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sexta-feira, setembro 09, 2022

A líder e o inverno - Editorial




Nova primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss, assume em cenário adverso

A lista de problemas com os quais Liz Truss, a nova primeira-ministra britânica, terá de lidar a partir de agora não é pequena nem simples.

O mais premente é o preço da energia. As contas de eletricidade e gás dos britânicos devem subir 80%, por causa, principalmente, da guerra na Ucrânia. A partir do próximo mês, quando os aquecedores serão ligados, algumas famílias menos abonadas terão de escolher entre calor e comida.

Somam-se a essa dificuldade uma rara inflação em dois dígitos e uma recessão econômica iminente.

Ademais, Truss assume a cadeira de forma evidentemente legítima, mas sem ter recebido a chancela da maioria dos britânicos nas urnas.

Ela substitui Boris Johnson, que renunciou ao posto. Foi escolhida por meio de um processo interno do Partido Conservador, no qual tiveram voz e voto apenas parlamentares da legenda, na primeira fase, e seus filiados, na etapa final —um colégio de cerca de 170 mil pessoas, enquanto a população do Reino Unido é de 67 milhões.

Assumir em situações adversas não é necessariamente sinônimo de insucesso político. Não foram poucos os líderes que se consagraram em parte por terem sido capazes de contornar dificuldades.

Um deles foi a também primeira-ministra Margaret Thatcher, na qual Truss se inspira e cujo modelo econômico liberal pretende reeditar. Fala-se em cortar impostos para estimular o crescimento e facilitar investimentos na produção de energia, incluindo a nuclear.

A grande dúvida é se essa fórmula de Estado menor, que raramente produz resultados imediatos, funcionará num contexto em que mais pessoas precisam da ajuda do Estado e têm pressa. O inverno, afinal, está chegando.

A nova governante indicou que não quer transformar subsídios na principal política de enfrentamento da crise, mas já se noticia que haverá dinheiro público para baratear o consumo de energia.

No front externo, Truss, que é a terceira mulher a assumir o governo britânico (todas conservadoras), diz que se manterá firme na ajuda à Ucrânia e não dá indícios de que procurará um relacionamento menos conturbado com os ex-sócios europeus.

Numa nota de curiosidade, ela nasceu numa família de esquerda. Quando criança, era levada pela mãe a manifestações contra Thatcher. Mudou de lado após passar pela Universidade de Oxford. A mãe a perdoou, mas o pai, não.

Folha de São Paulo

Compostura trouxe a Elizabeth o respeito coletivo




Viver muito, viver bem e viver com a boca calada, pairando acima das circunstâncias passageiras da política, deram à rainha que se foi um lugar único. 

Por Vilma Gryzinski

Rei Charles e rainha Camilla. Esta é a realidade com a qual terão que se acostumar 67 milhões de britânicos – e todo o resto da humanidade que acompanha a novela da família real, na vida ou na Netflix. Quem diz que não acompanha está sendo flexível com a verdade.

Mais de 80% das pessoas vivas hoje no planeta nasceram depois que Elizabeth II se tornou rainha, com apenas 25 anos, por causa da morte prematura do pai, levado pelo câncer de pulmão.

Reis e rainhas são arquétipos muito entranhados na cultura humana e poucos podem ter correspondido tanto a essa imagem primal, de alguém com virtudes únicas, quanto ela. Isso ajuda a explicar por que tanta gente tinha estima e simpatia pela rainha. Ela ficou entre nós tempo suficiente para se consolidar como um ícone, a imagem da tão única monarquia britânica cujos integrantes, nem sempre brilhantes o suficiente para entender isso, podem ler as peças de Shakespeare sobre reis como parte da história da família.

Ao contrário de sua xará e antecessora, Elizabeth I que começou a reinar quando o Brasil tinha apenas 33 anos de descobrimento, a rainha que se foi não tinha poder nenhum, exceto pela aura imaterial da tradição herdada e do respeito conquistado.

Mas em seu nome a nação inteira cantava God Save the Queen – um hino que glorifica o monarca, não o país -, o Exército, a Marinha e a Força Aérea iam à guerra (poucas vezes nos setenta anos de reinado, uma delas quando outra mulher, Margaret Thatcher, mandou-os retomar as Ilhas Malvinas), os correios entregavam cartas, os governantes – e a oposição também – pediam licença para fazer o que tinham prometido ao eleitorado.

Como nunca prometeu nada, exceto dedicar-se inteiramente à missão para a qual foi ungida, o que fez de maneira exemplar, Elizabeth II nunca caiu no mundo vulgar da política nem sofreu o desgaste natural que ele provoca.

Sofreu em silêncio quando, em nome do corte de gastos, perdeu o Britannia, o iate no qual singrava o mundo num microcosmo perfeitamente isolado e protegido. Um microfone indiscreto numa Garden Party, a recepção ao ar livre, frequentemente chuvosa, em que os reais se misturam com os civis, capturou quando ela mostrou simpatia por uma policial que havia participado do esquema de segurança da visita do líder chinês Xi Jinping. “Eles foram muito rudes”, disse Elizabeth, numa raríssima indiscrição. Como foi extraoficial, todo muito fez que não viu.

Fingir que estava vendo e sorrir da maneira mais neutra possível foi uma técnica aperfeiçoada por Elizabeth ao longo de sete décadas. Presidentes, primeiros-ministros, príncipes árabes, ditadores e outros bichos perigosos, cuja boa vontade interessava ao reino cultivar, eram impecavelmente recebidos. Um biógrafo da rainha contou que ela não tinha surpresa nenhuma, pois absolutamente todos falavam a mesma coisa: as maravilhas que estavam fazendo por seus países.

Elizabeth viveu para receber a décima-quinta pessoa a fazer o “beija-mão”: o chefe, ou a chefe, de governo escolhido pelo partido no poder, ou em eleição popular. Quem manda é o voto, mas pedir a autorização do monarca faz parte do ritual. O primeiro da lista foi Winston Churchill – imaginem só. Reticente em relação a uma monarca tão jovem, o mitológico primeiro-ministro acabou desenvolvendo um laço de amizade – e, dizem, até ficou um pouco caído pela rainha de cinturinha fina e voz de menina. Desenvolveu uma “quase idolatria” por ela, descreveu um observador privilegiado.

Quando Elizabeth comemorou os setenta anos de reinado, um feito sem precedentes, o palácio pediu discretamente que as homenagens não derivassem, justamente, para a idolatria.

Foi difícil. A “nossa rainha”, como tantos britânicos acostumaram-se a dizer com orgulho, já tinha virado ídolo. Inclusive para os fashionistas que babavam com a “roupa de trabalho” que ela consolidou e transformou em marca registada, ou brand, como aprenderam a dizer: um casaco de cor bem vistosa – chegou ao verde neon – para ser vista por todo mundo, chapéu combinando, luvas, mocassim com saltinho feito sob medida por Davide & Agnello e bolsa da marca Launer.

Tudo arrematado por um broche de sua formidável coleção.

A rainha gostava de joias, embora não tivesse pendor para a ostentação (quem tinha era sua mãe, também Elizabeth, que segundo um biógrafo adorava o status real, uma característica de “mulher pobre que casa com homem rico”). Gostou tanto do conjunto de águas marinhas brasileiras encomendado por Assis Chateaubriand que mandou fazer uma tiara com as mesmas pedras.

Uma pesquisa do começo do ano deu que 82% dos britânicos acham que ela cumpriu muito bem ou bastante bem seu papel. Elizabeth viveu muito e bem, não só no sentido do luxo que a cercava, mas do cumprimento de um papel que não escolheu, mas assumiu de corpo e alma.

Agora, é o rei Charles, o filho a quem deu um presente final ao manifestar que a mulher que escolheu, e pela qual trocou, inexplicavelmente para a maioria das pessoas, a princesa Diana, deveria ser chamada de rainha. Sempre foi assim e assim continuará a ser ninguém sabe até quando.

Missão cumprida é como os militares costumavam se despedir de companheiros que partiam desse mundo. É com esse reconhecimento praticamente unânime, até dos antimonarquistas, que se encerraram os 96 anos de uma mulher bastante comum, sem ares de grandeza, que levou uma vida quase incomparavelmente incomum.

Revista Veja

A fortuna da rainha e os custos da casa real




Isabel II deixa fortuna e privilégios

A rainha Isabel II acumulou uma fortuna pessoal estimada em 370 milhões de libras (425 milhões de euros), segundo uma estimativa publicada este ano pelo "Sunday Times".

A monarca falecida esta quinta-feira, aos 96 anos, seguiu um estilo de vida conforme aos padrões da realeza, custeado pelo contribuinte. Segundo o mesmo jornal, a família também faturava com negócios privados, não revelados. Uma verba anual do Governo, denominada "Sovereign Grant", é orçamentada para cobrir os gastos oficiais da rainha e de outros membros da casa real que a representam. Durante o ano fiscal de 2020-2021, atingiu 86 milhões de libras, dos quais 34,4 milhões foram usados para obras de manutenção do Palácio de Buckingham.

Privilégios de 1760

A "Sovereign Grant" equivale a 15% dos lucros obtidos pelo "Crown Estate", uma carteira financeira que inclui terras, imóveis e outros tipos de ativos, como quintas eólicas que pertenciam à monarca, mas que são administrados de forma independente.

A renda líquida do "Crown Estate" é passada para o Tesouro britânico, segundo um acordo selado em 1760. No último exercício, a "Sovereign Grant" foi elevada provisoriamente, para cobrir as despesas com as obras de restauro do Palácio de Buckingham. Também é usada para pagar as centenas de funcionários que trabalham para a casa real.

Renda privada

"Privy Purse" é como se denomina o rendimento privada da monarca, que provém de propriedade da casa real desde a Idade Média. Os ativos são constituídos por terras, investimentos financeiros e propriedades avaliadas em mais de 500 milhões de de libras. O "Privy Estate" é integrado por 315 residências, assim como estabelecimentos comerciais no centro de Londres e milhares de hectares de terras agrícolas. No exercício de 2020-2021, teve uma receita líquida de 20 milhões de libras. A rainha cedeu parte deste montante à família e pagou impostos sobre o dinheiro não usado em tarefas oficiais.

"A rainha usa esse dinheiro para pagar despesas pessoais, para manter as residências de Balmoral e Sandringham, algo muito custoso", afirma David McClure, autor de um livro sobre as finanças da rainha, intitulado "The Queen's True Worth". As duas residências são propriedade da família real.

"Ela também usa parte deste dinheiro para subvencionar outros membros da família real que não receberam dinheiro público ou da "Sovereign Grant", acrescentou McClure à agência France-Presse.

Entre os destinatários destes subsídios estão a filha, a princesa Anne, o seu filho mais novo, o príncipe Edward, e sua esposa, Sophie, condessa de Wessex, assim como filho do meio, o príncipe Andrew. Este deixou de desempenhar funções reais e não receberá uma parte tão generosa quanto no passado. Caiu em desgraça por causa da proximidade ao consultor financeiro americano Jeffrey Epstein, acusado de explorar sexualmente menores de idade antes de se suicidar na prisão.

Propriedade privada

Apesar de a maioria dos palácios reais pertencer ao "Crown Estate", a rainha tinha duas residências privadas: o castelo de Balmoral, no norte da Escócia, com valor estimado em 100 milhões de libras esterlinas, e a casa de campo em Sandringham, avaliada em cerca de 50 milhões de libras. Estas propriedades não são mantidas com recursos públicos.

A rainha também contava com alguns objetos da Coleção Real a título pessoal, o que inclui uma coleção de selos que pertenceu ao avô, o rei George V, estimada em 100 milhões de libras esterlinas.

A grande paixão da monarca pelos cavalos de corrida também a fez ganhar mais de sete milhões de libras em prémios, segundo cálculos do site myracing.com, embora este valor exclua a manutenção dos animais, muito custosa.

As joias da Coroa, avaliadas em cerca de três mil milhões de libras, pertencem à rainha de forma simbólica. São transferidas automaticamente ao sucessor.

Fuga fiscal

A rainha esteve implicada nos Paradise Papers, documentos secretos sobre os bens dos ricos e poderosos fora de seus países, revelados em 2017.

Estes documentos foram difundidos pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ). Revelaram que Isabel II, através do ducado de Lancaster, depositou dez milhões de libras nas Ilhas Caimão e nas Bermudas, territórios britânicos ultramarinos, considerados paraísos fiscais.

Apesar da fortuna pessoal, a rainha ficou de fora da lista das 250 pessoas mais ricas do Reino Unido, elaborada pelo The Sunday Times, e encabeçada pelo empresário Leonard Blavatnik, com um patrimônio líquido de 23 mil milhões de libras.

A fortuna deixada por Isabel II também é muito menos expressiva se comparada à de outras monarquias: a da família real tailandesa é estimada entre 50 e 70 mil milhões de dólares e o patrimônio do rei saudita Salman bin Abdulaziz Al Saud chega a 18 biliões de dólares.

Jornal de Notícias (PT)

Perspectiva de recessão na Europa é preocupação para todo o planeta - Editorial




Corte no fornecimento de gás russo aumenta custo da energia, alimenta inflação e induz alta maior de juros

A interrupção do fornecimento de gás russo pelo gasoduto Nord Stream, que liga o Mar Negro à Alemanha, era uma consequência previsível do conflito que se estende na Ucrânia há seis meses sem perspectiva de acabar. Fornecedora de 40% do gás consumido na Europa Ocidental, a Rússia atinge em cheio com a medida o aquecimento residencial, a indústria e a agricultura. Também contribui para a disparada no preço da energia e para a alta da inflação. O megawatt-hora, que antes da pandemia custava ao redor de € 60, já passou dos € 290.

Não é à toa que o tema no topo da agenda da nova primeira-ministra britânica, Liz Truss, seja o congelamento de tarifas para o consumidor final. Por toda a Europa, gás e petróleo mais caros provocaram um choque inflacionário que tem sido enfrentado pelos bancos centrais com alta dos juros e a perspectiva inevitável de uma recessão. Na contagem regressiva para o fim do verão europeu, o humor recessivo já contaminou os mercados. Má notícia para o mundo, pois as duas maiores economias, Estados Unidos e China, também enfrentam dificuldades.

Diante de uma inflação em alta na Zona do Euro (9,1% em agosto), o Banco Central Europeu (BCE) aumentou a taxa de juros pela primeira vez em 11 anos. O efeito recessivo da combinação de energia cara e juros em alta é incontornável. Analistas do banco JP Morgan Chase preveem para este ano uma queda de 2% no PIB na Zona do Euro, com os PIBs francês e alemão caindo 2,5%, e o italiano 3%.

Vários indicadores já traduzem o desaquecimento europeu. O índice PMI, calculado pela agência Standard & Poor’s para acompanhar a compra de insumos pela indústria e pelo setor de serviços, caiu em agosto 0,9 ponto percentual e ficou pelo segundo mês abaixo de 50, nível que separa o crescimento da retração econômica. A indústria está com os mais elevados estoques dos últimos 25 anos. Para a S & P, neste terceiro trimestre a economia europeia já entrou na zona do desaquecimento rumo à recessão. É questão de tempo para a taxa de desemprego, hoje em 6,6%, começar a subir.

A indústria de fertilizantes tem sido uma das mais atingidas pelo uso geopolítico que a Rússia faz do fornecimento de gás. Segundo a associação europeia do setor, 70% da sua produção sofre o impacto da alta do gás, cujo efeito chegará ao campo, resultando em encarecimento dos alimentos e ainda mais inflação.

Se nada acontecer na guerra na Ucrânia ou no Kremlin que faça a Rússia restabelecer o abastecimento de gás à Europa aos níveis normais, o aquecimento da população no próximo inverno dependerá do compromisso assumido em julho pela União Europeia de promover uma redução voluntária de 15% no consumo de gás até março de 2023. Pelo quadro que se desenha, o clima recessivo se estenderá para além do ano de 2022. A desaceleração afetará não apenas a Europa, mas também China e Estados Unidos. Um cenário nada favorável à economia brasileira.

O Globo

Nova ofensiva de Kiev pega Rússia de surpresa no norte da Ucrânia




A Rússia foi pega de surpresa pelo avanço de forças ucranianas numa nova ofensiva para tentar recapturar território ocupado por Moscou na invasão iniciada há seis meses.

Enquanto a primeira grande contraofensiva de Kiev se desenrola no sul do país, na região de Kherson, a Ucrânia aproveitou a fraca fortificação de posições russas perto da cidade de Kharkiv, a segunda maior do país, para fazer um segundo ataque.

Os relatos começaram a surgir há dois dias, e o presidente Volodimir Zelenski fez a usual celebração exagerada em seu pronunciamento noturno na quarta (7), falando em “boas notícias de Kharkiv”. Desta vez, contudo, ele parece ter motivos para comemorar.

Segundo analistas russos ouvidos pela Folha, os ucranianos avançaram cerca de 30 km em direção a Izium, cidadezinha estratégica ocupada pelos russos desde o começo da guerra. Canais de conhecidos blogueiros militares russos no Telegram, como o Fighterbomber e o do jornalista Alexander Kots, publicaram relatos alarmados acerca da ação.

Segundo a mídia ucraniana, as defesas russas foram rompidas em Balaklia com o avanço de uma coluna de 15 tanques. A Força Aérea russa estaria tendo dificuldade de agir na área porque Kiev concentrou os poucos recursos antiaéreos de que dispõe na região, criando uma mini zona de exclusão na prática. Segundo Fighterbomber, aviões estão usando até bombas de queda livre na tentativa de deter a ação.

Ao mesmo tempo, uma grande explosão numa subestação de energia deixou Belgorodo, cidade russa que faz fronteira com a região de Kharkiv, no escuro nesta madrugada. A prefeitura disse ter sido um acidente, mas sempre há a suspeita de ação de drones ou sabotadores, como já ocorreu na Crimeia ocupada.

Tudo isso cria dificuldades para os russos, que passaram cerca de um mês se reforçando ao sul, enquanto mantêm sua ofensiva para completar a tomada da região de Donetsk ainda sob controle ucraniano -Lugansk, a outra província que compõe o chamado Donbass (leste do país), já caiu para Moscou.

O diversionismo ao norte não ameaça, em princípio, o objetivo do controle do Donbass, mas terá de mobilizar recursos que parecem escassos para o Kremlin. O presidente Vladimir Putin se recusa a fazer uma declaração de guerra para mobilizar soldados para evitar desgaste político, e anunciou um aumento de efetivo de suas Forças Armadas em 137 mil homens a partir de 2023.

A ação ucraniana, contudo, deve ser vista com cautela, pois nada indica que Kiev tem os recursos para retomar toda a região de Kharkiv que está ocupada. A capital homônima é atacada desde o começo da guerra, mas nunca caiu, e os russos recuaram do cerco que faziam a ela já em abril e maio, estabelecendo as linhas ora sob ataque.

Foi a primeira mudança de fase do conflito, quando o fracasso em tomar Kiev, Kharkiv e outras cidades a norte levou Putin a concentrar fogo no Donbass, além de manter as posições conquistadas no sul, que criaram uma ponte terrestre entre o leste russófono e a Crimeia.

A terceira grande etapa veio no mês passado, com o início da contraofensiva ucraniana em Kherson. Kiev tem priorizado nessa ação vilarejos menores e linhas de suprimento russas, evitando ataques diretos a cidade -para tomá-las, acabaria tendo de destrui-las.

“Cada sucesso de nossos militares em uma direção ou outra muda a situação geral da frente de batalha em favor da Ucrânia”, disse Zelenski, que não citou detalhes da ofensiva.

Nesta quinta (8), ele recebeu o secretário de Estado americano, Antony Blinken, em Kiev. Washington acaba de liberar mais um pacote de armas para os ucranianos, incluindo sistemas de artilharia de longa distância que têm marcado suas ações contra as linhas russas, de US$ 675 milhões (R$ 3,5 bilhões hoje).

Os EUA também anunciaram uma ajuda de até US$ 2 bilhões (R$ 10,4 bilhões) não só para a Ucrânia, mas também para países que se sentem ameaçados pela Rússia, como os membros da Otan no Báltico e nações que não integram a aliança militar ocidental, como Moldova e Geórgia.

FolhaPress / Daynews

The Economist’ compara Bolsonaro a Trump e diz que o brasileiro ‘prepara sua grande mentira’




A capa da revista inglesa: “O homem que seria Trump” é a tradução livre do título principal. Abaixo, em fonte menor, lê-se “Bolsonaro prepara sua Grande Mentira no Brasil”.

Em reportagem de capa, revista inglesa afirma que o presidente ‘representa uma ameaça à democracia brasileira’ e que ‘todos os sinais são de que ele vai perder a eleição e dizer que ganhou":

O presidente Jair Bolsonaro (PL) se tornou capa da revista britânica The Economist divulgada nesta quinta-feira, 8, após promover atos em busca de impulsionamento político no Bicentenário da Independência do Brasil, celebrado nesta quarta-feira, 7.

Na ilustração, Bolsonaro posa de perfil com a faixa presidencial brasileira. Ao fundo, é possível ver a sombra do ex-presidente americano Donald Trump projetada. Em letras garrafais, acima da figura do chefe do Executivo, consta a frase “O homem que seria Trump”. Abaixo, em fonte menor, lê-se “Bolsonaro prepara sua Grande Mentira no Brasil”.

O título interno da matéria da capa é “Ganhando ou perdendo, Jair Bolsonaro representa uma ameaça à democracia brasileira”, junto com o subtítulo “Todos os sinais são de que ele vai perder uma eleição e dizer que ganhou”.

“Joe Biden estava falando sobre os Estados Unidos quando alertou, em 1º de setembro, que ‘a democracia não pode sobreviver quando um lado acredita que há apenas dois resultados em uma eleição: ou vencem ou foram enganados’”, inicia o texto, fazendo alusão a Trump. “Ele poderia muito bem estar falando sobre o Brasil.”

“O sistema de votação eletrônica do Brasil é bem administrado e difícil de adulterar. Mas aqui está o problema: Bolsonaro continua dizendo que as pesquisas estão erradas e que ele está a caminho de vencer. Ele continua insinuando, também, que a eleição pode de alguma forma ser manipulada contra ele”, diz o excerto, estabelecendo um comparativo entre Bolsonaro e Trump, que adotou comportamento similar nas eleições presidenciais dos Estados Unidos em 2020, quando foi derrotado pelo atual presidente Joe Biden.

O pleito estadunidense, contudo, serviu como estopim para o chefe do Executivo brasileiro passar a desacreditar o sistema eleitoral nacional e, principalmente, defender o voto impresso, espelhando os movimentos do ex-presidente americano.

O artigo também aborda a invasão do Capitólio por apoiadores de Trump em 6 de janeiro de 2021, quando 5 pessoas acabaram mortas. Nas comemorações do Sete de Setembro do ano passado, bolsonaristas invadiram a Esplanada dos Ministérios, que havia sido bloqueada pela Polícia Militar, e demandaram a destituição dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Na ocasião, o governo do Distrito Federal ordenou reforço da segurança no local a fim de prevenir possíveis ataques.

“Os brasileiros temem que ele [Bolsonaro] possa incitar uma insurreição, talvez como a que a América sofreu quando uma multidão de apoiadores de Donald Trump invadiu o Capitólio em 6 de janeiro de 2021 – ou talvez até pior”, diz a reportagem.

O Estado de São Paulo

***

Trump declara apoio a Bolsonaro, a quem chama de sua versão ‘tropical’

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump declarou apoio ao presidente brasileiro Jair Bolsonaro, em sua rede social, o Truth Social. Em post publicado na manhã desta quinta-feira, 8, afirmou que ele é o "Trump tropical" e que é um "homem maravilhoso" e tem seu "completo" e "total" aval.

O apoio vem um dia após as comemorações do 7 de setembro, que marcaram os 200 anos da Independência do Brasil, e foram usados pelo presidente brasileiro como o seu maior palanque na corrida presidencial.

E, mesmo sem Trump citar as eleições brasileiras, ocorre após a revista britânica The Economist classificar na capa da edição publicada nesta quinta-feira Bolsonaro como o "The man who would be Trump", ou "O homem que queria ser Trump", e traçar um paralelo entre o chefe do Executivo brasileiro e o ex-presidente norte-americano

"O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, 'tropical Trump', como é carinhosamente chamado, fez um grande trabalho para o maravilhoso povo do Brasil", escreveu Trump, em sua rede social.

Em duas horas desde que foi publicada, a mensagem de Trump recebeu mais de 13.700 curtidas, foi compartilhada 3.700 vezes e já recebeu mais de 500 comentários até o momento.

De estilo semelhante, o ex-presidente dos EUA e Bolsonaro são comparados diversas vezes, além de serem próximos, com postura e discurso voltado à extrema direita.

O ex-chefe da Casa Branca disse ainda que, quando estava na posição de presidente dos EUA, "não havia outro líder de país que o chamasse mais do que Jair (Bolsonaro) em busca de cortes de tarifas e impostos, renegociações comerciais, políticas contra drogas e reforço de fronteiras (para colocar os "os caras maus" na cadeia!), ajuda militar, e mais".

"O presidente Bolsonaro ama o Brasil acima de tudo. Ele é um homem maravilhoso, e tem meu endosso completo e total!!!", finalizou Trump.

Estadão / Dinheiro Rural

Bolsonaro nega abuso e diz que ato oficial foi separado de comício no 7 de Setembro

 Sexta, 09 de Setembro de 2022 - 08:20


por Marianna Holanda | Folhapress

Bolsonaro nega abuso e diz que ato oficial foi separado de comício no 7 de Setembro
Foto: Alan Santos/PR

O presidente Jair Bolsonaro (PL) negou, nesta quinta-feira (8), acusações de abuso de poder por ocasião dos atos de 7 de Setembro, data do Bicentenário da Independência, em que ocorreram manifestações de apoio ao chefe do Executivo pelo país.
 

"Que abuso de poder? Não gastei um centavo, paguei todas as minhas despesas, houve separação clara entre o ato cívico-militar e o ato lá de fora", afirmou em sua transmissão semanal nas redes sociais.
 

Ele disse ainda que outros candidatos poderiam ter ido aos eventos ou mesmo mobilizado carros de som para si próprios.
 

Os advogados da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeram acionar o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) contra Bolsonaro sob a alegação de abuso de poderes político e econômico.
 

Durante a live desta quinta, Bolsonaro também reclamou de manchetes de jornais, como do jornal Folha de S.Paulo, que disse que "Bolsonaro captura o 7 de Setembro com comícios, machismo e ameaças repetidas".
 

O presidente negou que tenha feito ameaças ou cometido machismo, alegando não ter citado nominalmente ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e justificando o coro de "imbrochável", puxado por seguidores e reforçado por ele próprio ao microfone. Segundo o mandatário, o termo fálico, repetido por ele em diferentes discursos em eventos oficiais, é um sinônimo de resistência a ataques.
 

"Que que eu ameacei, meu Deus do céu? Meus dois pronunciamentos, os dois juntos, acho que não passei de 30 minutos. Qual foi a ameaça? Falei o nome de algum ministro do Supremo? Falei em TSE?", questionou.
 

De fato, Bolsonaro não citou os tribunais diretamente neste ano nem o ministro do STF Alexandre de Moraes, que também preside o TSE. Enquanto no ano passado ele se referiu ao magistrado e atual presidente do TSE de "canalha" e pregou desobediência ao Judiciário, neste ele reduziu o tom golpista.
 

O mandatário manteve ameaças mais veladas ao dizer que vai levar "para dentro das quatro linhas [da Constituição] todos aqueles que ousam ficar fora delas". Ele costuma usar o termo para criticar ministros do Supremo.
 

No ano passado, ele havia sido mais direto ao dizer que "ou o chefe desse Poder [Judiciário, ministro Luiz Fux] enquadra o seu [ministro] ou esse Poder pode sofrer aquilo que nós não queremos".
 

A insistente narrativa de Bolsonaro de meses anteriores, de questionamento à confiabilidade das eleições, às urnas e ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), também ficou de fora das pregações centrais do presidente.
 

Apesar de ter amenizado o tom, alguns de seus apoiadores levaram mensagens autoritárias nos atos, incluindo faixas e cartazes em diversos lugares do país.
 

O presidente negou que tenha sido machista, mas respondeu apenas ao fato de ter puxado o coro do "imbrochável". Além do termo, o presidente pediu que as pessoas comparassem primeiras-damas, ressaltando a sua esposa, Michelle Bolsonaro, a quem chamou de "uma mulher de Deus" e "princesa".
 

"Machismo, meu Deus do céu? [Qual foi o] Machismo que aconteceu aqui em Brasília: Cuiabano, que é um animador de rodeios no Brasil, me dou muito bem com ele, falou lá que presidente é imbrochável, mas devia ter falado que, apesar dos ataques, das pancadas que a gente leva 24 horas por dia, de maldade, quis dizer que eu sou imbrochável porque eu resisto. Não vou dar pra trás, vou reagir, como temos reagido a tudo isso", afirmou na live.
 

O chefe do Executivo se queixou da reportagem da Folha que trouxe estudos que mostram que cerca de 70% dos homens na idade de Bolsonaro tem dificuldades em ter ereções.
 

Ele afirmou que faz parte dos 30%, e acusou a Folha de S.Paulo de ser machista com a reportagem. "Ô Folha, se aqui [está] em 70%, eu tô nos 30%, falou, taokey? Tem nada de machismo aqui, não."
 

"Aí é natural, não sei se tá certo, tá errado, idade vai chegando, as pessoas vão realmente tendo alguma deficiência em algum lugar. Agora, vocês que tão sendo machistas dizendo que 70% dos homens são brocha, vocês que tão dizendo, ou quem não votar em mim é porque é brocha. Vocês tão levando pra esse lado, imprensa porca como sempre", disse.
 

A reportagem leva foto de Bolsonaro com a primeira-dama, uma vez que o presidente havia feito o coro com o termo, como se não ter um problema de disfunção erétil fosse uma "vantagem" eleitoral e de personalidade.
 

O texto não fala que quem não votar no presidente tem problemas de ereção. O texto mostra que, na idade do presidente, aos 67 anos, estudos apontam que o índice de indivíduos do gênero masculino com disfunção erétil é próximo a 70%.
 

O presidente transformou as comemorações do 7 de Setembro em comícios de campanha em Brasília e no Rio de Janeiro, repetindo ameaças golpistas diante de milhares de apoiadores, mas em tom mais ameno do que no mesmo feriado do ano passado.
 

Em cima de carros de som, ele pediu voto, reforçou discurso conservador e deu destaque à primeira-dama Michelle Bolsonaro, com declarações de tom machista.
 

O mandatário deixou de lado o Bicentenário da Independência nos palanques montados nas duas cidades e, tanto no Rio como em Brasília, adotou discurso parecido.

Bahia Notícias

Fux se despede da presidência do STF e cita 'provocações mais lamentáveis'

 Quinta, 08 de Setembro de 2022 - 17:57

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por Nicole Angel, de Brasília

Fux se despede da presidência do STF e cita 'provocações mais lamentáveis'
Foto: Carlos Moura/ SCO/STF

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, presidiu, nesta quinta-feira (8), sua última sessão plenária como presidente da Corte. Quem assume a cadeira, na próxima segunda-feira (12), é a ministra Rosa Weber.

 

Durante discurso ao final da sessão, Fux lamentou as mortes durante a pandemia da Covid-19, e disse que assumiu “a chefia do Poder Judiciário brasileiro num dos momentos mais trágicos e turbulentos de nossa trajetória recente”. Ele lembrou ainda dos desafios da Corte com o cenário virtual.

 

Além disso, o ministro também lamentou os ataques ao Supremo Tribunal Federal e afirmou que a Corte não teve um dia sem ter a legitimidade de suas decisões questionadas. "Não bastasse a pandemia, nos últimos dois anos, a Corte e seus membros sofreram ataques em tons e atitudes extremamente enérgicos”, afirmou Fux.

 

Ainda em discurso, o ministro declarou que a Corte nunca deixou de trabalhar, mesmo sofrendo “provocações mais lamentáveis”.

 

"Mesmo em face das provocações mais lamentáveis, esta Corte jamais deixou de trabalhar altivamente, impermeável às provocações, para que a Constituição permanecesse como a certeza primeira do cidadão brasileiro, o ponto de partida, o caminho e o ponto de chegada das indagações nacionais”, disse o ministro.

 

Finalizando seu discurso, Fux fez declarações à sua sucessora, ministra Rosa Weber. “A serenidade e a firmeza, o que são marcas inerentes a Vossa Excelência, magistrada de carreira, magistrada notável, que certamente as suas qualidades se transmutarão em inúmeros avanços e benefícios - tanto para esta Corte, como para o nosso país”, finalizou Fux.

Bahia Notícias

Autor de impugnação contrata ex-ministro do TSE para questionar registro de Ana Coelho

 Quinta, 08 de Setembro de 2022 - 21:05

por Redação

Autor de impugnação contrata ex-ministro do TSE para questionar registro de Ana Coelho
Foto: Divulgação

Ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Tarcísio Vieira de Carvalho Neto foi escalado para representar pela impugnação de Ana Coelho (Republicanos), candidata a vice-governadora na chapa do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União) na Corte Eleitoral. O processo busca comprovar que Ana está inelegível (reveja aqui), já tendo a negativa do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA). O grupo responsável pela contratação do advogado é ligado ao ex-ministro da Cidadania e candidato ao governo, João Roma.

 

Além disso, de acordo com informações obtidas pelo Portal A Tarde, o prazo de substituição da representação seria até a próxima segunda-feira (12). Tarcísio é considerado um dos maiores advogados eleitorais da atualidade, já tendo defendido o presidente Jair Bolsonaro (PL) em algumas oportunidades.

 

O ex-ministro possui graduação em Direito pela Universidade de Brasília (1993), mestrado em Direito do Estado pela Universidade de São Paulo (2002) e doutorado em Direito do Estado também pela Universidade de São Paulo (2015). Atualmente, cursando pós-doutorado em Democracia e Direitos Humanos no Ius Gentium Conimbrigae/Centro de Direitos Humanos (IGC/CDH) de Portugal. Exerceu os cargos de ministro do TSE, subprocurador-geral do Distrito Federal, na Procuradoria Geral do Distrito Federal e de professor adjunto da Universidade de Brasília.

Bahia Notícias

Bolsonaro nega abuso e diz que ato oficial foi separado de comício no 7 de Setembro

 Sexta, 09 de Setembro de 2022 - 08:20

por Marianna Holanda | Folhapress

Bolsonaro nega abuso e diz que ato oficial foi separado de comício no 7 de Setembro
Foto: Alan Santos/PR

O presidente Jair Bolsonaro (PL) negou, nesta quinta-feira (8), acusações de abuso de poder por ocasião dos atos de 7 de Setembro, data do Bicentenário da Independência, em que ocorreram manifestações de apoio ao chefe do Executivo pelo país.
 

"Que abuso de poder? Não gastei um centavo, paguei todas as minhas despesas, houve separação clara entre o ato cívico-militar e o ato lá de fora", afirmou em sua transmissão semanal nas redes sociais.
 

Ele disse ainda que outros candidatos poderiam ter ido aos eventos ou mesmo mobilizado carros de som para si próprios.
 

Os advogados da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeram acionar o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) contra Bolsonaro sob a alegação de abuso de poderes político e econômico.
 

Durante a live desta quinta, Bolsonaro também reclamou de manchetes de jornais, como do jornal Folha de S.Paulo, que disse que "Bolsonaro captura o 7 de Setembro com comícios, machismo e ameaças repetidas".
 

O presidente negou que tenha feito ameaças ou cometido machismo, alegando não ter citado nominalmente ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e justificando o coro de "imbrochável", puxado por seguidores e reforçado por ele próprio ao microfone. Segundo o mandatário, o termo fálico, repetido por ele em diferentes discursos em eventos oficiais, é um sinônimo de resistência a ataques.
 

"Que que eu ameacei, meu Deus do céu? Meus dois pronunciamentos, os dois juntos, acho que não passei de 30 minutos. Qual foi a ameaça? Falei o nome de algum ministro do Supremo? Falei em TSE?", questionou.
 

De fato, Bolsonaro não citou os tribunais diretamente neste ano nem o ministro do STF Alexandre de Moraes, que também preside o TSE. Enquanto no ano passado ele se referiu ao magistrado e atual presidente do TSE de "canalha" e pregou desobediência ao Judiciário, neste ele reduziu o tom golpista.
 

O mandatário manteve ameaças mais veladas ao dizer que vai levar "para dentro das quatro linhas [da Constituição] todos aqueles que ousam ficar fora delas". Ele costuma usar o termo para criticar ministros do Supremo.
 

No ano passado, ele havia sido mais direto ao dizer que "ou o chefe desse Poder [Judiciário, ministro Luiz Fux] enquadra o seu [ministro] ou esse Poder pode sofrer aquilo que nós não queremos".
 

A insistente narrativa de Bolsonaro de meses anteriores, de questionamento à confiabilidade das eleições, às urnas e ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), também ficou de fora das pregações centrais do presidente.
 

Apesar de ter amenizado o tom, alguns de seus apoiadores levaram mensagens autoritárias nos atos, incluindo faixas e cartazes em diversos lugares do país.
 

O presidente negou que tenha sido machista, mas respondeu apenas ao fato de ter puxado o coro do "imbrochável". Além do termo, o presidente pediu que as pessoas comparassem primeiras-damas, ressaltando a sua esposa, Michelle Bolsonaro, a quem chamou de "uma mulher de Deus" e "princesa".
 

"Machismo, meu Deus do céu? [Qual foi o] Machismo que aconteceu aqui em Brasília: Cuiabano, que é um animador de rodeios no Brasil, me dou muito bem com ele, falou lá que presidente é imbrochável, mas devia ter falado que, apesar dos ataques, das pancadas que a gente leva 24 horas por dia, de maldade, quis dizer que eu sou imbrochável porque eu resisto. Não vou dar pra trás, vou reagir, como temos reagido a tudo isso", afirmou na live.
 

O chefe do Executivo se queixou da reportagem da Folha que trouxe estudos que mostram que cerca de 70% dos homens na idade de Bolsonaro tem dificuldades em ter ereções.
 

Ele afirmou que faz parte dos 30%, e acusou a Folha de S.Paulo de ser machista com a reportagem. "Ô Folha, se aqui [está] em 70%, eu tô nos 30%, falou, taokey? Tem nada de machismo aqui, não."
 

"Aí é natural, não sei se tá certo, tá errado, idade vai chegando, as pessoas vão realmente tendo alguma deficiência em algum lugar. Agora, vocês que tão sendo machistas dizendo que 70% dos homens são brocha, vocês que tão dizendo, ou quem não votar em mim é porque é brocha. Vocês tão levando pra esse lado, imprensa porca como sempre", disse.
 

A reportagem leva foto de Bolsonaro com a primeira-dama, uma vez que o presidente havia feito o coro com o termo, como se não ter um problema de disfunção erétil fosse uma "vantagem" eleitoral e de personalidade.
 

O texto não fala que quem não votar no presidente tem problemas de ereção. O texto mostra que, na idade do presidente, aos 67 anos, estudos apontam que o índice de indivíduos do gênero masculino com disfunção erétil é próximo a 70%.
 

O presidente transformou as comemorações do 7 de Setembro em comícios de campanha em Brasília e no Rio de Janeiro, repetindo ameaças golpistas diante de milhares de apoiadores, mas em tom mais ameno do que no mesmo feriado do ano passado.
 

Em cima de carros de som, ele pediu voto, reforçou discurso conservador e deu destaque à primeira-dama Michelle Bolsonaro, com declarações de tom machista.
 

O mandatário deixou de lado o Bicentenário da Independência nos palanques montados nas duas cidades e, tanto no Rio como em Brasília, adotou discurso parecido.

Bahia Notícias

De Euclides da Cunha a Sítio do Quinto, Nordeste baiano é tema de podcast

 Quinta, 08 de Setembro de 2022 - 19:10


De Euclides da Cunha a Sítio do Quinto, Nordeste baiano é tema de podcast
Foto: Paulo Victor Nadal / Bahia Notícias

Uma das regiões mais pobres da Bahia, o semiárido Nordeste 2, como o território é denominado, convive com diversos problemas. Na região, crianças abandonam a escola para ajudar no sustento da família, municípios mesmo com potencial econômico não conseguem se desenvolver e a população precisa do amparo de benefícios sociais, já que o emprego é escasso e o salário é baixo.

 

Com 18 municípios e 428,8 mil habitantes, a região abriga cidades com comércio mais ativo como Euclides da Cunha, Ribeira do Pombal e Jeremoabo, mas também municípios onde a economia é bem mais frágil, casos de Coronel João Sá, Banzaê, Novo Triunfo e Sítio do Quinto.

 

Para falar do território, o Bahia Notícias conversou com Josevaldo Campos, do site Retratos e Fatos. O jornalista detalha diversos aspectos do território com o olhar de quem conhece de perto a realidade e vê progresso quando tudo pode parecer estagnação.

 

Até 2 de outubro, nas terças-feiras e quintas-feiras, divulgaremos episódios desse projeto que vai trazer a Bahia para mais perto de você.

 

Com apresentação de Francis Juliano e edição de Paulo Victor Nadal, o podcast segue disponível no site e nas plataformas de streaming SpotifyDeezer e Castbox.



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https://www.bahianoticias.com.br/

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