texto abaixo). A Advocacia -Geral da União (AGU) endossou a decisão do Supremo Tribunal Federal de manter o caso fechado. O conteúdo do parecer da AGU foi revelado pelo Correio em primeira mão, antes de o STF ser comunicado.
No caso dos documentos secretos, a presidente cedeu à pressão dos senadores José Sarney (PMDB-AP) e Fernando Collor (PTB-AL), ex-presidentes da República. Ambos querem manter a possibilidade de sigilo eterno em documentos públicos. Argumentam que a divulgação de definição de fronteiras, especialmente na compra do Acre, poderia causar prejuízos nas relações internacionais do Brasil. O argumento é rechaçado por juristas e parlamentares.

Acredite, subimos de classe social
Os benefícios da estabilidade econômica não favoreceram apenas as camadas mais pobres da sociedade. Em apenas 14 anos, 73% das famílias brasileiras tiveram ascensão econômica.

Fonte: Congressoemfoco

Sustentabilidade e cuidado: um caminho a seguir

"Qual, enfim, é nosso lugar na Terra e qual é a nossa missão? Não seria a de sermos os guardiães e e os cuidadores dessa herança sagrada que o Universo e Deus nos entregou que é este Planeta?"


Há muitos anos, venho trabalhando sobre a crise de civilização que se abateu perigosamente sobre a humanidade. Não me contentei com a análise estrutural de suas causas, mas, através de inúmeros escritos, tratei de trabalhar positivamente as saidas possíveis em termos de valores e princípios que confiram real sustentatibilidade ao mundo que deverá vir. Ajudou-me muito minha paricipação na elaboração da Carta da Terra, a meu ver, um dos documentos mais inspiradores para a presente crise. Esta afirma:”o destino comum nos conclama a buscar um novo começo. Isto requer uma mudança na mente e no coração. Requer um novo sentido de interdependência global e de responsabilidade universal”.

Dois valores, entre outros, considero axiais, para esse novo começo: a sustentabilidade e o cuidado.

A sustentabilidade, já abordada no artigo anterior, significa o uso racional dos recursos escassos da Terra, sem prejudicar o capital natural, mantido em condições de sua reprodução, em vista ainda ao atendimento das necessidades das gerações futuras que também têm direito a um planeta habitável.

Trata-se de uma diligência que envolve um tipo de economia respeitadora dos limites de cada ecossistema e da própria Terra, de uma sociedade que busca a equidade e a justiça social mundial e de um meio ambiente suficientemente preservado para atender às demandas humanas.

Como se pode inferir, a sustentabilidadae alcança a sociedade, a política, a cultura, a arte, a natureza, o planeta e a vida de cada pessoa. Fundamentalmente, importa garantir as condições físico-químicas e ecológicas que sustentam a produção e a reprodução da vida e da civilização. O que, na verdade, estamos constatando, com clareza crescente, é que o nosso estilo de vida, hoje mundializado, não possui suficiente sustentabildade. É demasiado hostil à vida e deixa de fora grande parte da humanidade. Reina uma perversa injustiça social mundial com suas terríveis sequelas, fato geralmente esquecido quando se aborda o tema do aquecimento global.

A outra categoria, tão importante quanto a da sustentabilidade, é o cuidado, sobre o qual temos escrito vários estudos. O cuidado representa uma relação amorosa, respeitosa e não agressiva para com a realidade e, por isso, não destrutiva. Ela pressupõe que os seres humanos são parte da natureza e membros da comunidade biótica e cósmica com a responsabilidade de protegê-la, regenerá-la e cuidá-la. Mais que uma técnica, o cuidado é uma arte, um paradigma novo de relacionamento para com a natureza, para com a Terra e para com os humanos.

Se a sustentabilidade representa o lado mais objetivo, ambiental, econômico e social da gestão dos bens naturais e de sua distribuição, o cuidado denota mais seu lado subjetivo: as atitudes, os valores éticos e espirituais que acompanham todo esse processo sem os quais a própria sustentabilidade não acontece ou não se garante a médio e longo prazo.

Sustentabilidade e cuidado devem ser assumidos conjuntamente para impedir que a crise se transforme em tragédia e para conferir eficácia às praticas que visam a fundar um novo paradigma de convivência ser-humano-vida-Terra. A crise atual, com as severas ameaças que globalmente pesam sobre todos, coloca uma impostergável indagação filosófica: que tipo de seres somos, ora capazes de depredar a natureza e de por em risco a própria sobrevivência como espécie e ora de cuidar e de responsabilizar-nos pelo futuro comum? Qual, enfim, é nosso lugar na Terra e qual é a nossa missão? Não seria a de sermos os guardiães e e os cuidadores dessa herança sagrada que o Universo e Deus nos entregou que é este Planeta, vivo, que se autoregula, de cujo útero todos nós nascemos?

É aqui que, novamente, se recorre ao cuidado como uma possível definição operativa e essencial do ser humano. Ele inclui um certo modo de estar-no-mundo-com-os-outros e uma determinada práxis, preservadora da natureza. Não sem razão, uma tradição filosófica que nos vem da antiguidade e que culmina em Heidegger e em Winnicott define a natureza do ser humano como um ser de cuidado. Sem o cuidado essencial, ele não estaria aqui, nem o mundo que o rodeia. Sustentabilidade e cuidado, juntos, nos mostram um caminho a seguir.

Leia também:

Sustentabilidade: substantivo ou adjetivo?

* Doutor em Teologia e Filosofia pela Universidade de Munique, nasceu em 1938. Foi um dos formuladores da “teologia da libertação”. Autor do livro Igreja: carisma e poder, de 1984, que sofreu um processo judicial no ex-Santo Oficio, em Roma, sob o cardeal Ratzinger. Participou da redação da Carta da Terra e é autor de mais de 80 livros nas várias áreas das ciências humanísticas.

Outros textos do colunista Leonardo Boff*

Fonte: Congressoemfoco

Governo ameaça acabar com aposentadoria integral dos servidores

“O Executivo cede a pressões do mercado financeiro e faz ‘terrorismo’ com os atuais servidores federais para aprovar a previdência complementar de natureza privada”

Lucieni Pereira da Silva*

O Jornal Valor Econômico de 13 de junho de 2011 noticia que o “governo federal deve propor o fim da garantia do benefício previdenciário integral para 1,1 milhão de servidores federais na ativa, caso o Congresso não aprove a reforma na previdência do funcionalismo federal”.

Ainda segundo a notícia, a “advertência tem origem na pressão financeira que a aposentadoria de 550 mil funcionários nos próximos cinco anos provocará no caixa da União, ampliando o já elevado déficit anual de R$ 52 bilhões no regime de previdência do funcionalismo”.

O debate feito pelo Governo não é transparente. O Governo Federal e os técnicos do setor não revelam, por exemplo, que 38% do deficit apurado em 2010 decorrem do pagamento de reformas e pensões dos servidores militares federais da ordem de R$ 20 bilhões, os quais permanecerão sem contribuir para a aposentadoria.

Cerca de 5,5% do déficit de R$ 52,7 bilhões se referem ao pagamento de benefícios dos servidores das áreas de segurança pública, saúde e educação do Distrito Federal custeados diretamente pela União por meio do Fundo Constitucional (FCDF), cujo rombo foi de R$ 2,9 bilhões e tende a crescer se nada for feito para reverter as contribuições previdenciárias para o referido fundo federal.

Não é revelado, por exemplo, que a soma das despesas com aposentadorias e pensões do Legislativo federal, Judiciário da União, Ministério Público e Tribunal de Contas da União, com unidades em todo o Brasil, representa apenas 2,85% do déficit da União apurado em 2010. Esse resultado comprova a sustentabilidade do regime próprio quando analisado no contexto de setores que historicamente contrataram servidores pelo regime estatutário.

Também não se fala que boa parte do déficit da aposentadoria de servidores públicos civis do Poder Executivo federal, da ordem de R$ 28,4 bilhões, deve-se ao fato de o regime geral de previdência social (INSS) não fazer a devida compensação financeira ao regime próprio de previdência dos servidores públicos civis, embora haja determinação constitucional para tanto.

Atualmente, o desequilíbrio entre o pagamento de benefícios previdenciários e as contribuições recolhidas ao regime próprio é resultado do crescimento das aposentadorias de cerca de 650 mil servidores celetistas que foram incorporados ao regime jurídico único federal em 1988 e, por força constitucional, têm direito a receber proventos integrais. Esse desequilíbrio ocorre porque, antes de 1988, uma parcela expressiva das contribuições previdenciárias foi recolhida ao INSS, que descumpre a legislação e não compensa o regime próprio da União.

A previdência complementar, entretanto, não alterará esse cenário, pois o resultado previdenciário tem causas históricas, associado ao descumprimento da legislação por parte do governo federal durante todo esse período, mesmo após as emendas 20, de 1998, e 41, de 2003.

O governo, porém, não percebe que pode dar um “tiro no próprio pé”. Além de fragilizar as carreiras do setor público, que deixarão de ser atraentes para os melhores profissionais do mercado, o projeto de previdência complementar trará impactos econômico-fiscais que não estão sendo considerados pelo ministro da Previdência Social, que faz intensa campanha no Congresso Nacional pela aprovação do Projeto de Lei nº 1992, de 2007.

A decisão política de adotar o regime de capitalização (poupança no mercado de capitais) das contribuições previdenciárias dos novos servidores e membros de Poder acarretará duas graves consequências, que afetarão diretamente o bolso do contribuinte.

De imediato, haverá necessidade de aumentar, ainda mais, a carga tributária brasileira, de forma a custear as aposentadorias e pensões que deixarão de ser pagas com as contribuições previdenciárias, as quais passarão a ser destinadas à formação de reservas financeiras no mercado de capitais, beneficiando apenas os bancos privados, que certamente fazem lobby pela aprovação do projeto em tramitação.

A segunda consequência, não menos pior, será o aumento considerável da despesa líquida com pessoal, em especial dos tribunais do Poder Judiciário da União, das Casas Legislativas, do Tribunal de Contas e Ministério Público da União, cujas despesas, no modelo atual, são quase que integralmente pagas com os recursos das contribuições previdenciárias (do servidor e patronal da União).

Isso aumenta, consideravelmente, o risco de descumprimento dos limites de pessoal fixados pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Se algum poder ou órgão autônomo federal descumprir o limite de pessoal, a União fica proibida de realizar operações de crédito por vedação expressa na LRF, comprometendo a captação de recursos realizada pelo Tesouro Nacional e algumas operações do Banco Central.

Além disso, ficam proibidas, por vedação também expressa na LRF, contratações de novos servidores, inclusive para reposição de aposentadorias e falecimentos, aprovação de planos de carreira e concessão de quaisquer outros benefícios considerados no conceito de despesa com pessoal.
O Sindilegis luta pela democracia.

*Auditora federal de controle externo, segunda vice-presidente do Sindilegis

Fonte: Congressoemfoco

A aleluia do Supremo

Sebastião Nery

Simpático, elegante, boa conversa, boa gente, ele vivia nos bares, restaurantes, festas, nas chamadas “boas rodas” da sociedade paulista. Um dia, para surpresa dos amigos, cansou, sumiu, desapareceu.

Apareceu agricultor em Valinhos, a 60 quilômetros de São Paulo. Tinha arranjado seis alqueires de terra, conseguiu financiamento agrícola no Banco do Brasil, plantou tudo que dava na região, uma beleza.

De repente, chega a notícia: estava preso a sete chaves numa delegacia de São Paulo. Ninguém sabia.

***
ZÉ DO PÉ

Zé Paulo Freire,o Zé do Pé, irmão dos amigos 24 horas por dia, foi lá:

- O que é que aconteceu?

- A roça. Minha roça. Fui plantando, nos seis alqueires, tudo que dava por lá. Um dia, plantei outra coisa e dei azar.

- Que outra coisa?

- Maconha. E foi um alqueirezinho só.

- E como é que descobriram?

- O diabo dos passarinhos. Os passarinhos comiam as sementinhas e começaram a voar de dorso, de costas, tudo maluquinho, num barato. A vizinha nunca tinha visto passarinho voar de costas, chamou a policia. A polícia apareceu logo. E me levou. Me trouxe para cá.

José Paulo Freire arranjou um generoso e solidário advogado paulista que o soltou. Zé do Pé achava que a “esquadrilha da fumaça” melhorou ali.

***
PELUSO

Sábado de Aleluia em muitas cidades do pais, sobretudo onde há longas praias, orlas e calçadões, como aqui no Rio de Janeiro.

O Supremo Tribunal, em decisão unânime e histórica, afirmou que as chamadas “Marchas da Maconha” são legais, pois não se pode proibir a realização de protestos ou caminhadas em prol da descriminalização do uso de drogas. O Estado não pode proibir a livre manifestação dos cidadãos:

- “A manifestação é um direito e não apologia ao crime”.

1. – O presidente do STF, ministro Cezar Peluso, disse no seu voto :

- “O governo não pode proibir expressões verbais ou não verbais apenas porque a sociedade as repute desagradáveis, ofensivas e contrárias ou incompatíveis com o pensamento dominante.”

***
TODOS

2. – O relator, ministro Celso de Mello : – “Nada se revela mais nocivo e perigoso que a pretensão do Estado de proibir a livre manifestação O pensamento deve ser livre, sempre livre, permanentemente livre”.

3 – Ministro Marco Aurélio Mello: “Liberdade de expressão não é apenas o direito de falar aquilo que as pessoas querem ouvir. A liberdade existe para proteger manifestações que incomodam agentes públicos e privados, capazes de mudar opiniões.”

4 – Ministro Ayres de Britto : “Nenhuma lei pode se blindar contra a discussão de seu conteúdo, nem a Constituição está livre de questionamento. É lícito discutir qualquer tema. Tudo é franqueado ao ser humano no uso de sua liberdade de pensamento.”

5 – Ministra Ellen Gracie: “Sinto-me aliviada de que a minha liberdade de pensamento esteja garantida”.

***
MARINOR

A decisão do Supremo, lúcida e oportuna, chega a tempo, na hora em que o Conselho de Ética da Camara, numa patuscada, só para fazer charme com partidecos histéricos e ONGs vadias, acusa de “falta de decoro” e propõe punições ao deputado Jair Bolsonaro, do Rio, por “ofensas à senadora Marinor Brito, do Pará, e declarações homofóbicas”.

É a historia de gol de mão ou em impedimento. Depois que se inventou a filmagem, a gravação, não adianta conversa fiada.É rever o fato.

O deputado estava distribuindo nos corredores do Congresso um folhetim contra uma cartilha do Ministério da Educação sobre “homossexualismo e pluralidade sexual”, que a senadora defendia como “ensino nas escolas” e ele acusava de ser “defesa do homossexualismo nas escolas”.

***
BOLSONARO

A TV mostrou tudo na hora : em determinado instante, ela avançou sobre o deputado, empurrou-o, deu-lhe um tapinha na mão, tomou o boletim, chamando-o de “homofóbico”. Ele respondeu que ela era “heterofóbica”.

Longe de chegarem aos tapas. Tudo conforme o Supremo defendeu como “liberdade de expressão”, que é sagrada. Não é por achar que a cartilha da Marinor está certa e o boletim do Bolsonaro errado, que vou querer cassá-lo. Para mim, muito mais grave é ele continuar defendendo o golpe de 64.

Estão querendo repetir a velha piada do francês, de volta de Londres:

- Na primeira vez em que fui lá, o homossexualismo era proibido. Na segunda, já era tolerado. Não volto lá, com medo de agora virar obrigatório.

Fonte: Tribuna da Imprensa

Amazônia à venda

Carlos Chagas

Nem tudo está perdido. Esta semana, o Senado parou. Parou e tremeu com a denuncia feita pelo senador Arthur Virgílio, a respeito da amazônica brecha aberta pela Lei de Concessão de Florestas Públicas, aprovada recentemente. Para o líder do PSDB, é inadmissível que um milionário sueco-americano se tenha vangloriado de haver adquirido, na Amazônia, área igual à da Grande Londres, da qual, através de parcerias com grandes grupos internacionais privados, anunciou que buscará tirar proveito comercial, explorando e vendendo tudo o que existe em seus limites, da madeira à biodiversidade e ao subsolo.

O indigitado personagem da denúncia chegou a declarar à imprensa dispor de força política para mudar o protocolo de Kioto, assinado pelas principais nações do planeta, em defesa do meio ambiente. Seria uma espécie de “liberou geral” na Amazônia.

Arthur Virgílio cobrou providências do governo federal e do governador do Amazonas, para quem, conforme acentuou, tratou-se da aplicação da lei entre dois entes privados, não cabendo intervenção do poder público.

É preciso descer à raiz do problema. Essa lei celerada foi proposta ao Congresso pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, que até antes de sua aprovação pelo Congresso fez propaganda dela na Europa, convidando empresários e governos a adquirirem parcelas da floresta amazônica. Veio o governo Lula e imaginou-se a retirada do projeto, por bater de frente com a pregação do candidato, retoricamente nacionalista e cultor da soberania nacional. Ledo engano. O Lula seguiu na mesma linha e fez aprovar a lei, que sancionou sob os aplausos da ministra Marina Silva, do Meio Ambiente e do PT.

Pelo texto, qualquer cidadão ou empresa nacional ou estrangeira fica autorizado a comprar a floresta por um período de 40 anos, renováveis por mais 40, para extrair madeira e apropriar-se da biodiversidade, patenteando milhares de recursos vegetais ainda desconhecidos da ciência, assim como explorar o subsolo. �

O resultado é que a Amazônia vem sendo vendida. Dilapidada. O próprio sueco-americano, referindo-se aos milhões que pagou pelo seu pedaço, vangloriou-se de que a Amazônia inteira pode ser comprada por 50 bilhões de dólares. Foi o que recomendou aos bancos internacionais.

Na sessão onde a denúncia de Virgílio foi feita, seguiram-se dezenas de apartes, todos na condenação da iminência da perda total da propriedade do nosso território. Trata-se da internacionalização da região, há tantas décadas e até há séculos cobiçada pelas nações ricas, sob o pretexto de que a Amazônia pertence à Humanidade e os brasileiros não tem capacidade para cuidar dela. O crime praticado é de lesa-pátria, pelo qual deveriam responder os presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio da Silva. Eles e o Congresso, que aprovou o projeto.�

Nas terras adquiridas de acordo com essa lei, fica o poder público impedido de atuar, abrindo-se outra alternativa, no caso para os que pretendem manter intocada a mais rica reserva natural do mundo. Depois de receberem a concessão, poderão mandar os amazônidas embora de suas glebas, proibindo qualquer projeto nacional de desenvolvimento.

Conforme o senador Gilberto Mestrinho, a internacionalização da Amazônia só não aconteceu até hoje graças ao Exército, às Forças Armadas. Para ele, a visão colonizadora dos países ricos permanece a mesma, só que agora estimulada pelo próprio governo brasileiro.�

O grave nessa história é a acomodação da maior parte da mídia, há muito aberta para falsas denúncias de que o Brasil queima a floresta, acabando com o pulmão do mundo. Não é verdade. O oxigênio exarado de dia é substituído pelo gás carbônico, à noite.

Não dá para entender como a ministra Marina Silva se tenha deixado enredar pelas falácias dos neoliberais defensores da lei de concessões, ela que sempre formou na primeira linha de defesa do patrimônio amazônico. Estará iludida pela versão de que os estrangeiros, tão bonzinhos, vão comprando a floresta para mantê-la intocada, respeitando até a biodiversidade. Pelo jeito, nunca ouviu falar daquele laboratório japonês que contrabandeou espécimes da flora medicinal da região e, lá de Tóquio, patenteou remédios que hoje compramos deles. Trata-se de um sinal dos tempos, até irônico, porque essa mais nova denúncia acaba de ser feita por um tucano. O senador Arthur Virgílio é o líder do PSDB.

(Republicado a pedidos com o propósito de sentirmos como Arthur Virgílio faz falta no Senado)

Fonte: Tribuna da Imprensa

Igreja Universal continua destinando recursos dos fiéis para manter a TV Record, valendo-se de brechas na legislação tributária que jamais são bloqueadas.

Carlos Newton

O Brasil ainda tem de caminhar muito até ser considerado democrático, civilizado e transparente. Veja-se o caso da hoje poderosa TV Record. Começou com uma pequena rede de emissoras, praticamente falidas, com uma programação desprezível e sem audiência. O dinheiro para comprá-la foi inteiramente doado pela Igreja Universal do Reino de Deus, todos sabem, isso é público e notório.

Foi até aberto um processo judicial questionando esse relacionamento espúrio entre religião e comunicação, via concessão federal, e o resultado foi espantoso: o Superior Tribunal de Justiça declarou que foi legal, lícita e legítima a compra da rede de televisão, embora tenha sido feita com dinheiros dos fiéis, para beneficiar o líder, bispo Edir Macedo, que é o dono das emissoras, com parcerias de parentes e amigos, como o também bispo Marcelo Crivella.

Como se sabe, as igrejas de qualquer culto têm imunidade tributária garantida pela Constituição Federal. O artigo 150 proíbe aos estados, municípios e governo federal a instituição de impostos sobre “templos de qualquer custo”. De acordo com o parágrafo 4º desse artigo, essa imunidade alcança o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as finalidades essenciais dos templos.

Esse benefício foi instituído para assegurar a liberdade de crença e o livre exercício de cultos religiosos, mas acabou sendo utilizado para fazer a fortuna de exploradores da fé, sem que as autoridades movessem uma palha para impedir essa contrafação. Aí passou a valer tudo.

Recente reportagem da Folha de S. Paulo revela que a Igreja Universal do Reino de Deus continua mantendo a Record e injetou R$ 482 milhões na TV apenas no ano passado. O valor representa 25% do faturamento da emissora e se refere ao aluguel pela Igreja Universal — uma das maiores seitas pentecostais do Brasil com cerca de 2 mil templos no país e no exterior — de seis horas diárias da programação da Record.

De acordo com a reportagem, os valores injetados na Record pela igreja do bispo Edir Macedo foram detectados por meio de um cruzamento de dados feito a partir do balanço anual da Record e de informações fornecidas pelo mercado publicitário. Nesse balanço, publicado no Diário Oficial Empresarial, em 31 de maio, a Record informa em uma das notas técnicas que conta com parcerias fixas e clientes que lhe fornecem uma receita mensal fixa, sem identificar quem são esses clientes e qual o valor desses contratos. Tudo muito nebuloso.

***
PROJETO TENTA CRIAR CRITÉRIOS

Na tentativa de regulamentar a imunidade tributária dos templos religiosos, foi apresentado na Câmara um projeto de lei, de autoria do deputado Audifax Barcelos (PSB-ES), que exerce seu primeiro mandato.

O parlamentar quer o estabelecimento de critérios para que as igrejas tenham isenção de impostos. Entre as propostas está a proibição da distribuição de qualquer parcela de seu patrimônio ou renda, assim como a manutenção da escrituração de suas receitas e despesas em livros “revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão ou meios digitais que atendam ao disposto na legislação pertinente”.

A justificativa do deputado, que é integrante da Frente Parlamentar Evangélica, é que a imunidade vem sendo alvo de polêmicas em torno de sua abrangência, o que torna conveniente a edição de norma sobre a matéria. “Constata-se também que tem sido observada a ocorrência de simulações, onde pessoas não religiosas tentam ocultar a ocorrência de fatos geradores de obrigações tributárias, mediante a utilização indevida de aparato religioso, visando a confundir a autoridade fiscal”, afirma o parlamentar, que é economista, na justificativa apresentada para o seu projeto.

Seria uma excelente oportunidade para estabelecer limites e moralizar a questão. Basta que outros deputados emendem o projeto e nele incluam obrigatoriedades que não possa ser burladas por pastores, seitas e igrejas. Mas quem se interessa?

Para o presidente da Associação Brasileira de Advocacia Tributária (ABAT), Halley Henares Neto, as discussões sobre os limites da imunidade para os cultos religiosos realmente poderiam aprimorat o sistema de tributação. Mas sugere que as mudanças devem levar em conta as características da sociedade brasileira e os benefícios que as instituições imunes representam.

“Por representar um bem significativo para as pessoas, os impostos sobre renda e patrimônio religioso não são arrecadados. Por outro lado, com exceção do direito à vida, não existem direitos absolutos e as regras podem ser ponderadas e relativizadas, sem esvaziar ou impedir as atividades já aceitas pela sociedade”, pondera, sem entrar no verdadeiro mérito da questão, que é o uso indevido de recursos das igrejas para sustentar impérios de comunicação. Mas quem se interessa?

Fonte: Tribuna da Imprensa

BUFFONATA OU PASTELÃO?

OU PASTELÃO?

Despacho da France Presse informa que a Itália invocou um acordo bilateral de 57 anos atrás para pedir às autoridades brasileiras a ativação de uma Comissão de Conciliação para avaliar o Caso Battisti.

Se, depois de muito papo furado, o Brasil não resolver desautorizar o que dois de seus Poderes decidiram, só restará à Itália recorrer ao Tribunal Internacional de Justiça, em Haia, com 0% de chance de sucesso.

Ou seja, parafraseando aquela afirmação atribuída a De Gaulle, a Itália não é um país sério: faz muita espuma para fingir que uma derrota consumada ainda pode ser revertida.

Para quê? Para ganhar tempo. Com Silvio Berlusconi ameaçado de perder o cargo, é preferível enrolarem, fingindo que o jogo continuará depois do apito final do árbitro. Totó explica.

O nosso bom Carlos Lungarzo perdeu tempo para pesquisar o assunto e escrever mais um de seus artigos incontestáveis, Caso Battisti: a arena internacional.

Louve-se seu esforço, mas nem era para tanto...

Fonte: Náufrago da Utopia

ISTOÉ Independente - Comportamento

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Poder entre flores e tratores


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Planalto


Com Gleisi e Ideli, núcleo central do governo Dilma ficou mais feminino, mas nem por isso mais dócil

Publicado em 19/06/2011 | André Gonçalves, correspondente

Brasília - Há pelo menos duas mudanças de perfil na gestão Dilma Rous­­seff após a crise que levou à queda de Antonio Palocci. Com Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Ideli Salvati (Relações Institu­­cionais), o núcleo central de poder ficou mais feminino. Mas nem por isso mais suave – “trator” tem sido a palavra preferida para definir as novas responsáveis pela orientação técnica e política do governo.

Essa ambiguidade carrega em si a primeira dose de preconceito contra a ascensão das mulheres no Palácio do Pla­­nalto. “Os caciques tradicionais até aceitam a participação das mulheres na política, desde que elas reproduzam um padrão de docilidade. Aquelas que não vão por esse caminho logo recebem o rótulo de trator”, diz a consultora do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea), Ana Cláudia Pereira.

Paranaenses têm destaque no segundo escalão do governo

Passam pelo comando de mulheres paranaenses três dos desafios sociais mais complexos do governo Dilma Rousseff. As secretárias nacionais Denise Colin (Assis­­tência Social), Paulina Duarte (Políticas sobre Drogas) e Lygia Pupatto (Inclusão Digital) estão na linha de frente do combate à pobreza extrema, ao consumo de crack e à falta de acesso à informática. Todas seguem a linha técnica da presidente e refletem o aumento da participação feminina nos escalões secundários da administração federal.

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Com a primeira reformulação no Ministério, Dilma está cercada por mulheres com características e origens semelhantes. Assim como a presidente, o trio petista Ideli, Gleisi e Maria do Rosário (ministra da Secretaria de Direitos Humanos) fez trajetória na esquerda sulista. Ideli perdeu a disputa pelo governo de Santa Catarina no ano passado, enquanto Gleisi e Maria do Rosário ficaram em segundo lugar nas eleições para as prefeituras de Curitiba e Porto Alegre, em 2008.

Promessa

“Todas são aguerridas politicamente e construíram imagens atreladas à capacidade de gestão”, avalia a cientista política da Universidade Federal de São Carlos (SP), Maria do Socorro Braga. Apontadas como o começo de uma verdadeira era Dilma, as mudanças também contemplam uma promessa da presidente na campanha do ano passado. “Ela queria fazer um governo com grande participação feminina, de chegar a até 30% do Ministério com mulheres”, afirmou Gleisi em entrevista exclusiva à Gazeta do Povo no domingo passado.

Disparidade

A meta de participação feminina, contudo, ainda não foi atingida. Atualmente, as mulheres comandam 10 dos 38 ministérios brasileiros (26,3%). Na Espanha, o socialista José Luis Rodríguez Zapatero ganhou as duas últimas eleições para primeiro-ministro com a proposta de um governo com paridade de gênero – a promessa foi plenamente cumprida ao longo dos últimos sete anos.

“A paridade é um sonho que até chegou a ser cogitado durante a campanha da Dilma, mas acho que para os nossos padrões o momento é bem razoável”, diz Maria do Socorro. Os avanços brasileiros refletem uma dicotomia entre as próprias mulheres na sociedade. De acordo com pesquisa feita pela Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT, de 2001 a 2010 oscilou negativamente de 75% para 70% a concordância das mulheres com a seguinte frase: “A política seria bem melhor de tivessem mais mulheres em postos importantes”.

Em compensação, subiu de 59% para 78% no mesmo período a avaliação das mulheres de que elas “estão preparadas para governar”. “Disputar eleições ainda é uma dificuldade enorme para as mulheres, primeiro pela falta de democracia interna dos partidos e depois pelos problemas para conseguir financiamento”, aponta a consultora Ana Cláudia.

O Cfemea tem defendido que a reforma política contemple mudanças para o financiamento público de campanhas e a adoção de listas fechadas com alternância de sexo nas eleições proporcionais. Pela proposta, nas disputas para vereador, deputado estadual e federal, o eleitor passaria a votar no partido e não mais no candidato. A quantidade de votos recebida por cada legenda serviria para a distribuição de vagas a partir de uma lista de nomes preordenada, que obrigatoriamente seria intercalada por um homem e uma mulher.

No ano passado, foram eleitas apenas 45 deputadas federais, o que corresponde a apenas 8,77% do total de 513 vagas em disputa. O número é idêntico ao da eleição de 2006. No Senado, a representação feminina aumentou de 10 para 12 senadoras – de 12,34% para 14,81% do total de 81 cadeiras.

Fonte: Gazeta do Povo

Porto Seguro: Filho e ex-mulher do vocalista do Biquíni Cavadão morrem em acidente aéreo

rês pessoas, entre elas o piloto do helicóptero e a nora do governador do Rio, estão desaparecidas. A mulher encontrada viva na praia, morreu no Hospital Luís Eduardo Magalhães

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PORTO SEGURO - Entre as vítimas da queda de um helicóptero em Porto Seguro, na noite de sexta-feira, estão a ex-mulher e o filho do cantor Bruno Gouveia, vocalista do Biquíni Cavadão.

Segundo a assessoria de imprensa da banda, Gabriel Kfuri Gouveia, de 2 anos, e sua mãe, Fernanda Kfuri, estavam no helicóptero que caiu na região de Trancoso. Luca Kfuri, 3 anos, primo de Gabriel, e a babá das crianças, Norma Batista de

Assunção, 49 anos, também morreram na queda da aeronave.

Continuam desaparecidas: Mariana Noleto, namorada do filho do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, Jordana Kfuri

Cavandish, irmã de Fernanda e mãe de Luca, e pelo piloto Marcelo de Almeida.

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Fonte: http://www.guiademidia.com.br/acessar_jornal.htm?http://www.bahiadiadia.com.br

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Confira as cinco revisões que dão mais grana

Ana Magalhães
do Agora

Mudanças nas regras previdenciárias, altas taxas de inflação no final da década de 80 e erros cometidos pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) podem garantir, ao aposentado, um aumento no valor do benefício. Em alguns casos, o ganho com uma revisão do INSS pode mais que dobrar a aposentadoria.

O segurado que se aposentou, por exemplo, em dezembro de 1990 pode ter direito a um aumento de 114%. Já quem começou a receber o benefício em julho de 1991 pode ganhar 125% e quem se aposentou depois de 1995 e continuou trabalhando pode conquistar, no Judiciário, um reajuste de até 63%.

O Agora fez um levantamento das cinco revisões que garantem os maiores aumentos a aposentados do INSS. A primeira e mais lucrativa do ranking é a revisão do buraco negro, que pode garantir, a quem se aposentou em julho de 1990, um ganho de até 169%.

Leia esta reportagem completa na edição impressa do Agora neste domingo,

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