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terça-feira, setembro 24, 2024

De barriga cheia, Lula é um especialista em reclamar da fome na tribuna da ONU


Charge do JCaesar | VEJA

Charge do JCaesar | VEJA

Vicente Limongi Netto

O monoglota boquirroto que prometeu picanha na mesa dos pobres está desfilando nos Estados Unidos. Sorridente, terno bem talhado, foge da campanha eleitoral, em que as perspectivas de vitórias para o PT são mínimas, tira fotos com autoridades que também passeiam em Nova York e dá entrevistas surradas com clichês vazios.

O carro-chefe que sustenta as incansáveis conversas fiadas de Lula é a mesma: a fome. Bandeira desgastada de autoridades de diversos calibres do mundo todo. Engomados que pregaram na testa “o fim da fome”. Ninguém resolve bulhufas.

NADA MUDOU – A parte menos favorecida do povo continua esfomeada, pegando restos de alimentos nas lixeiras, com crianças pedindo esmola nas esquinas. Tudo como Dantes, no quartel de Abrantes. A fome é que mantém no topo do mundo ambiciosos de todos os tamanhos. Escrevo antes do nosso inefável Lula deitar falação na ONU. Seguramente vai mentir muito, protegido por holofotes. Vai exagerar nos números, escamotear verdades. A exemplo do mito de araque, que o antecedeu no cargo.

Não vejo moral, nem autoridade, em Lula, nem com lupa da Nasa, para criticar a ONU nem chefes de Estado. O mundo sabe que o Brasil arde em chamas e o governo não tem competência para conter as tragédias ambientais.

Nem com o voraz, ordinário e energúmeno Nicolás Maduro, o patético Lula consegue sustentar diálogo edificante e grandioso, que o faça merecedor do cargo que ocupa. O patife Maduro mandou Lula calar a boca e tomar chá de camomila. A ida aos Estados Unidos é, portanto, mais uma viagem cara e inútil do fanfarrão Lula. Os brasileiros estão cansados dele.

VASSALOS – O brasiliense não merece. Já não basta suportar a medonha e inútil bolsonarista Damares Alves, senadora pelo Distrito Federal, o governador Ibaneis Rocha, monitorado pelo desprezível mito de meia pataca, age, descaradamente, para eleger senadora por Brasília outra estranha, Michelle Bolsonaro. Infame gestão contra os parlamentares eleitos por Brasília, que moram na capital federal e trabalham pela coletividade e que merecem disputar eleições em igualdade de condições. 

A vice-governadora Celina Leão, indicada por Ibaneis para o governo do Distrito Federal, é a pajem de luxo de Michelle. As duas, mas Damares, passeiam pelo Brasil. Divulgam fotos, felizes. Pelo jeito, Bolsonaro, embora inelegível, será governador de fato, de Brasília. Oremos. Tenho ânsia de vômito.

SABUJOS – No futebol da Globo, entrou mais um patético berrador fantasiado de narrador, chamando Júnior de “maestro” – O gaúcho Jader Rocha. Francamente. Veio juntar-se a Luiz Roberto e Gustavo Vilanni. O telespectador merece mais respeito. Basta de blasfêmias. Sejam corretos e isentos.

Marçal é expulso de debate, e seu assessor agride marqueteiro de Nunes

Publicado em 24 de setembro de 2024 por Tribuna da Internet

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Após a agressão, marqueteiro fez curativo no rosto

Deu na Folha

O oitavo debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo terminou com agressão e confusão após a expulsão de Pablo Marçal (PRTB) nos minutos finais, depois dele atacar o prefeito Ricardo Nunes (MDB). No momento seguinte ao anúncio da exclusão do influenciador, Nahuel Medina, assessor que grava vídeos para Marçal, deu um soco em Duda Lima, marqueteiro de Nunes, que deixou o local sangrando.

O agressor saiu dos bastidores e entrou no estúdio, o que levou à interrupção do programa. Ele foi detido para averiguação pela polícia e levado para a delegacia no começo da madrugada. Ao fim do debate, Marçal disse que seu assessor reagiu após ter sido agredido antes.

FOI EXPULSO – O fim do debate foi anunciado pelo jornalista Carlos Tramontina, que fez a função de mediador. “Eu tive que paralisar o debate para excluir o candidato Pablo Marçal, que reiteradamente desrespeitava as regras, e na saída dele houve uma confusão”, justificou.

“O assessor do prefeito Ricardo Nunes foi agredido, levou um soco no rosto, está sangrando bastante neste momento. A gente lamenta profundamente porque o debate foi muito bom, mas no final tivemos essa confusão”, completou o jornalista. Marçal foi excluído após levar três advertências por agressões verbais durante as suas considerações finais. Ele afirmou que Nunes seria preso pela Polícia Federal por seu envolvimento na chamada máfia das creches.

Após o debate, o influenciador gravou um vídeo para apoiadores dizendo que não é a favor de violência e que não entende as regras dos debates, citando a participação de José Luiz Datena (PSDB) após o episódio da cadeirada no debate da TV Cultura.

AGRESSÃO, MESMO – “Para mim não tem problema ser expulso de um lugar em que eu não posso falar”, afirmou Marçal, alegando que Duda Lima teria agredido antes Nahuel, que reagiu. Os vídeos gravados nos bastidores do debate, porém, mostram o marqueteiro de Nunes parado e o assessor de Marçal indo ao seu encontro para dar o soco.

Marçal postou em rede social um vídeo que mostra uma reação de Duda Lima, que coloca a mão sobre o celular que o está gravando. Não fica claro em que momento isso aconteceu. Segundo o influenciador seria o início da confusão no estúdio.

Após prestar depoimento para a polícia, Nahuel afirmou que foi provocado. Ele disse que o assessor de Nunes xingava o autodenominado ex-coach e tentava “passar um código” para o prefeito durante o evento no Flow.

OUTRA VERSÃO – O agressor alega que tentou filmar o momento em que o assessor de Nunes se comunicava com o candidato. Ele diz que queria mostrar como “marqueteiros agem pelas costas e como eles criam toda essa narrativa e manipulam tudo”. Neste momento, Duda teria pegado seu celular e se afastado.

Ele alega que, de forma instintiva, deferiu um soco em Duda. Nahuel diz que também registrou um boletim de ocorrência contra o rival por suposta agressão. A delegacia não confirmou a informação.

“O que eu fiz foi só me defender. Eu tô aqui [na delegacia] agora, mas talvez eu estivesse em casa se tivesse usado uma cadeira igual aconteceu com o Datena [que jogou uma cadeira em Marçal no debate promovido pela TV Cultura].”

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Sem comentários..(C.N.)

Justiça paga R$ 2,7 bilhões em atrasados do INSS; veja quem tem direito a receber neste lote

 Foto: Pedro França/Agência Senado/Arquivo

Previdência Social23 de setembro de 2024 | 19:45

Justiça paga R$ 2,7 bilhões em atrasados do INSS; veja quem tem direito a receber neste lote

economia

O CJF (Conselho da Justiça Federal) liberou R$ 2,7 bilhões para pagar atrasados de revisões de aposentadorias, pensões, auxílios-doença e outros benefícios do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

O depósito para o segurado depende do cronograma, da organização e do sistema de cada tribunal. Para saber quando irá receber, é preciso consultar o site do TRF (Tribunal Regional Federal) de sua região.

As quantias serão destinadas ao pagamento de RPVs (Requisições de Pequeno Valor) de até 60 salários mínimos, o equivalente a R$ 84.720 neste ano.

O lote tem 129.182 processos ligados a benefícios previdenciários e assistenciais, com 168.679 contemplados.

Receberá neste lote mensal quem venceu a ação contra o INSS, conquistou atrasados de até 60 salários mínimos e teve a ordem de pagamento emitida pela Justiça no mês de agosto de 2024.

Os atrasados são pagos em lotes mensais, conforme o mês em que a RPV foi autorizada (etapa também chamada de autuação ou emissão). É possível verificar a data da emissão no acompanhamento processual, após a ação virar um atrasado. Apenas processos que já transitaram em julgado, ou seja, não têm mais possibilidade de recurso para discutir se há ou não direito àquela verba, viram atrasados.

No total, a Justiça liberou o valor de R$ 3,16 bilhões em atrasados para 257.661 beneficiários, considerando também os processos que não são ligados a revisões e concessões de benefícios previdenciários e assistenciais.

Em São Paulo e Mato Grosso do Sul, o TRF responsável é o da 3ª Região, e o site para consulta é o trf3.jus.br. O segurado deve informar seu CPF ou a OAB do advogado da causa ou ainda o número do processo.

Como sei em qual data vou receber?

A data de pagamento dos atrasados depende de quando o juiz mandou o INSS quitar a dívida e de quando a ação chegou totalmente ao final. Os atrasados de até 60 salários mínimos, chamados de RPVs, são quitados em até dois meses após a ordem de pagamento do juiz. Valores maiores viram precatórios, que são pagos apenas uma vez por ano.

Como sei se é uma RPV ou um precatório?

Ao fazer a consulta no site do TRF responsável, aparecerá a sigla RPV, para requisição de pequeno valor, ou PRC, para precatório. Em geral, o segurado já sabe se irá receber por RPV ou precatório antes mesmo do fim do processo, porque os cálculos são apresentados antes.

Veja quanto foi liberado em RPVs em cada região

TRF da 1ª Região (sede no DF, com jurisdição em: DF, GO, TO, MT, BA, PI, MA, PA, AM, AC, RR, RO e AP)
Geral: R$ 1.046.333.255,04
Previdenciárias/Assistenciais: R$ 913.320.278,70 (48.643 processos, com 57.577 beneficiários)

TRF da 2ª Região (sede no RJ, com jurisdição no RJ e ES)
Geral: R$ 250.535.698,60
Previdenciárias/Assistenciais: R$ 202.907.048,03 (8.594 processos, com 11.938 beneficiários)

TRF da 3ª Região (sede em SP, com jurisdição em SP e MS)
Geral: R$ 461.066.601,60
Previdenciárias/Assistenciais: R$ 377.628.472,08 (12.398 processos, com 15.874 beneficiários)

TRF da 4ª Região (sede no RS, com jurisdição em: RS, PR e SC)
Geral: R$ 604.390.392,55
Previdenciárias/Assistenciais: R$ 537.591.088,42 (24.832 processos, com 33.371 beneficiários)

TRF da 5ª Região (sede em PE, com jurisdição em: PE, CE, AL, SE, RN e PB)
Geral: R$ 504.873.092,33
Previdenciárias/Assistenciais: R$ 424.257.291,77 (20.869 processos, com 33.779 beneficiários)

TRF da 6ª Região (sede em MG, com jurisdição em MG)
Geral: R$ 298.433.898,32
Previdenciárias/Assistenciais: R$ 280.696.901,70 (13.846 processos, com 16.140 beneficiários)

Luciana Lazarini/FolhapressPoliticaLivre

Justiça de PE manda soltar influenciadora Deolane Bezerra, sua mãe e outros investigados

 Foto: Reprodução/Record

A influenciadora e advogada Deolane Bezerra23 de setembro de 2024 | 21:55

Justiça de PE manda soltar influenciadora Deolane Bezerra, sua mãe e outros investigados

brasil

O desembargador Eduardo Guilliod Maranhão, do Tribunal de Justiça de Pernambuco, mandou soltar a influenciadora e advogada Deolane Bezerra. A decisão foi proferida na noite desta segunda-feira (23). O processo tramita em sigilo. Ao todo, a decisão vale para 17 investigados.

O magistrado mandou soltar outros investigados, como o CEO da Esportes da Sorte, Darwin Henrique da Silva Filho, e estendeu o pedido de ofício a outros presos, como a mãe de Deolane, Solange Bezerra.

Segundo o advogado Rogério Nunes, a influenciadora deve deixar a Colônia Penal de Buíque, no Agreste de Pernambuco, na manhã desta terça-feira (24), após os trâmites da Justiça e do sistema penitenciário do estado.

A decisão não contempla o cantor Gusttavo Lima, que teve prisão decretada na tarde desta segunda. Dois foragidos são contemplados: José André da Rocha Neto, dono da casa de apostas VaideBet, e sua esposa, Aislla Rocha.

A Operação Integration investiga uma suposta organização criminosa que atua em jogos ilegais e lavagem de dinheiro.

O desembargador acatou argumentos da defesa de Darwin Filho de que o Ministério Público de Pernambuco tinha pedido a substituição das prisões por outras medidas cautelares. A manifestação do MPPE foi feita na sexta-feira (20), mas, nesta segunda (23), a juíza Andrea Calado da Cruz rejeitou argumentos do Ministério Público. Agora, a segunda instância derrubou as prisões preventivas.

“Constata-se que o titular da ação penal [MPPE] constatou inexistirem elementos para o oferecimento da denúncia razão pela qual requereu a realização de diligência, o que, indubitavelmente, implicará em constrangimento ilegal no que tange à prisão preventiva dos pacientes”, escreveu Guilliod, na decisão.

“A partir do momento em que o Órgão Ministerial não se mostra convicto no oferecimento da denúncia, mostram-se frágeis a autoria e a própria materialidade delitiva, situação esta que depõe contra o próprio instituto da prisão preventiva prevista na norma adjetiva penal”, acrescentou o desembargador.

O magistrado citou que o artigo 312 do Código de Processo Penal “exige como requisito para decretação da prisão preventiva: a existência de prova do crime, indícios suficientes de autoria e perigo ocasionado pela liberdade dos imputados”, afirma o documento. “Destarte, se inexistem elementos para o oferecimento da denúncia, a prisão dos acusados deve ser imediatamente relaxada sob pena de configuração de constrangimento ilegal”, frisou.

Os réus que tiveram a prisão preventiva derrubada não poderão mudar de endereço sem autorização judicial nem se ausentar do local onde residem sem prévia autorização da Justiça. Também estão proibidos de frequentar qualquer empresa relacionada ao objeto da operação Integration ou participar de decisões das empresas, bem como fazer publicidade para as plataformas de jogos.

Os bloqueios de bens e de valores nas contas bancárias estão mantidos.

José Matheus Santos/FolhapressPoliticaLivre

Governo Lula vai editar nova regra sobre abordagens policiais a suspeitos, uso de armas e algemas

 Foto: Fernando Frazão/Arquivo Agência Brasil

Ricardo Lewandowski é o ministro da Justiça24 de setembro de 2024 | 08:00

Governo Lula vai editar nova regra sobre abordagens policiais a suspeitos, uso de armas e algemas

brasil

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai editar uma portaria impondo novas diretrizes para uso da força e que terão que ser seguidas pelas polícias militar e civil de todo o País. As regras também valerão para as guardas municipais. A proposta define o emprego de armas de fogo apenas como “último recurso”, limita as circunstâncias em que alguém pode ser “revistado” e, ainda, exige justificativa por escrito em caso de uso excepcional de algemas.

O ponto a ponto

• Entenda as principais mudanças propostas

O texto atualiza as diretrizes previstas em uma portaria de 2010 ao reunir, em uma nova portaria, leis, recomendações, possibilidades tecnológicas, decisões judiciais e decretos que estavam dispersos. Segundo técnicos do governo, o objetivo é reduzir a letalidade das forças de segurança.

Caso um Estado não siga a futura cartilha, poderá deixar de receber cota do Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP) voltada a ações de uso da força, como compra de equipamentos especiais. Até então, o governo só tinha a obrigação de “considerar a observância das diretrizes” para fazer os repasses. A mudança nesse dispositivo visa uma “indução que facilite a adesão à diretriz”.

Procurado, o Ministério da Justiça informou, por meio de nota, que realizou na semana passada um seminário para tratar do tema e receber novas contribuições. “O documento segue em trâmite interno. Portanto, o prazo para a publicação e a possibilidade de consulta pública estão sendo analisados e serão divulgados assim que definidos”, diz a Pasta.

Em 2023, agentes da segurança pública mataram 17 pessoas por dia. Ao todo, foram 6.393 mortes por intervenção policial, segundo dados compilados pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública. A violência policial está em alta na última década e desde 2018 as polícias matam pelo menos 6 mil a cada 12 meses.

Um grupo de trabalho coordenado pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça, vem discutindo a nova diretriz nacional desde janeiro e, no início de setembro, chegou a uma primeira versão. Participaram representantes das polícias e de pastas como a dos Direitos Humanos e a da Igualdade Racial.

O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Segurança Pública (Consesp), Sandro Avelar, disse que o colegiado só vai ter uma posição formal sobre a minuta a partir da próxima reunião, em outubro. O Consesp é uma das entidades incluídas no grupo de trabalho.

“Preciso ouvir os colegas secretários antes. Há diferentes pontos de vista de acordo com os Estados, que têm linhas diferentes, pontos de vistas diferentes sobre a atuação”, afirmou Avelar, que é chefe da pasta de segurança no Distrito Federal.

A iniciativa do ministério desagrada a “bancada da bala”. “É falta de ter o que fazer, pura incompetência. O policial hoje não pode trabalhar e o governo quer agir como se o Brasil fosse um país sem violência. Isso é um desserviço e vamos reagir a mais esse absurdo. O governo entende de segurança pública como um cavalo tocar piano”, disse o deputado Alberto Fraga (PL-DF), presidente do colegiado.

O presidente do Conselho Nacional de Comandantes-Gerais das Polícias Militares, coronel Cássio Araújo de Freitas, de São Paulo, não comentou.

Integrante do grupo de trabalho, o presidente da Associação Nacional dos Guardas Municipais do Brasil, Reinaldo Monteiro, disse que as novas diretrizes trazem segurança aos policiais e à sociedade. “O trabalho realizado por esse GT [grupo de trabalho] vai melhorar bastante a vida do policial e vai deixar mais claro para a sociedade como e quando o policial deve usar a força. É fundamental que ela saiba. A ideia central é ter uma norma clara, que respeite os direitos humanos, seja objetiva, de fácil entendimento para a sociedade e reduza episódios que envolva uso excessivo da força”, afirmou.

As guardas municipais são uma força de segurança pública em franca expansão no Brasil, com cerca de 100 mil homens. Como mostrou o Estadão, em muitos casos elas são atreladas à vontade política de prefeitos e uma maioria não cumpre todos os critérios exigidos pela lei que as disciplina.
Com um controle externo menos rigoroso do que o das polícias, as “polícias municipais” também têm sido criticadas por excessos Brasil afora. O tema ligou o alerta do Conselho Nacional do Ministério Público, que criou uma Ouvidoria de Combate à Violência Policial. O primeiro acordo de cooperação do novo canal foi realizado com a associação dos guardas.

Uma minuta da nova portaria deve ir para consulta pública em breve. A elaboração do documento ainda tramita na pasta chefiada pelo ministro Ricardo Lewandowski.

A avaliação do Ministério da Justiça é a de que faltam “protocolos claros” para uso da força das polícias, o que resulta em problemas de formação dos profissionais da segurança. E a consequência é o uso inadequado da força por agentes públicos e o efeito reverso de crescimento da violência.

Entre os casos de violência policial no País, o da Bahia é o mais problemático para o governo Lula tanto no aspecto humano quanto pelo lado político. A cada quatro mortos pela polícia no Brasil no ano passado, um foi em solo baiano. Foram 1.699 casos. O PT governa o Estado há 17 anos e virou sócio da escalada geral da violência, tema crescente na preocupação dos brasileiros e que se tornou ponto crítico na avaliação do governo federal.

Entenda as principais mudanças propostas

As diretrizes do governo federal para uso da força, em vigor hoje, estão dispostas na Portaria Interministerial 4.226, de 2010. O Ministério da Justiça criou um grupo de trabalho em janeiro para atualizar o documento publicado 14 anos atrás. Confira as novas propostas e a comparação com as diretrizes atuais para os temas a seguir:
Uso de arma de fogo:
A proposta: uso como medida de último recurso.
Como é hoje: não disparar contra pessoas, a não ser em casos de legítima defesa ou contra perigo iminente de morte ou lesão.
Objetivo: “aprimorar” a regra para que ela fique alinhada com princípios contemporâneos do uso da força.

Gerenciamento de crise:
Planejamento de operações
A proposta: planejar operações estrategicamente considerando informações de inteligência para reduzir riscos e uso inadequado da força.
Como é hoje: não existe uma diretriz geral específica.
Gravação
A proposta: fazer gravação de vídeo das operações sempre que possível.
Como é hoje: não existe uma diretriz geral específica.
Tomada de decisão
A proposta: documentar e justificar todas as decisões tomadas durante operações
Como é hoje: sem diretriz geral específica.
Objetivo: alinhar a diretriz à Lei do Sistema Único de Segurança Pública, à resolução do Conselho Nacional do Ministério Público e acolher sentença de 2017 da Corte Interamericana dos Direitos Humanos no caso das chacinas cometidas em 1994 e 1995 na Favela Nova Brasília, no Rio de Janeiro.

Abordagens de suspeitos e buscas em casas

Regras para “revista”
A proposta: o policial deverá informar de forma clara o porquê de o cidadão estar sendo abordado e, ainda, os direitos que ele tem.
Como é hoje: sem diretriz geral específica.
Produção de dados
A proposta: registrar o nome do cidadão abordado, as razões para a “revista” e os procedimentos adotados
Como é hoje: sem diretriz geral específica.
Casos de ‘fundada suspeita’ para abordagem
A proposta: para uma abordagem por “fundada suspeita” deve haver indícios de posse de arma ou outro objeto que indique delito; elementos subjetivos não são suficientes.
Como é hoje: sem diretriz geral específica
Buscas dentro de casa
A proposta: pedir e registrar o consentimento do morador quando não houver mandado judicial para busca domiciliar.
Como é hoje: sem diretriz específica
Objetivo: garantir proteção a direitos fundamentais, transparência e uma atuação legal das autoridades; também leva em conta decisão do STF em um caso que apontou necessidade da “fundada suspeita” para abordagens.

Utilização de algema
A proposta: apenas quando houver resistência à ordem, risco de fuga ou perigo à integridade física de alguém; uso excepcional deve ser justificado por escrito.
Como é hoje: sem diretriz específica
Objetivo: deixar mais explícito os procedimentos para uso de algema à luz da legislação brasileira, de regulamentos anteriores e da Súmula Vinculante 11 do STF.

Vinícius Valfré/Estadão ConteúdoPoliticaLivre

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