Lílian Machado
Embora as executivas municipais dos partidos já tenham evidenciado a tendência de lançarem candidaturas próprias nas eleições de 2012, embolando o quadro da disputa tanto no lado do governo, quanto na ala da oposição, há quem aposte na estratégia de definição do pleito para prefeitura de Salvador ainda no primeiro turno.
Em conversa ontem com a Tribuna, o deputado federal Antonio Imbassahy, forte liderança do PSDB baiano e ex-prefeito da cidade, revelou a possibilidade de uma “eleição plebiscitária”, ou seja, sendo definida já na primeira etapa, entre um postulante que saia da aliança entre o PSDB, DEM, PMDB e PPS e outro da composição do governo, apoiado pelo atual prefeito João Henrique (PP).
Segundo Imbassahy, a disputa deve ser polarizada, o que pode favorecer a força contrária. Ele defende que a oposição amadureça e siga na briga com apenas um candidato. “Na verdade, nós temos muito a avançar com essa aliança que faz oposição ao governo.
No momento certo teremos uma candidatura que reúna as forças do PSDB, DEM, PMDB e PPS e vamos com tudo para ganharmos”, disse Imbassahy, em tom de entusiasmo.
Ele reforçou que o grupo tem analisado um projeto único para Salvador. “Queremos um prefeito que, mais do que ser eleito, coloque Salvador na situação que ela merece”, defendeu.
Questionado sobre a determinação da executiva do PSDB que definiu a necessidade de o partido ter um candidato, o tucano minimizou: “Todos os presidentes dizem isso para valorização do partido, mas todo nosso entendimento é de evoluírmos no lançamento de um único candidato que nos dê condições de saírmos com vitória”, enfatizou. Perguntado ainda se ele seria o nome a ser escolhido, Imbassahy esquivou-se: “No momento certo teremos um candidato”, disse.
Nos bastidores políticos, cogita-se uma chapa encabeçada pelo deputado federal, ACM Neto (DEM) e pelo próprio Imbassahy, considerados fortes no cenário municipal. Rumores apontam que esse seria o temor do governo que reconhece a força dos dois. Caso o quadro se configure, é certo que a briga tornaria mais complexa para a base que pode chegar fragmentada com várias candidaturas.
Em contrapartida, o presidente estadual do PSDB, Sérgio Passos, declarou anteontem à Tribuna que um partido com forte representatividade nacional, não pode ficar à margem do processo eleitoral. “Vamos trabalhar para lançarmos candidatos na capital e nas grandes cidades do interior e nas pequenas de porte o máximo possível”.
Geddel convida Mário Kertész
A movimentação para as eleições de 2012 desperta a cada dia novos nomes. Ontem, o ex-ministro e vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica, Geddel Vieira Lima, liderança do PMDB baiano, convidou o apresentador Mário Kertész a se candidatar pelo partido na disputa pelo Palácio Thomé de Souza, no próximo ano. O convite aconteceu durante uma entrevista concedida por Geddel à Rádio Metrópole.
Após criticar a atual administração do município, o peemedebista aproveitou a deixa e convidou o apresentador a refletir sobre a possibilidade de encabeçar a chapa do partido na corrida à sucessão.
“Já vi pelo seu olhar que você não quer, mas acho que se você abrisse um pouco o seu coração, deixasse esse coração mandar e analisasse um pouco Salvador, sua experiência, deixaria encarnar essa grande figura de líder político que você é. Se eu conseguisse junto com outras forças lhe convencer , já teria meu papel para as eleições de Salvador absolutamente completo. Sei das dificuldades desse projeto, mas gosto de missões difíceis”, disse Geddel. Mário esquivou-se e disse que não era o momento nem local para falar no assunto. No entanto, mais uma vez opinou que “os partidos devem pensar em candidatos que possam tirar Salvador do quadro de degradação em que ela se encontra”.
Em conversa com a Tribuna, o presidente do PMDB, Lúcio Vieira Lima, confirmou o convite e exaltou a figura de Mário Kertész. “É um grande quadro, competente, e se viesse era muito bom para enriquecer o debate das eleições. Ele poderia contribuir muito”, ressaltou.
Fonte: Tribuna da Bahia