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terça-feira, outubro 05, 2021

A cidade é linda e pode ficar mais bonita ainda

 




por José Ivandro

Paulo Afonso é uma cidade linda, isso é fato! Durante muito tempo a CHESF cuidou do “Acampamento” com esmero. Jardins, praças e ruas arborizadas. Criou um Oásis em pleno sertão.
Deveria ter feito mais, muito mais. Deveria ter cuidado da cidade que cresceu fora dos seus muros, com o mesmo carinho com que cuidou do lado de lá. Isso não seria favor nenhum, se a cidade deve a CHESF, a CHESF lucra e lucra muito com a energia gerada aqui. E lucrou por muitos e muitos anos sem devolver a cidade um vintém do que dela tirava.

Não fosse a luta de Zé Ivaldo e o resgate de parte dessa dívida com o advento dos royalties, seriamos mais uma cidade grande e mal cuidada no meio do sertão.

A prefeitura tem cuidado da cidade, e nos últimos anos fez ou reformou diversas praças, implantou pistas de caminhada em algumas delas, colocou brinquedos e as mantém limpas e bonitas. A BA-210 no trecho entre a policlínica e o início do Dique da PA IV está linda, bem iluminada, e tem um belo jardim. As nossas principais avenidas estão bem cuidadas sim.

Porém, precisamos de mais arvores, precisamos repor as Caraibeiras e Castanholas que caíram nas ruas do acampamento Chesf e precisamos plantar mais arvores no restante da cidade. Precisamos de mais Caraibeiras, mais Castanholas, Mangueiras e de mais e mais arvores que proporcionem sombra.

Precisamos de praças bonitas, mas principalmente de praças arborizadas, de praças que nos protejam dos raios solares, e que nos permita sentar a sombra durante o dia.
A alma de uma praça está nas sombras de suas arvores. É preciso cuidar disso.

*José Ivandro é aprendiz de jornalista e colunista do Tribuna Mulungu

Despesas milionárias do STJ com segurança e mordomia causam inveja ao Primeiro Mundo


SE GRITAR PEGA, LADRÃO… – Contra o Vento

Charge do Alpino (Yahoo Notícias)

Lúcio Vaz
Gazeta do Povo

O Superior Tribunal de Justiça segue os passos do Supremo nos quesitos segurança e mordomias. O STJ tem contrato no valor de R$ 48 milhões para segurança pessoal privada armada, escolta e condução de veículos, não só em Brasília, mas também em São Paulo e Rio de Janeiro. Só nas residências atuam 84 profissionais de segurança.

Houve ainda compra de coletes a prova de bala e treinamento de tiro. Os coquetéis têm pratos com camarão e bacalhau. Nos jantares, copos de cristal e garçons em traje de gala, usando luvas.

FESTIVAL DE SEGURANÇAS – O contrato de segurança, assinado em abril desde ano, com vigência de 20 meses, atende a sede do tribunal, em Brasília, e as filiais em São Paulo, na Avenida Paulista, e no Rio de Janeiro, na Rua do Acre, Centro. São 185 profissionais em Brasília e 13 nas filiais.

Há segurança pessoal para condução de 80 veículos de representação – destinados ao atendimento dos ministros. Outro contrato, no valor de R$ 21 milhões, assegura a vigilância armada e desarmada nos prédios e áreas utilizadas pelo tribunal.

Contrato assinado em agosto desde ano prevê a realização de treinamento introdutório de tiro, armamento e tiro para o porte de arma, e treinamento prático de tiro na modalidade presencial, com vigência de seis meses, no valor de R$ 85 mil. No mesmo mês, houve a compra de 72 coletes balísticos, modelo ostensivo, no valor de R$ 73 mil. Outro contrato, no valor de R$ 14 mil, descreveu como seria o colete: resistente a disparos de projéteis de arma de fogo dos calibres 44 e 9mm, de forma que permita a proteção das partes vitais. O tribunal não informou a quem eram destinados os treinamentos de tiro e coletes.

SEGURANÇA E MORDOMIA – O STJ é a “terceira instância” do Poder Judiciário. Julga recursos que chegam dos Tribunais de Justiça dos Estados e dos Tribunais Regionais Federais. Não julga causas eleitorais nem trabalhistas. A última instância é o Supremo Tribunal Federal (STF), outro tribunal que consome milhões de reais em segurança e mordomias para seus ministros, como mostrou o blog.

O contrato para fornecimento de jantares, coquetéis e coffee break em eventos institucionais, no valor de R$ 1,4 milhão, prevê canapés, voul au vent, barquetes e risotos de camarão, bacalhau e ricota, além de doces como petit fours, tarteletes ou muffins. Os almoços ou jantares contam com guardanapos de tecido oxford, linho ou cambraia de linho, e copos em cristal ou vidros finos.

Toda a equipe trabalha uniformizada. Mulheres mantêm os cabelos presos e garçons vestem traje de gala, usando luvas. O contrato foi assinado em agosto do ano passado.

MAIS DESPESAS – Outro contrato para serviços de garçom, copeiro e cozinheiro, para 114 profissionais, com fornecimento de insumos, assinado em setembro do ano passado, ficou em R$ 14 milhões, com vigência de 20 meses. O tribunal também comprou 30 carrinhos para café/chá, por R$ 20 mil.

No início deste ano, foi assinado contrato, no valor de R$ 457 mil, para fornecimento de gêneros alimentícios. A lista de compras tinha 240 unidades de leite condensado, 180 de ovos de galinha caipira marrom, 300 de queijo de coalho, 10,5 mil cocos verdes, 1,8 mil pacotes de pão de queijo.

Contrato no valor de R$ 3 milhões, por 20 meses, assinado em setembro de 2020, prevê a contratação de 33 ascensoristas e dois supervisores, para atuar no edifício sede em Brasília. O contrato deixa explícito que os serviços deverão ser prestados entre 6h e 22h, em horários diversificados, com vistas a atender inclusive as demandas excepcionais, a exemplo do horário estendido de funcionamento dos gabinetes dos ministros e eventos nas dependências do tribunal.

UTI A JATO – Termo de credenciamento assinado no ano passado revela mais um benefício oferecido a ministros, servidores e pensionistas do tribunal. Assinado com a Líder Táxi Aéreo, o credenciamento prevê “remoção aeromédica”, com no mínimo uma aeronave-UTI a jato, para atendimento de remoção aos ministros, servidores, pensionistas e seus respectivos dependentes, beneficiários do plano de saúde do tribunal, no território nacional. Entre os hospitais credenciados pelo plano de saúde está o Sírio-Libanês.

Desde 2019, o STJ mantém também contrato com a Shalom Táxi, para agenciamento e intermediação de pagamentos de corridas de táxi, no valor de R$ 1,8 milhão, com vigência de 20 meses, podendo ser prorrogado por até 60 meses.

Contrato com empresa para emissão de passagens aéreas nacionais e internacionais, assinado no início de 2020, tinha previsão de gastos de R$ 8,8 milhões. O tribunal não informou quanto foi executado.

SALA NO AEROPORTO – Não poderia faltar a sala VIP no aeroporto. O STJ assinou contrato de R$ 1,4 milhão, ou R$ 23,2 mil por mês, com vigência de 60 meses, pela cessão de uso de espaço no Aeroporto Internacional de Brasília para “fins de atendimento de autoridades” do tribunal.

O STJ gastou mais R$ 286 mil com a contratação de serviços especializados na realização de “Curso de Língua Estrangeira para Ministros”, incluindo as opções de inglês, espanhol, italiano, francês e alemão, com 50 horas por aluno. Aos servidores, foram oferecidas 40 vagas de pós-graduação no Curso de Mestrado Profissional em Direito e Políticas Públicas da Universidade de Brasília (UnB), ao custo de R$ 2,2 milhões e vigência de 38 meses.

BECAS DE GALA  – O STJ gastou ainda R$ 41 mil neste ano com aquisição, conserto e ajuste de togas, becas e capas para uso de ministros, advogados, secretários e atendentes nos ambientes de julgamento.

A “beca de gala”, em cetim preto, tem gola alta, tipo de padre, com entretela indeformável, pespontada; jabourt em renda branca, frente dupla; costas com pregas verticais; sobremangas duplas, franzidas; detalhes nos punhos em renda branca; faixa pregueada somente na frente, fixada nas laterais com fivela cromada.

Cada uma custa R$ 1,3 mil – mais do que um salário mínimo. O blog questionou o STJ sobre o valor executado dos contratos e sobre a destinação dos serviços e benefícios não identificados nos contratos. Não houve resposta.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Impressionante este artigo, enviado à TI por Celso Serra. Diante da suntuosidade e da gastança de recursos públicos, Francelino Pereira certamente insistiria: “Que país é esse?”. E Renato Russo responderia: “É o mesmo país do Nordeste e da Baixada Fluminense, só que visto de outro ângulo…”. (C.N.)

Por que todos os banqueiros do Brasil insistem em aplicar seu dinheiro em offshores?

Publicado em 5 de outubro de 2021 por Tribuna da Internet

Luiz Carlos Trabuco - saiba mais sobre o ex-CEO do banco Bradesco

Trabuco, ex-CEO do Bradesco, confirma que “rico ri à toa”

Celeste Silveira
Poder 360

Luiz Carlos Trabuco Cappi, hoje presidente do Conselho de Administração do Bradesco, foi presidente por 9 anos do segundo maior banco brasileiro. Na hora de organizar as suas próprias finanças, porém, ele é um banqueiro globalizado: guarda parte das suas economias em uma offshore nas Ilhas Virgens Britânicas, um paraíso fiscal no Caribe. Não há qualquer ilegalidade com a offshore de Trabuco. Ela foi declarada à Receita Federal, como manda a lei brasileira.

Na cúpula do sistema bancário brasileiro, o uso de offshores para investimentos e pagar menos impostos é comum. É uma prática que vai das instituições tradicionais – como Bradesco ou Santander – aos novos bancos, caso do Inter ou Agibank. E passa pelas instituições públicas, como o BRB (do governo do Distrito Federal).

CONTAS MILIONÁRIAS – Trabuco Cappi, que presidiu o Bradesco por 9 anos, é dono da Capvel Overseas Investments Limited. Junto com os filhos, ele tem ao menos US$ 5 milhões na conta dessa offshore, aberta nas Ilhas Virgens Britânicas.

A herdeira do Bradesco e presidente da fundação do banco, Denise Aguiar, também tem três offshores nesse mesmo paraíso fiscal. Outros quatro executivos ou ex-dirigentes do banco são donos de empresas nas Ilhas Virgens Britânicas.

São eles: Cassiano Ricardo Scarpelli, vice-presidente do banco, criou a Monte Gennaro International para investir em títulos internacionais; Eurico Ramos Fabri, diretor de Crédito do Bradesco, abriu no Caribe a Vincenza Inc. com a mulher e uma filha; Samuel Monteiro dos Santos Junior, foi vice-presidente da holding Bradesco Seguro e Previdência, é dono da Idaho Holding Company com a mulher e 2 filhos; Antonio Bornia, que presidiu o Bradesco na Argentina e integrou o Conselho de Administração até 2015, tem a Anfamar & Sons Limited com 2 filhos.

OUTROS BANQUEIROS – Do Santander, terceiro banco privado no ranking brasileiro, Sérgio Rial, diretor-executivo, também é usuário antigo de offshores. Ele trabalhou no exterior por mais de 20 anos. É dessa época a abertura da Celtic Associates Ltd nas Ilhas Virgens Britânicas. O patrimônio da empresa é de pelo menos US$ 10 milhões. Rial diz que a sua offshore foi declarada à Receita Federal.

O Brasil só cobra impostos de offshore em situações pontuais: quando há distribuição de lucros, empréstimos ou a repatriação dos recursos. As alíquotas nesses casos variam de 15% a 27,5%.

Nenhum dos banqueiros aqui citados respondeu a uma pergunta enviada pelo Poder360: por que eles preferem investir fora do Brasil se são donos de bancos ou dirigentes no país.

JORNALISTAS INVESTIGATIVOS – Os documentos desta reportagem foram obtidos pelo ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, na sigla em inglês), uma entidade sem fins lucrativos com base em Washington D.C., nos Estados Unidos.

Participaram da investigação 615 jornalistas de 149 veículos em 117 países. O material está sendo analisado há cerca de 1 ano para a preparação da série. No Brasil, fazem parte da apuração jornalistas do Poder360, da revista Piauí, da Agência Pública e do site Metrópoles.

O Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos realizou algumas das maiores investigações de impacto dos últimos anos, como Panama Papers e Swiss Leaks, revelando o lado mais sombrio das finanças e da corrupção.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Como dizia Marx, o capitalismo não tem pátria. É difícil encontrar um banqueiro no Brasil que não use empresas offshore para pagar menos impostos e ter lucros nas desvalorizações do real. Por isso, a meu ver, todos os bancos deveriam ser estatais, como o BB, a Caixa e o BNDES. O capital deve ser usado para produzir riquezas, não para se reproduzir esterilmente, sem gerar empregos nem distribuir renda. Pense sobre isso. Os inacreditáveis juros nos cartões de créditos, mais de 300% ao ano, explorando o povo trabalhador, deveriam ser motivo para condenação e prisão de todos os banqueiros. Todos eles, sem exceção. Pense nisso, também(C.N.)

Se nem Lula comparece às manifestações da esquerda, o que se dirá do povo?


Ipespe: Lula lidera todos os cenários de 1º turno e venceria qualquer  adversário no 2º - CartaCapital

Lula parece tet medo de sair às ruas e ser vaiado pelo povo

J.R. Guzzo
Gazeta do Povo

A esquerda brasileira em geral, e o PT em particular, têm uma dificuldade congênita para aprender com a realidade, mesmo a realidade recente. Em sua própria visão, eles estão sempre certos; nunca cometem um erro, de nenhum tipo ou tamanho, e tudo o que fazem é um sucesso. Olham e leem a mídia, e acreditam em tudo o que está dito lá — o que sai impresso, ou vai ao ar, é sempre a favor deles e da sua lista de desejos. Têm certeza, então, de que a vida é linda.

Até hoje continuam achando que Lula fez muito bem em inventar Dilma como presidente, e que ela fez um grande governo; só caiu porque era tão boa, e tão genial, que “a direita” teve de dar “um golpe” para enxotá-la do Palácio do Planalto.

FATOS E DOUTRINAS – Foi, ao exato contrário, um processo legalíssimo de impeachment, causado do começo ao fim por um governo monstruosamente ruim. Mas o PT nunca permite que os fatos interfiram com as suas doutrinas, e até hoje estão convencidos de que nunca houve nada de errado com Dilma. Aí fica difícil.

O miserável fracasso das últimas manifestações de rua do partido e dos seus servidores da esquerda é mais uma prova de quanto, exatamente, é difícil. Em vez de anotarem que a manifestação deu errado, tentarem saber por que, e trabalharem para melhorar o desempenho na próxima, ficam dizendo a si mesmos, junto com os jornalistas-amigos, que tudo deu muito certo.

Deu errado, pela simples observação física das ruas e pela aritmética, mas e daí? Os donos do PT e os seus militantes querem ver outra coisa. E é essa coisa que fica valendo, no seu mundo mental e nos relatos feitos para o público.

COMPARAÇÃO -A manifestação na Avenida Paulista, que funciona hoje como o termômetro para medir sucesso e fracasso em matéria de povo na rua no Brasil, reuniu, segundo os cálculos da PM do governador João Doria, 8 mil pessoas — uma calamidade terminal, quando se compara com as mais de 200 mil que, no mesmo lugar, foram manifestar seu apoio ao presidente Jair Bolsonaro no último dia 7 de setembro.

 Os militantes se concentraram na frente do carro de som de luxo, alugado por mais de R$ 100 mil para servir de palanque e pousada para as celebridades — e foi isso. Nos quarteirões vizinhos, apenas algumas ilhas isoladas de gente; nas ruas paralelas, não foi preciso nem fechar o trânsito.

É óbvio que a maioria da população não está ouvindo o chamado do PT para ir às ruas; quem consegue fazer isso, hoje, é Bolsonaro. Chato, não é? Não só chato, porque nega todas as grandes teorias hoje à venda sobre “popularidade política” no Brasil. Além disso, é uma demonstração concreta de que o discurso usado pela esquerda para o público está errado.

ESCOLAS FECHADAS – Talvez nada tenha comprovado essa realidade de maneira tão clara quanto o cartaz vermelho exibido por um grupo de manifestantes; dizia-se ali que o sindicato dos professores de São Paulo apoiava Lula, etc, etc.

É duro acreditar, mas o fato é que o PT e a esquerda estão achando que manter as escolas públicas fechadas por mais de um ano é uma causa popular, digna de ser louvada entre as grandes “pautas” da manifestação; acham que isso rende voto e deixa o povo encantado.

A esquerda brasileira está se mostrando incapaz de entender que as suas grandes causas “populares” não são populares, não junto à realidade atual da população brasileira; estão falando em latim para ela, com a ajuda do “centro liberal–limpinho–equilibrado” — e colhendo nas ruas, diretamente, o resultado dos seus erros.

LULA JÁ SABE – O primeiro a perceber isso parece ter sido o próprio Lula — ele não foi, simplesmente não foi, à manifestação da Paulista. Deveria ser o personagem principal, o ídolo a ser adorado pela multidão: nem se deu ao trabalho de aparecer. Se isso não é uma prova objetiva do fracasso dessa manifestação — que deveria lotar a praça e competir pau a pau com o ato pró-Bolsonaro — o que, então, poderia ser?

É verdade que Lula não tem coragem de botar o pé na rua há anos; sabe muito bem (ou desconfia) que é odiado por milhões de brasileiros. Se não fosse assim, por que se esconderia desse jeito? Não consegue ir a um jogo de futebol do Corinthians, e não quer se arriscar a nada; obviamente, dá sinais de que não acredita numa única sílaba das pesquisas do Ibope e do Datafolha onde se garante que sua popularidade nunca foi mais alta.

Mas com toda a repugnância que tem para se misturar ao povo, Lula poderia, sem nenhum risco para sua saúde, ir à manifestação; chegaria de helicóptero e ficaria o tempo todo protegido por um exército de seguranças, tudo pago pelos milhões de reais que o PT coloca à sua disposição. Não quis ir nem assim. É o melhor atestado de óbito para a “estratégia de massas populares” do PT. Se nem Lula aparece, imagine-se as massas.

 (artigo enviado por Mário Assis Causanilhas)


Boiada à vista! Projetos liberam mineração e criação de gado, ameaçando reservas

Publicado em 5 de outubro de 2021 por Tribuna da Internet

Projeto propõe acabar com Reserva Extrativista Marinha de Canavieiras, com 60 km de extensão, no litoral da Bahia Foto: Enrico Marone / Agência O Globo

Canavieiras, na Bahia, é uma das reservas sob ameaça

Cleide Carvalho
O Globo

Criadas nos anos 1990 para permitir a sobrevivência de comunidades tradicionais pela extração sustentável de produtos florestais na Amazônia, como castanha, látex e óleo de copaíba, as Reservas Extrativistas (Resex) estão sob ameaça. Dois projetos em tramitação na Câmara dos Deputados dão sinal verde para a instalação de lavras de garimpo e a criação de bois e búfalos nessas áreas, alterando a lei de 2000 que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza.

A regra atual permite apenas a criação de animais de pequeno porte, agricultura de subsistência e pesca. A exploração de recursos minerais é proibida, assim como a caça amadora ou profissional. Hoje, o Brasil tem 66 reservas extrativistas.

PARECERES A FAVOR – O projeto que libera bois e búfalos, do deputado Junior Ferrari (PSD-PA), recebeu em maio um parecer favorável da relatora, deputada Silvia Cristina (PDT-RO), da Comissão de Agricultura. Ele argumenta que a criação de búfalos era exercida nas várzeas do rio Amazonas antes das reservas.

Em julho, foi a vez do relator Nereu Crispim (PSL-RS) dar parecer favorável a projeto do deputado Éder Mauro (PSD-PA) que permite a instalação de lavras garimpeiras de pequeno porte.

A invasão das Resex é crescente. Entre agosto de 2019 e julho de 2020, foram desmatados 143 km² nas reservas extrativistas, segundo levantamento do Imazon. De agosto de 2020 a julho deste ano, a área desmatada atingiu 213 km².

INTERESSE OCULTO – Ambientalistas e extrativistas locais apontam que a investida atual em terras da União atende projetos de interesse do agronegócio, e de atividades ilegais de garimpo.

— Dizem que pequenas lavras de garimpo não têm impacto. Mas não existe extração de minério sem impacto para o meio ambiente e populações locais. É atividade incompatível com essas áreas — afirma Dione Torquato, secretário-geral do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS).

O modelo das Resex foi proposto nos anos 1980 por seringueiros, para conter o desmatamento e a invasão de áreas de extração, ameaçadas por pastagens. O projeto saiu do papel após o assassinato do líder seringueiro Chico Mendes, de repercussão internacional. Coube ao então presidente José Sarney a criação das primeiras reservas: Chico Mendes e Alto Juruá, no Acre; Rio Ouro Preto, em Rondônia; e do Rio Cajari, no Amapá.

REDUÇÃO DAS ÁREAS – Das quatro pioneiras, duas têm projetos em andamento para reduzir suas áreas, a Chico Mendes e a Rio Ouro Preto. A diminuição da Rio Ouro Preto partiu de um projeto do Senado.

— Nenhuma das proposições foi discutida com as comunidades. É ameaça ao ambiente e à população das áreas — diz Bruno Taitson, analista de conservação da WWF Brasil.

Parlamentares de oposição veem risco de aprovação dos projetos, pela maioria do governo na Câmara. “A ideia é mercantilizar as Resex. Não há melhor expressão do que a de passar a boiada” — diz o deputado Pedro Uczai (PT-SC), referindo-se à frase do ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles.

RETIRADA DA PAUTA – Relatores defendem os projetos. A deputada Silvia Cristina diz que a criação de bois e búfalos é compatível com o extrativismo e pode aumentar a renda das comunidades: “Abrimos para conversar. Retiramos de pauta para ouvir ONGs e extrativistas”.

Responsável pelo parecer favorável à mineração nas Resex, o deputado Nereu Crispim diz ter deixado a bancada governista insatisfeita por estabelecer regras de mitigação e obrigatoriedade de reflorestamento de áreas danificadas, além da aprovação de estudo de impacto ambiental:

“Após a ocorrência de eventos como a grave seca e vendavais de poeira, o Congresso precisa dar uma freada nas mudanças em unidades de conservação”, admite o relator.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – O Brasil precisa dar bom exemplo para o mundo, ensinando como se preserva o meio ambiente. É inacreditável, mas parece disposto a destruir a natureza, contra tudo e contra todos. (C.N.)

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