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sábado, março 22, 2025

Brigas internas no PT, embora comuns, atrapalham Lula e servem à oposição


Wanderley: PT toca o realejo do passado — Conversa Afiada

Charge do Nani (nanihumor.com)

Dora Kramer
Folha

Disputa interna não é novidade no PT. Desde que se entende por gente, há 45 anos, o partido vive embates entre as várias correntes. Antes de ser governo, os petistas faziam grandes reuniões abertas onde pegavam fogo as escaramuças e, no fim, salvavam-se todos sob a liderança de Luiz Inácio da Silva.

Dava gosto de acompanhar. Era o único que fazia esse exercício de vivacidade partidária em público. Ali era possível captar notícias e perceber o que estava em jogo nas internas a fim de compreender as ações externas da maior força de oposição.

PORTAS FECHADAS – Ao virar situação, a partir de 2003, o PT extinguiu a prática e já o primeiro encontro após a eleição de Lula, no hotel Hilton, em São Paulo, foi a portas fechadas. Sem acesso a fontes primárias, ficávamos na dependência das versões dadas pelas diversas alas.

Mesmo assim, ainda se podia tomar temperaturas e captar interesses. Naquela ocasião, por exemplo, numa conversa de corredor com o hoje senador Jaques Wagner (BA), o já falecido José Eduardo Dutra (SE) e o então deputado José Genoino (SP) deram para entender a importância política que teria a Petrobras.

Dutra e Wagner eram cotados para a presidência do PT, mas não queriam o encargo (chamavam de fardo). Preferiam o comando da petrolífera, dado o poder da companhia para muito além das fronteiras da legenda.

ENFRAQUECIMENTO – Um partido que viva só de ser governo, sem tensões e distensões, tende a ser enfraquecer na entressafra de poder. Caso bem visível é o do PSDB.

O atrito tem seu papel, mas também tem hora e lugar. Agora não poderia haver pior momento para o PT se deixar enredar numa série de trombadas não só entre alas divergentes, mas no seio da corrente majoritária, a Construindo um Novo Brasil, que impõe forte resistência a Edinho Silva (SP), tido como o predileto de Lula para presidir a legenda.

O governo está em baixa, sob sorrisos satisfeitos da oposição, e o PT não explica se a briga é pelo controle do caixa, por espaço ou discordância de rumo. Pode ser agonia diante do presente adverso e do futuro incerto.


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