Folha de S.Paulo
O ex-goleiro Bruno Fernandes de Souza, 26 anos, disse ontem, em depoimento a deputados mineiros, que um delegado pediu R$ 2 milhões e que uma juíza e advogados pediram R$ 1,5 milhão para que fosse solto da cadeia. O ex-atleta está preso sob acusação de participar do desaparecimento de sua ex-amante Eliza Samudio em junho do ano passado.
Segundo Bruno, o delegado Edson Moreira, que chefiou o inquérito do desaparecimento de Eliza, pediu R$ 2 milhões para incriminar apenas Luiz Henrique Romão, o Macarrão (amigo do jogador), e um primo do atleta, menor de idade, pelas acusações.
"Eu não aceitei porque não devo nada e quero sair [da cadeia] de cabeça erguida. E ele [delegado] perguntou o que eu ia achar de encontrar pedaços das minhas filhas espalhados por Minas Gerais.
Sala reservada
O ex-goleiro acusou de tentativa de extorsão advogados e a juíza Maria José Starling, de Esmeraldas (MG).
O ex-atleta reafirmou o que sua noiva, Ingrid Oliveira, 26 anos, havia contado a parlamentares da Comissão de Direitos Humanos no dia 10.
Bruno afirmou que a juíza o chamou em uma sala reservada, em outubro de 2010, e lhe pediu que ficasse tranquilo. "No começo, eu acreditava em um trabalho limpo de pedido de habeas corpus. Mas depois mudou. Teríamos que pagar antes, ficou estranho.
O atual advogado de Bruno, Cláudio Dalledone, que também depôs ontem, afirmou que partiu dele a decisão de revelar a extorsão.
Ele apresentou o vídeo de uma reunião que teve em fevereiro com Robson Pinheiro, então advogado de Bruno, para supostamente tratar do pedido de habeas corpus. O material, que estava inaudível, foi enviado para perícia.
Os deputados vão propor uma CPI para apurar o caso. A comissão convidou a juíza a prestar esclarecimentos.
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