Certificado Lei geral de proteção de dados

Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados

sexta-feira, junho 09, 2023

L’Express ataca atual diplomacia brasileira e diz que a “magia de Lula” não existe mais

Publicado em 9 de junho de 2023 por Tribuna da Internet

Para revista francesa, “magia Lula acabou” após atritos com Zelensky e elogios a Maduro

Lula é como Ofélia, que só abre a boca quando tem certeza

Deu no UOL

A revista francesa L’Express traz na edição desta semana uma análise impiedosa da diplomacia brasileira neste início de terceiro mandato de Lula. Para a publicação, “a magia Lula” acabou depois que o presidente brasileiro “desqualificou” o ucraniano Volodymyr Zelensky e, ao mesmo tempo, elogiou o venezuelano Nicolás Maduro.

A semanal ressalta que a diplomacia brasileira, criada em 1821, desfruta de “grande prestígio por seu profissionalismo e sua tradição reconhecida de pragmatismo”. Entretanto, hoje esses traços não estariam mais “funcionando”.

NÃO ENTENDEM LULA – “Aqueles que admiravam o presidente brasileiro não entendem”, afirma a revista, ao lembrar que desde a campanha eleitoral, o “herói da esquerda latino-americana” já desqualificava Zelensky como sendo um “cara” que queria aparecer, enquanto a cidade ucraniana de Mariupol “desmoronava sob as bombas russas”.

Mais recentemente, na última cúpula do G7, no Japão, Lula “se distinguiu” novamente ao ser o único a não se levantar para cumprimentar o líder ucraniano, semanas depois de fazer comentários controversos sobre a guerra na Ucrânia e receber o chanceler russo Sergei Lavrov em Brasília.

 “Assim, se esvaíram as ambições do Brasil, que esperava atuar como mediador na resolução do conflito iniciado por Vladimir Putin”, analisa L’Express. “E na semana retrasada, de novo!”, ironiza a publicação. “O brasileiro reabilitou o presidente venezuelano, cuja única diferença com um ditador de direita é que ele é de esquerda”, avalia a revista.

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Interessante matéria, enviada por Carlos Vicente. Mostra que Lula tentou novamente se projetar no cenário internacional, mas sua atuação foi tão disparatada que ninguém mais o leva a sério. Realmente, Lula está perdendo prestígio dentro e fora do país. (C.N.)


quinta-feira, junho 08, 2023

O Supremo Tribunal Federal (STF) não concedeu habeas corpus de soltura solicitado pela defesa do prefeito de Borba, que está presø desde 29 de maio, sob suspeita de chefiar uma organização criminosa no município.

  Já na prefeitura de Jeremoabo parece até que implantaram um curso de " roubótica", é por isso mesmo que a garapa está azedando e a conta começa a chegar.

A justiça tarda mais não falha

A expressão "a justiça tarda mas não falha" é um ditado popular que expressa a ideia de que, embora a justiça possa demorar, ela eventualmente será feita. A frase enfatiza a crença de que o sistema judiciário, mesmo que demore, acabará por tomar as decisões corretas e aplicar as devidas punições ou reparações.

No entanto, é importante notar que essa expressão reflete uma aspiração idealizada da justiça e nem sempre corresponde à realidade. O sistema judiciário pode apresentar falhas e demoras significativas em alguns casos, levando a uma sensação de injustiça para algumas pessoas. Questões como a falta de recursos, excesso de processos e burocracia podem contribuir para a lentidão da justiça em algumas situações.

Além disso, a noção de justiça pode ser subjetiva e variar de acordo com a perspectiva de cada indivíduo. O que pode ser considerado justo por uma pessoa pode não ser o mesmo para outra.

Portanto, embora o ditado "a justiça tarda mas não falha" transmita a esperança de que a justiça prevaleça, é importante reconhecer que o sistema judicial possui limitações e imperfeições, e nem sempre corresponde às expectativas de todos.

Conselheiro do TCM vira relator das contas de sobrinho que é prefeito e reduz multa ao gestor

 Foto: Divulgação/Arquivo

O conselheiro Mário Negromonte, do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM)07 de junho de 2023 | 17:35

Conselheiro do TCM vira relator das contas de sobrinho que é prefeito e reduz multa ao gestor

EXCLUSIVAS

O conselheiro Mário Negromonte, do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), foi relator de um recurso que reduziu as multas aplicadas ao prefeito de Glória, David de Souza Cavalcante (PP), de quem é tio. O gestor é primo e apoiador do deputado federal Mário Negromonte Júnior, eleito recentemente presidente estadual do PP, de quem o conselheiro é pai.

Na sessão da corte desta terça-feira (6), os conselheiros acataram recurso ordinário apresentado pelo prefeito de Glória e emitiram nova decisão, desta vez pela aprovação com ressalvas das contas relativas ao exercício de 2019. Essas contas foram rejeitadas inicialmente em razão da extrapolação do limite para despesa total com pessoal.

Diante da nova documentação apresentada, o conselheiro Mário Negromonte, relator do recurso, determinou a exclusão da multa imposta anteriormente no valor de R$ 58.995,00 – vez que sanada a irregularidade que motivou a sua aplicação – e reduziu a outra para R$ 2 mil.

Segundo informações do tribunal, a área técnica do TCM – ao examinar as alegações produzidas pelo gestor no recurso – verificou a possibilidade legal de exclusão do montante de R$ 71.774,00, cujo objeto foi a locação de veículos e máquinas leves e pesadas para atender a Secretaria de Infraestrutura do município, e de R$ 227.179,14, referente a diversos processos inscritos em restos a pagar e terceirização, que não se enquadram nessa contabilização.

Ainda de acordo com a corte, os gastos com pessoal foram reduzidos de R$ 22.012.002,53 para R$ 21.713.049,39, e, por via de consequência, o percentual aplicado de 54,18% para 53,44% da Receita Corrente Líquida de R$ 40.628.500,54, sanando a principal causa de rejeição dessas contas, o que permitiu a alteração do mérito do parecer.

Vale lembrar que o PP deve lançar como candidata a prefeita de Glória em 2024 a esposa de Mário Negromonte e mãe de Mário Negromonte Júnior, Ena Vilma (PP), que já foi gestora da cidade. A matriarca tem o apoio do atual prefeito.

Política Livre]Nota da redação deste Blog ´- Em um sistema judicial ideal, é importante que os juízes sejam imparciais e independentes ao julgar um processo. A imparcialidade é um princípio fundamental da justiça, pois garante que as decisões sejam tomadas com base em evidências e na lei, em vez de serem influenciadas por relacionamentos pessoais ou interesses particulares.

Se um juiz tiver um vínculo pessoal próximo com uma das partes envolvidas no processo, como ser o sobrinho de uma das partes, isso pode levantar preocupações legítimas sobre sua imparcialidade. A presença de um conflito de interesse pode minar a confiança do público no sistema judicial e prejudicar a justiça do processo.

Em muitos sistemas jurídicos, existem mecanismos para lidar com situações em que um juiz pode ter um conflito de interesse. Por exemplo, o juiz pode se declarar impedido de julgar o caso e solicitar que outro juiz seja designado para assumir a responsabilidade. Essas salvaguardas são projetadas para garantir que as decisões judiciais sejam justas e imparciais.

Em resumo, embora um juiz possa ter relacionamentos familiares ou pessoais com pessoas envolvidas em um processo, é importante que eles sigam as normas de imparcialidade e ética, a fim de garantir um julgamento justo e equitativo.



Desembargador que vendia sentenças é “punido” com aposentadoria antecipada

Publicado em 8 de junho de 2023 por Tribuna da Internet

Venda de sentenças é investigada pela PF

Ronaldo Eurípedes vendia sentenças no Tribunal do Tocantins

Deu no Correio Braziliense

O plenário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aposentou compulsoriamente o desembargador do Tribunal de Justiça do Tocantins (TJ-TO) Ronaldo Eurípedes de Souza, acusado de vender decisões judiciais. A pena administrativa – a mais severa imposta à toga prevista na Lei Orgânica da Magistratura (Loman) – implica o recebimento, pelo magistrado, de vencimentos proporcionais ao tempo de serviço.

Mesmo afastado das funções há cerca de três anos, Souza continuou recebendo seu contracheque. Em maio, por exemplo, de acordo com o Portal da Transparência do TJ do Tocantins, ele recebeu subsídios de R$ 39.711,96 – ou R$ 26.600,72 líquidos.

NA BOA VIDA – Denunciado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, o desembargador está fora de atividade desde 2020 por ordem do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Anteontem, o CNJ julgou o processo administrativo disciplinar contra o desembargador, o qual tramitou sob relatoria do conselheiro Sidney Madruga. Segundo o conselheiro, o magistrado “beneficiava um grupo de advogados”.

Madruga afirmou que o desembargador “fazia parte de um esquema criminoso de obtenção de vantagens financeiras por meio de intermediação de sentenças, demonstrando desvirtuamento da atividade judicante, em prol de interesses privados ilícitos”.

TREMENDO CRIMINOSO – “Demonstrou-se incontroversa a violação aos princípios éticos da independência, da imparcialidade, da transparência, da integridade profissional e pessoal, da dignidade, da honra e do decoro, imprescindíveis ao exercício da atividade jurisdicional”, destacou o relator no julgamento.

Ronaldo Eurípedes de Souza foi denunciado perante o STJ pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em 2021. A acusação afirma que o desembargador atuou de forma favorável em processos do Loteamento Costa Esmeralda e da Empresa Sul Americana de Montagens (EMSA), em troca de R$ 1,3 milhão em propinas. O valor, ainda de acordo com a denúncia, teria sido lavado por meio de contratos simulados.

Na ocasião, a subprocuradora-geral Lindôra Araújo também solicitou a manutenção do afastamento do desembargador do cargo. Conforme Lindôra, o magistrado “comerciava sua função pública, proferindo decisões mediante o pagamento de vantagens indevidas, fazendo-o em parceria com certos advogados”.

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
 Isso é Brasil! Aqui na Justiça brasileira chamam de “punição mais rigorosa” a aposentadoria antecipada desses bandidos de toga, como diz a ministra aposentada do STJ, Eliana Calmon. Um juiz que se torna membro de quadrilha é punido deixando de trabalhar, e isso não é punido, é privilégio. Na China, o juiz ladrão pagaria com a vida e a família devolveria os bens do enriquecimento ilícito. Mas aqui tudo é ao contrário, a impunidade está garantida, mas eu ainda sei o que Lula fez no verão passado. (C.N.)


Na política e na economia, o imprevisto sempre aparece e influi nos planos traçados


Charge do Gilmar Fraga (gauchazh.clicrbs.com.br)

Pedro do Coutto

Na política e em sua irmã gêmea, a economia, que é, sem dúvida, uma base para a compreensão da política, os imprevistos surgem repentinamente e alteram planejamentos, programas e até horizontes traçados na teoria. O velho político Benedito Valadares tinha uma frase bastante verdadeira: “A teoria, na prática, é outra coisa”. É o que acontece.

Vejam os leitores e leitoras o que está ocorrendo com os projetos do governo Lula. Quando as proposições parecem se encaixar perfeitamente, surgem fatos que se revelam na prática e levam à interrogações e até confirmações de que omissões existiam.

MOVIMENTO – Agora, por exemplo, o deputado Aguinaldo Ribeiro, relator do projeto de reforma tributária, anunciou que a matéria deve ser votada ao longo do mês de julho. Entretanto, estados iniciam um movimento para obterem compensação de R$ 100 bilhões que se evaporaram nas obras fiscais do governo Bolsonaro para conter o preço da gasolina, do óleo diesel e do gás de cozinha.

No O Globo, a reportagem bastante ampla sobre o assunto é de Manuel Ventura e Vitória Abel. Na Folha de S. Paulo, com  destaque e  profundidade iguais, escreveram Idiana Tomazelli e Daniele Brand. As dúvidas existentes na compensação de perdas fiscais pelos estados, tornam-se uma matéria bastante complexa, pois os cortes que atingiram o ICMS, tributo estadual, não possuem alíquotas iguais em todos os estados da federação. Os percentuais variam, como variam também os números absolutos sobre os quais recaem as percentagens tributárias.

Uma nova situação surgiu e vai exigir uma atenção redobrada dos parlamentares e também do governo no acompanhamento das propostas que surgiram em múltiplas direções, incluindo os tradicionais jabutis que representam e carregam consigo interesses econômicos setoriais que podem resultar em grandes lucros se não forem analisados com muita atenção.

COMPROMISSO – A atenção às vezes falha em função de interesses que se afirmam na área administrativa. É sempre assim e sempre será desta forma. O que falta no país é o compromisso com o desenvolvimento econômico e social. O entusiasmo, no governo JK, era para interesses econômicos, mas também havia um impulso intenso para o êxito do desenvolvimento econômico. Setores desejavam, como sempre vão desejar, lucros cada vez mais altos. Mas, no governo Juscelino Kubitschek havia também a emoção de ter a realidade brasileira sido alterada para outra melhor.

De uns anos para cá, ao contrário, passou a predominar o interesse de lucros e de transações sombrias, como é o caso da privatização da Eletrobras, em detrimento de qualquer outra motivação. Trata-se do lucro pelo próprio lucro, prática nociva. O lucro para a  maioria dos segmentos atuais  é um objetivo em si, não importando o custo dos interesses da população e do país. A reforma tributária vai dar muito trabalho. Os interesses vão se fazer sentir e representar no Legislativo e inclusive no Palácio do Planalto.

SAQUES – Renan Monteiro, O Globo desta quarta-feira, revela com base nos dados do Banco Central, que os saques da caderneta de poupança no mês de maio superaram em R$ 11 bilhões os depósitos. No período de janeiro a maio, os saques somaram R$ 69,2 bilhões, parcela do total das aplicações que oscila em cerca de R$ 1 trilhão.  Os saques são efeitos dos juros altos do mercado, a começar pelos da Selic que impulsionam os demais e que tornam impraticável o pagamento em dia de compras comerciais e de pagamentos de prestações que se acumulam.

Uma caderneta de poupança vem rendendo ao ano cerca de 6%. Os bancos cobram 2,5% ao mês de juros. Agora mesmo a Caixa Econômica e o Banco do Brasil, para financiarem a operação “Desenrola”, atendendo 30 milhões de inadimplentes que devem até R$ 5 mil, estabeleceram a taxa mensal de 1,99%.

Conforme escrevi ontem, o índice representa cerca de 30% ao ano, considerando-se os montantes de juros sobre juro. Na manhã de ontem, o IBGE informou e a GloboNews acentuou que a inflação do mês de maio foi de apenas 9,23%. Falando sério, o índice está baixo demais. Choca-se com a realidade efetiva vista todos os dias pela população. O IBGE continua seus cálculos através dos preços mínimos. Eles existem, mas quem tem tempo de ir a três supermercados para comparações?

CRIPTOMOEDAS – No mercado norte-americano, as criptomoedas levaram o governo a acionar na justiça o Fundo Binance, o maior do país no setor, por práticas estranhas aos interesses dos aplicadores. E, na terça-feira, estenderam as investigações ao Fundo Coinbase, onde teriam ocorrido manipulações no montante de US$ 2 bilhões contrárias aos interesses de aplicadores.

Confesso que não entendi até hoje como funciona esse mercado. Trata-se de um setor extremamente profissional cujas regras e os lances que mudam os valores das criptomoedas não são divulgados amplamente. Uma explicação deve ser feita por quem conhece o assunto, sobretudo para evitar que pessoas desinformadas possam fazer investimentos que não sejam bem sucedidos. O Banco Central deve tomar essa providência.

VITÓRIA – A brasileira Bia Haddad venceu brilhantemente ontem o confronto com a tunisiana Ons Jabeur por dois sets a um. Passou para as quartas de final. O jogo começou às 6h da manhã, transmitido pela SportTV. A partida demorou duas horas e meia. Bia Haddad, à medida que a partida se desenrolava, melhorava a sua atuação arrasadora.

Na semifinal masculina, está programado um confronto excepcional; Djokovic contra Alcaraz.  Será uma partida espetacular. Acompanho o tênis há muitos anos. Vi excelentes partidas ao longo do tempo. Todos tenistas extraordinários, unindo o estádio atlético à arte do jogo.


Em discurso, deputado admite ter financiado acampamentos em quartéis: “Eu deveria estar preso”




Deputado estadual de Goiás Amauri Ribeiro (União Brasil)

Amauri Ribeiro (União-GO) se referia à prisão do coronel Benito Franco, da Polícia Militar de Goiás, na operação que investiga os atos do 8 de janeiro

Por Douglas Porto

O deputado estadual de Goiás Amauri Ribeiro (União) disse, na terça-feira (6), durante sessão na Assembleia Legislativa do estado (Alego), que deveria estar preso por ajudar e financiar os acampamentos montados em frente a quartéis do Exército após a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em sua fala, o parlamentar comparou sua situação à do coronel Benito Franco, da Polícia Militar de Goiás, preso em 18 de abril durante a Operação Lesa Pátria da Polícia Federal (PF), que investiga os atos criminosos do dia 8 de janeiro.

Segundo apuração da CNN, Franco já era investigado pela própria PM por ter divulgado nas redes sociais um vídeo em que afirmava que Lula “não tomaria posse no dia 1º de janeiro”.

“Eu não vou debater aqui sobre a questão do coronel Franco, porque eu acredito que um dos deputados que tenham subido aqui e defendido esse coronel fui eu, sempre. A prisão do coronel Franco é um tapa na cara de cada cidadão de bem desse estado. Foi preso sem motivo algum, sem ter feito nada. Eu também deveria estar preso”, afirma Amauri.

“Respondendo ao senhor, deputado Mauro Rubem [PT], eu ajudei a bancar quem estava lá. Mande me prender. Eu sou um bandido, eu sou um terrorista, sou um canalha na visão de vocês”, prosseguiu.

Amauri declarou que ajudou nos acampamentos levando comida, água e que, inclusive, contribuiu com dinheiro. Disse também que teria ficado na porta dos quartéis por ser “patriota”.

“Então, respondendo a sua pergunta, o dinheiro não veio de fora, veio de gente que acredita nessa nação e que defende esse país e não concorda com governo corrupto e bandido”, finalizou.

A CNN entrou em contato o deputado e aguarda posicionamento.

CNN

Alemanha esperou demais do Brasil de Lula




Importantes nomes da política alemã acabam de visitar Brasília. Berlim segue procurando sua salvação nas supostamente promissoras relações com o Brasil. Mas no momento está difícil encontrar denominadores comuns.

Por Thomas Milz* (foto)

Quem lê as declarações enviadas através do Atlântico com destino a Brasília, antecipando a viagem dos ministros alemães do Exterior, Annalena Baerbock, e do Trabalho, Hubertus Heil, pensa logo num romance: "Mesmo um oceano inteiro não consegue nos separar, porque a América Latina e a Europa são parceiros naturais. Estamos unidos por uma infinidade de laços: nós vivemos em democracias, somos culturalmente próximos e lutamos por um sistema internacional baseado em regras e nos direitos humanos."

O que os alemães estão esperando, vem logo em seguida: "Raras vezes antes, nossos interesses econômicos e ambientais estiveram tão estreitamente entrelaçados."

Está claro que Berlim espera do governo de Luiz Inácio Lula da Silva uma reativação das relações bilaterais, após os quatro magros anos sob Jair Bolsonaro. A começar pelo tema proteção ambiental e climática.

Os primeiros cinco meses do governo Lula, contudo, fazem esfregar os olhos de incredulidade. Não só nada da prometida ofensiva em defesa do meio ambiente brasileiro: no Congresso, onde ele está sujeito à maioria encabeçada pelo ultrapragmático Arthur Lira, a agenda ambiental lulista está sendo ativamente desmontada.

A parca resistência do líder de 77 anos faz temer que Marina Silva, o álibi verde do governo, vá em breve entregar os pontos, como fez em 2008. E pelos mesmos motivos, ou seja: a constatação de que Lula não leva tão a sério assim a agenda verde.

Do ponto de vista ideológico e retórico, o ex-sindicalista ainda está, antes, postado diante dos portões da fábrica em São Bernardo do Campo. Agora a ideia é energizar a claudicante economia nacional com uma subvenção para "carros populares" – os quais, aliás, não são fuscas, mas sim automóveis com valores entre 60 e 120 mil reais.

Democracia e direitos humanos – só até certo ponto

Se Lula não é capaz de cumprir o prometido no meio ambiente, então muito menos na tão postulada por Baerbock coincidência de interesses em termos de democracia e direitos humanos. As últimas semanas mostraram que o presidente – como muitos de seus colegas latino-americanos, aliás – não se deixa recrutar para a defesa da democracia e dos direitos humanos, sobretudo na Ucrânia.

O mesmo vale para a própria América Latina, onde ditaduras como a da Venezuela são cortejadas. O chileno Gabriel Boric, moderno e provido de uma bússola moral correta, permanece a exceção entre os esquerdistas da região. Em contrapartida, no caso de Lula e Celso Amorim, seu conselheiro-chefe em questões de política externa, uma goma de antiamericanismo arcaico emperrou completamente o compasso moral.

Não conta mais o fato de terem sido os europeus ocidentais e os americanos que desaconselharam Bolsonaro e seus militares de perpetrarem um golpe contra a democracia brasileira. Agora os preferidos são Moscou e Pequim, para quem democracia e direitos humanos são conceitos desconhecidos. Possivelmente também por ambos estarem tão longe, que tanto faz o que aconteça por lá.

Ao que tudo indica, Berlim não percebeu como pensam amplos círculos da esquerda brasileira (e também latino-americana). Lá, há muito a social-democracia alemã é vista como algo que se vendeu aos capitalistas da pior espécie, como puxa-saco dos imperialistas ianques.

Estes, com sua guerra híbrida, estariam por trás dos protestos de junho de 2013 no Brasil, da Operação Lava-Jato, inclusive os processos contra Lula, da Primavera Árabe, do Euromaidan na Ucrânia e da suposta perseguição política a Cristina Kirchner, Dilma Rousseff e Evo Morales. Para a citada parcela da esquerda, Vladimir Putin é uma vítima, Volodimir Zelenski é palhaço dos americanos. É ilusório achar que Lula possa ser capturado e trazido para a ala ocidental.

O enigma de um amor cego

A ministra Baerbock prossegue: "Queremos tecer uma rede densa e sustentável também através do Atlântico. Para isso, o Acordo de Livre Comércio com as nações do Mercosul seria um grande passo à frente."

Já lá se vão 20 anos que a União Europeia e o Mercosul estão burilando esse pacto. Recentemente a UE apertou ainda mais as exigências ambientais, para profunda ira de Lula. Com razão: tem-se a impressão de que, impondo condições sempre novas, a Europa esconde sua total falta de vontade de fechar esse acordo.

Por outro lado, Lula ameaça enterrar o Acordo de Livre Comércio, caso a UE insista na abertura das compras governamentais brasileiras a empresas estrangeiras. Trata-se de velhas receitas de um velho cavalo-de-batalha da esquerda, que soam totalmente anacrônicas. Da mesma forma que a ideia do petista de uma moeda comum com a desolada Argentina, onde também se gosta de atribuir aos americanos a culpa pela própria imcompetência econômica.

Dos dois parceiros menores do Mercosul, Uruguai e Paraguai, só dá mesmo para ter pena: Assunção torce, de respiração presa, pelos negócios com a Europa, os quais parece que nunca vão chegar; Montevidéu já se movimenta sozinho em direção à China.

Apesar de tudo, Berlim segue procurando sua salvação nas supostamente promissoras relações com o Brasil. Claro, o país é a principal economia da América Latina. Mas no momento está difícil encontrar denominadores comuns.

No igualmente importante México, onde a economia prospera e novas tecnologias, também ecológicas, são desenvolvidas em velocidade meteórica, é grande o espanto de que a Alemanha continue tão apaixonada pelo Brasil. O amor parece que é realmente cego.

*Thomas Milz saiu da casa de seus pais protestantes há quase 20 anos e se mudou para o país mais católico do mundo. Tem mestrado em Ciências Políticas e História da América Latina e, há 15 anos, trabalha como jornalista e fotógrafo para veículos como a agência de notícias KNA e o jornal Neue Zürcher Zeitung

Deutsche Welle

Em destaque

Fortalecimento da democracia passa por responder à insatisfação com instituições

  Foto: Divulgação/Arquivo Palácio do Congresso Nacional na Praça dos Três poderes em Brasília 11 de janeiro de 2025 | 08:16 Fortalecimento ...

Mais visitadas