Posted on by Tribuna da Internet
Carlos Newton
O mais novo ministro do Supremo, Alexandre de Moraes, ex-secretário de Segurança de São Paulo, está se transformando na grande revelação do Judiciário brasileiro, conduzindo-se de forma independente e impecável. E agora está em suas mãos o futuro da República, como relator de dois inquéritos que atingem diretamente o Planalto – um sobre ameaças ao Supremo e que acabou se transformando numa investigação também sobre “fake news”; e o outro, sobre organização e financiamento de atos antidemocráticos.
Com sua independência e precisão jurídica, conseguiu também emparedar Gilmar Mendes e Dias Toffoli no explosivo caso do antigo Coaf (Conselho de Fiscalização de Atividades Financeiras), que havia flagrado em sonegação as mulheres deles, Guiomar Mendes e Roberta Rangel, ambas advogadas, junto com 31 outros contribuintes politicamente expostos (ligados ao poder público).
ERRO DE TOFOLLI – Na condição de presidente do Supremo, Toffoli abriu uma investigação interna, alegando que o tribunal, seus ministros e até familiares sofriam ameaças e eram vítimas de “fake news”. Para não ter reação ao inquérito, que foi aberto mediante “interpretação livre” do Regimento do STF, Toffoli indicou o mais novo ministro, Alexandre de Moraes.
Foi um erro gravíssimo, pois Moraes simplesmente desprezou os interesses conjugais de Toffoli e Gilmar, separou os assuntos e rapidamente colocou em votação o esquema de trabalho do Coaf. Mas o julgamento levou meses, porque houve pedido de vistas.
Em dezembro de 2019, na hora da verdade e do olho no olho em plenário, a votação ficou em 10 a 1, pois Gilmar não teve coragem de defender a mulher e Toffoli mudou o voto na chamada undécima hora. Apenas Marco Aurélio Mello votou contra o relator, por razões que nem Freud explica. E o antigo Coaf (atual Unidade de Inteligência Financeira – UIF) e a Receita retomaram o democrático direito de compartilhar dados sigilosos com o Ministério Público, sem autorização judicial.
“FAKE NEWS” NO PLANALTO – Sob comando de Moraes, a Polícia Federal saiu na captura das “fake news”, seguiu o caminho e foi acabar no terceiro andar do Planalto, onde trabalham Carluxo Bolsonaro e Tercio Arnaud, um jovem assessor presidencial, cuja função é justamente abastecer as redes de robôs humanos e mecânicos para distribuir “fake news”nas redes sociais, sites, blogs, portais e também por e-mail.
Além das provas robustas já existentes no inquérito, Moraes autorizou a Polícia Federal a acessar dados de uma investigação do Facebook que resultou na remoção de contas ligadas ao PSL e a gabinetes da família Bolsonaro.
A decisão está em sigilo e foi tomada em dois inquéritos: no que apura a organização e financiamento de atos antidemocráticos e no que investiga ataques a ministros do Supremo e disseminação de “fake news”.
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P.S. 1 – As provas são abundantes e não há possibilidade de defesa em nenhum dos inquéritos que são conduzidos por Alexandre de Moraes, um nome que está prestes a entrar na História, graças ao erro de avaliação de Toffoli.
P.S. 1 – As provas são abundantes e não há possibilidade de defesa em nenhum dos inquéritos que são conduzidos por Alexandre de Moraes, um nome que está prestes a entrar na História, graças ao erro de avaliação de Toffoli.
P.S. 2 – Há no Supremo um terceiro inquérito contra Bolsonaro, pelas acusações que lhe foram feitas pelo ex-ministro Sérgio Moro. Mas o relator é Celso de Mello, que não é um ministro confiável e pode até arquivar a investigação, que também possui provas robustas contra o presidente. Mas quem se interessa? (C.N.)