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segunda-feira, julho 11, 2011

Pausa para uma tema sério (2)

Carlos Chagas

Na posse das informações sobre a inusitada visita, escrevi um artigo para “O Estado de S. Paulo”, sob o título “Brasília não vê JK chorar”, reproduzido em seguida por diversos outros jornais. Começou ali meu relacionamento com o presidente, a quem tinha visto e entrevistado no passado apenas de forma profissional. Seguidas vezes, aos domingos, ia visitá-lo na fazendinha. Ele não era daqueles políticos cheios de informações, que fazem a felicidade dos jornalistas. Dele fluíam sentimentos, assim como memórias permanentes. Fui tomando conhecimento, ao vivo, de centenas de episódios da vida dele, de seu governo e de seu calvário político.�

Contou-me, por exemplo, que ainda governador de Minas, mas já pré-candidato à presidência da República, compareceu ao palácio do Catete para uma audiência com o então presidente Café Filho, adversário implacável de sua candidatura. O tema que ia tratar dizia respeito aos preços mínimos do café, que seu estado produzia aos montes. Lá em cima, primeiro a surpresa: Café Filho tratou-o com desmesurada gentileza, chegando a levantar-se da cadeira presidencial e pedindo que ele nela sentasse. Meio sem jeito, sentou, quando o presidente mudou de tom, tornou-se agressivo e disse: “Esta foi a primeira e a única vez que você ocupou essa cadeira. Você não será presidente, até porque os ministros militares não querem!”

Irritado, JK deu a audiência por terminada e desceu até a sala de imprensa. Os jornalistas não tinham a menor idéia do que se passara. Foram logo perguntando sobre o café, claro que não o presidente. Vingou-se: “De que café você está falando, meu filho, do vegetal ou do animal?”

Naquela noite a Hora do Brasil divulgou o manifesto dos ministros militares, contra sua candidatura. Reunido com amigos em seu apartamento, em Copacabana, aceitou a sugestão de Augusto Frederico Schmidt, telefonou para o “Correio da Manhã” e ditou sua reação, começando com a frase lapidar de que “Deus poupou-me o sentimento do medo”.

Não é essa a oportunidade para referir o que foi o governo de Juscelino Kubitschek, muito menos para concordar com um certo sucessor dele, responsável pela falsa imagem de que a paciência era sua maior qualidade. Bobagem. Ele era a impaciência em pessoa, queria tudo pronto e resolvido o mais breve possível, como ainda há dias retificou sua filha Maristela. Tão impaciente que mudou o Brasil.

Homem de coragem física. Sabendo por amigos comuns que Jânio Quadros faria violento discurso contra o seu governo, na hora da transmissão da faixa presidencial, mandou avisar que reagiria. Chamou o chefe da Cerimonial e indagou como seria a solenidade. Informado de que logo atrás dele estaria o seu ministério, assim como o ministério de Jânio atrás do novo presidente, pegou o mapa e, com um lápis vermelho, mudou a disposição. Queria ficar frente a frente com o sucessor, a menos de um metro um do outro. E os ministros bem atrás.

Disse-me anos depois estar pronto para, se ofendido em sua honra, dar um passo à frente e um soco na cara de Jânio. Ia ser um escândalo internacional, mas estava decidido. Os tais amigos comuns souberam, avisaram o novo presidente e, na hora da passagem do governo, Jânio foi todo sorrisos e elogios.

Ao deixar o palácio do Planalto, JK foi acompanhado por grande multidão até o aeroporto que hoje leva o seu nome. No Galeão, voaria direto para Portugal, com a família. A aeronave começava a sobrevoar o Atlântico quando o piloto chama-o à cabine. Colocou os fones de ouvido e percebeu que Jânio discursava, na “Hora do Brasil”. Dizia tudo aquilo que não tivera coragem de dizer com os olhos nos olhos. Voltou á sua poltrona e pensou como o Brasil ainda tinha muito a percorrer em matéria de democracia.

Muito mais tarde, com os dois já cassados, foi ao Guarujá para uma palestra. Descansava depois do almoço, no quarto do hotel, quando escutou um vozerio na porta. De repente, quem irrompe pelo aposento, sentando-se na beirada da cama? Jânio Quadros. Nunca mais se tinham encontrado e o ex-presidente, segurando seu braço com as duas mãos, exclamou aos berros: “Errei, meu amigo, errei. Também, eu nem tinha lido antes o discurso que escreveram para mim…”

Quando da renúncia de Jânio Quadros, a imprensa encontrou Juscelino na sede do extinto PSD, no Rio. Só teve um comentário: “É doido mesmo…”

Integrou-se à campanha de Leonel Brizola pela posse de João Goulart, mas, já senador por Goiás, insurgiu-se contra a decisão do Congresso de implantar o parlamentarismo. Era candidatissimo a voltar ao poder em 1965. Só que, pouco antes de deixar o governo, fechou a cara para Tancredo Neves, seu dileto amigo, diante da proposta de ver votada emenda constitucional permitindo sua reeleição. Nem quis ouvir falar no assunto…

Em 1963 e 1964, estava em plena campanha. Adotou o costume de visitar jornalistas, mais do que ser visitado por eles. Foi ao apartamento do saudoso Oyama Telles, do “Correio da Manhã”, conversar com cinco ou seis repórteres políticos, entre os quais eu estava incluído. Semanas depois, a vez da casa do também hoje desaparecido Heráclio Salles. Estava marcada para o final de abril de 1964 sua ida ao meu apartamento, no Flamengo. Não deu, por conta do golpe militar. (continua amanhã) .

Fonte: Tribuna da Imprensa

Por favor, que alguém esclareça, se puder. O consagrado jornalista Jorge Bastos Moreno, de O Globo, está mesmo afirmando que Lula tem um caso com a pr

Carlos Newton

O colunista Ibrahim Sued vivia repetindo que “em sociedade tudo se sabe”. É verdade. De uma maneira ou outra, as informações acabam surgindo e circulando. Agora, com a revolução da internet, a velocidade da notícia passou a ser realmente meteórica, em tempo real, costuma-se dizer.

Os jornalistas brasileiros ainda mantêm um certo pudor em abordar a privacidade dos governantes, especialmente a vida amorosa. Nesse ponto, a imprensa brasileira é muito mais civilizada do que a inglesa ou a norte-americana, por exemplo, onde os tablóides denigrem qualquer um, com total liberalidade.

Mas nossos jornalistas sempre dão um “jeitinho brasileiro” de fazer revelações picantes, mesmo pisando em ovos e em linguagem mais ou menos cifrada, mas que acaba sendo entendida, pois o velho ditado nos ensina que, para quem sabe ler, um pingo já é letra.

No dia 27 de junho, por exemplo, o colunista Ricardo Noblat, de O Globo, encontrou uma curiosa maneira de dizer que o governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, estava se separando da primeira-dama Adriana Ancelmo.

No violentíssimo artigo que publicou, sob o título “Diz aí, Cabral!”, Noblat deu a seguinte informação: “Sou do tempo em que os políticos escondiam amantes, tesoureiros de campanha e empresários do peito. Amantes ainda são mantidas à sombra – embora algumas delas, de um tempo para cá, tenham protagonizado barulhentos escândalos. Outras morrem sem abrir o bico”.

Comentamos aqui no blog que, com invulgar habilidade, Noblat contou tudo, sem dizer nada, revelando com clareza que a morte de Fernanda Kfuri era mais um motivo para o desespero do governador e para a insistência em “amarrar” com o amigo Eike Batista a história do empréstimo do avião, mentindo sobre a hora em chegou a Porto Seguro etc. e tal.

Agora, no sábado, outro destacado colunista de O Globo, Jorge Bastos Moreno, bem-informadíssimo sobre os bastidores políticos de Brasília, publicou uma nota, também em linguagem mais ou menos cifrada, a respeito do misterioso sumiço de Dilma Rousseff, durante cinco horas, no Rio de Janeiro, na semana passada, sob o título “O desaparecimento da presidente Dilma”.

Então, vamos conferir o texto publicado por Jorge Bastos Moreno, em sua coluna política na página 3 de O Globo:

“O amor verdadeiro é o maior antídoto contra intriga. Onde existe amor, não há desconfiança.

Na última quarta-feira, depois de uma visita oficial ao Rio, a presidente Dilma simplesmente desapareceu. Avisou aos ministros da sua comitiva, já dentro da base aérea do Galeão:

“Me esperem aqui. Vou ali e volto já”.

Dilma só reapareceu para o embarque cinco horas depois.

Perguntem-me se, na volta, alguém teve a coragem de perguntar o que ela esteve fazendo nesse tempo todo.

Durante cinco horas, Dilma esteve reunida, em algum lugar da cidade, com Lula.

Vejam que gracinha: Lula estava na base aérea de São Paulo, onde teria uma conversa com a presidente. Quando soube que Dilma se atrasara na cerimônia do Rio, resolveu esperá-la na base aérea do Rio e, assim, evitar seu deslocamento.

- Presidente da República é Dilma. Eu, que não sou mais nada, é que tenho que ir ao encontro dela – ponderou Lula ao cerimonial do Palácio.

Mesmo com uma baita crise sobre as costas, Dilma voltou a Brasília tão feliz, mas tão feliz, que até parecia ter visto um passarinho azul.

E viu!”

Esta surpreendente nota foi publicada no sábado. Note-se que Moreno foi muito mais contundente do que Noblat, cuja afirmação até passou despercebida para muita gente que ainda não tinha recebido nada pela internet, que àquela altura já começava a ficar infestada de mensagens circulando sobre Fernanda Kfuri e Cabral.

Moreno foi direto ao ponto. Começa a nota falando que “o amor verdadeiro é o maior antídoto contra a intriga” e dizendo que “onde existe amor, não há desconfiança”. Só faltou dizer que “o amor é lindo”. Depois, fala sobre longa duração do encontro secreto entre Lula e Dilma, e termina com uma observação picante sobre a presidente, dizendo que, “mesmo com uma baita crise sobre as costas, Dilma voltou a Brasília tão feliz, mas tão feliz, que até parecia ter visto um passarinho azul. E viu!”

Essa lembrança do passarinho azul, inclusive, é muito original, nunca ninguém ouvira falar disso. Quem chegou mais próximo foi Collor, na Presidência da República, quando disse “ter nascido com aquilo roxo”. De certa forma, de roxo para azul, não fica tão destoante assim.

Durante todo o sábado, aguardamos que saísse algum desmentido à nota de Moreno. O Planalto podia dizer que a presidente Dilma fora visitar uma velha amiga guerrilheira, que está doente, algo assim. Mas nada. Então esperamos passar 24 horas e fomos conferir na edição de domingo de O Globo, para ver se o Planalto ou o próprio Lula tinham se manifestado a respeito. Ainda nada.

Então, será que estou maliciando demais as coisas? Será que nenhuma outra pessoa entendeu a mensagem de Jorge Bastos Moreno da mesma forma do que eu? É possível acreditar que seja apenas “uma brincadeira” do jornalista?

Mas não se brinca com esse tipo de coisas. E os editores do jornal não deixariam ser publicada “uma brincadeira” dessa gravidade. Então, para que possamos realmente saber a quantas anda este país, por favor, que alguém esclareça essa situação, se puder.

Fonte: Tribuna da Imprensa

Uma ajuda para a memória

Veja como as descobertas da neurociência podem ajudá-lo a absorver melhor os conteúdos e evitar os tão temidos “brancos”

11/07/2011 | 00:01 | Marcela Campos
Priscila Forone/Gazeta do Povo / “Quase sempre acontece [o branco]. Na hora da prova eu esqueço as fórmulas e no caso de História, algumas datas, mesmo tendo estudado. Talvez seja pelo nervosismo. “ Geórgia Baron dos Santos, vestiba “Quase sempre acontece [o branco]. Na hora da prova eu esqueço as fórmulas e no caso de História, algumas datas, mesmo tendo estudado. Talvez seja pelo nervosismo. “ Geórgia Baron dos Santos, vestiba Preparação

Uma ajuda para a memória


Se o nosso cérebro fosse um computador, seria fácil. Bastaria comprar um novo HD para melhorar a capacidade de armazenamento de informações e um pente de memória para recuperar mais rápido os dados guardados. Quando precisássemos de um conteúdo, puxaríamos no arquivo e lá estaria ele, pronto e sem nenhum detalhe faltando. Como nem tudo é tão simples, nossa mente pode nos pregar algumas peças, como o famoso branco na hora da prova. A boa notícia é que dá para se preparar ao longo do ano para “turbinar” a memória e evitar os esquecimentos naquele momento crucial: a prova de vestibular.

Aluno do 2º ano do ensino médio do Colégio Expoente, Thomas Okubo, 16 anos, conhece bem o desespero provocado pelos lapsos de memória. Embora estude bastante, ele fica ansioso na hora da prova e acaba esquecendo informações importantes. “Quando acontece, eu paro, respiro e conto até dez. Acho que o branco vem porque tenho muita coisa na cabeça”, diz. Colega de Thomas, Geórgia Baron dos Santos, 16 anos, tem o mesmo problema. Se a prova é muito importante, o esquecimento vem acompanhado de frio na barriga e dor de cabeça.

Priscila Forone/Gazeta do Povo

Priscila Forone/Gazeta do Povo / “Quando acontece [o branco] eu paro, respiro e conto até dez. Acho que o branco vem porque tenho muita coisa na cabeça.” Thomas Okubo, vestiba. Ampliar imagem

“Quando acontece [o branco] eu paro, respiro e conto até dez. Acho que o branco vem porque tenho muita coisa na cabeça.” Thomas Okubo, vestiba.

O caso da estudante Fernanda Holanda Arabi, 20 anos, aluna do Curso Positivo, é ainda mais sério. No último vestibular da Universidade Federal do Paraná (UFPR), ela ficou tão nervosa que teve aumento de pressão e sangramento no nariz. Resultado: fez a prova no ambulatório. “Como eu quero Medicina, vou muito bem em Química e Biologia. E foi bem na parte de Química que me deu branco. Quando acabou a prova, eu fui me acalmando e me lembrando aos poucos do que poderia ter feito”, conta. “Eu sou muito ansiosa e isso atrapalha na hora de acessar a memória”, afirma.

A explicação da estudante está correta, explica a psicopedagoga e neurocientista Nanci Azevedo, autora do livro Turbine seu cérebro – contribuições da neurociência para passar em concursos (Editora Método). Segundo ela, o esquecimento é consequência de outros problemas, como a ansiedade e o estresse. Nanci explica que o processo de memorização ocorre em três etapas: primeiro o cérebro faz o registro da informação, depois ocorre a fixação e por fim há o resgate do conteúdo.

Os três momentos precisam acontecer de forma adequada. “A atenção e a concentração são fatores primordiais para o registro adequado. Outro fator envolvido nessa etapa é a motivação. Quando você gosta de algo, guarda mais fácil. Já a fixação precisa da repetição e da emoção. O estudante deve encarar o aprendizado como oportunidade e não obrigação”, afirma.

Na hora de resgatar a informação o estresse interfere negativamente, explica a professora Josiane Knaut, do curso de Psicologia da Universidade Positivo (UP). “Quando estamos em situação de alto estresse, liberamos o hormônio cortisol. Ele dificulta o envio de glicose para o hipocampo, uma região do cérebro importante para a memória. É como se o cérebro ficasse sem combustível”, afirma. Se o suprimento de combustível para o cérebro cai, o estudante tem dificuldade para se concentrar ou recordar informações.

De acordo com a vice-coordenadora do Departamento de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia, Sônia Brucki, sono ruim, má alimentação, depressão e consumo de álcool também provocam falhas na memória. Por outro lado, existem diversas dicas para deixar a mente tinindo. Confira a seguir as recomendações das três pesquisadoras ouvidas pelo Vestibular da Gazeta do Povo:


Encontre tempo para as atividades físicas

Em ano de vestibular, não adianta só malhar o cérebro. Os exercícios fí­­sicos, principalmente ae­­róbicos (co­mo corrida e bicicleta), au­­mentam o flu­­­­­­­­­­xo sanguíneo e a oxigenação do cérebro, favorecendo a capacidade de memorização. “A USP fez uma pesquisa. Idosos com comprometimento de memória passaram a fazer 40 minutos de bicicleta, pelo menos três vezes por semana, e a capacidade de memorização melhorou muito”, afirma a neurocientista Nanci Azevedo Cavaco. Quem acha que não tem tempo pode fazer cinco minutos de polichinelos antes de entrar no banho, sugere Nanci.


Faça associações visuais para gravar o conteúdo

Se você precisa memorizar uma fórmula de Física ou Matemática, procure visualizá-la mentalmente em tamanho grande e cor vermelha, por exemplo. Quanto mais informações visuais, melhor. “O cérebro guarda a imagem como algo real. O simples fato de visualizar provoca reações no organismo. Imagine um limão bem verde e azedo. Pense que você está chupando esse limão. Você não salivou?”, questiona Nanci.


Use técnicas diferentes de estudo

Utilizar vá­­rias vias sen­­­­­soriais também ajuda a reter informações. Tem gente que compreende melhor o conteúdo quando o escuta, outros são ma­­­is visuais. Mesmo assim, é sempre importante diversificar. “Quando você lê em voz alta, tem o visual e o auditivo. Se, além disso, fizer um resumo, terá mais uma via que te auxiliará”, afirma a neurologista Sônia Brucki. Outra sugestão é aliar estudo da teoria e resolução de exercícios. Segundo Nanci, a dica é importante porque, quanto mais repetições, mais facilidade o estudante terá para guardar uma informação. Ela explica que há capacidade de sobra no nosso cérebro. “Até os 70 anos de idade, a nossa capacidade de retenção de memória equivale a 20 milhões de livros de 500 páginas”, diz.


Tenha boas noites de sono para o dia render mais

Quem dorme mal terá dificuldade de atenção e concentração no dia seguinte, o que atrapalha a primeira etapa do processo de memorização, o registro das informações. Além disso, estudos mostram que durante o sono acontece a consolidação das memórias. A quantidade ideal varia de pessoa para pessoa. A dica é descobrir o que faz bem para o seu ritmo.


Escolha alimentos ricos em vitaminas e Ômega 3

Há substâncias favoráveis ao cérebro, entre elas o Ômega 3, presente nos peixes e na linhaça. Ele combate os radicais livres, que são oxidantes. “Podemos comparar o cérebro a uma máquina que pode ter a oxidação das suas peças. Com o tempo você precisa colocar óleo para lubrificá-las”, afirma Nanci. Outros alimentos que combatem a oxidação são aqueles com vitamina A, C e betacaroteno, presentes no morango, no tomate e na beterraba. O ácido fólico também é um amigo e pode ser encontrado em folhas escuras. Já o ovo é rico em colina, base para a produção da acetilcolina, substância que ajuda na fixação da memória. “Pelo me­­nos duas vezes por semana o estudante pode comer um ovo completo, com gema e clara”, afirma a neurocientista Nanci. É importante ainda beber água, que ajuda a hidratar as células cerebrais.

Fonte: Gazeta do Povo

Item vencido garante outro grátis

Valterci Santos/ Gazeta do Povo

Valterci Santos/ Gazeta do Povo / Objetivo da medida paulista é incentivar o consumidor a fiscalizar o prazo de validade dos produtos vendidos em supermercados Objetivo da medida paulista é incentivar o consumidor a fiscalizar o prazo de validade dos produtos vendidos em supermercados
supermercados

Acordo entre varejo e Procon em São Paulo garante ao consumidor o direito de ganhar um produto igual ao que foi encontrado vencido na prateleira

Publicado em 11/07/2011 | Alexandre Costa Nascimento

Vender produtos fora do prazo de validade é crime. Mesmo assim, não é tão difícil encontrar algum item vencido nas prateleiras dos supermercados. Mas, a partir de outubro, em São Paulo, os consumidores que encontrarem no ponto de venda produtos vencidos terão direito a receber gratuitamente outro item igual, em condições de consumo.

A medida está prevista em um acordo, firmado entre a Asso­­ciação Paulista de Supermercados (Apas) e os órgãos de defesa do consumidor daquele estado. Ainda que inicialmente restrita a São Paulo, a ideia deve estimular outras iniciativas semelhantes. No Paraná, tanto a entidade que representa o setor supermercadista (Apras) quando o Procon-PR manifestam a disposição de “dialogar” para chegar a um acordo como este.

Fique de olho

O consumidor também pode fiscalizar os estabelecimentos que vendem alimentos. Veja as dicas e os cuidados para evitar a compra de alimentos que possam colocar em risco a saúde de sua família:

Condições

Compre somente alimentos dentro do prazo de validade, de origem conhecida, rotulados, conservados em temperaturas adequadas e expostos sob higiene.

Rotina

No supermercado, deixe para comprar por último os alimentos refrigerados e congelados. Ao chegar em casa, estes devem ser os primeiros a ser guardados.

Prateleiras

Verifique se não há excesso de produtos expostos nos balcões de alimentos congelados, o que prejudica a circulação de ar frio e compromete o congelamento e a conservação.

Temperatura

O acúmulo de água ou umidade nos balcões frigoríficos significa que eles estão funcionando em temperatura incorreta e podem danificar os alimentos ali armazenados.

Embalagens

A embalagem de alimentos congelados não pode estar amolecida, pois isso indica descongelamento prévio. Também rejeite produtos em embalagens abertas ou rasgadas, que possibilitam o contato do produto com o ar.

Gelo

A embalagem de alimentos congelados não deve ter gelo na sua superfície: sua presença indica que houve alterações de temperatura durante o processo de conservação.

Denúncias

Constatando irregularidades nos estabelecimentos que vendem alimentos, ligue para a Vigilância Sanitária municipal e denuncie. Em Curitiba, o número é o 156 e a Vigilância possui um plantão para atender reclamações durante os fins de semana. O consumidor também pode registrar queixa no Procon, pelo número 0800-411512.

Fonte: Serviço de Controle de Alimentos da Secretaria Municipal da Saúde.

“Vemos esse tipo de iniciativa com bons olhos. Nossa intenção é analisar essa questão com outros supermercadistas e discutir com Procon-PR, Ministério Público e Vigilância Sanitária. De antemão, posso afirmar que há boa vontade da Apras em adotar medidas como essa, de levar em frente esse desafio que vem em favor das necessidades do consumidor e dos próprios supermercados”, avalia o superintendente da Apras, Valmor Rovaris. Se­­gundo ele, a vantagem da medida é incentivar no consumidor o hábito de ler as informações dos produtos antes de comprar, transformando-o em uma espécie de “fiscal” das lojas. “Sabendo que vai poder levar o produto de graça, o consumidor ajuda no processo de fiscalização, o que, a princípio, traz uma vantagem mesmo em caso de acomodação do lojista”, avalia.

Obrigação

Vale ressaltar que a compensação para o consumidor, que poderá levar um produto de graça, não exime o supermercado da obrigação de recolher imediatamente todos os produtos com prazo de validade vencido. A prática continua tipificada como crime, conforme previsto no artigo 7.º da Lei n.° 8.137/90, com pena de detenção de dois a cinco anos ou multa. “O consumidor continua podendo denunciar aos órgãos competentes a existência de um produto vencido naquele estabelecimento, além de ter todos os seus direitos garantidos pelo Código de Defesa do Consumidor para o caso de consumir um produto vencido”, explica a gerente de relacionamento do Instituto Brasileiro de Defesa do Consu­­midor (Idec), Karina Alfano.

A coordenadora do Procon-PR, Claudia Silvano, faz uma ressalva, já que são poucos os consumidores que de fato conferem a data de validade dos produtos. “Lamentavelmente a nossa sociedade não tem o hábito de ler, e tem acesso lento à Justiça. A questão principal é: o supermercado não pode vender produto vencido. O mercado que for pego vendendo precisa ser penalizado, conforme previsto em lei”, ressalta. Ainda assim, Cláudia afirma a disposição do Procon-PR em elaborar uma proposta semelhante, com auxílio do Ministério Público do Paraná.

Truque

“Reforma” exige atenção redobrada

A adulteração da data de validade de produtos fracionados – conhecida no jargão do varejo como “refoma” – merece atenção redobrada do consumidor para não colocar em risco a sua saúde. Os supermercados são autorizados pela Vigilância Sani­tária a dividir produtos perecíveis – como queijo, presunto e embutidos –, abrindo a possibilidade para a mudança no prazo de vencimento com a troca das etiquetas durante este processo.

No entanto, o consumidor pode detectar indícios de fraude. O alimento adulterado, em geral, apresenta características fora do normal, como ressecamento, presença de fungos, coloração pálida ou aspecto pegajoso. Se o produto não apresentar condições de consumo, ainda que esteja dentro do prazo de validade, o consumidor deve solicitar a troca no estabelecimento. Para isso, é importante guardar a nota fiscal da compra.

Além do aspecto do produto, o consumidor também deve ficar atento a outros detalhes: os rótulos devem apresentar, em letras legíveis, informações sobre a data de fabricação, prazo de validade, composição, peso, carimbos de inspeção, origem e fabricante/produtor. Estas informações devem constar em todos os tipos de alimentos, sejam eles in natura, industrializados ou congelados.

Fonte: Gazeta do Povo

Alergia a medicamentos afeta 12% da população

Marcelo Elias/Gazeta do Povo

Marcelo Elias/Gazeta do Povo / Alérgica a certos remédios, Priscila busca métodos alternativos

Analgésicos e anti-inflamatórios respondem por 40% dos casos de alergia a remédios. Problema atinge uma em dez pessoas

Publicado em 11/07/2011 | Rafaela Bortoli

Cerca de 12% da população tem alergia a algum tipo de medicamento, de acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (Asbai). Os campeões são os analgésicos e anti-inflamatórios, que respondem por 40% dos casos. “Como são vendidos sem receita médica, as pessoas costumam ingerir esses remédios com frequência e, na maioria das vezes, sem acompanhamento profissional”, explica o médico alergista e diretor da Asbai, Luís Felipe Chiaverini.

Nos consultórios, os campeões em reclamações são o ácido acetilsalicílico, a dipirona e o diclofenaco. Segundo Chiaverini, isso não significa que esses medicamentos são mais tóxicos que os demais, mas que a alta ingestão potencializa os riscos de reações. “Eles estão no topo da lista por serem amplamente consumidos, o que, ao longo do tempo, sensibiliza o organismo até ele responder com um processo alérgico.”

URTICÁRIAS

90% das reações ocorrem na pele

Cerca de 90% das alergias aparecem na pele, principalmente em forma de urticárias, placas vermelhas que coçam distribuídas por vários locais do corpo ou concentradas em uma só região. “Também é comum a pessoa ter inchaço nas pálpebras, olhos, lábios, língua e garganta, o que pode causar dificuldades para respirar. Nos casos mais graves, há queda de pressão, desmaios e até choque anafilático”, afirma a alergologista Gisele Kuntze.

No caso de a pessoa ter estes sintomas, o primeiro passo é suspender a medicação e procurar um pronto-socorro imediatamente. “Só um médico é capaz de identificar a alergia e prescrever o melhor tratamento para contê-la. No mesmo dia, a pessoa deve ir ao alergologista e fazer os exames para ver o que motivou a reação”, orienta o alergista Luís Felipe Chiaverini.

Segundo os médicos, o hábito de ter sempre um anti-histamínico à mão ajuda a controlar as crises alérgicas, mas não é o ideal. “Como o medicamento demora meia hora para fazer efeito e cada pessoa precisa de uma dose específica, é perigoso contar somente com este recurso. Se desconfiar que está tendo uma reação alérgica, o melhor é não se medicar sozinho e procurar um hospital.” (RB)

Corantes e xaropes provocam reações

Não é só a substância ativa do medicamento que pode causar alergia. Aditivos usados para dar cor e sabor mais atrativo aos remédios também podem causar reações. Os mais comuns se relacionam ao corante amarelo, a tartrazina, e ao vermelho-carmim – os mais usados pela indústria farmacêutica. “Nos últimos anos, tem havido um esforço das empresas para retirar os corantes dos produtos, principalmente nos usados por crianças, mas é importante que o paciente leia a bula com atenção para verificar se o que está ingerindo tem ou não um componente deste tipo”, aconselha a médica alergologista Gisele Kuntze.

Entre os medicamentos, os principais focos de alergia a co­­rantes são as suspensões (remédios líquidos, antibióticos, anti-inflamatórios e anti alérgicos) e produtos vendidos em drágeas (comprimidos revestidos). Como cada empresa pode usar os corantes que achar apropriados – ou nem usá-los –, a alergologista explica que são comuns casos de pessoas alérgicas ao remédio produzido por um laboratório e não ao feito por outro. “Com isso, percebemos que a pessoa tem alergia ao corante. Ela pode continuar tomando o remédio, mas sempre escolher a marca que não usa aquele tipo de aditivo.” (RB)

Os antibióticos (principalmente penicilina, amoxicilina e ampicilina) e os anti convulsionantes têm incidência menor de casos de alergia. E não são só os medicamentos de ingestão oral ou aplicação endovenosa que causam reações. Há pessoas sensíveis a colírios, pomadas, cremes e até vacinas.

Causas

Em geral, as alergias são causadas pelo princípio ativo dos medicamentos. Hoje, o diagnóstico é feito a partir do histórico do paciente, quando ele relata ao médico que substâncias ingeriu nas últimas semanas e se já havia manifestado sintomas alérgicos. Para alguns remédios é possível fazer testes para comprovar a reação do organismo. “Principalmente em casos envolvendo anti-inflamatórios e analgésicos, fazemos um teste de provocação: o paciente fica em observação e administramos pequenas quantidades para verificar se ele tem reações alérgicas”, diz Loraine Landgraf, especialista em alergia e imunologia do Hospital Vita Batel e diretora da Sociedade Brasileira de Alergia e Imunopatologia - Regional Paraná.

Mesmo o exame sendo simples, ele deve ser feito por um médico especializado e sempre em ambiente hospitalar, já que há pessoas com reação imediata e forte ao medicamento, podendo causar um choque anafilático.

O tempo para reação a um medicamento varia. Algumas pessoas alérgicas manifestam os sintomas poucos minutos após a ingestão. Para outras, são necessárias horas ou dias para que os primeiros sinais apareçam. E se engana quem acha que a alergia se manifesta imediatamente após o primeiro uso. “Pelo contrário, a maioria dos casos é de pessoas que tomaram o remédio pelo menos duas ou três vezes antes, sem ter reações, e há aquelas que ficam anos tomando o medicamento até que, um dia, passam a ter alergia a seus componentes”, explica Gisele Kuntze, médica alergologista do Instituto Paranaense de Otorrino­­larin­­gologia (IPO).

A explicação para isso é simples: para se defender, o organismo precisa ter contato com os agentes que causam as doenças (como vírus, bactérias e substâncias estranhas), para identificá-los e desenvolver o melhor mecanismo de reação. “Por algum motivo ainda não explicado, o organismo se sensibiliza e passa a identificar as substâncias do medicamento como ameaças e começa a atacá-las”, comenta Loraine.

Testes

Por enquanto, não há testes que identifiquem todas as substâncias ativas das quais alguém pode ser alérgico. “Por isso, o sistema é por tentativa e erro. A cada reação, o médico investiga seus motivos específicos”, diz Gisele. E não há padrão na ocorrência das alergias. “A pessoa pode ter reações a medicamentos de uma mesma família, como todos com penicilina, dipirona ou ácido acetilsalicílico, ou ter alergia a vários remédios de famílias diferentes.”

É o caso da funcionária pública Priscila Nakanishi, 27 anos. Há dez anos ela descobriu que era alérgica a diclofenaco. A partir daí, a lista de produtos contra-indicados não parou de crescer. “Hoje sei que tenho alergia a kiwi, molho funghi e alimentos que tenham corante amarelo ou vermelho. Entre os remédios, não posso tomar paracetamol, dipirona, ácido acetilsalicílico e todos os anti-inflamatórios”, enumera. Para evitar problemas, ela recorre a métodos alternativos, como homeopatia e até vacinas de imunoterapia. “Se tenho febre, uso uma compressa de água fria e espero passar.”

Fonte: Gazeta do Povo

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Fianças são preferidas por juízes da capital

Folha de S.Paulo

Uma semana após mudanças no Código de Processo Penal, juízes da capital têm preferido estipular fianças em vez de conceder uma das outras oito medidas cautelares definidas pela nova legislação.

Além disso, alguns valores fixados são muito altos para o tipo de crime cometido.

De 59 casos analisados pela Defensoria Pública do Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais), os magistrados determinaram fiança em 29. Nos outros 30, decretou-se a prisão temporária. Medidas mais leves previstas na reforma não foram aplicadas (veja quadro).

No caso de um preso na zona norte, o valor pedido para libertá-lo foi muito superior ao bem que foi furtado.

O suspeito --desempregado, alcoólatra e usuário de crack-- foi detido após furtar um celular na Brasilândia.

Como praticou crime com pena máxima de quatros anos, é réu primário, sem renda mensal, e tem residência fixa, poderia ter sido solto.

Nesse caso, ele continuaria respondendo ao processo e o juiz o mandaria cumprir medida cautelar, como comparecer mensalmente ao juízo.

Na primeira decisão, a Justiça determinou fiança de R$ 5.450. Após recurso da Defensoria, a decisão foi alterada.

O balanço não abrange todas as prisões em flagrante ocorridas na semana passada. A capital registra cerca de 500 por semana. Segundo o juiz-corregedor do Dipo, Alex Zilenovski, esses números são insuficientes para concluir que os juízes estão evitando outras medidas. "Estamos em processo de adaptação", diz.

Fonte: Agora

Investidor parte para renda fixa

Folha de S.Paulo

A rentabilidade de mais de 12% dos fundos de renda fixa nos últimos 12 meses atraiu os investidores conservadores, que deixaram a poupança de lado e foram em busca de ganhos maiores, mas com pouco risco.

Esses fundos aplicam em títulos do Tesouro Direto pré-fixados. Em momentos de inflação e taxa de juros em alta, como agora a Selic está em 12,25% ao ano, com perspectiva de alta, são boa opção de investimento.

Isso porque já consideram o cenário atual na hora de fixar o rendimento futuro.

Outra opção para aproveitar as projeções de alta de juros são os fundos DI -- com rentabilidade ligada à Selic.

É preciso ficar atento às diferenças entre a poupança e os fundos de investimentos para saber se a mudança de aplicação vale a pena.

Os investidores de fundos têm de pagar taxa de administração e também Imposto de Renda descontado semestralmente.

Fonte: Agora

Veja se terá atrasados de até R$ 32.700 em agosto

Ana Magalhães
do Agora

O segurado que ganhou, na Justiça, uma ação com valor inferior a R$ 32.700 contra o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) pode verificar, na internet, se receberá a bolada no dia 10 de agosto. Para isso, é preciso que o processo tenha sido finalizado --o INSS não pode mais recorrer-- e que a ordem de pagamento tenha sido emitida em junho.

Ações previdenciárias com o valor de até 60 salários mínimos (R$ 32.700, hoje) são pagas por meio de RPVs (Requisições de Pequeno Valor), que são quitadas mensalmente pelo Judiciário. Em São Paulo, a Justiça demora cerca de 60 dias, a partir da emissão da RPV, para depositar a grana na conta do beneficiário.

Dessa forma, o segurado pode verificar, na internet, a data de emissão da ordem de pagamento e, assim, saber quando receberá os atrasados --diferenças não pagas pelo INSS nos últimos cinco anos.

Leia esta reportagem completa na edição impressa do Agora nesta segunda,

domingo, julho 10, 2011

Continua o jogo de faz-de-conta. Enquanto juiz corrupto não for realmente punido, o Brasil jamais será um país democrático.

Carlos Newton

O Tribunal Regional Federal da 1ª Região, com sede em Brasília, decidiu por unanimidade instaurar processo disciplinar contra quatro ex-presidentes da Ajufer (Associação dos Juízes Federais da Primeira Região), para apurar a responsabilidade por empréstimos fraudulentos contratados durante dez anos com a Fundação Habitacional do Exército.

Serão investigados os juízes Moacir Ferreira Ramos, Hamilton de Sá Dantas, Solange Salgado e Charles Renault Frazão de Moraes. Por maioria, a corte decidiu afastar o juiz Moacir Ramos até a conclusão do processo, que tem prazo de 90 dias e também vai averiguar o destino dos recursos desviados.

A Fundação Habitacional do Exército cobra na Justiça dívida de R$ 21 milhões da Ajufer, e já se descobriu que vários juízes tiveram nomes usados indevidamente em contratos fictícios.

A decisão do Tribunal Regional Federal é louvável, mas pouco se deve esperar dela. Um dos maiores problemas da Justiça brasileira é a impunidade dos magistrados. O caso do juiz Moacir Ramos, por exemplo, que acaba de ser afastado, não vai dar em nada. A decisão foi totalmente inócua. Ele já havia sido afastado pelo Conselho Nacional de Justiça em novembro, mas conseguiu uma liminar para voltar à função e em março pediu aposentadoria por invalidez.

Recentemente, o Conselho Nacional de Justiça puniu com aposentadoria compulsória o juiz Antônio Fernando Guimarães, do Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais, por favorecer os clientes do escritório de advocacia Vilhena & Vilhena.

O luxuoso apartamento onde o juiz mora em região nobre de Belo Horizonte pertence ao filho do advogado Paulo Vilhena, João Braúlio Vilhena, mas o ilustre magistrado jamais se declarou impedido nos julgamentos de causas envolvendo o escritório, o que demonstra conduta incompatível com o exercício da função no Judiciário.

O juiz pagava aluguel de R$ 200, valor ridículo e considerado “simbólico”, e o relator do caso, conselheiro José Adônis Callou de Araújo Sá, disse ter “dados que comprovam que as causas envolvendo o escritório Vilhena das quais Guimarães participou, que tiveram resultado favoráveis, têm valor impressionante, enquanto os de causas que se julgava contra tinham valores bagatela”. E acrescentou:

“Um magistrado pode ser amigo de um advogado. Isso é uma coisa. Outra coisa é que essa amizade produza feito de efeito econômico. Vantagens econômicas não são meramente afetivas. Não existe almoço de graça.”

Mesmo diante dessa situação, o presidente do Conselho Nacional de Justiça, ministro Cezar Peluso, e os conselheiros Ives Gandra Martins e Leomar Barros se posicionaram contra a punição, apoiando a possibilidade de o juiz Antônio Fernando Guimarães estar sendo era perseguido por disputas internas. O advogado dele, Evandro Guimarães, chegou a colocar o relator do caso em suspeição e o acusou de conduta irregular nos depoimentos.

Porém, no entender da Corregedora Nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, não havia dúvida no caso, e ela até considerou que “este processo traz à lume um verdadeiro câncer, presente em alguns tribunais do país”.

Muito bom, tudo muito bonito. Mas enquanto juiz corrupto não realmente for punido no Brasil, tudo é só brincadeirinha. Condená-lo a se aposentar mais cedo, com salário integral e direito de seguir trabalhando como advogado, isso não é punição, é bonificação.

, Francelino Pereira, que país é esse? Com toda certeza, não é um país sério, porque nele os juízes estão acima da lei e da ordem.

Fonte: Tribuna da Imprensa

Dona Canô apresenta melhora no quadro clínico, diz boletim

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Ola

Dona Canô é internada em Salvador

Boletim médico divulgado hoje (09) pelo Hospital São Rafael informa que Dona Canô - mãe dos cantores Caetano Veloso e Maria Bethânia -, apresentou melhora do quadro respiratório; está acordada e deve permanecer na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para tratamento médico.

Canô foi internada no meio da semana na UTI do hospital por conta de traqueobronquite e dor abdominal.
O único da equipe médica que falou rapidamente com a imprensa na manhã de hoje foi Guilherme Montal, que confirmou que Canô respira sem a ajuda de aparelhos. Ela deve fazer ainda neste sábado uma nova tomografia computadorizada de abdômen.
Fonte: Tribuna da Bahia

Aposentadorias do funcionalismo não constituem déficit do INSS

Pedro do Coutto

É preciso que alguém de visão clara e boa fé informe ao ministro Garibaldi Alves, e esclareça de uma vez por todas, que as aposentadorias dos funcionários federais, civis e militares, não constituem responsabilidade do INSS. É exatamente o que estou tentando fazer agora através deste site. O titular da Previdência necessita compreender as diferenças, as quais , entretanto, são computadas pelos gênios da tecnocracia como uma coisa só. Não.
O INSS é responsável pelas aposentadorias e pensões de celetistas, como é o caso do pessoal da Petrobrás, Furnas, Eletrobrás, Banco do Brasil, Caixa Econômica e demais trabalhadores particulares, para ficar só nestes suficientes exemplos. Reportagem de Lu Aiko Otta, O Estado de São Paulo de 4 de Julho focalizou o tema.

O Tesouro Nacional é que arca com os desembolsos, envolvendo a administração direta, as autarquias e fundações. São campos diversos. Mas a tecnocracia os une para criar a ilusão de um prejuízo crônico. Eliminam a linha que divide a previdência da seguridade e concluem pela soma de encargos, mas sem a adição das respectivas receitas. O segredo do falso fracasso financeira da Previdência está nesse ponto. Vamos por partes.

Como a Secretaria do Tesouro divulgou a partir da página 33 do Diário Oficial de 30 de maio, o orçamento da Seguridade Social de 2011 é de 290 bilhões de reais. E as despesas com o funcionalismo civil e militar da União elevam-se a 189 bilhões. Muito bem. Feitas as contas e levadas a Garibaldi Alves, o titular do MPS visualizou um déficit da ordem de 18,7 bilhões de reais no período janeiro-maio deste ano. Visualizou errado. Deixou-se levar pelo papo da tecnocracia. A tecnocracia não diz que dos 189 bilhões relativos ao custo dos funcionários um terço refere-se ao pagamento de aposentadoria e pensões dos funcionários. Logo, por ano, são aproximadamente 60 bilhões. Em cinco meses (janeiro a maio), portanto, 25 bilhões.

Esta parcela entra na conta da Previdência de Garibaldi Alves. Mas os seus especialistas não o esclarecem que esta despesa não lhe cabe. Pertence ao Tesouro. Mas é contabilizada na conta do INSS. Falso. Inclusive os técnicos orçamentários ocultam que os funcionários públicos contribuem com 11% sobre seus vencimentos, sem limite, para justamente assegurar sua aposentadoria. A parcela da receita não é computada. Não entra como fator de arrecadação. Só como fator de despesa. Além do mais, os funcionários públicos pagaram por esse direito a vida toda. O produto dos descontos praticados onde foi parar? A que rubricas se destinaram?

Quanto aos celetistas, os empregados contribuem com os percentuais, conforme a faixa de renda, de 9, 10 e 11%. Mas até o limite de 3 mil e 700 reais, teto atual das pensões e aposentadorias. Assim, a contribuição máxima de um celetista, por mês, é de 407 reais, ganhe ele o que ganhar. Os funcionários públicos pagam 11% sobre o que efetivamente percebem, sem limitação alguma. São movimentos, como se constata, diferentes.

Contribuir sem limite pagam as empresas particulares e estatais para o INSS: 22% sobre a folha mensal de salários, sem teto limitativo. Como pode terminar em déficit um sistema que condiciona as aposentadorias em 3,7 mil reais e não impõe qualquer limite para a contribuição das empresas? Impossível. Uma regra de três simples acredito que resolva a questão definitivamente. Os empregadores, na verdade, contribuem com 75% da massa de recursos previdenciários. Se o ministro Garibaldi Alves entender a estrutura e a mecânica do INSS verá que não existe déficit algum. Elementar, como diria Sherlock Holmes.

Fonte: Tribuna da Imprensa

Pausa para um tema sério (1)

Carlos Chagas

Nos idos de janeiro de 1972, recém-chegado a Brasília para assumir a direção de “O Estado de S. Paulo” na capital federal, ouvi de um amigo que havia passado por aqui o ex-presidente Juscelino Kubitschek, embora proibido pelo governo militar. Ele comprara uma fazendinha lá para os lados de Luziânia e nela costumava refugiar-se com frequência. Mas não podia desembarcar no aeroporto comercial, nos limites da cidade.

Obrigava-se a chegar e utilizar um aeroclube na cidadezinha de Formosa, do outro lado do Distrito Federal. Claro que num precário teco-teco.�
Telefonei para o presidente, então com gabinete no Banco Denasa, no Rio, que um ex-genro depois fez questão de expulsá-lo, num gesto de ingratidão digno de ficar para a História. JK narrou-me todo o episódio.

Naquela oportunidade, retornando à antiga Capital, como sempre tendo que contornar Brasília, ia na cabine de um caminhão, conduzido por um amigo. Era de tarde, chovia a cântaros. Ele estava sem paletó, de chapéu de palha.

Teve uma tentação, que transmitiu ao amigo: em vez de dar a volta, porque não cortariam caminho passando pelo centro de Brasília? Desde sua cassação em 1964, não podia ver a cidade por ele criada.

Entraram pela avenida do Catetinho, primeira residência para ele desenhada por Oscar Niemayer, nos tempos em que a Capital repousava nas pranchetas. Uma construção de madeira, transformada em museu. Estacionaram defronte e, apesar da água que caia, desceu da viatura. A memória começara a funcionar, trazendo-lhe imagens daquele período desafiante e feliz da construção da cidade. O zelador de plantão, abrigado da chuva, contou haver feito uma promessa, quando se deparou com JK parado, com as mãos na cintura: deixaria de beber naquele momento mesmo! Era um fantasma que estava vendo, apesar de sem gravata e de chapéu de palha…

O caminhão tomou o rumo da cidade e entrou pela Avenida W-3 – Sul, naquela época centro do comércio local. Nem dava para ver direito as lojas e restaurantes, tamanho o aguaceiro, mas ficou impressionado com o número de bancos lá instalados.

Dobraram à direita e entraram na Esplanada dos Ministérios. Diante da catedral, outra parada. Não conhecia o monumento, erigido depois de sua cassação. O motorista foi primeiro, para verificar se havia muita gente na igreja. Se houvesse, não desceria. Sorte: só duas ou três beatas rezando o terço.

Extasiou-se com mais aquela “obra do Oscar”. Entendeu de pronto a mensagem das colunas de cimento reunindo-se e tomando o rumo do infinito, como numa oração eterna. Ajoelhou-se, rezou e sentiu o primeiro nó na garganta.

Dali, ainda debaixo do temporal, foram à Praça dos Três Poderes. À direita o Supremo Tribunal Federal, à esquerda o Palácio do Planalto, atrás o Congresso. Diante dele, o pequeno museu da criação da Brasília, com seu rosto gravado em bronze na parede externa. Não se conteve. Suas lágrimas misturavam-se às que caíam do céu. Tinha valido à pena, pensou, sem mágoas para o general de plantão que devia estar no terceiro andar do Planalto.

A saída pela W-3-Norte, ainda incompleta, e um sentimento que, relatou-me pelo telefone, deveria ter sido o mesmo de um súdito das Gálias que pela primeira vez entrasse em Roma. Não falou, mas aquela era a sua Roma, que havia erigido tijolo por tijolo, e que agora negavam-lhe a presença.

Anos depois um ex-agente do SNI revelou que o presidente não passara sozinho por Brasília. Fora acompanhado de longe por arapongas, numa viatura encarregada de vigiá-lo permanentemente. O agente contou não ter tido coragem de abordá-lo e exigir que se retirasse de imediato ou conduzindo-o a um quartel. (continua amanhã)

Fonte: Tribuna da Imprensa

Continua o jogo de faz-de-conta. Enquanto juiz corrupto não for realmente punido, o Brasil jamais será um país democrático.

Carlos Newton

O Tribunal Regional Federal da 1ª Região, com sede em Brasília, decidiu por unanimidade instaurar processo disciplinar contra quatro ex-presidentes da Ajufer (Associação dos Juízes Federais da Primeira Região), para apurar a responsabilidade por empréstimos fraudulentos contratados durante dez anos com a Fundação Habitacional do Exército.

Serão investigados os juízes Moacir Ferreira Ramos, Hamilton de Sá Dantas, Solange Salgado e Charles Renault Frazão de Moraes. Por maioria, a corte decidiu afastar o juiz Moacir Ramos até a conclusão do processo, que tem prazo de 90 dias e também vai averiguar o destino dos recursos desviados.

A Fundação Habitacional do Exército cobra na Justiça dívida de R$ 21 milhões da Ajufer, e já se descobriu que vários juízes tiveram nomes usados indevidamente em contratos fictícios.

A decisão do Tribunal Regional Federal é louvável, mas pouco se deve esperar dela. Um dos maiores problemas da Justiça brasileira é a impunidade dos magistrados. O caso do juiz Moacir Ramos, por exemplo, que acaba de ser afastado, não vai dar em nada. A decisão foi totalmente inócua. Ele já havia sido afastado pelo Conselho Nacional de Justiça em novembro, mas conseguiu uma liminar para voltar à função e em março pediu aposentadoria por invalidez.

Recentemente, o Conselho Nacional de Justiça puniu com aposentadoria compulsória o juiz Antônio Fernando Guimarães, do Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais, por favorecer os clientes do escritório de advocacia Vilhena & Vilhena.

O luxuoso apartamento onde o juiz mora em região nobre de Belo Horizonte pertence ao filho do advogado Paulo Vilhena, João Braúlio Vilhena, mas o ilustre magistrado jamais se declarou impedido nos julgamentos de causas envolvendo o escritório, o que demonstra conduta incompatível com o exercício da função no Judiciário.

O juiz pagava aluguel de R$ 200, valor ridículo e considerado “simbólico”, e o relator do caso, conselheiro José Adônis Callou de Araújo Sá, disse ter “dados que comprovam que as causas envolvendo o escritório Vilhena das quais Guimarães participou, que tiveram resultado favoráveis, têm valor impressionante, enquanto os de causas que se julgava contra tinham valores bagatela”. E acrescentou:

“Um magistrado pode ser amigo de um advogado. Isso é uma coisa. Outra coisa é que essa amizade produza feito de efeito econômico. Vantagens econômicas não são meramente afetivas. Não existe almoço de graça.”

Mesmo diante dessa situação, o presidente do Conselho Nacional de Justiça, ministro Cezar Peluso, e os conselheiros Ives Gandra Martins e Leomar Barros se posicionaram contra a punição, apoiando a possibilidade de o juiz Antônio Fernando Guimarães estar sendo era perseguido por disputas internas. O advogado dele, Evandro Guimarães, chegou a colocar o relator do caso em suspeição e o acusou de conduta irregular nos depoimentos.

Porém, no entender da Corregedora Nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, não havia dúvida no caso, e ela até considerou que “este processo traz à lume um verdadeiro câncer, presente em alguns tribunais do país”.

Muito bom, tudo muito bonito. Mas enquanto juiz corrupto não realmente for punido no Brasil, tudo é só brincadeirinha. Condená-lo a se aposentar mais cedo, com salário integral e direito de seguir trabalhando como advogado, isso não é punição, é bonificação.

, Francelino Pereira, que país é esse? Com toda certeza, não é um país sério, porque nele os juízes estão acima da lei e da ordem.

Fonte: Tribuna da Imprensa

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