Folha de S. Paulo
Dilma mantém aprovação apesar de Palocci e inflação
A crise que levou à demissão do ex-ministro Antonio Palocci (Casa Civil) na terça passada e a alta da inflação no país não tiveram impacto negativo na aprovação do governo Dilma Rousseff. Mas a imagem pessoal da presidente piorou e os brasileiros estão mais pessimistas com os rumos da economia, especialmente com o comportamento da inflação. Mesmo sem ter afetado a aprovação geral do governo, o caso Palocci foi prejudicial para Dilma, acreditam 60% dos brasileiros.
Segundo pesquisa Datafolha realizada nos dias 9 e 10 de junho, 49% dos entrevistados consideram a gestão Dilma como ótima ou boa. No último levantamento, de março, eram 47%. A margem de erro da pesquisa, que ouviu 2.188 pessoas em todo o país, é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Maioria aprova atuação de Lula no governo
No auge da crise que derrubou Antonio Palocci da Casa Civil, o ex-presidente Lula foi a Brasília para tentar estancar a primeira grande crise política do governo de sua sucessora, Dilma Rousseff. Para 64% dos brasileiros, Lula deveria mesmo participar das decisões de Dilma. Quatro de cada cinco pessoas acreditam inclusive que o ex-presidente já esteja fazendo exatamente isso.
Gleisi carrega fama de "trator" desde MS
Nos três anos em que participou do governo do PT em Mato Grosso do Sul, de 1999 a 2001, a ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) consolidou fama idêntica à relatada por colegas do Senado: era um "trator". Em 2002, por sete meses, foi secretária de Londrina (PR), onde é lembrada como "dura, mas doce".
Essas são as duas últimas experiências da petista no Executivo. O marido dela, Paulo Bernardo -ministro das Comunicações-, também atuou nas duas gestões. No governo sul-mato-grossense de Zeca do PT, ela foi condutora da reforma administrativa que incluía cortes de gastos e de pessoal, fusões e extinções de empresas públicas e mudanças no sistema previdenciário estadual.
Esvaziamento da Casa Civil deixa "gestora" sem ter o que administrar
A "gestora" Gleisi Hoffmann assumiu quarta-feira o cargo de ministra-chefe da Casa Civil sem ter praticamente nada a gerir de fato. Para dar instrumentos para que Gleisi possa atuar na gestão dos principais programas do governo, a presidente Dilma Rousseff terá que reverter o processo de esvaziamento técnico que promoveu na pasta durante o comando de Antonio Palocci.
Na quinta-feira, seu primeiro dia de trabalho, a Casa Civil afirmou que "ainda não há definição oficial" para mudanças em sua estrutura. A presidente, no entanto, conforme a Folha apurou, quer que Gleisi assuma a gestão e o controle dos programas dos ministérios, tarefa que Palocci não realizava por estar envolvido na articulação política.
O Estado de S. Paulo
Dilma retoma nomeações para atender aliados
O Diário Oficial costuma ser o prontuário da articulação política do Planalto. Na sexta-feira, uma canetada da presidente Dilma Rousseff restaurou os sinais vitais da relação do governo com os partidos da base. Logo na primeira página da seção 2, Dilma afiançou a nomeação de um aliado para o estratégico cargo de presidente do Banco do Nordeste (BNB), estatal com R$ 4 bilhões em investimentos programados para 2011.
A nomeação de Jurandir Vieira Santiago, sacramentada cinco meses e dez dias depois da posse de Dilma, mostrou o restabelecimento do fluxo de negociação do governo justamente na semana em que seu núcleo político se desintegrou, com a saída de Antonio Palocci da Casa Civil e do remanejamento de Luiz Sérgio da Secretaria das Relações Institucionais para a pasta da Pesca.
Os padrinhos de Santiago foram o PT e o PSB, os mesmos que desde 2003 asseguraram a presidência do banco para Roberto Smith, agora afastado.
Para terem o controle da direção do BNB, PT e PSB tiveram de fazer muito lobby, abandonar as divergências iniciais, em que cada um queria ter o domínio da instituição, e fazer gestões com a presidente e o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Indústria reduz investimento, mas quer manter inovação
Pressionada pela desaceleração econômica e pelo avanço dos importados, a indústria brasileira de transformação deverá reduzir seus investimentos neste ano, menos em inovação. Pesquisa da Fiesp indica que os investimentos das empresas do setor deverão somar R$ 167,15 bilhões, o que representará redução de 4,7% em relação aos R$ 175.4 bilhões do ano passado. Os recursos destinados à inovação de processos e produtos, no entanto, deverão dar um salto de 16,6%, de R$ 17,4 bilhões, no ano passado, para R$ 20,3 bilhões, agora. Das empresas pesquisadas pela Fiesp, 33% disseram que não pretendem fazer nenhum investimento em 2011. No ano passado, eram 23,6%.
"Lamento que líderes do PT deem consultoria aos donos do dinheiro"
Sete anos após deixar o governo Lula, no qual foi assessor especial da Presidência, o escritor e assessor de movimentos sociais Frei Betto é um entusiasta da experiência do PT no poder e crítico ferrenho dos dirigentes da sigla. Em meio à crise política e ao impacto do lançamento do programa Brasil sem Miséria, Frei Betto falou ao Estado. Ele elogiou o plano social e não poupou ataques à direção petista no caso Antonio Palocci: "Já não encontro os dirigentes dando consultoria a movimentos sociais".
Agenda do pós-crise tem mais política e menos dependência
O escândalo que derrubou Antonio Palocci da Casa Civil despertou na presidente Dilma Rousseff uma outra forma de comandar a equipe. A escolha de Gleisi Hoffmann para substituí-lo deixou claro que o estilo é outro. E no troca-troca de função entre a ex-senadora Ideli Salvatti e Luiz Sérgio nos ministérios das Relações Institucionais e da Pesca, a presidente exibiu um lado desafiante.
De acordo com auxiliares que a acompanharam nos últimos dias, Dilma pareceu revitalizar-se com o episódio que derrubou Palocci, quando enfim escolheu uma ministra por sua vontade e não imposta pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Por 157 dias, ela foi refém da equipe montada por Lula.
PMDB vale mais após crise
O primeiro ato de independência da presidente Dilma Rousseff em relação ao PT, com a nomeação de uma ministra de fora do quadro paulista do partido, a aproxima do desenho que seu antecessor estabeleceu para administrar sua heterogênea base de sustentação.
Tal como Lula, embora mais destrambelhada, a presidente marcou território e transmitiu a determinação de não se submeter plenamente às imposições do seu partido, cujo núcleo paulista, de forma quase autista, vive uma guerra autofágica de efeito asfixiante para o governo.
Transparente ou Sigiloso?
Quando se trata da ética do homem público, o que prevalece, a transparência perante os cidadãos ou a confidencialidade que interessa à clientela? O jurista Walter Maierovitch analisa o enriquecimento de Antonio Palocci: "Ganhou proporcionalmente mais que Al Capone. Palocci embolsou R$ 20 milhões em dois meses, contra US$ 60 milhões do mafioso em 13 anos".
Estâncias crescem, mas sem estrutura
O Censo 2010 mostra que estâncias turísticas de SP ficaram abaixo da média em itens como acesso à rede de esgoto, água tratada, coleta de lixo e energia elétrica.
Transporte para Copa está atrasado
Cinco das 12 cidades-sede da Copa de 2014 estão com o calendário das obras de transporte tão atrasado que nem firmaram os contratos com a Caixa Econômica Federal.
O Globo
Taxa de incêndio paga viagem de bombeiros a Europa e EUA
Independentemente da crise no Corpo de Bombeiros do Rio, 33 tenentes-coronéis viajarão em agosto para a Europa, com recursos da taxa de incêndio, num roteiro que inclui Paris, Roma, Berlim e Lisboa, com R$ 14,3 mil para cada um durante a estadia. Outros 42 capitães embarcarão no mesmo mês para Atlanta, nos EUA, cada um com R$ 5.232 para as despesas do período. Os gastos, sem incluir passagens aéreas, chegarão a R$ 694 mil, revelam Antonio Werneck e Fábio Vasconcellos. A taxa de incêndio, criada para equipar o Corpo de Bombeiros, agora paga, além das viagens, construção de pontes no interior do estado. A corporação diz que os oficiais farão cursos e as despesas estão previstas em lei.
O problema da articulação política de Dilma 'não acabou'
Para o professor de Ética e Filosofia Política da Universidade de São Paulo Renato Janine Ribeiro, o problema de articulação política da presidente Dilma não acabou. Ele diz que o vice-presidente Michel Temer - "o mais forte que o Brasil já teve" - fica mais poderoso diante de três mulheres (Dilma incluída) com perfis parecidos: pouco maleáveis para a tarefa de reunir interesses tão dispersos quanto os da base aliada, especialmente com o PT dividido.
Governo Dilma investe na relação com o Congresso
Ciente de que os problemas de articulação política de seu governo não acabam com a saída de Antonio Palocci e de Luiz Sérgio, a presidente Dilma Rousseff e sua nova equipe palaciana - formada pelas ministras Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Ideli Salvatti (Secretaria de Relações Institucionais) - terão de garantir novo ritmo às ações federais e resolver "gargalos políticos" que estavam obstruídos na Casa Civil.
Para começar, será essencial que o governo encaminhe demandas represadas de aliados, para que Ideli se consolide no cargo mostrando serviço: fazendo nomeações para cargos federais nos estados e liberando emendas parlamentares apresentadas ao Orçamento da União ainda no ano passado.
Presidente do PT diz que partido não derrubou Palocci
O presidente do PT, o paulista Rui Falcão, isenta o PT de responsabilidade na queda de Antonio Palocci, até então o ministro mais poderoso do governo Dilma. Palocci será um paulista a menos na Esplanada dos Ministérios, e partiu de seu partido, o PT, a maior pressão para que apresentasse explicações sobre o crescimento de seu patrimônio.
Falcão concorda que a queda de Palocci significa um recomeço, uma nova etapa do governo Dilma. Ao mesmo tempo, diz que o episódio não interferiu no andamento do governo.
Crise expôs divisão interna no PT
Paralelamente ao discurso uníssono de que não há crise no PT, embora indisfarçável no caso da queda do ministro Antonio Palocci, petistas desejam pressionar a presidente Dilma Rousseff para que ela discuta mais suas decisões com a cúpula partidária.
O perfil centralizador de Dilma não agrada a integrantes da legenda. O clima azedou com a demora da presidente para dar solução ao caso Palocci, e a partir de agora a ideia em diferentes esferas do partido é tentar reforçar o canal de diálogo de Dilma com núcleos de base, que já vêm registrando dissidências.
- O governo deveria ter uma relação mais intensa e cotidiana com o partido. A base do PT não está no cotidiano do governo, que, com isso, vai acabar se fechando numa situação de poucos ouvidos e se distanciando da realidade - diz o deputado Raul Pont (RS).
Código Florestal: governo enfrenta disputas internas
Não bastasse o confronto com ruralistas pelo Código Florestal, o setor ambientalista do governo enfrenta disputas internas. Dois órgãos ligados ao Ministério do Meio Ambiente - o Serviço Florestal Brasileiro e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - brigam pela gestão de áreas protegidas.
Por lei, a gestão de todas as 310 unidades de conservação federais, divididas em 12 categorias, é responsabilidade do Instituto Chico Mendes. Mas o Serviço Florestal reivindica que três categorias - Reserva Extrativista (Resex), Floresta Nacional (Flona) e Reserva de Desenvolvimento Sustentável - fiquem sob seu guarda-chuva.
Uma proposta do Serviço Florestal neste sentido vazou recentemente, reacendendo a discórdia entre os dois órgãos. Em jogo estão 125 unidades de conservação (40% do total), uma área que, somada, chega a 30,7 milhões de hectares.
Bombeiros são libertados
Cerca de 400 bombeiros deixam o quartel da corporação, em Niterói, onde ficaram presos por uma semana. Hoje, eles farão uma passeata pela orla de Copacabana. A PM suspendeu o estado de prontidão que seria mantido durante o ato.
Correio Braziliense
Brasil cresce, mas ainda é o país da desigualdade
Mesmo com a economia em boa fase e com os avanços sociais, o abismo entre as regiões está longe de ser reduzido. Ao longo da última década, as diferenças apenas ganharam novos formatos.
Planalto remodelado
Com as mudanças na articulação política, Dilma vai ampliar participação de parlamentares nas decisões.
Justiça: A cada hora, um pedido de pensão no DF
Assunto ainda delicado na sociedade brasileira, a cobrança de pensão alimentícia não para de crescer no país. Nos primeiros cinco meses de 2011, as varas de Família do Distrito Federal receberam 3.787 ações, 24 por dia. O aumento nos casos de divórcios colabora para a multiplicação dos processos.
No Gama: Ladrões usam explosivos em caixa eletrônico
Às 3h da madrugada de sábado, bandidos atacaram um terminal de saque localizado entre o Shopping do Gama e o Estádio Bezerrão. Os assaltantes fugiram sem o dinheiro, apesar da destruição do equipamento. É a primeira vez que a polícia registra um caso desse tipo no Distrito Federal.
Fonte: Congressoemfoco