Certificado Lei geral de proteção de dados

Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados

sexta-feira, junho 17, 2011

Mudar de imagem será fatal à presidente Dilma

Carlos Chagas

Uma das grandes diferenças entre Lula e Dilma é de que o ex-presidente expunha seus sentimentos à vista de todos. No palácio do Planalto, sabia-se em cinco minutos se o chefe estava feliz, irritado ou desligado. Com a sucessora, mesmo os que frequentam seu gabinete várias vezes por dia ficam na dúvida. A presidente é uma esfinge, não raro explosiva, mas sem deixar transparecer o que vai no seu íntimo.

Mesmo assim, se fosse dado a uma alma penada qualquer esconder-se atrás de uma poltrona, na sala de despachos de Dilma, concluiria ter sido esta a semana de maior perplexidade para a presidente. Afinal, ela fez a lição de casa, até atropelando parte de suas características. Recebeu senadores em almoço, mais de uma vez. Ouviu atentamente reivindicações fisiológicas de dirigentes partidários, muitos de seus companheiros do PT, abriu o palácio da Alvorada para interlocutores diversos, disparou telefonemas e tentou demonstrar que seu governo vive uma nova fase.

Apesar disso, foi triste a resposta de sua base de apoio parlamentar. PMDB, PT e penduricalhos deram a ela prazo de quinze dias para iniciar a temporada de nomeações e liberação de verbas individuais ao orçamento. Pouco adiantaram os esforços da nova ministra da Coordenação Política, Ideli Salvatti, toda sorrisos e beijinhos com os políticos, ao contrário de seu estilo quando senadora. Nada mais, nada menos, produziram um ultimato.

Pelo jeito, só restará a Dilma Rousseff queimar as caravelas e lançar-se na conquista do Congresso como os espanhóis fizeram no Novo Mundo. Ninguém se iluda se isso começar a acontecer na próxima semana. Azar dos Maias do PMDB e dos Astecas do PT, infensos a colaborar com os conquistadores. Ou serão as conquistadoras?

***
SÓ UMA SEMANA DE TRÉGUA?

Por conta do feriado religioso da próxima quinta-feira, um pelotão de deputados e senadores viajou ontem para a Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, a fim de participar de um seminário sobre problemas na América Latina. Passagem e estadia pagas por aquela tradicional instituição de ensino superior, mas sem dúvida alguma com direito às diárias do Congresso. Número ainda maior de parlamentares tomou o rumo de seus estados para não perder as festas de São João. O resultado é que, salvo engano, o Poder Legislativo entrará de recesso, até a outra semana, de encerramento dos trabalhos do primeiro semestre. Essa trégua pode até vir a ser proveitosa, para a melhoria das relações entre o governo e os políticos. Porque logo as folgas se acoplarão às férias de julho. �

***
SIGILO ETERNO MAS NEM TANTO

O posicionamento do ex-presidente Lula contra a esdrúxula proposta do sigilo eterno para documentos oficiais, ao contrário da decisão de Dilma Rousseff, exprime mais uma etapa do cabo de guerra disputado entre o antecessor e a sucessora. Esta optou por alinhar-se a José Sarney e Fernando Collor, para quem muita coisa precisa ser escondida até o final dos tempos. Aquele demonstrou nada haver deixado embaixo do tapete. Mais uma vez ameaçam bater de frente, coisa que só prejudicará a proposta de permanecerem trinta anos no poder. Divididos, talvez não se entendam na própria sucessão de 2014. Ignora-se porque Dilma decidiu alinhar-se à discutível estratégia de esconder a memória nacional, se parece evidente que nenhum acordo secreto ou determinação sombria tenha acontecido em seus primeiros seis meses de governo, ao contrário do que parecem demonstrar os outros dois ex-presidentes. Porque essa conversa de preservar os subterrâneos da Guerra do Paraguai e as artimanhas do Barão do Rio Branco não pega.

***
FAZ FALTA UM NOVO ACORDO

Nos idos do governo João Figueiredo, sendo ministro da Justiça o correto Ibrahim-Abi-Ackel, a Gazeta Mercantil publicou trechos das cláusulas secretas do Acordo Nuclear Brasil-Alemanha, celebrado no governo Ernesto Geisel. Parecia haver um compromisso de os alemães desenvolverem aqui sua bomba nuclear, sem maiores transferências de tecnologia. Ainda pela manhã, estimulado pelo presidente da República, o chefe do SNI e outros, Ibrahim valeu-se da Lei de Imprensa para mandar apreender os exemplares já distribuídos daquele que foi o maior jornal econômico do país. Tratava-se da divulgação de segredos de estado, protegidos pela legislação.

No que pareceu um milagre jamais repetido depois, os barões da imprensa escrita comunicaram-se e chegaram a uma estratégia: para evitar a repetição da truculência praticada mesmo à sombra da lei, decidiram todos publicar no dia seguinte a matéria da Gazeta Mercantil. Desafiavam o governo do último general-presidente: como ele poderia determinar a apreensão dos maiores jornais do território nacional? Seria um escândalo internacional, e o próprio ministro colaborou para que nada se fizesse como represália.

Estava vencida importante batalha pelo pleno retorno à liberdade de imprensa, mesmo por via capenga. Essa história se conta a propósito da necessidade de que os principais donos e controladores dos jornais voltem a reunir-se para nova ação conjunta. Não que o governo Dilma se encontre em vias de atropelar a liberdade de expressão, mas porque, unida, a imprensa conseguirá superar as investidas do PT sobre as instituições.

Fonte: Tribuna da Imprensa

Fotos do dia

Alessandra Ambrósio desfilou para a Colcci com Ashton Kutcher no Fashion Week Passageiros embarcam em ônibus cada vez mais lotado em ponto na avenida Consolação Bombeiros fazem manifestação na escadaria da Assembleia Legislativa do Rio
Edmundo deixa delegacia em Pinheiros, onde passou a noite preso, após habeas corpus Clientes aguardam a abertura de loja que dava peças de graça em promoção em Londres Após chegar vestindo só calcinha e sutiã para ganhar peças, mulheres provam roupas

Leia Notícias do seu time

vencer

    • Corinthians
    • São Paulo
    • Palmeiras
    • Santos
    • Portuguesa
    • Guarani
    • Ponte preta
    • São Caetano
    • Santo André
    • Prudente

Maconha na religião pode ser julgada

Folha de S.Paulo

Depois de liberar manifestações pró-maconha no país, o STF (Supremo Tribunal Federal) pode analisar o uso religioso da droga. A proposta foi defendida pelo ministro Celso de Mello.

Relator da ação que liberou as chamadas marchas da maconha, ele afirmou que "praticamente sugeriu", em seu voto anteontem, que seja proposta uma ação pela legalização do uso da droga por religiões.

Para ele, a Constituição garante a liberdade religiosa, "considerada em suas múltiplas projeções, como aquela que compreende a proteção constitucional das manifestações litúrgicas".

O ministro lembrou que existem resoluções do governo que permitem o uso de substâncias psicotrópicas, como o chá de ayahuasca, por igrejas como Santo Daime e União do Vegetal. A permissão, diz, está vinculada à "liberdade de crença, culto, organização religiosa e a liberdade contra a interferência do Estado".

Fonte: Agora

Dilma muda regra do Minha Casa, Minha Vida

Paula Cabrera e Folha de S.Paulo
do Agora

A presidente Dilma Rousseff anunciou ontem a meta do governo de financiar 2 milhões de casas populares na segunda fase do programa Minha Casa, Minha Vida, apesar de a primeira etapa -- iniciada em 2009-- só ter entregue um terço de 1 milhão de imóveis prometidos. Até agora, foram entregues 300 mil unidades. O Agora traz ao lado a lista com mais de 700 imóveis que podem ser financiados pelo Minha Casa, Minha Vida em todo o Estado.

Para a segunda etapa, subiu o valor de todas as faixas de renda, o que leva mais mutuários a terem juros menores. A maior renda passou de R$ 4.900 para R$ 5.000 nas regiões metropolitanas.

O valor máximo de avaliação do imóvel que pode ser financiado pelo Minha Casa, Minha Vida não mudou e continua de até R$ 170 mil na região metropolitana. Os juros vão de 5,5% a 8,16% ao ano.

Leia esta reportagem completa na edição impressa do Agora nesta sexta

Justiça garante renovação de auxílio

Ana Magalhães
do Agora

A TNU (Turma Nacional de Uniformização) determinou que, para ter direito à prorrogação do auxílio-doença do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), não é necessário ter feito antes o pedido no posto previdenciário. A decisão da última instância dos juizados especiais federais é desta semana.

Os juízes responsáveis pelo caso argumentam que o benefício deve ser restaurado na via judicial porque os segurados enfrentam "dificuldades operacionais" para pedir a prorrogação do auxílio-doença no posto previdenciário.

A prorrogação deve ser pedida quando o auxílio-doença é cancelado e o trabalhador ainda não recuperou sua capacidade para voltar ao trabalho. A vantagem de pedir a prorrogação é garantir atrasados desde a data do cancelamento do benefício.

Leia esta reportagem completa na edição impressa do Agora nesta sexta

quinta-feira, junho 16, 2011

Cesare está solto. Mas, e nós? : Passa Palavra

Cesare está solto. Mas, e nós? : Passa Palavra: "– Enviado usando a Barra de Ferramentas Google"

CMI Brasil - A quadrilha do S.T.F é da gang de Daniel Dantas

CMI Brasil - A quadrilha do S.T.F é da gang de Daniel Dantas: "– Enviado usando a Barra de Ferramentas Google"

Perguntas Brasileiras

Perguntas Brasileiras: "– Enviado usando a Barra de Ferramentas Google"

Neuroses Brasileiras

Neuroses Brasileiras: "– Enviado usando a Barra de Ferramentas Google"

Corrupção

Corrupção: "– Enviado usando a Barra de Ferramentas Google"

Conjur - Diarista que trabalhou 28 anos para mesma família não tem vínculo

Conjur - Diarista que trabalhou 28 anos para mesma família não tem vínculo: "– Enviado usando a Barra de Ferramentas Google"

Conjur - DIREITO NA EUROPA: Referendo na Itália tira holofotes do caso Battisti

Conjur - DIREITO NA EUROPA: Referendo na Itália tira holofotes do caso Battisti: "– Enviado usando a Barra de Ferramentas Google"

Conjur - Rio Grande do Sul deve fornecer colírio de uso contínuo para idosa

Conjur - Rio Grande do Sul deve fornecer colírio de uso contínuo para idosa: "– Enviado usando a Barra de Ferramentas Google"

CMI Brasil - EIKE BATISTA: COMO ESCAPOU DA PRISÃO

CMI Brasil - EIKE BATISTA: COMO ESCAPOU DA PRISÃO: "– Enviado usando a Barra de Ferramentas Google"

CMI Brasil - Agora cedo: prenderam José Rainha-MST- outra vez!!

CMI Brasil - Agora cedo: prenderam José Rainha-MST- outra vez!!: "– Enviado usando a Barra de Ferramentas Google"

CMI Brasil - Dilma tem o dever de extraditar Battisti

CMI Brasil - Dilma tem o dever de extraditar Battisti: "– Enviado usando a Barra de Ferramentas Google"

Manchetes dos jornais: PMDB está do "lado do bem", diz Temer

VALOR ECONÔMICO

PMDB está do "lado do bem", diz Temer
Em meio à crise política que resultou no afastamento do chefe da Casa Civil do governo, o vice-presidencialismo chegou a ser apontado como o novo polo de poder no país. Petistas no Congresso e analistas como Renato Lessa, da Universidade Federal Fluminense, e Marcos Nobre, da Unicamp, alertaram para o riscos de os poderes avantajados do PMDB jogarem por terra o projeto de governo da presidente Dilma Rousseff. Mas para Michel Temer o que existe é apenas uma tentativa de "intrigar" o vice-presidente e o PMDB com a presidente Dilma Rousseff.Na tarde de terça-feira o vice-presidente da República recebeu o Valor e falou abertamente sobre as suspeitas levantadas em relação a ele e seu partido. Temer identifica, entre aliados, uma tentativa de imprimir no PMDB a pecha de partido "vocacionado para o mal", quando a sigla em geral - faz questão de ressaltar - esteve sempre do lado "do bem", em benefício do país. Cita como exemplo a aprovação do partido ao Plano Real, no governo Itamar Franco, e seu papel decisivo no próprio processo de redemocratização do país.
Temer acha natural o trânsito que tem entre os congressistas. "O que eu não posso é botar uma placa com os dizeres "deputados não entrem" ou "senadores, não entrem" afixada na entrada da Vice-Presidência. A seguir, os principais trechos da entrevista ao Valor:
Valor: O senhor foi três vezes presidente da Câmara, é presidente licenciado do PMDB, o maior partido aliado, portanto, um vice forte, e nesse sentido diferenciado daqueles que tivemos depois da redemocratização. Por isso em geral colocam o senhor como chefe de uma certa "República do Jaburu" com a intenção de tutelar a presidente. Como o senhor vê essa crítica?
Michel Temer:
Não sou nem mais nem menos que os outros vice-presidente a que você aludiu. Tanto eles como eu exercemos a missão constitucional do vice-presidente da República. É o artigo 79 da Constituição Federal. Eu confesso que me surpreendo, às vezes, com essa história de dizerem que eu sou um vice forte e poderoso porque eu tenho consciência do meu lugar. Eu sei qual é dimensão do lugar que ocupo. Eu não sou de avançar o sinal, não sou espaçoso.
Valor: O PMDB reclama que o senhor não é ouvido pela presidente.
Temer
: A presidenta tem sido funcionalmente gentilíssima comigo, porque tem me atribuído tarefas que eu considero importantes. Eu coordenei um grupo, de vários ministros, para editar uma medida provisória ou projeto de lei que no futuro facilitasse a ação contra as enchentes. Isso já está na Casa Civil, neste momento, e a Casa Civil vai decidir se fará por medida provisória ou projeto de lei. Mais recentemente, ela me designou como coordenador da questão das fronteiras, que é um trabalho muito bem realizado pelos ministros José Eduardo Cardozo [Justiça] e Nelson Jobim [Defesa]. Estou dando dois exemplos de tarefas importantes que ela me deu. E o nosso trabalho é em perfeita harmonia, em perfeita sintonia. Eu verifico, de fato, que há uma certa tentativa de intriga, mas nós somos imunes a essas intrigas. Nós conversamos tantas vezes, dialogamos tantas vezes que não há a menor possibilidade de intrigar seja a mim com a presidenta, seja o PMDB com a presidenta. Nós temos uma harmonia absoluta, até porque, reitero, eu conheço o meu lugar e fico no meu lugar.

Senado aprova certidão negativa de débitos trabalhistas para licitações
O Senado aprovou ontem em plenário o projeto de lei que cria a Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas, exigida das empresas que quiserem participar de licitações. O texto segue agora para sanção da presidente Dilma Rousseff. Com a lei, para prestar serviços para a administração pública, as empresas serão obrigadas a estar em dia com as dívidas trabalhistas - desde que já apuradas em sentença transitada em julgado (ou seja, da qual não cabem mais recursos). O atestado será expedido eletronicamente e de forma gratuita pela Justiça do Trabalho.
A certidão vale para todos os estabelecimentos, agências e filiais da empresa, e se somará às exigências atuais de regularidade fiscal e previdenciária. A empresa não conseguirá o documento se tiver débitos decorrentes de condenação final da Justiça do Trabalho, de obrigações definidas em acordos judiciais trabalhistas ou termos firmados junto ao Ministério Público ou Comissão de Conciliação Prévia. Para débitos garantidos com penhora em valor suficiente, ou com a exigibilidade suspensa por conta de recurso, será emitida uma certidão positiva, com o mesmo efeito da negativa.

A curto prazo, remédio para o juro alto é cortar o déficit público
Logo após o fracasso do Plano Cruzado, com a inflação explodindo para níveis até então nunca vistos, o economista Pérsio Arida e eu, já fora do governo, mas ainda com restos da áurea de milagreiros, fomos convocados ao Palácio da Alvorada para uma reunião com o presidente da República. Ao terminarmos nossa exposição sobre a necessidade imperiosa de reduzir o déficit público como condição para qualquer tentativa de controlar a inflação, o presidente José Sarney desabafou: "Para controlar a inflação por meio da redução dos gastos públicos eu não preciso de economistas brilhantes".
Infelizmente, com ou sem economistas brilhantes, para reduzir a taxa de juros e manter a inflação sob controle, a poupança voluntária deve ser capaz de financiar o investimento, público e privado, almejado. Para isso é preciso que as despesas correntes, especialmente os gastos correntes do setor público, sejam mantidas em níveis compatíveis com a taxa de poupança nacional. Em economia, ao menos não há milagres nem jabuticabas.

Mudança nos cartões reduz custo de lojas
A mudança nas regras para o relacionamento entre administradoras de cartões de crédito e lojistas, provocada por pressão do governo, levou a uma redução de custos para os varejistas e possibilitou a entrada de novos competidores num setor de margens altíssimas, que ainda esbarram nos 60%. A principal alteração foi o fim da exclusividade da credenciadora Cielo para a bandeira Visa e da MasterCard com a Redecard. Após uma fase de intensa renegociação de contratos com os lojistas, o setor passa agora por um ciclo de repactuação mais brando. Muitos comerciantes confirmam redução das taxas pagas às empresas de cartões.
No embate para conquistar volume entre os grandes nomes do varejo, o que se comenta no mercado é que a Redecard teria levado a melhor não só por ter cedido mais nos preços mas também por se valer das parcerias do controlador Itaú Unibanco com as redes tradicionais. A Cielo, por sua vez, teria ganhado a preferência das companhias aéreas e um rol considerável de contratos de preferência.

Selic pode limitar dívida de Estados
Ministério da Fazenda analisa a possibilidade de adotar a taxa Selic como limite máximo para os encargos da dívida dos Estados com a União, hoje corrigidos pelo IGP-DI mais 6% ou 7,5% ao ano.

Furnas eleva investimentos
Furnas pretende investir R$ 2,5 bilhões este ano e outros R$ 3 bilhões em 2012, dos quais 60% serão aplicados no setor de geração de energia e outros 40% em transmissão. No ano passado, a companhia investiu R$ 2 bilhões.

Ideias: Raquel Ulhôa
Proximidade das eleições municipais pode, de novo, influenciar discussões da divisão dos recursos do petróleo.

FOLHA DE S. PAULO

Câmara aprova sigilo para orçamentos da Copa-2014
A Câmara dos Deputados aprovou ontem à noite o texto básico de uma medida provisória que permitirá ao governo federal manter em segredo orçamentos feitos pelos próprios órgãos da União, de Estados e municípios para as obras da Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada do Rio em 2016.
A decisão foi incluída de última hora no novo texto da medida provisória 527, que cria o RDC (Regime Diferenciado de Contratações), específico para os eventos.
Com a mudança, não será possível afirmar, por exemplo, se a Copa-2014 estourou ou não o orçamento. O texto final, porém, ainda pode ser alterado, já que os destaques só serão avaliados no dia 28.
Pelo texto atual, só órgãos de controle, como os tribunais de contas, receberão os dados. Ainda assim, apenas quando o governo considerar conveniente repassá-los -e sob a determinação expressa de não divulgá-los.
A MP altera ou flexibiliza dispositivos da Lei de Licitações (8.666/1993) para as obras da Copa e dos Jogos. O governo tenta mudar a lei desde 2010, mas esbarrava na resistência da oposição.
Normalmente, a administração pública divulga no edital da concorrência quanto estima pagar por obra ou serviço (orçamento prévio).

No Congresso em Foco: Entenda o que é o RDC

Câmara: Grupo aprova isenção fiscal para a Fifa
Projeto aprovado ontem pela Comissão de Constituição e Justiça da Casa autoriza a isenção da cobrança de ISS (Imposto Sobre Serviços) à Fifa, para as operações ligadas à Copa das Confederações de 2013 e à Copa do Mundo de 2014. O texto segue para o Plenário e depois para o Senado.

Por divulgação de papéis, Lula diz que 'povo tem que saber'
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu ontem o projeto que trata do fim do sigilo eterno para documentos oficiais, a despeito da nova orientação da presidente Dilma Rousseff.
Lula disse ser a favor da fixação de um prazo para que o conteúdo dos documentos classificados como ultrassecretos seja revelado.
"Não existe nada eterno, o povo tem mais é que saber", disse, após assistir a uma palestra-show de Ariano Suassuna no Teatro Lauro Gomes, em São Bernardo do Campo.
O texto original foi enviado ao Congresso pelo próprio Lula, durante seu governo. Ele propõe a redução de 30 para 25 anos o tempo que papéis ultrassecretos podem ser mantidos em sigilo, mas permite que o prazo seja renovado indefinidamente.
Na prática, um documento poderia ter seu conteúdo ocultado para sempre.
Na época, a então ministra da Casa Civil Dilma Rousseff liderava as negociações e defendia o fim do sigilo. Mas prevaleceu a posição do Itamaraty e do Ministério da Defesa, que eram contra a liberação dos documentos.
No ano passado, a Câmara aprovou uma emenda ao projeto, estabelecendo que o sigilo só poderia ser renovado uma vez e limitando a 50 anos o prazo para liberação de documentos oficiais.

PT se une para votar contra governo
Dois dias após a posse de Ideli Salvatti na articulação política, o PT na Câmara, liderado pelo presidente da Casa, Marco Maia (RS), decidiu afrontar o governo com propostas que contrariam a presidente Dilma Rousseff.
Com aval dos principais líderes partidários, Maia disse que incluirá na pauta de votação a regulamentação da emenda que obriga gastos mínimos com a saúde (emenda 29) e indicou que tocará discussões para fixar o piso salarial para bombeiros e policiais (PEC 300).
Juntas, as duas medidas representam um impacto anual próximo a R$ 58 bilhões, despesa extra que contraria a necessidade de economia na área fiscal.
O PT da Câmara se ressente de ter perdido espaço na cozinha do Planalto ao não conseguir manter um deputado do partido na Secretaria de Relações Institucionais.

Ideli sinaliza dificuldade para liberar emendas
Após cobranças de deputados por atenção, cargos e verbas, a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) visitou ontem o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS) e, ao sair, comentou que os encontros agora serão frequentes.
Disse também que a presidente Dilma Rousseff pretende se reunir com as bancadas dos deputados para um contato "olho a olho".
Sobre a possibilidade de aumentar a liberação de emendas parlamentares, a ministra apontou para um cenário de dificuldades.

Gabinete de subprefeito de SP coleta apoio ao PSD
A estrutura da Prefeitura de São Paulo está sendo usada para coletar assinaturas de apoio ao PSD, partido que será criado pelo prefeito Gilberto Kassab.
Ontem, o chefe de gabinete da Subprefeitura da Freguesia do Ó, na zona norte de São Paulo, entregou uma lista de apoio à sigla a um repórter da Folha, que assinou o documento no gabinete do subprefeito Valdir Suzano, que estava no local.
O diálogo com Roberto Rodrigues, o assessor que levou o repórter até o gabinete, foi gravado. Além da assinatura, ficaram registrados na ficha o nome, o município, a seção eleitoral e o número do título de eleitor.
Depois de ser procurada pela reportagem, a assessoria da Prefeitura encaminhou nota na qual informou que Rodrigues foi exonerado ontem, "a pedido".
Para obter o registro da nova legenda na Justiça Eleitoral, Kassab e seus aliados são obrigados a apresentar 490 mil assinaturas de eleitores até o dia 30 de setembro.
Elas servem como declaração de apoio à fundação da sigla, e devem ser colhidas em pelo menos nove Estados do país para garantir a amplitude nacional do partido.

Eleitores mortos foram incluídos em lista de SC
Em Santa Catarina, pelo menos cinco eleitores mortos "assinaram" as fichas de apoio à criação do PSD do prefeito Gilberto Kassab. O governador do Estado, Raimundo Colombo, é parceiro do paulistano na fundação do partido.
Eles foram identificados pelo cartório da 49ª Zona Eleitoral do Estado que, por determinação da Justiça, teve de verificar a autenticidade de 230 assinaturas, colhidas em três municípios do Estado, por representantes do PSD.
Desse total, apenas 90 foram consideradas verídicas. O restante foi questionado em relatório apresentado pelo cartório, ao qual a Folha teve acesso.
O maior número de falhas foi detectado nas assinaturas do município de São Lourenço do Oeste.

Por 8 a 0, STF autoriza atos pela liberação da maconha
O STF (Supremo Tribunal Federal) liberou ontem a realização de atos pró-maconha.
Por unanimidade, os ministros afirmaram que a Justiça não pode interpretar o artigo 287 do Código Penal, que criminaliza a apologia de "fato criminoso [o uso da droga] ou de autor de crime [o usuário]", para proibir eventos públicos que defendem a legalização ou regulamentação da maconha.
Segundo o tribunal, quem defende a descriminalização da maconha está exercendo os direitos à liberdade de reunião e expressão, previstos na Constituição Federal.
O relator do caso, ministro Celso de Mello, afirmou que a livre expressão e o exercício de reunião "são duas das mais importantes liberdades públicas". "A polícia não tem o direito de intervir em manifestações pacíficas", disse.

Prefeitura de Campinas terá suas contas de publicidade investigadas
O Ministério Público de Campinas, que investiga um suposto esquema de fraudes em licitações da prefeitura, vai apurar irregularidades em contratos de publicidade.
Os promotores já haviam apontado desvio de verbas em contratos da Sanasa (empresa de tratamento de água e esgoto), o que gerou denúncia contra 22 pessoas.
Entre elas estão a primeira-dama, Rosely Nassim Santos, e o vice-prefeito, Demétrio Vilagra, que negam a existência do esquema.
Um dos focos da nova investigação é um contrato entre a prefeitura e o publicitário Eduardo de Godoy Pereira, conhecido por Dudu. A conta, fechada em 2008 para publicidade institucional, é de R$ 7,5 milhões.
Dudu fez a campanha do ex-presidente Lula em 1998 e trabalhou na de Orestes Quércia (PMDB) para o governo de São Paulo, em 1986.

Ministro da Justiça se afasta depois de diagnosticar anemia
O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) está afastado desde segunda-feira, quando foi internado em Brasília vítima de uma anemia.
Cardozo recebeu alta anteontem e pretende retomar as atividades até amanhã.
Apesar da recomendação dos médicos para que repouse, o ministro vem, desde então, despachando de sua residência, pelo telefone.
Nos últimos dias, o secretário-executivo da pasta, Luiz Paulo Barreto, despachou com a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto.

Risco de calote dos EUA supera o do Brasil pela primeira vez
O ministro Guido Mantega (Fazenda) celebrou ontem que, pela primeira vez, o risco de calote da dívida brasileira ficou abaixo do risco americano. A notícia, no entanto, foi recebida com ceticismo por economistas.
O argumento é que o indicador de risco citado por Mantega tem horizonte de um ano e concentra poucas negociações. Em períodos longos, mais procurados por investidores, o risco brasileiro é o dobro do americano.
Para o ministro, o risco menor sinaliza respeito.
"Isso mostra que nós estamos praticando uma política econômica correta, que vem solidificando o Brasil e impondo respeito em relação ao resto do mundo", afirmou.


O ESTADO DE S. PAULO

Aneel critica Eletropaulo, mas diz haver concessionárias piores
O diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hubner, disse que as interrupções no fornecimento de energia elétrica na Grande São Paulo são reflexos da crescente falta de manutenção na rede da Eletropaulo. Hubner afirmou, porém, que há outras concessionárias de energia elétrica com índices bem piores que as da Eletropaulo. "Se fôssemos pegar os indicadores, teríamos de fazer intervenção em metade das empresas (que tem índices piores que a da Eletropaulo)", afirmou a diretor, referindo-se ao pedido de intervenção do Procon na companhia paulista. Hubner comprometeu-se a aumentar a fiscalização na Eletropaulo, que não se pronunciou.

Governo tenta contornar crise por sigilo de documentos
Mesmo após ter sido enquadrada pelo Planalto, a bancada do PT no Senado permanece dividida. Parte se rebelou contra a orientação do governo de recompor o texto do projeto que regulamenta o acesso às informações oficiais. A divisão ocorre porque o governo retirou o apoio ao fim do sigilo eterno dos documentos oficiais ultrassecretos.
Dos 12 senadores ouvidos pelo Estado, 7 declararam-se contrários ao sigilo eterno dos documentos e 5 disseram que vão ouvir argumentos do governo para se posicionar. Marta Suplicy (PT-SP) não quis se posicionar e Aníbal Diniz (PT-AC) não foi localizado pela reportagem. O senador Delcídio Amaral (PT-MS) foi o único que saiu em apoio ao texto defendido pelo Planalto.
A bancada, de 14 senadores, tinha decidido, na terça-feira, fechar questão a favor da liberação dos documentos e da proposta aprovada na Câmara, mas foi advertida pelo Planalto. O texto prevê que os documentos ultrassecretos sejam protegidos por um prazo máximo de 50 anos. Cedendo a pressões dos ex-presidentes da República José Sarney (PMDB-AP) e Fernando Collor (PTB-AL), o governo é contra a proposta e quer mudá-la no Senado.
"Sou da geração que cresceu defendendo a liberdade, sou peremptoriamente contra o sigilo eterno. Isso vai na contramão de um Estado democrático", disse o senador João Pedro (PT-AM). Relator da proposta no Senado, Walter Pinheiro (PT-BA) avisou que não recuará de sua posição contra o sigilo eterno, mesmo se o Planalto intensificar a pressão contra a bancada. "Vamos trabalhar pela manutenção de nossos relatórios. É inaceitável alguém reclamar de um projeto que prevê segredo de 50 anos", disse.

Após desgaste, Ideli diz que proteção não vale para ditadura
Arrastado para uma agenda negativa e pressionado por setores da sociedade civil, o Planalto tentou ontem reduzir o desgaste político com declaração da nova ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, em defesa do sigilo eterno de documentos oficiais ultrassecretos. A preocupação da ministra foi enfatizar que "para os documentos do período da ditadura, que neste caso específico referem-se aos direitos humanos, não será negado o acesso". O recuo do Planalto, porém, é retórico, já que, na prática, ele insiste na manutenção do segredo indefinido de certos documentos.
Ideli divulgou nota no início da noite para "esclarecer" que não era a favor do sigilo eterno. Mas, no mesmo comunicado, defende a proibição do acesso a documentos ultrassecretos em casos de ameaça à soberania nacional, à segurança nacional e às relações internacionais. Ao tirar os papéis da ditadura da restrição, Ideli tentou minimizar constrangimentos gerados à presidente Dilma Rousseff, torturada nos anos do regime militar, e que tinha se posicionado a favor da proposta que acaba com o sigilo eterno quando ministra de Lula.

PSD coleta nome até de morto e é acionado pelo DEM
O DEM e o PTB vão entrar hoje com representações no Ministério Público para que sejam investigadas irregularidades no recolhimento de assinaturas para a criação do PSD, o novo partido do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. O Estado revelou ontem que funcionários da Prefeitura estariam coletando assinaturas. O novo partido já enfrenta investigação em Santa Catarina - lá, um chefe de cartório encontrou nomes de eleitores mortos nas assinaturas para o registro da legenda.
Ontem, a reportagem mostrou o e-mail de uma funcionária pedindo que amigos assinassem as listas de registro. Na mensagem, a assessora dizia que recebeu "missão" de Kassab para que os "pobres mortais dependentes de cargos comissionados" coletassem assinaturas
Para o secretário-geral do PTB nacional, deputado estadual Campos Machado (SP), o pedido mostra que há indícios de uso indevido de servidores e da máquina publica em favor de partido político, abuso de autoridade e abuso do poder econômico. "Não quero ser leviano e já condenar, mas a investigação tem de ser feita." Ele é aliado de longa data do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).

Inquérito apura compra de fazenda de amigo de Lula
O Ministério Público Federal (MPF) instalou inquérito ontem para investigar se houve superfaturamento na compra da Fazenda São Gabriel, do empresário José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.
Segundo o MPF, a fazenda foi negociada por R$ 21 milhões com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), mas era avaliada em R$ 14 milhões. O imóvel foi comprado em 2005, mas a aquisição é contestada desde o ano passado.
Em setembro, a Justiça Federal determinou a suspensão dos pagamentos de TDAs (Título da Dívida Agrária), da compra da fazenda. Segundo o procurador do Incra-MS, Antônio Augusto de Barros, "a ação civil pública do MPF foi contestada com farta documentação, mostrando que a negociação foi perfeitamente legal, sem superfaturamento. Alegamos que o MPF está cerceando nosso direito de contestação, com investidas contra o Incra sobre o caso."

Briga política trava projeto espacial
A disputa política envolvendo dirigentes do PT e do PSB e a recusa do governo Dilma em colocar mais dinheiro na empresa binacional Alcântara Cyclone Space (ACS), uma sociedade com o governo da Ucrânia, paralisam o programa espacial brasileiro. Criada em 2007 para desenvolver e lançar o foguete Cyclone 4 da base de Alcântara, no Maranhão, a ACS, que era um feudo do PSB, não paga os fornecedores desde abril e só tem dinheiro para as "despesas administrativas" até o fim do ano.
O diretor-geral interino Reinaldo José de Melo disse, em carta enviada no dia 27 de maio ao ministro Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia), que a falta de dinheiro poderá acarretar "consequências imprevisíveis". Sem mais recursos, segundo ele, "não será mais possível realizar outros pagamentos destinados ao desenvolvimento do Projeto Cyclone 4, o que fará com que o ritmo dos trabalhados sofra uma diminuição drástica".
Além das divergências envolvendo dois partidos da base do governo, o programa vem sendo tocado sem nenhuma transparência. Criado após a tragédia da explosão da base de lançamento e a morte de 21 pessoas em Alcântara, em 2003, o projeto prevê uma parceria internacional orçada em R$ 1 bilhão, metade do investimento para cada país e lucros rateados no futuro com o lançamento comercial de satélites para o espaço. O problema é que o Brasil já repassou R$ 218 milhões, enquanto a Ucrânia pôs bem menos, R$ 98 milhões.
A promessa inicial era lançar o foguete em 2010. Agora, o discurso oficial é 2013. Internamente, a aposta é que, se ocorrer, será somente a partir de 2015.
A presidente Dilma Rousseff mandou auditar o projeto e, para não repassar mais dinheiro, Mercadante cortou os R$ 50 milhões previstos no orçamento da ACS para 2011. Por ser binacional, a empresa não presta contas a órgãos como Tribunal de Contas da União (TCU) e Controladoria-Geral da União (CGU). No ano passado, por exemplo, fechou um contrato sem licitação de R$ 546 milhões com as construtoras Camargo Corrêa e Odebrecht.

Governo aperta cerco a fraude em entidades sociais
A comercialização ilegal de registros para funcionamento de Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscips) forçou o governo a reagir. Na terça-feira, o Ministério da Justiça decidiu tomar medidas para tornar mais rígido o controle dos convênios firmados com essas entidades.
De acordo com informações da Agência Brasil, o governo exigirá, a partir de agora, uma prestação de contas anual das organizações que receberam recursos públicos para suas atividades. Segundo a nova diretriz, as Oscips que não abrirem suas contas serão automaticamente descredenciadas e não poderão ter convênios com o governo.
"A presidenta achou importantíssimo tomarmos medidas mais rígidas, como essa da obrigatoriedade da prestação de contas anual", disse o secretário executivo do ministério, Luiz Paulo Barreto. Oscips são organizações da sociedade civil credenciadas pelo Ministério da Justiça para fazer trabalhos sociais.

"Marcha da maconha" é liberada pelo Supremo
Com o aval do Supremo Tribunal Federal (STF), por decisão unânime dos oito ministros presentes à sessão de ontem, as "marchas da maconha" podem ser organizadas livremente em todo o País. Proibir as manifestações públicas em favor da descriminalização da droga configura, no entendimento dos ministros, violação às liberdades de reunião e de expressão.
Por decisão do STF, o Estado não pode interferir, coibir essas manifestações ou impor restrições ao movimento. A polícia só poderá vigiá-las e tão somente para garantir a segurança e o direito dos manifestantes de expressarem as opiniões de forma pacífica. "O que exceder a tais atribuições, mais do que ilegal, será inconstitucional", acrescentou o relator do processo no Supremo, ministro Celso de Mello, que censurou expressamente "os abusos que têm sido perpetrados pelo aparato policial" nas manifestações recentes.

Juízes querem levar crimes no PA à Justiça Federal
Os juízes federais pregam a federalização de crimes contra os direitos humanos na Região Norte do País. A federalização, segundo os magistrados, "é um caminho que pode levar ao julgamento mais rápido e ao fim da impunidade nesses casos". Estudo feito pelo governo indica que dos 219 assassinatos na zona rural do Pará, nos últimos dez anos, somente 4 resultaram em boletins de ocorrência, inquéritos policiais, denúncias de promotorias e processos judiciais. Apenas três casos foram julgados e os réus, absolvidos.
"Ou seja, 97,8% de todos esses casos ficaram impunes", assinala a Associação dos Juízes Federais (Ajufe)em nota divulgada ontem. "A ocorrência de mortes de líderes extrativistas e trabalhadores rurais mostra que é preciso trazer respostas eficazes para romper a contínua e destemida ação de violência".

Chamado de 'criminoso', delator diz que prefeito 'vendeu a alma'
Rotulado de criminoso pelo prefeito de Campinas, Dr. Hélio (PDT), o delator Luiz Augusto Castrillon de Aquino, que revelou ao Ministério Público elos do suposto esquema de corrupção e fraudes em licitações na administração municipal, foi à réplica. "O grande ato de luxúria não foi cometido por mim, mas por você, ao vender a própria alma ao diabo para se eleger prefeito no primeiro mandato."
O capítulo inaugural do embate foi o artigo A máscara da infâmia, da lavra de Dr. Hélio, publicado terça-feira no jornal Correio Popular, de Campinas. O prefeito ataca Aquino, que foi seu amigo de infância e presidiu, entre 2005 e 2008, a Sanasa, companhia de saneamento da cidade. Dr. Hélio aponta sua ira também para os promotores do Gaeco - braço do Ministério Público que combate crime organizado e atribui à pri

Risco Brasil fica menor que o dos EUA
Pela primeira vez, investidores enxergam maior risco de calote da dívida nos EUA do que no Brasil. O resultado, comemorado pelo governo, reflete o impasse sobre o teto de endividamento americano. (Págs. 1 e Economia B4)

Presos sete acusados de fraudar licitações na PB
A Polícia Federal prendeu ontem seis pessoas na Paraíba e uma em São Paulo acusadas de integrar uma quadrilha especializada em fraudar licitações em 35 municípios paraibanos.
Segundo o delegado Alexandre Isbarrola, foram apreendidos na Operação Gasparzinho 9 carros de luxo, 2 motocicletas, 20 computadores, documentos e carimbos de prefeituras em um condomínio de João Pessoa.
O delegado calcula que a quadrilha tenha desviado R$ 23 milhões dos cofres públicos em três anos. De acordo com a PF, empresários da área de construção civil utilizavam empresas de fachada para fraudar as licitações. Também utilizavam pessoas fictícias para movimentar valores e registrar bens usados pela quadrilha, principalmente veículos.

O GLOBO

STF garante livre expressão e libera Marcha da Maconha
Em nome da liberdade de expressão, o Supremo Tribunal Federal liberou a realização da Marcha da Maconha e de protestos similares que defendem a descriminalização do uso de drogas. Foi uma decisão unânime dos 8 ministros que participaram da sessão. O argumento central do relator, ministro Celso de Mello, é que o Estado não tem direito de proibir o livre pensamento: "Nada se revela mais nocivo e perigoso que a pretensão do Estado de proibir a livre manifestação. O pensamento deve ser livre, sempre livre." Para o ministro Ayres Britto, não se pode impedir uma discussão alegando que ela trata de algo proibido: "Nenhuma lei pode se blindar contra a discussão de seu conteúdo, nem a Constituição está livre de questionamento." Os ministros entenderam que as manifestações não fazem apologia ao crime e ressaltaram que, durante os atos, não serão permitidos o consumo de drogas ou o estímulo ao uso. A ação foi proposta pela vice-procuradora geral da República Deborah Duprat. Novas marchas pela descriminalização de drogas estão previstas para sábado.

Governo resiste a pressão por gastos
A ministra Ideli Salvatti, de Relações Institucionais, tentou frear a gula dos aliados, que pressionam cada vez mais por liberação e empenhos (garantia de pagamento) de emendas de parlamentares ao Orçamento. Ideli apelou para o discurso de responsabilidade de todos com o equilíbrio fiscal. Aliados avisam, porém, que a promessa de empenho de apenas R$1 bilhão é insuficiente e querem, pelo menos, R$2 bilhões dos R$3,3 reivindicados.
Os parlamentares anunciavam ontem uma prova de fidelidade ao governo, aprovando o Regime Diferenciado de Compras (RDC) para as obras da Copa e das Olimpíadas. Mas os líderes avisaram que aguardarão 15 dias para que o governo comece a atender às demandas.
Líderes querem que ministra prove que tem autonomia
Ideli se reuniu ontem de manhã com o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), a quem prometeu ir frequentemente à Casa. Indagada se seria possível atender ao pedido dos líderes, de liberação de verbas e empenho de pelo menos 50% das emendas aprovadas no Orçamento de 2011, Ideli citou as limitações do governo:
- O desejo é sempre muito maior do que a possibilidade concreta. Vamos olhar com atenção aos pleitos, dentro das possibilidades, principalmente num ano como este. Esse rigor nas medidas adotadas estão surtindo efeito e isso não pode ser modificado. Este é o ano em que todos temos que estar responsáveis com o equilíbrio fiscal, com o controle da inflação e com o crescimento com distribuição da renda.

Royalties: Dilma apela para consenso
A presidente Dilma Rousseff determinou ontem aos governadores do Norte e do Nordeste que fechem um acordo com Rio de Janeiro e Espírito Santo para evitar a derrubada do veto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à redistribuição total dos royalties do petróleo, aprovada no ano passado por parlamentares. Segundo relatos dos presentes à reunião no Palácio da Alvorada, ela advertiu que, na falta de um consenso, vai defender o veto e, caso este seja rejeitado no Congresso Nacional, o governo irá ao Supremo Tribunal Federal (STF) para argumentar a inconstitucionalidade da matéria e garantir o direito dos estados produtores à arrecadação especial.
Dilma fez o alerta quando os 16 governadores (incluindo o de Mato Grosso) apresentaram a chamada Carta de Brasília, com dez reivindicações relacionadas a questões tributárias e de financiamento, incluindo "a imediata pactuação de critérios para a repartição" dos royalties do pré-sal com todos os estados.
- A presidente Dilma deixou claro que a melhor saída é a negociação - disse o governador da Bahia, o petista Jaques Wagner.

Planalto cobra e PT recua sobre sigilo
O Planalto enquadrou a bancada do PT no Senado, que, agora, diz que precisa ouvir os argumentos do governo antes de decidir se apoia ou não o texto que abre caminho para que documentos públicos fiquem em segredo por tempo indeterminado. Na terça-feira, o líder petista, Humberto Costa (PE), afirmou que a bancada havia firmado um acordo para defender publicamente o projeto, aprovado pela Câmara, que limita em até 25 anos - prorrogáveis por mais 25 - o prazo máximo para que qualquer documento público seja divulgado.
Ontem, o governo e o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), lançaram uma ofensiva para derrubar a proposta aprovada na Câmara. Além de Sarney, o ex-presidente, senador Fernando Collor (PTB-AL), o Itamaraty e as Forças Armadas defendem o mesmo projeto. O Planalto negou que registros sobre violações de direitos humanos na ditadura poderão ficar para sempre escondidos.
No Senado, apesar da orientação do governo, as divergências sobre a Lei de Acesso à Informação Pública, discutida no parlamento desde 2003, dividiram a bancada do PT. Pessoalmente, o líder é contra o sigilo prorrogável sem limitação. Porém, o acordo da bancada anunciado foi desmentido pelo senador Delcídio Amaral (PT-MS).

Após crise, PMDB espera reaproximação
Passado o pior da primeira crise enfrentada pelo governo Dilma Rousseff, que levou à queda de Antonio Palocci da Casa Civil e na troca de comando da articulação política, o PMDB espera que a presidente tenha aprendido com seus erros, que quase a levaram a romper com o maior partido da base aliada. Dilma até hoje não conversou com seu vice, Michel Temer, sobre o ríspido diálogo entre ele e o então chefe da Casa Civil, às vésperas da votação do Código Florestal na Câmara.
Na primeira ligação para Temer, que estava na residência oficial do Palácio do Jaburu, dia 23 de maio à noite, Palocci teria feito a primeira advertência sobre a disposição de Dilma de romper com o PMDB, se a bancada do partido na Câmara ajudasse a aprovar a emenda 164, que dispensa a recuperação de terras desmatadas até 2008 em área de reserva legal.

Haddad: ensino sem dinheiro e remuneração
O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse ontem que faltam recursos para o ensino no Brasil e que os baixos salários do magistério, em relação a outras carreiras de nível superior, desestimulam o jovem a virar professor. Haddad esteve em audiência pública na Comissão Especial da Câmara sobre o projeto de lei do Plano Nacional de Educação 2011-2020.
Haddad disse que a meta do novo plano que propõe duplicar as matrículas da educação técnica de nível médio é acanhada e poderá ser atingida já em 2014, com o Pronatec. Sobre a meta de aumentar o gasto público anual com educação para 7% do PIB - hoje é de 5%; entidades do setor querem 10% -, Haddad disse que é uma "covardia" perguntar se ele prefere 7% ou 10%, pois ele vai querer 10% ou mais:

Itália recorre a Comitê de Conciliação contra liberdade de Cesare Battisti
O ministro italiano das Relações Exteriores, Franco Frattini, afirmou ontem que, até o dia 25 deste mês, a Itália apresentará ao Comitê de Conciliação, que representa pré-condição ao recurso no Tribunal Internacional de Haia, pedido para que avaliem a decisão do Brasil de garantir a liberdade a Cesare Battisti. Frattini classificou como um erro a decisão do ex-presidente Lula de negar a extradição do ex-ativista italiano.
- Quem errou é somente e exclusivamente o (ex) presidente do Brasil.
Segundo a agência de notícias Ansa, Frattini informou que a Itália apresentará como um dos argumentos jurídicos contra a decisão do Brasil a "clara violação ao tratado bilateral".
O mal-estar entre os dois países já se reflete em terras brasileiras. A cidade italiana de San Polo di Piave, na província de Treviso, suspendeu o "gemellaggio" (geminação) com o município catarinense de Arroio Trinta. Trata-se de um convênio em que as cidades se tornam irmãs.

Dilma recebe secretário-geral da ONU
Em sua terceira visita ao Brasil desde que foi eleito, em 2007, o sul-coreano Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, desembarca hoje em Brasília para um encontro com a presidente Dilma Rousseff, com a missão de desfazer sua imagem junto à diplomacia brasileira. Reservadamente, a avaliação do governo é que Ban Ki-moon tem trabalhado à frente das Nações Unidas para atender aos interesses dos países desenvolvidos.
Candidato à reeleição no próximo dia 21, Ban Ki-moon passou, nos últimos dias, por Colômbia, Argentina e Uruguai. Dependendo de seu poder de convencimento junto a Dilma, ele espera ouvir da presidente um discurso de apoio à sua recondução ao cargo.

Cabral propôs tropa de 23 mil bombeiros
Apesar de o governador Sérgio Cabral ter afirmado que é difícil atender às reivindicações salariais dos bombeiros por causa do tamanho da tropa - que é hoje de 16.550 militares -, uma lei encaminhada pelo próprio governador e aprovada pela Assembleia Legislativa do Rio, em 2007, fixou o efetivo do Corpo de Bombeiros do estado em 23.450. A proposta passou com a justificativa de que se precisava de homens para atuar na área de saúde. A lei substituiu outra, do governador Garotinho, que fixava o efetivo em 18.125 homens.

CORREIO BRAZILIENSE

Um terço dos condenados no DF cumpre pena nas ruas
Adelino Porto e Bruno da Cruz, que na última terça-feira mantiveram quatro mulheres como reféns por seis horas na 711 Sul, estavam em liberdade amparados pela chamada progressão penal. Assim como eles, outros 2,2 mil bandidos estão em regime semiaberto, ou seja, passam o dia soltos e somente dormem na cadeia. Eles equivalem a 31,7% do total de 7 mil condenados sob custódia do sistema penitenciário do Distrito Federal. Bruno, por exemplo, só foi recolhido a uma cela após ser condenado por quatro diferentes crimes. Ainda assim, há dois meses recebeu o benefício da liberdade condicional. Vítimas do sequestro relatam ao Correio os momentos de terror e levantam a suspeita de que uma terceira pessoa comandou o assalto por telefone. Em reação à onda de violência, Secretaria de Segurança anuncia mais 1,3 mil policiais militares nas ruas até o fim do ano.

STF libera manifestações pró-maconha

Ditadura Militar: Anistia será ampla, geral e indiscutível
Na semana em que se discute o acesso a documentos secretos, os ativistas dos direitos humanos sofrem uma derrota. A AGU deu parecer contrário ao julgamento de crimes cometidos pela repressão.

Jogo liberado
Câmara aprova MP que flexibiliza as licitações para obras da Copa e das Olimpíadas.

Polêmica: Promotores podem atuar no Executivo
Conselho Nacional do Ministério Público libera seus membros para ocupar cargos e governos. Eles, no entanto, continuam proibidos de concorrer em eleições e ter atividade partidária.

Tributos: Consultores isentos de IR
STJ decide que terceirizados contratados pela Organização das Nações Unidas não precisam pagar Imposto de Renda sobre os salários.

Grécia: Crise leva milhares às ruas
Onda de protestos quase derruba o primeiro-ministro, que troca todo o governo para se manter no cargo. Bolsas despencam pelo mundo.

Imóveis: BB ajuda carteiros
O banco financiará a casa própria para os 107 mil servidores dos Correios, com juros de 8,4% ao ano.

Remédios: Emagrecedor será banido do país
A Anvisa vai confirmar a proibição da venda dos inibidores de apetite. Após meses de debates, a agência concluiu que não há benefícios à saúde nem segurança no uso desses medicamentos.
Fonte: Congressoemfoco

Só 13 senadores abrem mão do auxílio-moradia

Muitos têm imóvel próprio em Brasília, mas são poucos os que declinam da verba extra de R$ 3,8 mil. Veja quem são eles

Divulgação
Ana Amélia Lemos está entre a minoria de 13 senadores que abrem mão da verba de R$ 3,8 mil de auxílio-moradia

Fábio Góis

O Senado iniciou a nova legislatura (2011-2014) significativamente renovado em relação à anterior, com dois terços de novos representantes eleitos. Em contraposição aos ares de novidade, uma prática de outros tempos permanece: mesmo sem precisar, muitos parlamentares da chamada Câmara Alta optam por receber o auxílio-moradia, benefício teoricamente criado para ajudar no custeio habitacional daqueles originários de outros estados, e sem residência própria no Distrito Federal. Dos 81 senadores, apenas 13 (17,2%) abdicam dessa e da outra possibilidade - o imóvel funcional, que tem 40 ocupações entre os membros do Senado.

No outro extremo, 28 atualmente recebem a verba extra (fixada em R$ 3,8 mil mensais), quando poderiam ter escolhido morar em um dos 72 apartamentos oficiais à disposição do Senado. Na legislatura passada, 17 senadores recebiam o auxílio. Ao todo, o custo mensal com o recurso opcional é de cerca de R$ 103 mil para os cofres públicos, apenas no Senado.

Nesse grupo de 28 senadores, há uma situação temporária: o recém-empossado Sérgio Souza (PMDB-PR), primeiro-suplente da senadora licenciada e atual ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, provisoriamente recebe o auxílio-moradia - tendo tomado posse ontem (terça, 14), ele está hospedado no setor hoteleiro de Brasília desde a semana passada, e terá as despesas de hospedagens repostas mediante declaração formal junto à Diretoria Geral. Segundo sua assessoria de imprensa, Gleisi é casada e mora com o ministro Paulo Bernardo (Comunicações) em uma casa alugada, razão pela qual a ministra abriu mão dos benefícios.

Ainda segundo a assessoria, o apartamento funcional que estaria à disposição dela pelo Senado ainda está em reforma prevista para ser concluída em agosto. Sérgio Souza ainda não decidiu se ocupará o imóvel ou continuará a ser contemplado com a verba extra.

VEJA QUEM SÃO OS 13 SENADORES QUE ABRIRAM MÃO DO AUXÍLIO MORADIA E DO IMÓVEL FUNCIONAL:

Alvaro Dias (PSDB-PR)
Ana Amélia Lemos (PP-RS)
Ataídes Oliveira (PSDB-TO)
Benedito de Lira (PP-AL)
Clésio Andrade (PR-MG)
Cristovam Buarque (PDT-DF)
Eunício Oliveira (PMDB-CE)
Gim Argello (PTB-DF)
Rodrigo Rollemberg (PSB-DF)
Valdir Raupp (PMDB-RO)
Waldemir Moka (PMDB-MS)
Walter Pinheiro (PT-BA)
Wellington Dias (PT-PI)

Clique aqui para ver quem são os senadores que recebem auxílio-moradia

Clique aqui para ver quem são aqueles que moram em imóvel funcional

O senador José Sarney (PMDB-AP) tem residência própria em Brasília, e não recebe o auxílio-moradia. Mas, por ser presidente da Casa, ele tem direito a ocupar a residência oficial do Senado na Península dos Ministros, no Lago Sul, bairro nobre localizado a cerca de cinco quilômetros do Congresso.

Os partidos com mais senadores na relação de beneficiário do auxílio-moradia são PMDB e PT, com dez e seis nomes, respectivamente. Já PCdoB, PTB, PP e PR têm dois de seus representantes entre os que optaram por receber o benefício. PSDB, DEM, Psol e PV têm um senador cada entre os beneficiários da verba extra.

Normas dribladas

A regulamentação sobre a concessão de auxílio-moradia e imóvel funcional está definida em dois atos: o Ato da Comissão Diretora nº 24 de 1992 (auxílio) e o Ato do Presidente do Senado nº 9 de 2003 (imóvel). Segundo a Secretaria Especial de Comunicação do Senado (SECS), as informações reunidas nas três diretrizes ainda estão em fase de atualização na página institucional na internet, com previsão de que estejam disponíveis nos próximos dias.

“Obrigam-se os ocupantes, pelo uso das residências, a pagarem mensalmente, mediante desconto em folha, as taxas de ocupação, administração, conservação e de renovação de mobiliário, as quais serão fixadas e reajustadas mediante ato do Primeiro-Secretário”, diz o artigo 2º do Ato 24/1992, que abre uma brecha para permitir, por exemplo, que senadores aluguem ou repassem a terceiros imóveis próprios e embolsem o auxílio.

“Fica dispensado da apresentação dos comprovantes de despesa o senador que tiver ocupado imóvel próprio ou cedido, no Distrito Federal, ficando, entretanto, obrigado a comunicar tal fato à Diretora-Geral”, diz o parágrafo 3º do artigo 4º, em outras palavras, fica autorizado que os senadores driblem o parágrafo 1º do mesmo artigo (“O auxílio-moradia só será pago mediante a apresentação da nota fiscal emitida pelo estabelecimento hoteleiro ou do recibo emitido pelo locador do imóvel residencial ocupado pelo parlamentar.”).

Ainda segundo o Ato 24/1992, os senadores devem ocupar o imóvel funcional apenas até o último dia de mandato, devendo devolvê-lo à Secretaria de Administração e Patrimônio do Senado até o dia seguinte ao encerramento do mandato. “(...) sob pena de ser considerado em esbulho possessório”, acrescenta o ato normativo.

Há ainda um registro genérico sobre os benefícios na página do Senado. “Os senadores que não ocupam apartamentos funcionais podem optar por um auxílio-moradia no valor mensal de R$ 3.800,00. O benefício visa cobrir despesas com aluguel ou diária de hotel. Os gastos precisam ser declarados e comprovados formalmente”, registra de maneira resumida a seção “senadores” de documento disponível no Blog do Senado.

Brecha

Dos 28 senadores que recebem a verba, ao menos cinco aproveitam lacunas no regulamento para empregá-la em outros fins, em tese relacionados ao descritivo “moradia”. Esses parlamentares usam o dinheiro em despesas domésticas como água, luz, telefone e condomínio, referentes a mansões e apartamentos de luxo localizados em áreas valorizadas da capital federal - como o Lago Sul e a Asa Norte.

Segundo reportagem veiculada na edição deste domingo (12) do jornal Correio Braziliense, senadores como José Agripino Maia (DEM-RN), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) aplicam o auxílio em despesas particulares, quando o benefício deveria ser destinado a gastos com hospedagem a ser declarada em prestação de contas.

“Está dentro das normas. Uso esse dinheiro para pagar com água, luz, telefone e tudo mais que se refere a uma casa”, admitiu José Agripino, presidente nacional do DEM, proprietário de uma casa de dois andares no Lago Sul, um dos bairros badalados da capital federal.

“É caro manter o flat. Inclusive, pedi um imóvel funcional, porque o valor pago não é suficiente para bancar o aluguel de um apartamento maior que vou precisar para morar com minha família”, justificou Vanessa Grazziotin, referindo-se ao imóvel de luxo mantido com dinheiro público no setor hoteleiro de Brasília, a menos de cinco quilômetros do Congresso.

Em família

Há também casos de senadores que, mesmo tendo imóveis próprios, recorrem ao apartamento funcional para acomodar familiares em Brasília. Caso de João Alberto (PMDB-MA), que cedeu um imóvel para que o filho more com a família. “Esse apartamento é uma ajuda que dou. Se eu não pudesse morar em um imóvel do Senado, teria de viver com eles lá. Todo mundo junto”, argumentou o parlamentar.

Segundo informações da Diretoria Geral do Senado, atualmente 40 senadores optaram por ocupar um imóvel funcional durante sua estada em Brasília (veja lista abaixo), que geralmente se restringe a terças, quartas e quintas-feiras. Por ser presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) tem direito a residência oficial da Presidência na Península dos Ministros, no Lago Sul, onde também fica localizada uma mansão de sua propriedade.

Há ainda senadores que recebem a ajuda de custo para arcar com gastos mensais em mansões ou flats de luxo próprios – caso da senadora de primeiro mandato Ângela Potela (PT-RR), dona de um apartamento em bairro valorizado na Asa Sul, região central de Brasília. Ao todo, 32 imóveis não ocupados por senadores foram distribuídos para deputados e autoridades de outros Poderes, como ministros e secretários especiais.

Já os 14 senadores que recusaram receber tanto o auxílio-moradia quanto o apartamento oficial ponderaram que têm casa própria em Brasília, o que não justificaria os gastos extras.

Ainda segundo a Diretoria Geral, que só fornece as informações a veículos de imprensa após a intervenção de senadores, o Senado apenas notifica os parlamentares a respeito do verdadeiro propósito da verba. Assim, as implicações éticas decorrentes do uso do auxílio ou do imóvel funcional ficam a cargo de cada parlamentar, a partir de critérios particulares.

Fonte: Congressoemfoco

Com a carta a FHC, Dilma adverte o PT e o PMDB

Pedro do Coutto

Claro, como escreveu Merval Pereira em sua coluna no Globo de terça-feira, com a carta que enviou a Fernando Henrique Cardoso pela passagem de seus oitenta anos, a presidente Dilma Rousseff deu uma demonstração ao país de civilidade e polidez, esta segunda palavra sinônimo de política, tanto no Aurélio quanto no Houaiss. Colocou uma manifestação social acima do confronto partidário, mostrou nível alto de educação. Tudo isso é verdade. Mas como a carta, título de filme famoso com Betty Davis, não representa uma declaração de amor, ela tem que ser também interpretada num contexto político flexível, porém definido.

Com surpreendente habilidade, Dilma Rousseff tanto procurou uma fenda na oposição quanto dirigiu uma suave advertência – mas sempre advertência – ao PT e ao PMDB, que formam sua base parlamentar majoritária no Congresso Nacional. Algo assim como se vocês se distanciarem do Planalto, eu procuro os tucanos na planície. A bancada do PSDB é a terceira na Câmara dos Deputados. Foi, sem dúvida, um lance sofisticado com um forte toque feminino de sedução.

Imobilizou Fernando Henrique, certamente constrangeu um pouco Lula, chocou bases petistas, pelo menos. O PMDB deu-se por desentendido. No ninho tucano, o elegante toque musical, estilo Chopin, foi bem aceito. A maioria do partido sentiu o aviso de que, a qualquer momento, poderá se formar um governo de coalizão como no episódio de 58 que reconduziu De Gaulle ao poder na França, a Quinta República, após série interminável de crises políticas que se repetiam com as quedas seguidas de primeiros ministros. Poderá ressurgir a tese da coalizão em nosso país? Depende do comportamento do PT e do PMDB. A presidente da República iluminou o caminho para a hipótese.

Tanto é assim que a principal figura oposicionista, o senador Álvaro Dias, analisou o tema sob vários ângulos, considerou o lançamento da ponte política, porém elogiou a delicada iniciativa presidencial. O líder da legenda na Câmara, Duarte Nogueira, também enalteceu o ato de cortesia e chamou atenção para o que considera uma diferença entre a sucessora e o antecessor que a levou à vitória nas urnas. Ou seja: a diferença de estilo entre Dilma e Lula.

Terminará aí o novo contexto? Não é provável. Como sempre na política existe o dia depois, o Day after, e os desdobramentos que escapam à visão imediata geral e aos imprevistos que a história faz suceder ao longo dos séculos e das décadas. Alguém poderia prever um desastre chamado Antonio Palocci?

Merval Pereira, novo imortal eleito para a ABL, finaliza a coluna a que me referi com um outro prenúncio. O lance no qual Dilma parte igualmente para superar a dicotomia política predominante no Brasil e buscar a formação de um governo eficiente capaz de libertá-la da tutela (esta expressão é do Merval) de Lula. Prefiro influência, como não acredito que Roussef deseje se livrar. Ao contrário. Manter. Porém a uma distância relativa para evitar choques e superposições. O episódio que culminou com a apoteótica demissão do ministro chefe da Casa Civil é o melhor e mais recente exemplo.

Lula nada poderá contestar ou se surpreender. Ele também exonerou José Dirceu, a quem chamava de capitão do time, e Erenice Guerra que havia substituído a candidata por causa da lei da desincompatibilização. Aliás, para falar a verdade, Lula e Dilma não demitiram Dirceu, Erenice e Palocci. Eles demitiram-se a si.

Fonte: Tribuna da Imprensa

Seção do DF da Procuradoria desmoraliza parecer de Roberto Gurgel e aumenta o cerco a Palocci, que terá de revelar os nomes dos clientes.

Carlos Newton

Os problemas de Antonio Palocci estão apenas começando. A seção do Distrito Federal da Procuradoria da República já desmoralizou o parecer do procurador-geral Roberto Gurgel, que engavetou as denúncias contra o então chefe da Casa Civil. Sem dar a mínima importância à decisão de Gurgel, a Procuradoria do DF continua investigando por conta própria o enriquecimento do sócio-controlador da consultoria Projeto.

Muito antes de Gurgel se manifestar, o procurador Paulo José Rocha Júnior já havia aberto a investigação preliminar para saber se o enriquecimento de Palocci caracterizou improbidade administrativa, através de tráfico de influência.

Na época, a seção do DF da Procuradoria exigiu que a Receita Federal lhe enviasse cópias das declarações dos últimos cinco anos de imposto de renda da empresa de Palocci, e já foi atendida. A Receita enviou os dados no último dia 9, mas só agora a Procuradoria confirmou à imprensa ter recebido as informações.

Na verdade, toda a investigação da Procuradoria está sob sigilo, decretado pelo procurador responsável pelo caso, Paulo José Rocha Júnior, e o acesso à documentação relacionada à Projeto é vedado aos jornalistas.

Antes de deixar o governo em meio à crise aberta a partir de reportagens da Folha de S. Paulo revelando a espantosa multiplicação de seu patrimônio, Palocci atribuiu seu enriquecimento aos serviços de consultorias prestados por meio da empresa Projeto, mas se recusou a informar publicamente quais foram seus clientes e objetivo e valores dos contratos.

A Procuradoria então exigiu de Palocci a relação dos clientes, contratos e tudo o mais. Para atender ao pedido, advogados da empresa Projeto reuniram-se no último dia 10 com o procurador Rocha Júnior para definir como e quando serão entregues os documentos requisitados diretamente à empresa, tais como “cópias de contratos, comprovantes de prestação dos serviços e escrituração contábil”.

Segundo a assessoria de imprensa da Procuradoria, “em princípio não houve qualquer resistência por parte da empresa em apresentar os documentos solicitados”. A Procuradoria aguardará a entrega dos papéis até o próximo dia 21.

Palocci ficou rico, mas dinheiro acaba. Sem mandato e sem emprego, com um padrão de vida altíssimo, o ex-ministro teve de contratar um dos mais caros escritórios de advocacia do país, comandando por José Roberto Batocchio, que ficará com boa parte da fortuna. Assim, devagar, devagarinho, o dinheiro ganho ilicitamente vai saindo pelo ladrão, digamos assim.

Fonte: Tribuna da Imprensa

Durou 24 horas a lua-de-mel entre Ideli Salvatti e o PT

Carlos Chagas

A nova ministra da Coordenação Política tomou posse segunda-feira, entre beijinhos, evoés e alvíssaras de toda a base parlamentar do governo, apesar da cara feia de muitos líderes. Ideli Salvatti prometeu composição, diálogo e entendimento. Pois já no dia seguinte, terça-feira, o PT deu sinais de desentrosamento, ou melhor, foi ao contrário: Ideli anunciou que a presidente Dilma tinha voltado atrás e agora aprovava a proposta do sigilo eterno para certos documentos oficiais, exatamente como querem os ex-presidentes José Sarney e Fernando Collor.

Hoje, o PT estrilou e seus líderes no Senado e na Câmara anunciaram que as bancadas continuarão se posicionando contra o sigilo eterno. Aqui para nós, não há explicação para o recuo de Dilma, se é que Ideli traduziu corretamente suas instruções. Ou será que, à maneira de Sarney e Collor, a presidente também pretende produzir documentos ou tomar posições documentadas que precisam fugir do conhecimento da História e do futuro?

***�
HÁ 50 ANOS, MANDAVAM BOMBARDEAR O PIRATINI�

Nesses dias em que se discute a validade ou não do sigilo eterno para documentos oficiais, seria oportuna a liberação, pelas forças armadas, de todos os telegramas e comunicados expedidos há 50 anos pelos três ministros militares, mandando bombardear a sede do governo do Rio Grande do Sul. Lá se encontrava a resistência afinal vitoriosa do governador Leonel Brizola pela posse do vice-presidente João Goulart, em seguida à renúncia do presidente Jânio Quadros. As ordens dos golpistas eram para acabar com a campanha da legalidade com petardos incendiários.

Dessa documentação secreta e sigilosa, tivemos conhecimento dias depois, mas seria bom conhecê-la na íntegra, inclusive o episódio em que os sargentos desarmaram os caças, na Base Aérea de Canoas, impedindo os oficiais de executarem o bombardeio. Será que os ex-presidentes José Sarney e Fernando Collor, além da presidente Dilma Rousseff, querem conservar em segredo ou apagar da memória nacional uma das páginas mais libertárias de nossa História? Porque eles são favoráveis ao sigilo eterno.

***�
MUDANÇA NÃO FECHOU A GOELA DOS FISIOLOGISTAS.

As primeiras reuniões da nova coordenadora política do governo com as lideranças dos partidos da base parlamentar oficial estão servindo para confirmar o impasse. Deputados e senadores que apóiam o palácio do Planalto continuam sustentando que sem nomeações e liberação de verbas de emendas individuais ao orçamento, nada feito. Vão votar contra o governo ou, pelo menos, criar empecilhos à aprovação de projetos da forma como pretende a presidente Dilma Rousseff.

Pelo jeito, não está adiantando a doce postura adotada pela ministra Ideli Salvatti em seus entendimentos com os líderes. Logo chegará a hora dela voltar a ser o que era quando senadora, ríspida, falando grosso e dando murros na mesa. Certos grupos só entendem mesmo essa linguagem.

***
SE ARREPENDIMENTO MATASSE, LULA ESTARIA DOENTE

Semanas atrás, quando se discutia a escolha do novo presidente do PT, houve quem sugerisse o nome do Lula, que já é presidente de honra do partido. Só ele poderia controlar os diversos grupos em que os companheiros se dividem, bem como refrear os ímpetos fisiológicos de parte das bancadas. O ex-presidente fez que não ouviu a sugestão, nem quis saber do encargo. Afinal, os oito anos de governo foram sufocantes, ele tinha direito a um repouso mais do que merecido.

O problema é que de lá para cá, com a designação de Rui Falcão para presidir o PT, as dificuldades aumentaram. O partido continua julgando-se condômino do poder transferido para Dilma Rousseff, que não pode concordar em submeter-se, muito menos a dividir responsabilidades apenas dela dependentes.

O resultado aí está: nem o Lula quer mais servir de bombeiro para resfriar os companheiros. Adiou uma viagem à Itália, por motivos óbvios, já que seria hostilizado pelos italianos, depois da absolvição de Césare Batistti. Mas estará planejando novas vilegiaturas para escapar da crise. Lá no fundo, porém, muita gente garante estar arrependido. Na presidência do PT um simples murro na mesa enquadraria tudo.

Fonte: Tribuna da Imprensa

Ex-jogador Edmundo é preso em flat na capital paulista

O ex-jogador foi condenado em 1999 a quatro anos e seis meses de prisão, em regime semiaberto, pelos homicídios culposos de três pessoas e lesões corporais de outras três em um acidente de carro na madrugada do dia 2 de dezembro de 1995

16/06/2011 | 07:38 | Agência Estado

O ex-jogador e comentarista esportivo Edmundo Alves de Souza Neto, de 40 anos, foi preso, no início da madrugada desta quinta-feira (16), em um flat na cidade de São Paulo por agentes da 3ª Delegacia Seccional Oeste da Capital, localizada junto ao 14º Distrito Policial, de Pinheiros.

Ainda não há detalhes sobre a prisão. A informação é do delegado seccional Dejair Rodrigues. "Vamos entrar em contato agora com o Centro de Operações da Polícia Civil (Cepol) para que nas próximas horas possamos saber se é a Polícia Civil de São Paulo que irá encaminhá-lo para o Rio ou se a Polícia Civil fará a remoção.

Edmundo era considerado foragido da Justiça. Agentes da Polícia Civil do Rio percorreram na quarta-feira, cinco endereços registrados em nome do ex-atleta, que não foi localizado. Seus telefones celulares também ficaram desligados.

Em maio, em reportagem publicada pelo Estado, Edmundo disse viver num hotel em São Paulo. A Vara de Execuções Penais do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) expediu um mandado de prisão contra Edmundo na noite de segunda-feira.

O ex-jogador foi condenado em 1999 a quatro anos e seis meses de prisão, em regime semiaberto, pelos homicídios culposos de três pessoas e lesões corporais de outras três em um acidente de carro na madrugada do dia 2 de dezembro de 1995, depois de sair de uma boate na Lagoa, bairro da zona sul carioca.

Após todos seus recursos terem sido negados pelos tribunais superiores, a Justiça fluminense determinou a prisão do ex-jogador de Palmeiras, Corinthians, Santos, Flamengo e Vasco, entre outros times brasileiros, italianos e japoneses - além da seleção brasileira. Atualmente, ele trabalha como analista de futebol na TV Bandeirantes.
Fonte: Gazeta do Povo

Lei do sigilo eterno se volta contra o Palácio do Planalto

Vida Pública

Quinta-feira, 16/06/2011

Wilson Dias/ABr

Wilson Dias/ABr / Dilma: depois de enfrentar a primeira crise no caso Palocci, presidente deve sofrer pressão  de ex-presidentes para manter sigilo sobre documentos Dilma: depois de enfrentar a primeira crise no caso Palocci, presidente deve sofrer pressão de ex-presidentes para manter sigilo sobre documentos
Documentos históricos


Recuo da presidente Dilma gerou críticas e pode se transformar em um novo problema político

Publicado em 16/06/2011 | André Gonçalves, correspondente, com agências - Brasília

Uma pauta programada para entrar na agenda positiva da presidente Dilma Rousseff começa a se transformar em um novo problema político. O recuo do governo na proposta que acaba com o sigilo eterno de documentos gerou reações da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e de entidades de imprensa como a Associação Nacional de Jornais (ANJ). Até a bancada petista no Senado já se manifestou contra o novo posicionamento do Palácio do Planalto.

A polêmica transcende o jogo entre situação e oposição no Congresso Nacional e envolve interesses diretos de dois ex-presidentes da República, os senadores Fernando Collor (PTB-AL) José Sarney (PMDB-AP). Ambos querem mais restrições à liberação do sigilo. Presidente da Comissão de Relações Ex­­teriores do Senado, Collor tem sido o principal responsável pelo retardamento da votação em plenário.

Inspiração

EUA servem de modelo

Uma das inspirações para a projeto em discussão no Senado brasileiro é a Lei da Liberdade de Informação (Freedom of Information Act) dos Estados Unidos. A norma obriga todas as repartições públicas federais a permitir o acesso a qualquer informação requisitada. Apenas algumas informações relativas à segurança nacional são mantidas sob sigilo, ainda assim por prazo determinado.

O posicionamento do governo brasileiro favorável ao sigilo eterno deve gerar reações de organismos internacionais. Nesta semana, o relator da ONU contra a tortura, Juan Mendes, já demonstrou insatisfação sobre a decisão do governo de manter fechados os arquivos nacionais sobre o período da ditadura militar (1964-1985). “O Ministério Público brasileiro e juízes precisam honrar esses documentos, abrindo processos contra torturadores e revelando o que de fato ocorreu naqueles anos”, disse Mendes. (AG, com agências)

Sigilo polêmico

Normas previstas no projeto de lei de acesso às informações públicas em discussão no Senado:

Justificativa

O interessado não precisa apresentar motivos para ter acesso aos dados.

Alcance

Podem ser requisitadas informações de órgãos dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário em todas as esferas administrativas (municipal, estadual e federal), além de entidades sem fins lucrativos que recebem recursos públicos.

Prazo

As informações comuns devem ser prestadas dentro de um prazo de 20 dias (prorrogáveis por mais 10).

Classificação

Algumas informações consideradas sigilosas terão prazo para se tornarem públicas. Elas serão classificadas de acordo com o grau de sigilo, estabelecido por critérios como o risco à segurança nacional. A divisão ocorrerá em três níveis:

Reservadas – prazo de 5 anos (prorrogáveis por 5 anos)

Secretas – prazo de 15 anos (prorrogáveis por 15 anos)

Ultrassecretas – prazo de 25 anos (prorrogáveis por 25 anos)

Polêmica

A divulgação de informações consideradas ultrassecretas é o que emperra a votação no Senado. Atualmente, o prazo para divulgação é de 30 anos, mas sem limites de prorrogação (o que pode tornar o sigilo eterno). A proposta original do governo, enviada à Câmara dos Deputados em 2009, não prevê limites de prorrogação do prazo de 25 anos dessas informações. A mudança foi inserida na Câmara.

Recursos

Cada poder, em cada esfera administrativa, precisa nomear um órgão recursal (caso a informação não seja prestada). O único órgão recursal definido pela lei é a CGU, que receberá recursos de informações não prestadas no âmbito do governo federal.

Punição

O agente público que não prestar informações pode sofrer punições administrativas (como suspensão ou demissão) e judiciais (processo por crime de improbidade administrativa).

Adaptação

Os órgãos terão 180 dias para se adaptar às regras.

A controvérsia gira em torno de um ponto do projeto que trata dos documentos considerados ultrassecretos (dados que envolvam risco à segurança nacional ou à estabilidade econômica e financeira do país). Atualmente, esses papéis ficam inacessíveis por 30 anos, prazo que pode ser prorrogado indefinidamente. Em 2009, penúltimo ano da gestão Lula, o governo mandou uma proposta ao Congresso diminuindo o prazo para 25 anos, mas mantendo a possibilidade de prorrogação infinita.

A Câmara dos Deputados, que aprovou a proposta no ano passado, fez uma mudança que permite a prorrogação por apenas uma vez. Com a alteração, o sigilo máximo de qualquer documento fica restrito a um prazo de 50 anos. O principal temor do Itamaraty, encampado por Sarney, é que isso possa gerar constrangimentos sobre a definição das fronteiras brasileiras.

“Não podemos fazer Wiki­­leaks da história do Brasil”, justificou anteontem o presidente do Senado. Para ele, não há problemas com a divulgação de documentos recentes, incluindo os que abrangem seu governo (1985-1989). Já Collor teria restrições aos papéis de sua gestão (1990-1992).

Os apelos da dupla convenceram a nova ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti. Ontem, ela voltou a defender a versão original da proposta enviada por Lula – mas evitou reconhecer que o texto mantém o bloqueio a determinadas informações. “Não há sigilo eterno. Tem apenas três assuntos, a questão da integridade do território, segurança nacional e relações internacionais, que é possível pedir a renovação do sigilo por mais 25 anos.” Ontem também, Sarney defendeu o projeto apresentado pelo ex-presidente Lula.

O próprio governo, contudo, já havia costurado um acordo para que a proposição fosse aprovada em 3 de maio, Dia Internacional da Liberdade de Imprensa. A votação só não ocorreu porque Collor reteve a matéria na Comissão de Relações Internacionais. Quinze dias depois, a base governista apoiou a aprovação de um requerimento de urgência para a votação, novamente adiada por esforço do ex-presidente.

A demora provocada pela falta de acordo em um ponto da proposta evita que todo o restante entre em vigor. O acesso às informações públicas é um direito fundamental previsto no artigo 5.º da Constituição, mas que não possui regras claras. A Lei 11.111/2005 trata do assunto, mas serve mais como uma cartilha de quais dados não podem ser divulgados.

Além de garantir acesso às informações e criar normas mais claras de sigilo, o projeto em discussão no Senado acaba com a necessidade de o interessado apresentar justificativas e estabelece prazo máximo de 30 dias para a resposta sobre dados “comuns”.

Além disso, a proposta também prevê punições ao agente público que negar-se a entregar as informações. O texto estipula punições administrativas (no mínimo, de suspensão, podendo chegar à demissão ou desligamento do cargo) e judiciais (como processo por crime de improbidade administrativa).

No caso de as informações não serem prestadas, o cidadão deve recorrer ao superior do agente público. Caso o pedido não tenha efeito, cada instituição deve ter um órgão recursal – o único definido na lei é a Controladoria-Geral da União (CGU), que será a instância máxima para recurso de informações do governo federal.

Fonte: Gazeta do Povo

Fotos do dia

Crystal Harris é a capa da edição de julho da "Playboy" americana A jovem era noiva do fundador da revista Crystal largou o empresário 5 dias antes do casamento
Na publicação, a gata ainda tem o sobrenome Hefner Lucas treina para enfrentar o Ceará no domingo Imagens de vários estágios do eclipse total lunar registrado em Islamabad

Leia Notícias do seu time

vencer

    • Corinthians
    • São Paulo
    • Palmeiras
    • Santos
    • Portuguesa
    • Guarani
    • Ponte preta
    • São Caetano
    • Santo André
    • Prudente

Renda para comprar casa pode subir

Paula Cabrera
do Agora

O governo deve aumentar hoje o limite de renda das famílias que podem financiar um imóvel com juros menores. Segundo fontes do governo, a renda máxima dos beneficiários que podem financiar uma casa pelo Carta de Crédito FGTS deve aumentar de R$ 4.900 para R$ 5.400. Pelo programa, é possível financiar imóveis novos e usados de até R$ 170 mil, com juros de 5% a 8,16% ao ano.

O anúncio deve ser feito hoje, pela presidente Dilma Rousseff, com o lançamento da segunda etapa do Minha Casa, Minha Vida, que também deve aumentar o limite das famílias que podem financiar um imóvel por esse programa. Atualmente, a renda máxima é de R$ 4.900 por família da região metropolitana e só entram imóveis novos de até R$ 170 mil.

A maior expectativa é sobre o aumento da primeira faixa salarial que poderá participar do Minha Casa, que dá desconto de até 70% no valor do imóvel para famílias de baixa renda, com ganhos de zero até três mínimos. Nesse caso, a renda deve mudar de R$1.365 para R$ 1.600.

Leia esta reportagem completa na edição impressa do Agora nesta quinta,

Patriota descarta estremecimento nas relações com a Itália por causa de Battisti

Por Redação, com ABr - de Brasília
Antonio Patriota

Antonio Patriota esteve com autoridades italianas

O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, descartou nesta quarta-feira a possibilidade de o Brasil e a Itália viverem momentos de tensão devido à rejeição, do Supremo Tribunal Federal (STF), do pedido do governo italiano para extraditar o ex-ativista Cesare Battisti. Para o chanceler, os italianos mantêm o tratamento respeitoso referente ao Brasil e não há indicações de restrições nas relações bilaterais.

Patriota não se manifestou diretamente sobre a iniciativa do governo italiano de recorrer à Corte de Haia, sobre a decisão brasileira.

– Estive em Roma com o chanceler Franco Frattini e posso assegurar que recolhi uma atitude de respeito por parte da Itália sobre a decisão (da Justiça brasileira). Por isso não acredito que deva haver problemas na relação (entre os dois países) – disse ele.

O chanceler participou, nesta manhã, de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados. Também hoje, o chanceler italiano Franco Frattini afirmou que a Itália prepara um recurso contra o Brasil no Comitê de Conciliação, no Tribunal Internacional de Haia, até ao dia 25 deste mês.

Para as autoridades italianas, Battisti deve ser tratado como um criminoso comum. No final da década de 1980, o ex-ativista foi julgado na Itália, à revelia, pelos assassinatos de quatro pessoas. Ele foi condenado à prisão perpétua e, desde então, tentou escapar para outros países, como a França.

Mas, para o Brasil, o ex-ativista é tratado como perseguido político, por ter participado, na década de 1970, de ações do grupo político Proletariados Armados pelo Comunismo. Em 2007, o governo brasileiro acolheu Battisti, que ficou preso em Brasília, no Presídio da Papuda, até a decisão do STF, no último dia 8. O Supremo decidiu não ir contra a decisão do então presidente Lula, tomada no dia 31 de dezembro do ano passado, de não extraditar o italiano.

Instituído em 1954, o Comitê de Conciliação foi criado durante as discussões do Tratado de Conciliação e Regulamento Judicial, assinado pela Itália e pelo Brasil. É a primeira etapa pela qual qualquer recurso no Tribunal de Haia deve passar. Se os argumentos da Itália não forem aceitos, as autoridades do país podem recorrer diretamente ao Tribunal Internacional de Haia.

Fonte: Correiodobrasil

STF considera constitucional a “marcha da maconha”

Por Redação, com STF - de Brasília

O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a constitucionalidade da chamada “marcha da maconha”. A decisão, unânime, foi tomada no julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 187, realizado nesta quarta-feira.

A ação foi ajuizada no STF pela Procuradoria-Geral da República, em 2009, para questionar a interpretação que o artigo 287 do Código Penal tem eventualmente recebido da Justiça, no sentido de considerar as chamadas marchas pró-legalização da maconha como apologia ao crime.

Seguindo o voto do relator, ministro Celso de Mello, a Corte deu interpretação conforme a Constituição ao dispositivo do Código Penal, para afastar qualquer entendimento no sentido de que as marchas constituem apologia ao crime. Para os ministros presentes à sessão, prevalece nesses casos a liberdade de expressão e de reunião. Os ministros salientaram, contudo, que as manifestações devem ser lícitas, pacíficas, sem armas, e com prévia notificação da autoridade competente.

Essa decisão tem eficácia para toda a sociedade e efeito vinculante aos demais órgãos do Poder Público, tendo validade imediata como preveem os parágrafos 1º e 3º do artigo 10 da Lei da ADPF (9.882/99).

Fonte: Correiodobrasil

Em destaque

Bancada da bala articula projeto para rivalizar com PEC do governo Lula e diz ter apoio de Lira

  Bancada da bala articula projeto para rivalizar com PEC do governo Lula e diz ter apoio de Lira sexta-feira, 01/11/2024 - 21h40 Por Caio C...

Mais visitadas