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quarta-feira, junho 15, 2011

Previdência poderá desistir de ações no STF

Paula Cabrera
do Agora

O INSS criou um grupo de trabalho com o STF (Supremo Tribunal Federal) para estudar a desistência em ações com poucas chances de vitória.

Segundo declarou o presidente do INSS, Mauro Hauschild, à Agência Brasil, o objetivo é levantar quantas ações previdenciárias estão no Supremo e de quais é possível desistir quando há grandes chances de perder. O INSS é o campeão de ações no país. Só na Justiça Federal, responde por 43,12% delas.

Na prática, isso pode antecipar o julgamento de ações parecidas em instâncias inferiores. O STF informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o grupo foi criado, mas ainda não se reuniu. Por enquanto, ainda não foi informado quais ações terão a desistência do INSS.

Leia esta reportagem completa na edição impressa do Agora nesta quarta

Justiça amplia atrasados da aposentadoria

Ana Magalhães e Paula Cabrera
do Agora

Quem se aposentou por invalidez depois de ter tido o auxílio-doença cortado de maneira indevida pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) pode conseguir, na Justiça, aumentar o valor dos atrasados (diferenças não pagas nos últimos cinco anos).

Uma decisão do TRF 3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região), que atende os Estados de São Paulo e do Mato Grosso do Sul, publicada em maio, concedeu a uma segurada a aposentadoria por invalidez desde a data em que o INSS suspendeu indevidamente o seu auxílio-doença.

No posto previdenciário, o INSS paga a aposentadoria por invalidez desde a data em que o segurado agendou a perícia que reconheceu o direito ao benefício. Ou seja, o segurado não recebe os atrasados desde a suspensão do auxílio-doença.

Leia esta reportagem completa na edição impressa do Agora nesta quarta

Festividades por passagem do 83º aniversário de nascimento lembram o mito Che Guevara

Por Redação, com Prensa Latina - de La Higuera, Bolívia
Che

Che Guevara simboliza a luta dos povos oprimidos contra o capitalismo

As atividades comemorativas pelo 83º aniversário de nascimento do líder guerrilheiro argentino-cubano Ernesto Che Guevara continuaram no povoado boliviano da Higuera, onde Che foi assassinado em 9 de outubro de 1967, enquanto lutava na zona oriental desta nação andina. Professores cubanos, médicos e pessoal da área de saúde; além de servidores públicos da embaixada de Cuba renderm tributo ao combatente comunista que se transformou em um mito na história mundial.

Segundo os organizadores, durante a jornada de comemorações, são realizadas visitas aos vários lugares de interesse como o Monumento à Vanguarda da Guerrilha, o consultório onde trabalham os médicos cubanos e ao lugar que recorda a escola na qual o assassinaram. Assim mesmo terá um momento cultural com a participação de trovadores da Maior das Antilhas.

Na véspera, o ponto alto das festividades aconteceu na localidade boliviana de Vallegrande, onde repousaram seus restos mortais de Che por três décadas. Durante sua intervenção o embaixador de Cuba na Bolívia, Rafael Dausá, ressaltou o internacionalismo do líder comunista, exemplo de inspiração para os colaboradores cubanos na nação andina. Dausá destacou o espírito solidário e de unidade que os impulsiona no objetivo comum de apoiar o processo de mudança comandado pelo presidente Evo Morales.

Por sua vez, representantes da brigada médica cubana em Bolívia, sublinharam o trabalho que há cinco anos realizam os galenos caribenhos na Bolívia. Acrescentaram que durante esse tempo têm atendido a milhões de pacientes, a muitos dos quais lhes salvaram a vida. Assim mesmo, a coordenadora nacional da Missão Educativa cubano-venezuelana, Vivian Hernández, precisou que até a data têm graduado a mais de 50 mil bolivianos em segundo e terceiro grau da Educação Primária, o qual deve converter a Bolívia no terceiro país da América Latina em atingir a educação básica de jovens e adultos.

Também enfatizaram a jornada a visita à lavanderia onde levaram os restos do Che e ao lugar no que encontraram a sua colega de luta, Tamara Bunke, Tania a guerrilheira. Essa cerimônia foi a antessala de outras atividades pelo 83º aniversário natalício do líder comunista, nascido em 14 de junho de 1928 na cidade argentina de Rosario, onde Che nasceu.

Fonte: Correio do Brasil

terça-feira, junho 14, 2011

Gilmar Mendes, o Alienista no STF, segura há 8 meses processo contra senador por trabalho escravo » O Recôncavo

Gilmar Mendes, o Alienista no STF, segura há 8 meses processo contra senador por trabalho escravo » O Recôncavo: "– Enviado usando a Barra de Ferramentas Google"

Sem Juízo, por Marcelo Semer: ....liberdade x tutela na web....

Sem Juízo, por Marcelo Semer: ....liberdade x tutela na web....: "– Enviado usando a Barra de Ferramentas Google"

Sem Juízo, por Marcelo Semer: ....juiz sperneandi: Gilmar perde e detona STF....

Sem Juízo, por Marcelo Semer: ....juiz sperneandi: Gilmar perde e detona STF....: "– Enviado usando a Barra de Ferramentas Google"

CMI Brasil - Cassado direito de greve dos professores em Segipe

CMI Brasil - Cassado direito de greve dos professores em Segipe: "– Enviado usando a Barra de Ferramentas Google"

CMI Brasil - Sarney defende sigilo eterno de documentos para não ?abrir feridas?

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CMI Brasil - OAB condena decisão de Dilma de sigilo de dados ultrassecretos

CMI Brasil - OAB condena decisão de Dilma de sigilo de dados ultrassecretos: "– Enviado usando a Barra de Ferramentas Google"

CMI Brasil - ONU apela para que Brasil inicie investigação imediata sobre tortura na ditadura

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Náufrago da Utopia: O JORNAL DA DITABRANDA EXIGE PUNIÇÃO PARA OS BOMBEIROS DO RJ

Náufrago da Utopia: O JORNAL DA DITABRANDA EXIGE PUNIÇÃO PARA OS BOMBEIROS DO RJ: "– Enviado usando a Barra de Ferramentas Google"

Fraude INSS: prejuízo já ultrapassa R$ 12 milhões; beneficiários simulavam possuir transtornos mentais | Alagoas em Tempo Real - O portal de notícias que mais cresce em Alagoas.

Fraude INSS: prejuízo já ultrapassa R$ 12 milhões; beneficiários simulavam possuir transtornos mentais | Alagoas em Tempo Real - O portal de notícias que mais cresce em Alagoas.: "– Enviado usando a Barra de Ferramentas Google"

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Nos jornais: Auxílio-doença cria pressão para a Previdência Social

Folha de S. Paulo

Auxílio-doença cria pressão para o caixa da Previdência Social

A Previdência Social poderá ter uma despesa adicional superior a R$ 1 bilhão por ano se o pagamento de auxílio-doença continuar aumentando no ritmo acelerado observado nos últimos meses. O número de beneficiários afastados do trabalho por doença começou a crescer muito em novembro do ano passado e tem oscilado em torno de 1,4 milhão.

Isso representa alta média de 16% no total de pagamentos do auxílio de novembro de 2010 a abril de 2011, ante novembro de 2009 e abril de 2010. A taxa é superior à expansão de 4% no total de benefícios pagos pela Previdência e à de 6,6% na população que trabalha com carteira.

O custo Palocci

A CONTINUADA APROVAÇÃO ao governo não poupou Dilma Rousseff de uma queda substancial, presumivelmente por efeito do caso Palocci, no seu prestígio de presidente e de pessoa, como se pode deduzir da sondagem Datafolha. É uma interpretação que acentua a distinção entre o governo e a presidente, e nisso um tanto divergente das mais qualificadas. Ainda assim, vamos a ela.

Ideli lamenta "cobertor curto" do governo

Em seu discurso de posse como nova articuladora política do Planalto, a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) fez questão de ressaltar as restrições orçamentárias do governo.

Ideli, que deixou o Ministério da Pesca -o menor orçamento da Esplanada dos Ministérios (R$ 553,3 milhões)- afirmou que "o cobertor é curto".
A ministra disse que é preciso fazer um esforço para que "todos sejam atendidos", mesmo tendo que "dizer não" em determinados momentos.

Analistas já preveem expansão da economia menor do que 4%

Pela primeira vez, analistas consultados pelo Banco Central projetam crescimento da economia abaixo de 4% para 2011, segundo o levantamento semanal Focus.

Se confirmada a previsão do mercado (3,96%), o crescimento será o segundo menor em cinco anos, atrás apenas do de 2009, ano seguinte ao do início da crise financeira internacional. O recuo nas previsões foi motivado pela divulgação de indicadores que mostram desaceleração maior neste ano, principalmente na indústria.

Marina dá ultimato e ameaça sair do PV

A ex-senadora Marina Silva deu um ultimato à direção do PV e retomou a ameaça de deixar o partido caso o presidente José Luiz Penna não aceite abrir mão do cargo, que ocupa há 12 anos.

Aliados voltaram a falar abertamente na criação de uma nova legenda para abrigá-la numa nova candidatura ao Planalto em 2014. Ela aumentou a pressão sobre os dirigentes verdes, numa última ofensiva para tentar assumir o controle da sigla antes das eleições municipais do ano que vem.

PSDB monta núcleo de marketing para sanar comunicação "errática"

Depois de amargar três derrotas consecutivas em eleições presidenciais, a cúpula do PSDB decidiu criar um núcleo de marketing dentro do partido.
A avaliação de dirigentes da sigla é que a comunicação foi feita de maneira "errática" nos últimos anos.

A iniciativa de institucionalizar a estratégia de propaganda vai aumentar a ingerência do comando do PSDB nas campanhas. Na última eleição presidencial, Luiz Gonzalez, marqueteiro do então candidato José Serra, foi criticado por caciques da sigla por não permitir que o núcleo político interferisse em sua estratégia de comunicação.

Tiririca estreia no Congresso com projeto "bolsa alfabetização"

Mais de quatro meses após tomar posse, o deputado federal mais votado do Brasil fez enfim sua estreia no Congresso. Na última terça-feira, assessores de Tiririca (PR-SP) entregaram ao plenário da Casa os primeiros projetos de lei de autoria do humorista.

Uma das propostas prevê a criação de uma "bolsa alfabetização" para adultos que concluírem curso para aprender a ler e escrever. O projeto fixa o valor mínimo de R$ 545 para o benefício.

Procurador vê risco de fraudes em benefício

O Ministério Público Federal do Rio, que integra força-tarefa de combate a fraudes previdenciárias, avalia que o aumento de concessões de auxílio-doença deve ser monitorado com atenção por técnicos da Previdência.

"Pode ser [em razão de] greve, aumento de decisões judiciais, mas pode não ser nada disso. Pode ser fraude", afirma o procurador Carlos Alberto Aguiar.

Em propaganda, PT vincula mortes no campo a governador do PSDB

DE BELÉM - O PT veiculou uma campanha de rádio e TV que relaciona casos de violência no campo ocorridos no Pará com o atual governador do Estado, Simão Jatene (PSDB). O programa partidário, que foi ar na última sexta-feira, cita a morte do casal de extrativistas José Claudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva, ocorrido há três semanas no sudeste do Estado. Os petistas também lembram da morte da missionária Dorothy Stang, em 2005, e do massacre de Eldorado do Carajás, em 1996. Nas duas ocasiões, Jatene integrava o Executivo estadual. Na propaganda, o locutor questiona: "Coincidência ou insegurança?". O governo estadual diz que atribuir as mortes a um partido específico não faz sentido.

Processo que pede cassação do prefeito de Campinas avança

A Câmara Municipal de Campinas considerou insuficiente a defesa apresentada pelo prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT), o dr. Hélio, sobre um suposto esquema de fraudes na prefeitura e decidiu dar prosseguimento ao processo de impeachment. A decisão foi tomada ontem, depois de uma comissão analisar a defesa apresentada pelo prefeito.

Battisti se hospeda perto do consulado italiano em SP

O apartamento onde Cesare Battisti decidiu se hospedar nos primeiros dias de liberdade fica a apenas dois quarteirões de uma das sedes do Consulado da Itália em São Paulo.

Battisti chegou à casa de seu advogado, José Eduardo Greenhalgh, na quinta-feira, quando foi solto após quatro anos no Presídio da Papuda.
O apartamento fica em uma das ruas de Higienópolis (região central). Próximo dele fica o casarão, que pertence ao governo italiano e abriga seu setor cultural.

Correio Braziliense

Cinzas voltam e 30% dos voos internacionais são cancelados

A nuvem de cinzas expelida pelo vulcão chileno Puyehue voltou ontem a encobrir parte do Rio Grande do Sul e provocou o cancelamento de quase um terço dos voos internacionais partindo do Brasil. Transtornos com o tráfego aéreo afetaram pelo menos seis países, e as autoridades argentinas devem declarar emergência agropecuária na Patagônia. Os aeroportos de Buenos Aires (Argentina) e Montevidéu (Uruguai) não deveriam ser reabertos na noite de ontem, como estava previsto. A fuligem chegou à Oceania e causou a suspensão de voos na Austrália e na Nova Zelândia.

As empresas aéreas Gol e TAM cancelaram todos os voos com destino a Buenos Aires e Montevidéu. A Gol suspendeu também as viagens para Rosário, na Argentina. A Aerolíneas Argentinas e a companhia uruguaia Pluna anunciaram a paralisação das operações envolvendo esses aeroportos. Com isso, segundo boletim divulgado no site da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infreaero), até às 19h de ontem tinham sido cancelados 45 dos 147 voos internacionais programados (31% do total).

Elas têm o poder

A presidente Dilma Rousseff e a nova ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, reforçaram ontem, durante a posse da petista, o discurso conciliador e a importância de um novo modelo de negociação do governo com o Congresso. Dilma reconheceu que "a continuidade das grandes transformações necessárias ao Brasil só pode nascer da negociação". E ressaltou que o estilo técnico não pode sobrepor o debate político. Ideli pediu a Deus juízo, chamou os líderes na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), e do Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), de "meus queridos". Prometeu que os "acordos existem para serem cumpridos", mas também devem ser "precedidos de muita negociação". Na tentativa de afastar o perfil de "trator" pelo qual ficou conhecida durante os tempos de CPI do Mensalão, Ideli prometeu inaugurar um novo estilo a partir da posse de ontem. "Sempre ganhei mais batalhas conciliando que divergindo. Serei firme nos princípios e afável na abordagem", disse.

Recorde de reclamações contra planos de saúde

A insatisfação dos consumidores com o mau atendimento dos planos de saúde não para de crescer. De janeiro e abril, o índice de reclamações medido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), mais que dobrou. Entre as empresas com mais de 100 mil clientes, ele passou de 0,29 ponto em dezembro de 2010 para 0,62 em abril deste ano. Só no primeiro bimestre, o número de queixas e de pedidos de orientação saltou de 14.372 em 2009 para 24.166 um ano depois, chegando a 28.318 em 2011. O problema mais comum é a negativa de cobertura, seguido de cláusulas contratuais abusivas e aumento injustificado da mensalidade. Diante do persistente desrespeito aos usuários, entidades médicas e de defesa do consumidor cobram uma ação mais rigorosa do órgão regulador para inibir as práticas irregulares.

As ferramentas de Ideli

Ao tomar posse ontem na secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti se mostrou extremamente diferente da guerrilheira de plenário que militou no Senado nos oito anos do governo Lula. Ao prometer firmeza nos princípios e abordagens mais afáveis nas negociações, tratou de tentar tirar a imagem de "durona" que construiu no Senado.

Tentou vender para o público externo o charme que marcou gestões como a de José Múcio Monteiro, Jaques Wagner e Alexandre Padilha, todos apresentados como "cases" de sucesso num cargo tão ingrato, sem poder de decisão sobre os assuntos que trata, como verbas e nomeações.

Mas Ideli carrega consigo uma grande vantagem sobre o antecessor, Luiz Sérgio. Um atributo que, por sinal, ajudou no sucesso dos demais: tem acesso à sala da chefe, condição fundamental para bom exercício do cargo. Luiz Sérgio despachava mais com Palocci. Quando tentava levar algo direto a Dilma e ela estava ocupada, não tinha intimidade suficiente para chegar a dizer: "Preciso falar com ela porque o assunto é urgente".

As tentativas anteriores

1º) Apresentada em maio de 2010 pela primeira vez, dentro da Medida Provisória nº 489/10 (criação da Autoridade Olímpica), a proposta não conseguiu apoio suficiente no Congresso e não foi aprovada. Depois de expirar o prazo para a votação em plenário, a emenda defendida pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu da pauta do Legislativo. A aprovação da emenda ficou para a presidente Dilma Rousseff.

2º) Em março, a emenda voltou a ser discutida na Câmara e foi incluída na MP nº 510/10, que trata da regulamentação no cumprimento de obrigações tributárias em consórcios. Sem acordo entre as lideranças da Casa sobre a proposta do regime diferenciado, a emenda foi retirada do texto.

Boicote de lideranças

A nova ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, mal assumiu o posto e já tem sinais de que enfrentará o mesmo terreno minado na Câmara, responsável pela demissão do antecessor, Luiz Sérgio. Em claro sinal de contrariedade, apenas um líder da base aliada na Casa compareceu à cerimônia de posse da nova ministra — 16 faltaram. O protesto teve como motivo a baixa liberação de emendas parlamentares pelo governo federal. Alguns partidos, como PTB, PCdoB e PSC, nem sequer enviaram representantes.

A explicação oficial da maioria dos líderes partidários é de que os compromissos nos estados impediram a presença. Apenas Paulo Teixeira (PT-SP) bateu ponto na posse. O sinal de descontentamento enviado ao Palácio do Planalto, no entanto, aponta para um calo do governo Dilma Rousseff: a liberação de emendas parlamentares. Desde o início do ano, foram cortados R$ 18 bilhões, ou 72% dos recursos destinados por deputados e senadores no Orçamento de 2011. Das contas de 2010, 10% foram liberados.

Classificação em três tipos

O projeto de lei que trata do acesso à informação pública foi enviado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Congresso no ano passado. A proposta, antiga reivindicação da sociedade civil, permite que qualquer cidadão tenha acesso aos dados da administração pública, como contratos, programas, processos licitatórios.

A exceção fica por conta daquelas informações consideradas sigilosas por colocar em risco a segurança nacional ou a estabilidade econômica, comprometer atividades de inteligência e prejudicar as relações internacionais.

Em jogo, o acesso aos documentos secretos

Dois pontos ainda não pacificados no projeto de lei de acesso à informação (PLC nº 41/2010) prometem atrasar ainda mais a análise da matéria, em tramitação no Congresso. A proposta aprovada na Câmara prevê limite de 25 anos, que poderá ser prorrogado apenas uma vez, para a manutenção do sigilo naqueles documentos considerados ultrassecretos, diferentemente do prazo atual de 30 anos, que pode ser renovado por tempo indefinido. No entanto, a pressão dos ex-presidentes da República José Sarney (PMDB-AP) e Fernando Collor (PTB-AL) levou o governo a recuar e agora defender o sigilo eterno de algumas informações de Estado.

O projeto de lei também não define o órgão responsável por centralizar pedidos e recursos dos dados, caso esses sejam negados pela administração pública. Ao contrário de alguns países, a proposta não prevê a criação de uma agência reguladora para comandar o processo de cumprimento da lei. A Controladoria-Geral da União (CGU), órgão mais cotado, não tem atualmente estrutura para uma nova atribuição.

Em outra trincheira

O ministro da Pesca, Luiz Sérgio, despediu-se do cargo de coordenador político do Palácio do Planalto e disse que fez o que era possível. "Busquei sempre o diálogo. Me reuni quase que diariamente com deputadas e deputados, senadoras e senadores. Recebi prefeitos, prefeitas e governadores. Busquei ouvir mais que falar. E me esforcei para dar encaminhamento a cada reivindicação que recebi. Tenho a consciência tranquila de que, dentro do raio de ação da pasta, fiz o que era possível", afirmou.

Luiz Sergio teve atuação limitada no Palácio do Planalto, ofuscada pela sombra do ex-ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, que era quem, de fato, tocava a coordenação política do governo. Por conta das amarras, recebeu o apelido de garçom entre os parlamentares por apenas anotar as demandas e não conseguir apresentar resultados. Agora, assumirá a pasta da pesca. "Eu me sinto apenas mudando de trincheira para dar continuidade ao mesmo combate", disse.

Ministros empossados no STJ

Em solenidade prestigiada por autoridades de todos os poderes, os três juristas nomeados em maio pela presidente Dilma Rousseff tomaram posse ontem à tarde como ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Sebastião Reis Júnior, de 46 anos, passa a ser o magistrado mais novo da Corte. Ele substitui o ministro Humberto Gomes de Barros, aposentado em julho de 2008. Os novos ministros chegam ao STJ depois do mais longo período de cadeiras vagas destinadas à advocacia. Um dos cargos estava desocupado desde setembro de 2007, quando Antônio de Pádua Ribeiro se aposentou. Em seu lugar, foi empossado Antônio Carlos Ferreira, 54. Também assumiu o cargo ontem o ministro Ricardo Villas Boas Cuêva, 48 anos, que agora ocupa a vaga aberta em abril do ano passado por Nilson Naves.

Muita experiência no setor público

Os novos ministros ainda não tiveram tempo para colocar os gabinetes em ordem, mas já participam hoje à tarde de sessões das turmas do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O mineiro Sebastião Reis, graduado em direito pela Universidade de Brasília (UnB) e especialista em direito público pela PUC/MG, vai integrar a 6ª Turma, responsável por julgar processos previdenciários e penais. Reis carrega para o cargo a experiência que acumulou na carreira como advogado da Eletronorte. Ele também foi chefe do Departamento Jurídico da Radiobrás, consultor do Ministério da Integração Nacional e coordenador-geral da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, no governo de Fernando Henrique Cardoso.

Pirraça com cara de resistência

Belo Horizonte — Uma das imagens que mais marcaram os sentimentos de desagrado da população sobre o regime militar no Brasil ocorreu por acaso. Para muitos, a foto, de 5 de setembro de 1979, mostrava a pureza de uma criança que desde pequena já sabia que a ditadura era cruel e dura com as pessoas, mas é a própria personagem do retrato — a garotinha marrenta de cinco anos que se recusava a cumprimentar o presidente da República João Baptista Figueiredo — que explica o motivo de estar emburrada naquele dia e ter recusado o aperto de mão do último general a governar o país. "Na época eu não entendia o que os militares representavam. Sou de uma época em que criança era só criança e se preocupava mais em brincar e se divertir. Minha mãe estava danada comigo e queria que eu cumprimentasse o presidente, assim como todo mundo que estava lá. Mas acabei contrariando a todos porque era o meu jeito de menina", explica Rachel Clemens, hoje com 37 anos.

Prenúncio de duas derrotas

Horas depois de a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, tomar posse, governistas faziam previsões pessimistas sobre duas votações cruciais para o Palácio do Planalto na Câmara, que envolvem aumento dos gastos públicos. O cenário é o seguinte: deputados da base estão aliados com a oposição para aprovar a Emenda nº 29 — que trata de recursos mínimos para a Saúde — e a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 300 — que cria um piso nacional para os policiais militares. Juntas, elas podem causar um rombo de cerca de R$ 55 bilhões por ano ao Tesouro Nacional.

O alerta foi feito por um deputado do PT com trânsito no Palácio do Planalto. Segundo ele, é bastante difícil mudar a tendência instalada hoje na Câmara. Na avaliação desse parlamentar, não há força suficiente do governo para evitar as duas derrotas. "Não há quem segure", afirmou. Esse alerta já foi feito à ministra Ideli. Por enquanto, a estratégia é protelar ao máximo as votações enquanto se busca uma saída. Ela foi alertada de que o prazo expira no início do segundo semestre, logo depois do recesso parlamentar.

Regras de licitação em nova MP

Para conseguir aprovar um regime diferenciado de contratação nos processos de licitação das obras da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas do Rio em 2016, o governo federal tenta pela quarta vez emplacar uma emenda no texto de uma medida provisória que entra na pauta do Congresso. A oposição critica a proposta e promete obstruir a votação, apontando que a emenda será uma porta para um eventual superfaturamento da Copa. Já a base governista defende que a medida vai apenas simplificar os processos e não reduzir as exigências legais para a realização das obras.

O Globo

Classe C começa a atrasar prestações

Passados mais de seis meses desde que o governo começou a adotar medidas para restringir a oferta de crédito, os consumidores das classes C, D e E, que se tornaram o motor das vendas do comércio em todo o país, começam a perder o ímpeto de ir às compras. E o sinal mais visível é a inadimplência. Mais endividados e com os ganhos corroídos pela inflação, começam a atrasar as prestações. Em maio, a inadimplência medida pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) cresceu pelo quarto mês seguido, avançando 8,21% em relação ao mesmo mês de 2010. O maior volume de atrasos está nos financiamentos com prestações baixas: 75,74% dos inadimplentes no mês passado tinham prestações atrasadas de até R$250, sendo que aqueles com parcelas de até R$50 representavam 32,67% do total, um salto em relação aos 24,97% de calote nesses contratos em janeiro. No Rio, 15,7% dos entrevistados da classe C disseram ter alguma prestação atrasada (contra 12,1% um ano antes) e 21,6% afirmaram que o orçamento familiar será deficitário após o pagamento das despesas, de acordo com Perfil Econômico do Consumidor Brasileiro (PEC) da Fecomércio-RJ.

Consórcio assume amanhã serviços no Porto

Começa amanhã a terceirização gradual dos serviços públicos na área do Porto. Coleta de lixo, troca de lâmpadas, pavimentação, poda de árvores e ordenamento de trânsito ficarão a cargo, pelos próximos 15 anos, de um consórcio formado por empreiteiras. A transição vai durar seis meses.

A prefeitura vai terceirizar, a partir de amanhã, serviços públicos como coleta de lixo, troca de lâmpadas da iluminação pública, pavimentação, poda de árvores e ordenamento de trânsito numa região de cinco milhões de metros quadrados que abrange a Zona Portuária e parte do Centro. O consórcio Porto Novo, formado pelas construtoras OAS, Carioca Engenharia e Odebrecht, assumirá essas tarefas por 15 anos na área delimitada pelas avenidas Francisco Bicalho, Rodrigues Alves, Beira-Mar e Presidente Vargas. As exceções ficam por conta das operações de controle urbano e de patrulhamento da Guarda Municipal, que continuarão a cargo do município.

Dilma cede, e governo vai apoiar sigilo eterno

BRASÍLIA. Sob pressão de dois ex-presidentes, além do Itamaraty e das Forças Armadas, a presidente Dilma Rousseff recuou e deu carta branca para que a Lei de Acesso à Informação Pública seja aprovada pelo Congresso com a possibilidade de que documentos públicos fiquem em segredo por tempo indeterminado. Com a decisão, o Planalto contempla o relator da proposta na Comissão de Relações Exteriores do Senado, o ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTB-AL), e, assim, cria condições para o texto ser sancionado nos próximos meses. O recuo provocou protestos de historiadores e também de parlamentares governistas e de oposição.

Entidades leiloam negócios com o governo na internet

Oanúncio no site é claro: "Passo a presidência e diretoria de Oscip com 4 anos, devidamente registrada no Ministério da Justiça, sem nenhuma pendência em qualquer órgão regulador. Já com o certificado 2011. R$25.000". A venda pela internet de Oscips - Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, entidades não governamentais sem fins lucrativos que recebem do Ministério da Justiça uma espécie de selo de qualidade, que lhes habilita a serem contratadas por governos e a prestarem serviços públicos - é o lado mais visível de uma série de irregularidades que envolvem essas entidades.

Criadas pela lei 9.790/1999 para distinguir, no universo das ONGs, as que têm chancela do Ministério da Justiça, as Oscips surgiram para melhorar a fiscalização do setor, mas, na última década, estão servindo a fraudes e desvios como ocorria antes com as ONGs. Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), é de R$120 milhões o total de verba federal que não teve prestações de contas apresentadas ou ainda não analisadas de termos de parceria, instrumento de uso exclusivo das Oscips.

Governo tenta recompor base aliada no Senado

BRASÍLIA. Como sugeriu ontem a presidente Dilma Rousseff à sua equipe, ela e a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, vão "arregaçar as mangas" e hoje têm intensa agenda política para tentar consertar os estragos na base aliada. O esforço começa pelo Senado: almoço com senadores do PR no Palácio da Alvorada e encontros separados de Ideli com o vice Michel Temer, com o presidente do Senado, José Sarney (AP), e o líder do governo na Casa, Romero Jucá (RR), todos do PMDB.

É no Senado que Ideli será posta à prova esta semana. A base aliada espera um sinal do Planalto para retomar as negociações em torno da proposta de emenda constitucional que muda o rito de tramitação das medidas provisórias. Dilma não aceita o substitutivo do senador Aécio Neves (PSDB-MG), aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça, que prevê uma comissão permanente para analisar a admissibilidade das MPs.

Governo vai criar 'comitê de reforma'

RIO e BRASÍLIA. A oferta virtual do Instituto Nacional de Fiscalização (INF) já é uma revenda dessa Oscip. O GLOBO foi até o endereço em Ceilândia, bairro pobre de Brasília, que aparece como sendo do INF no cadastro de entidades do Ministério da Justiça, e viu que a Oscip acabou em pizza. No endereço fica a pizzaria Bella Pizza. Antes disso, entre 2002 e 2009, havia lá a videolocadora Scorpion.

O dono do lote em que está a pizzaria, Cláudio (que não quis revelar o sobrenome), disse que já foi dono do INF, que combatia pirataria ao prestar serviços a uma associação de videolocadoras. Mas Cláudio disse ter vendido a Oscip, por R$20 mil, para alguém chamado Márcio - o mesmo nome que anuncia agora o INF -, e que Márcio já deveria ter transferido o endereço. Ou seja, nessa revenda do INF, o lucro que Márcio teria seria de R$5 mil, já que ele agora está cobrando R$25 mil.

Marina reafirma que PV deve se renovar

SÃO PAULO. Com ameaças veladas de deixar o PV, a ex-senadora Marina Silva reforçou ontem a pressão contra a direção de seu partido. Destacando o capital eleitoral obtido com seus 20 milhões de votos na eleição presidencial, Marina disse que os dirigentes devem ser renovados, numa estratégia que, indiretamente, a coloca no centro da disputa de poder entre os verdes, embora ela negue tal interesse.

Em entrevista ao "Roda Viva", da TV Cultura, afirmou que o partido não pode manter as "mesmas pessoas nos mesmos cantinhos". Sobre a possibilidade de deixar o PV, partido no qual ingressou ao sair do PT para disputar a Presidência, ela evita ser categórica. Diz que não pode permitir dentro do PV o que critica em outros partidos.

Na posse de Ideli, Dilma defende conciliação

BRASÍLIA. Em seu discurso na solenidade que marcou a troca de ministros da Pesca e da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), a presidente Dilma Rousseff disse que valoriza a política e que a meta de gerar desenvolvimento econômico e social só será alcançada se o governo souber lidar com conflitos e diferenças. O tom foi de conciliação, depois de, semana passada, ela ter desautorizado negociações do PT da Câmara, que queria fazer do líder do governo na Casa, Cândido Vaccarezza (PT-SP), o substituto de Luiz Sérgio na articulação política.

A nova articuladora do governo, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, também afagou o Congresso, palco de negociações de projetos de interesse do governo. Várias citações ainda foram dispensadas ao vice Michel Temer, do PMDB.

Pesca: recursos reduzidos

BRASÍLIA. Deslocado da articulação política para o Ministério da Aquicultura e Pesca, Luiz Sérgio assume um dos menores orçamentos da Esplanada e com baixa execução. O Orçamento de 2011 prevê R$553,2 milhões para a pasta. Segundo o portal "Siga Brasil", do Congresso, foram empenhados (autorizados) até agora R$84,8 milhões - e só R$33,7 milhões foram efetivamente gastos, cerca de 6,1%. O Rio de Janeiro teria recursos de R$33,35 milhões, mas só R$500 mil foram empenhados e nada efetivamente gasto. Com o corte de gastos feito no início do ano, os recursos para investimentos foram praticamente reduzidos à metade: de R$526,8 milhões para R$215,9 milhões. No Programa de Desenvolvimento Sustentável da Pesca, Niterói tem previsão de R$500 mil para implantação de terminal pesqueiro. Houve o empenho, mas nada foi liberado. A cidade do Rio tem previsão de R$32 milhões para implantação de um terminal pesqueiro, mas nada foi empenhado.

PF investiga servidores suspeitos de ligação com entidades de fachada

BRASÍLIA. A Polícia Federal investiga servidores públicos federais, em Sergipe e Brasília, suspeitos de ligação com um grupo que pode ter desviado milhões de reais do Ministério do Trabalho. A investigação, sob segredo de Justiça, apura o uso de associações de fachada, que supostamente ofereceriam cursos de qualificação e capacitação, para irrigar o esquema ilegal. A investigação pode respingar em convênios firmados pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário. Nos últimos cinco anos, seis entidades sob suspeita receberam da União R$13,2 milhões.

Suplente de Gleisi é investigado por suposta fraude na Assembleia do PR

CURITIBA. O suplente da senadora (agora ministra) Gleisi Hoffmann, Sérgio Souza (PMDB-PR), é investigado na Operação Gafanhoto, deflagrada em 2008 pela Polícia Federal para apurar fraudes na Assembleia Legislativa do Paraná. Souza foi assessor de gabinete do ex-governador Orlando Pessuti (PMDB). Antes, por 15 anos, fora assessor de Pessuti quando este era deputado estadual. O novo senador, que toma posse hoje, é acusado de receber o salário da mãe quando ela era assessora da Assembleia.

A operação da PF investiga suspeitas de fraudes no recebimento de salários de funcionários e ex-funcionários da Assembleia. Os salários eram depositados nas contas de servidores fantasmas ou de laranjas, que devolviam parte dos vencimentos aos deputados.

Três níveis de informação

A Lei de Acesso à Informação é discutida pelo Congresso desde 2003 e ganhou fôlego há três anos, quando o governo respaldou a proposta e anunciou a criação da Comissão da Verdade, para buscar respostas ao desaparecimento de militantes políticos na ditadura militar. Segundo o texto aprovado pela Câmara e em discussão no Senado, as informações públicas se classificam em três níveis e têm prazos de restrição diferentes: reservada (5 anos), secreta (15) e ultrassecreta (25). Em todos os casos, a renovação do sigilo ocorrerá uma vez.

Tucanos aplaudem elogios de Dilma a FH

SÃO PAULO e BLUMENAU (SC). O gesto da presidente Dilma Rousseff, de mandar carta ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso elogiando-o por seu trabalho para conter a inflação e consolidar a democracia, foi bem visto por líderes tucanos. Para Álvaro Dias (PR), líder do PSDB no Senado, a carta de Dilma pode ser interpretada de duas maneiras:

-- Ela adotou uma linha totalmente diferente da percorrida pelo ex-presidente Lula, que desdenhava dos feitos anteriores. O gesto pode ser interpretado como uma tentativa de independência de Lula ou como um aceno à oposição num momento de grandes dificuldades políticas - avaliou o senador.

Estado de S. Paulo

Dilma assume articulação e diz ter 'afinidade com política'

No momento em que realiza a primeira minirreforma ministerial para refazer pontes com partidos aliados e o Congresso, a presidente Dilma Rousseff deu ontem sinais claros de que vai dar início a uma nova forma de governar em que a política, e não mais só o perfil gerencial - que foi o norte da administração nos primeiros meses -, será preponderante. A presidente aproveitou a posse dos ministros das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e da Pesca, Luiz Sérgio, para informar que buscará consensos no Congresso e no Judiciário para aprovar propostas de interesse do governo.

"Do meu ponto de vista, não existe dicotomia entre um governo técnico e um governo político. Valorizo muito a capacidade técnica e a gestão eficiente, até porque nenhum país do mundo conseguiu um elevado padrão de desenvolvimento sem eficiência nas suas atividades governamentais e absorção das técnicas mais avançadas disponíveis. Mas, simultaneamente, tenho a convicção de que as decisões políticas constituem a base das opções governamentais", afirmou, numa clara tentativa de se afastar do perfil de "gerentona".

Dívidas dos Estados terão mudança no indexador

BRASÍLIA - O governo decidiu alterar o indexador dos contratos das dívidas de Estados e municípios negociados com a União na década de 1990. Mas a decisão, que tem como objetivo abrir caminho para um acordo nas negociações da proposta de reforma tributária, envolve um arriscado jogo político no Congresso, porque o entendimento jurídico do Ministério da Fazenda é de que será preciso alterar a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

O risco é encaminhar a proposta ao Congresso e os parlamentares pegarem carona para modificar outros pontos da LRF. Como ocorreu com o Código Florestal, esse é um tema de interesse de todos os partidos. E o temor é de que na hora da votação haja uma rebelião na base aliada, com votos contra a orientação do governo. Mudanças na LRF, que representou um marco nas finanças públicas, sempre foram "tabu".

Governo retira urgência sobre sigilo de papeis

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), anunciou ontem que será retirado o regime de urgência do projeto sobre o sigilo de documentos públicos. Segundo o líder, a intenção é receber a "colaboração" de ex-presidentes.

Em entrevista ao Estado, publicada ontem, a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, afirmou que o governo apoiará mudanças no texto para atender os senadores e ex-presidentes Fernando Collor (PTB-AL) e José Sarney (PMDB-AP). Eles defendem a possibilidade de sigilo eterno de documentos ultrassecretos.

A ministra toda ouvidos

A presidente Dilma Rousseff resgatou a ex-senadora Ideli Salvatti das profundezas do Ministério da Pesca e confiou-lhe a articulação do Planalto com o Congresso, a razão de ser da pasta das Relações Institucionais, para dar uma lição de hierarquia e disciplina aos companheiros que se engalfinhavam abertamente pelo cargo enquanto ela ainda nem havia assinado o óbito funcional do seu então titular, o também petista Luiz Sérgio. O seu desprendimento para servir ao governo, aliás, pode ser medido pela prontidão com que aceitou ser degredado para o antigo ermo de Ideli.

Ciente, talvez, de que foi considerada a mulher errada no lugar errado - dado o seu reconhecido pendor para o pugilato político, que ela se fartou de praticar quando líder do governo Lula no Senado -, a paulistana que fez carreira no PT catarinense de imediato tratou de pôr panos quentes na própria imagem. Sem prometer, embora, que se transformará numa "Idelizinha, paz e amor", porque aí também já seria escarnecer da sensibilidade alheia, não perdeu tempo em se declarar toda ouvidos para as demandas reprimidas da base governista.

Brasil sem miséria

Os problemas sociais são multideterminados e têm múltiplas faces. A pobreza, por exemplo, é um fenômeno multidimensional, que envolve inúmeras privações materiais e carências pessoais que se traduzem em déficits de capacitações e oportunidades. A simples suplementação de renda não é capaz de interromper a reprodução da pobreza nem mesmo de modificar de forma significativa o quadro de privações. O seu enfrentamento exige o encadeamento temporal de ações direcionadas tanto para aliviar os sintomas e as consequências da miséria como para remover suas causas, o que requer capacidade para mobilizar, articular e coordenar intervenções de diferentes instituições, áreas, especialidades e escopo, seja geográfico seja temporal.

O leilão A-3 de energia elétrica

No próximo leilão A-3, que será realizado em julho deste ano, com 582 projetos inscritos, as usinas eólicas representam 40% dos 27.567 MW da energia cadastrada; o gás natural, 39%; a biomassa, 16%; Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), 3%; e hidrelétricas, 2%. Portanto, as grandes estrelas serão a eólica e o gás natural.

A energia eólica terá um papel importante na matriz elétrica brasileira, contudo não pode nem deve ser encarada como panaceia e solução da oferta de energia elétrica para o País. Essa euforia acaba trazendo franco-atiradores para o negócio - como ocorreu na geração a óleo -, o que penaliza os verdadeiros investidores. Além disso, outros aspectos devem ser considerados: o limite da capacidade instalada no Brasil para produção dos equipamentos; e a construção das Instalações Compartilhadas de Geração (ICGs) concomitantemente aos parques eólicos e à capacidade de financiamento das entidades de crédito.

Terras raras, questão estratégica

Terras raras são um grupo de 17 tipos de metais não ferrosos de nomes estranhos: lantânio, neodímio, ítrio, promécio, cério, praseodímio, samário, európio, gadolínio, térbio, disprósio, hólmio, érbio, túlio, itérbio escândio e lutécio. Relativamente abundantes na natureza, têm propriedades químicas semelhantes e misturados a outras substanciais são utilizados na fabricação desde produtos simples como isqueiros até supercomputadores, iPods, painéis solares e em aplicações militares em virtude de sua força magnética, que permite grande miniaturização dos componentes.

A produção desses minerais está concentrada (97%) na China, que detém um terço das reservas mundiais. China, Rússia, EUA e Austrália, juntos, têm cerca de 70% das reservas globais. Índia, Rússia, Brasil, Malásia e EUA são outros produtores, marginais.

Arte do impossível

É claro que a nova ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, pode surpreender. É uma hipótese remota, mas não é impossível que ela se saia bem na função de administrar apetites, humores e armadilhas de uma base parlamentar ampla, abrigo do maior ninho de cobras criadas da República.

A tarefa inicial é dura: desfazer a primeira impressão de que a presidente Dilma Rousseff só quis afirmar autoridade e confrontar os aliados, escolhendo uma colecionadora de arestas. Não por outro motivo a não ser a aposta de que não há o menor risco de dar certo, Ideli recebeu elogios da oposição.

A trapaça boliviana

Contando, como sempre, com a passividade dos países vizinhos, o presidente da Bolívia, Evo Morales, inventou uma forma surrealista de aumentar a arrecadação de impostos. Decreto promulgado em La Paz na semana passada premia com a legalização os ladrões e receptadores de veículos sem documentação que circulam naquele país, se pagarem um tributo especial no prazo de 15 dias. Com isso, estima-se que o governo boliviano poderá arrecadar o equivalente a R$ 320 milhões. Bem a seu estilo populista-confiscatório, Evo Morales justificou a medida como um benefício para os mais pobres, pois "todos têm direito a ter seu próprio carro". Trata-se de um claro incentivo à criminalidade, que não pode passar sem protesto por parte do Brasil, de onde provém a imensa maioria dos carros e caminhões furtados ou roubados.

Mercado prevê PIB abaixo de 4% pela primeira vez

Pela primeira vez, o mercado financeiro pôs abaixo de 4% a projeção média de crescimento da economia brasileira para 2011. Depois do último indicador de produção industrial, mostrando queda maior que a esperada em abril, os analistas ajustaram suas estimativas para a expansão da indústria. Com isso, a expectativa é de que a economia como um todo cresça 3,96% este ano.

Ao mesmo tempo, houve um ajuste para cima na expectativa do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2012, que ficou em 5,13%, ainda mais distante do centro da meta de 4,5%.

O quadro evidenciado na pesquisa Focus desta semana não é agradável. O Banco Central já disse que pretende colocar a inflação no centro da meta em 2012. A alta na projeção do mercado mostra que os analistas ainda não compraram o discurso do BC e desconfiam que a autoridade monetária não vai conseguir entregar o prometido.
Fonte: Congressoemfoco

“Amigo da criança” acusado de explorar menores

Deputado Beto Mansur responde desde 2004 a processo por trabalho escravo, inclusive de menores de 18 anos, em sua fazenda em Goiás

Leonardo Prado/Câmara
Prefeito amigo da criança, Beto Mansur responde desde 2004 por trabalho escravo, inclusive de menores

Edson Sardinha

De 2004 para cá, Beto Mansur (PP-SP) concluiu sua gestão à frente da prefeitura de Santos (SP) - quando ganhou o prêmio “prefeito amigo da criança” -, cumpriu um mandato inteiro de deputado, reelegeu-se e avança em seu quinto ano consecutivo na Câmara. Neste período de intensa atividade política, ele esteve acompanhado, a todo instante, por uma denúncia que se arrasta na Justiça e parece ainda estar longe de um desfecho. Há sete anos, o deputado é acusado de ter mantido 46 trabalhadores em condição análoga à de escravo em duas fazendas no interior de Goiás. Entre eles, havia sete menores de 18 anos. Dois tinham apenas 14 anos na época. Dono da propriedade, Mansur diz que “não aprovava” se “eventualmente” algum trabalhador foi impedido de deixar a fazenda por dever alimentos comprados no serviço. E nem tinha conhecimento da presença de menores.

No Supremo Tribunal Federal (STF) desde o começo de 2007, o caso do deputado é o que está mais atrasado entre as três denúncias por trabalho escravo movidas contra parlamentares na mais alta corte do país. O inquérito (fase preliminar de investigação) a que ele responde ainda não recebeu parecer da Procuradoria-Geral da República. A denúncia já havia sido aceita pela Justiça Estadual de Goiás em 2006, mas o processo acabou dando um passo atrás ao ser remetido para o Supremo, onde tramitam as apurações contra deputados, senadores e outras autoridades federais.

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Pedido de Gilmar segura ação por trabalho escravo

O Congresso em Foco teve acesso ao Inquérito 2496, que está há quatro anos no gabinete do ministro Celso de Mello. A Procuradoria-Geral da República ainda pede diligências. Caberá à PGR apresentar parecer pela conversão do inquérito em ação penal ou pela absolvição do deputado. Trabalho escravo é crime punível com dois a oito anos de prisão. O tempo para prescrição varia conforme a pena aplicada e pode variar de quatro a 12 anos, a contar da apresentação da denúncia pelo Ministério Público de Goiás, em dezembro de 2005.

Naquele ano, o deputado chegou a ser condenado pela Justiça do Trabalho a cumprir 21 itens trabalhistas que haviam sido desrespeitados em suas fazendas em Goiás e a pagar uma indenização de R$ 200 mil por danos morais coletivos, valor a ser revertido para o Fundo de Amparo do Trabalhador (FAT). Mas ele recorreu e conseguiu reduzir a multa para R$ 50 mil. O caso ainda está sendo analisado pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST).

As duas propriedades de Mansur ficam na região entre Mutunópolis e Bonópolis, no norte goiano, a cerca de 350 quilômetros do gabinete do deputado em Brasília. Estavam avaliadas na época da denúncia em mais de R$ 6 milhões, com suas 3.600 cabeças de animais de grande porte. Uma abundância que contrastava flagrantemente com a situação denunciada pelo Grupo Móvel de Combate ao Trabalho Escravo: condições degradantes de trabalho, jornada exaustiva e servidão por dívida. Em sua defesa, o deputado alega que houve coação e abusos na fiscalização e que sua fazenda era “modelo” na região.

Sem descanso

O inquérito no STF envolve Beto Mansur, como proprietário; Wester Alves Tavares, gerente da fazenda; Gladison Marques Martins e seu pai, João Batista Martins, o João Marcolino – ambos acusados de serem os “gatos”, ou seja, aliciadores de mão-de-obra.

De acordo com a denúncia, Gladison e Marcolino arrebanhavam empregados temporários em cidades vizinhas para catar raízes, na preparação do solo para o plantio de soja nas fazendas Triângulo e Terra Boa e outras propriedades circunvizinhas arrendadas. Os catadores, relataram os fiscais, trabalhavam de domingo a domingo, sem descanso semanal remunerado de 24 horas. De segunda a sábado, das 7h às 17h, com uma hora de intervalo para o almoço. Aos domingos, a jornada era das 7h às 15h. As folgas, não remuneradas, só ocorriam de 15 em 15 dias, segundo a acusação.

Desconto no salário

Os catadores contaram que foram contratados com a promessa de receber R$ 15 por dia. Mas quase nunca recebiam esse valor. Se não pudessem trabalhar por doença ou fenômeno da natureza, como chuva forte, eles tinham de pagar R$ 5 por cada refeição consumida, conforme denunciaram aos fiscais.

Outra forma de desconto estava embutida no chamado sistema de barracão. Ao trabalhador que quisesse complementar a alimentação, comprar equipamentos de proteção individual, medicamentos, cigarros ou produtos de higiene, não restava alternativa senão comprar dos “gatos”. O valor era anotado em uma caderneta e, posteriormente, abatido do salário dos catadores. Em débito permanente, eles não podiam deixar a fazenda, configurando a chamada servidão por dívida – um dos elementos do trabalho escravo, destaca o Grupo Móvel. Para os fiscais, houve “omissão dolosa” do “patrão” Beto Mansur no cerceamento, ainda que não absoluto, do direito de locomoção dos trabalhadores.



Servidão por dívida: trabalhadores eram obrigados a comprar bens da própria fazenda. A dívida era anotada em caderneta e usada para prendê-los no serviço

Além do endividamento pelo sistema de barracão, os trabalhadores tinham dificuldade de se locomoverem no meio rural, não servido por transporte público. A maioria deles morava a 80 quilômetros da fazenda, na cidade de Mutunópolis, e era obrigada a esperar pelo menos 15 dias para visitar a família. A cidade mais próxima, Bonópolis, ficava a 18 quilômetros.

Alojamento precário

As condições dos alojamentos instalados nas frentes de trabalho eram pra lá de precárias, segundo a denúncia: barracões de madeira, plástico preto e palha, sobre terra de chão batido, sem proteção lateral, eram erguidos em locais inóspitos. Os catadores contaram que, quando chovia à noite, não conseguiam dormir porque tinham de ficar em pé, protegendo-se da ação das águas. Segundo eles, não havia banheiro nem água potável. A cisterna de concreto, de onde vinha água, não tinha cobertura. A água era armazenada em embalagens vazias de óleo lubrificante ou em depósito térmico adquirido pelos próprios empregados.


Detalhe do alojamento dos trabalhadores na fazenda de Beto Mansur: condições precárias

“Forçoso é reconhecer, pelos indícios coletados no inquérito policial e na ação civil pública, que os denunciados dispensavam aos trabalhadores rurais temporários piores condições de sobrevivência do que as ofertadas aos seus animais”, registrou o promotor de Justiça Joás de França Barros, do Ministério Público do Estado de Goiás, ao propor a abertura de processo contra Beto Mansur e os demais acusados.

Para o promotor de Justiça, a precariedade dos alojamentos, a falta de condições de saúde do ambiente de trabalho, a falta de equipamentos de proteção individual e água caracterizam, por si só, o trabalho degradante ou a “superexploração do trabalho humano”. Os empregadores não ofereciam chapéus, luvas, botas, perneira, botina, óculos, nem qualquer outro equipamento de segurança, segundo a denúncia. Os poucos trabalhadores que usavam esse tipo de equipamento, de acordo com a acusação, ou tinham levado o material por conta própria ou o haviam comprado dos “gatos”, mediante posterior desconto no salário.

Valdivino Martins Gonçalves, um dos trabalhadores, foi parar num posto de saúde de Bonópolis por intoxicação, após ser escalado sem equipamentos de proteção individual para aplicar um produto tóxico para matar formigas. De acordo com a acusação, Valdivino não foi instruído sobre como se proteger do material tóxico. Situação agravada pelo desvio de função, já que havia sido contratado como catador de raiz. Os fiscais denunciaram, ainda, que não havia materiais de primeiros-socorros para atender aos empregados em situação de emergência.

Em depoimento, os trabalhadores contaram que, pela manhã, recebiam apenas café preto para começar a jornada de trabalho. Tinham de comprar bolacha e rapadura dos “gatos” para complementar a primeira refeição do dia. Os dois garotos de 14 anos informaram que haviam interrompido os estudos para ajudar no sustento da família.

“Fisicamente avantajados”

O Congresso em Foco procurou o deputado para ouvi-lo a respeito da acusação, mas ele não retornou o contato. Em defesa encaminhada à Justiça goiana, Mansur afirmou que não sabia da presença de menores de 18 anos entre os catadores de raiz. E lamenta que os adolescentes não tenham avisado ao empregador a respeito da pouca idade. “Pela compleição física, não indicavam ser adolescentes com idade inferior a 18 anos”, afirma o advogado Antonio Carlos Viana de Barros. “Além de serem fisicamente avantajados, não revelaram sua condição de menores quando se voluntariaram a prestar serviços de catador por poucos dias na fazenda Triângulo”, acrescentou o advogado, na peça incluída no inquérito em andamento no Supremo. Mansur foi agraciado duas vezes com o prêmio "Prefeito Amigo da Criança", da Fundação Abrinq, por causa de ações adotadas em sua gestão na prefeitura de Santos.

Esta não é a única pendência judicial de Beto Mansur no Supremo. Ele é réu numa ação penal (AP 580) por crimes de responsabilidade e figura como investigado em outros quatro inquéritos – por crimes praticados por funcionários públicos contra a administração em geral, da Lei de Licitações e de responsabilidade.

No ano passado, quando se candidatou à reeleição, ele chegou a ser barrado com base na Lei da Ficha Limpa. Conseguiu reverter no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ainda no final do ano passado, a decisão do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, que havia indeferido sua candidatura por causa de uma condenação por abuso de poder político nas eleições de 2000.

Reeleito com 65.397 votos em 3 de outubro, Mansur foi condenado em ação popular por ter usado recursos públicos para o envio de cartas sobre a realização de obras e melhorias no complexo viário da cidade em que constava seu nome. Na época, ele era prefeito de Santos.

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Fonte: Congressoemfoco

Renan apresenta voto contra fim da reeleição

Relator na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) apresentou voto contrário às propostas que mudam a Constituição para acabar com a possibilidade de reeleição de presidente da República, governadores e prefeitos e para instituir mandato de cinco anos.

Os integrantes da comissão vão decidir amanhã (15) se seguem o relator ou se aprovam os textos originais, apresentados pela Comissão da Reforma Política do Senado.

Ao se posicionar a favor da reeleição no Executivo, Renan relembrou argumentos que levaram à aprovação da Emenda Constitucional 16, como o tempo insuficiente do mandato de quatro anos para os desafios dos cargos. Para ele, a reeleição permite aos eleitores “premiar os bons governantes com um mandato adicional e punir os maus governantes com a recusa desse mandato”.

Ao rejeitar o mandato de cinco anos, o peemedebista disse ser esta proposta “uma espécie de contrapartida” pelo fim da reeleição no Executivo.

Contra o aumento do mandato, o relator argumenta que a mudança resultaria na não coincidência entre o mandato do presidente da República e o dos parlamentares, “fator que dificulta a governabilidade e facilita a ocorrência de crises institucionais”. Para ele, a mesma duração de mandatos do Executivo e do Legislativo favorece a sintonia de agenda dos dois Poderes.

Fonte: Tribuna da Bahia

113 pássaros silvestres são apreendidos pela polícia em Feira de Santana



Dando continuidade a operação deflagrada no ultimo dia 22 de maio pelos promotores de Meio Ambiente de Salvador Luciano Santana e Heron Godilho, para combater o tráfico de animais silvestres em todo estado, 113 pássaros silvestres foram apreendidos na manhã desta segunda-feira (13), na Feira do Rolo em Feira de Santana, distante 106 Km de Salvador.

Entre eles papa capim, jandaia, sabiá, chapéu de couro, bigode, pássaros preto, e até rolinhas, que estavam sendo comercializados por Francisco Roberval Divino de Jesus, 73 anos, Francisco Régis, de 42 anos e de um terceiro não identificado. Ambos fugiram do local ao notarem a chegada da Policia Militar que contou com a ajuda da ambientalista Telma Lobão.

Seguindo a Rota do Tráfico traçada na operação, os animais silvestres que estavam sendo comercializados são provenientes dos municípios de Santa Bárbara, Serrinha e Senhor do Bonfim. Eles são transportados a noite em caminhões e kombis, embaixo de caixotes de verduras.

Os animais foram reintegrados a Natureza numa fazenda preservada no município de Feira de Santana. Como a feira de animais silvestres que antes funcionava no Centro de Abastecimento foi desativada pelo atual gerente Cláudio Soares, os suspeitos passaram a agir na Feira do Rolo, que funciona atrás do SAC, no centro da cidade.

Criança denuncia suposta tentativa de abuso de procurador do Trabalho

Um procurador Federal do Trabalho foi autuado por estupro de vulnerável pela delegada Glória Isabel Santos Ramos, da 5ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin). De acordo com informações daquela unidade policial, o acusado tentou abusar de uma menina de sete anos no último domingo, dentro de um quarto de uma pousada, em Morro de São Paulo, onde estava hospedado.

Conforme relato da criança, ela teria entrado no quarto do acusado para receber um presente. Depois ele teria colocado a menina no colo e passado as mãos pelo seu corpo. A atitude assustou a menina que conseguiu se desvencilhar e fugiu. Os policiais apuraram que o presente seria um chaveiro de fitinhas do Bonfim e conchas da praia

Na delegacia, o procurador confirmou que teria entregado em seu quarto os presentes prometidos a menina no sábado, quando a conheceu na praia. Antônio Maurino negou a tentativa de abuso e admitiu que estivesse mesmo interessado na mãe da garota com quem tinha bebido durante toda a tarde. Segundo a delegada, a criança fará exame pericial, enquanto o procurador continua à disposição da Justiça na 5ª da Coorpin, em Valença. (MV)

Fonte: Tribuna da Bahia

A virada de Dilma

Sebastião Nery

Na noite de 31 de março para 1º de abril de 1964, no Palácio Iguaçu, em Curitiba, estava todo mundo nervoso, excitado, ao pé dos rádios, ouvindo o noticiário para saber quem ia ganhar.

O coronel reformado do Exército e governador Ney Braga, perplexo, sem saber ainda que posição tomar, pediu a Hosken Novais (depois seu vice-governador) para redigir um “manifesto revolucionário” duro, “em favor da Revolução”. E pediu a Norton Macedo (depois deputado federal) para fazer um manifesto moderado, legalista, para qualquer emergência.

De repente, às 2 da manhã. entra no palácio o diretor da revista “Panorama”, Jorge Curi, com uma pasta cheia de papéis.

CURI

Ney imaginou que ele poderia ter notícias:

- Como estão as coisas, Curi? Quem vai ganhar?

- Sei lá, governador.

- E com quem você está? Com a Revolução ou com o Jango?

- Ora, governador, não estou com ninguém. Eu quero saber é quem vai, nesta confusão, pagar minhas faturas de publicidade.

E jogou um monte de faturas em cima da mesa. Ney saiu para ver como estavam os dois manifestos. Usou o de Hosken e foi logo ministro.

DIRCEU

Era um sábado de dezembro à tarde, no restaurante Piantella, em Brasília, depois da vitória de Lula contra José Serra, em 2002. Diplomado mas ainda não empossado, Lula estava no Rio Grande do Sul discutindo o novo governo com o PT de lá, o mais forte depois do de São Paulo.

A um canto do restaurante, em torno de uma mesa, já almoçados e tomando conhaque ou licores, os deputados do PMDB Michel Temer, Moreira Franco, Gedel Vieira Lima, Henrique Alves e Eliseu Padilha ouviam atentamente o que lhes dizia, à meia voz, o chefe da campanha de Lula e presidente da Comissão de Transição, José Dirceu.

Apesar de não haver apoiado explicitamente Lula na campanha, pois cada diretório regional tomou a posição que quis, o PMDB saiu das eleições com o maior número de governadores, senadores e deputados.

PMDB

Lula havia credenciado José Dirceu a negociar uma proposta concreta : daria os ministérios da Justiça, Minas e Energia e Integração Nacional ao PMDB, em troca do apoio nacional do partido, sobretudo no Senado e Camara. Os nomes seriam apresentados e discutidos depois.

Fizeram as contas : somados ao PT, PDT, PPS e PCdoB, senadores e deputados do PMDB garantiam a maioria no Senado e na Câmara. Dirceu ficou eufórico. Os peemedebistas também. Tomaram mais uma por conta.

Almoçando com uma amiga na outra ponta do restaurante, mal ouvi pedaços das conversas. Mas os nomes dos três ministérios ficaram claros.

Despediram-se calorosamente e Dirceu saiu porque ia telefonar para Lula, que ainda estava em Porto Alegre, a fim de dar a noticia. Lula ficou contente, aprovou o acordo, deu os parabéns a Dirceu e autorizou divulgar.

DILMA

Na segunda-feira, para espanto e decepção de José Dirceu e fúria do PMDB, Lula voltou para São Paulo como Ney Braga para o palácio na madrugada de 1º de abril : com outra cabeça e decisão tomada. Uma virada. Não ia fazer acordo nenhum com o PMDB, porque “não era confiavel”.

A nova posição tinha sido decidida em Porto Alegre, depois de horas e horas de conversas com todo o comando do PT gaúcho : Olivio Dutra, Tarso Genro, duPont, outros, e uma jovem economista saída do PDT, Dilma Rousseff, secretaria de Minas e Energia do governo estadual do PT, que acabara de conhecer e que o impressionara muito, sempre com seu lap-top na mão e lá dentro os números dos Estados, do pais e do mundo.

MENSALÃO

O ministério seria composto por quem o havia apoiado na campanha e o PMDB que tomasse o caminho que quisesse. A maioria do Senado e da Câmara seria negociada com acordos partido a partido, caso a caso.

Encarregou José Dirceu de procurar os chamados “pequenos partidos”, ver o que cada um queria e acertar preços e compromissos.

Os três ministérios reservados ao PMDB já tinham donos : Tarso Genro na Justiça, Dilma em Minas e Energia e Ciro Gomes na Integração Nacional.

Ali nasceu o Mensalão : em vez de um acordão nacional com o PMDB, comprar partido a partido. Ficaria mais cômodo e mais barato.

Encostada na parede por Lula, José Dirceu e o PT de São Paulo, e pelo PMDB do Senado e da Câmara, Dilma deve ter se lembrado da “virada” de Lula na madrugada gaúcha e deu uma rasteira em todos eles.

É melhor duas amigas na mão do que um punhado de picaretas faturando.

Fonte: Tribuna da Imprensa

Apesar de Palocci, o amanhã de Dilma já é outro dia

Pedro do Coutto

O título, claro, é inspirado no belo verso de Chico Buarque. A realidade do novo dia baseada na pesquisa do Datafolha publicada domingo pela Folha de São Paulo, comentada por Fernando Canzian. A fragorosa queda de Antonio Palocci, depois de o personagem balançar por três semanas no Planalto, não afetou a aprovação da presidente Dilma Rousseff. Pelo contrário, em relação à pesquisa anterior, feita em março, subiu dois pontos: de 47 para 49%. Trinta e oito a consideram regular, uma forma de abstenção, e 3% não souberam opinar.

Agora tem uma coisa. Em março a parcela de 79% da população a considerava uma mulher de decisões firmes e rápidas. Esta faixa recuou para 62 pontos. Resultado – penso eu – da presença do ex-presidente Lula no desfecho final. Mas essa, digamos assim, intromissão não abalou a popularidade da presidente da República. Pois num outro bloco do levantamento os números revelam que a maioria considera fato normal a participação do antecessor nas decisões da sucessora. Sessenta e quatro por cento aprovam o fenômeno. Inclusive, na opinião de nada menos de 77% ele, Lula, está presente em todas. Um exagero quanto ao conceito, mas esta conclusão nem por isso deixa de ser concreta manifestação popular.

Seria até lógico, de outro lado, que Dilma Rousseff perdesse apoio na sociedade já que 60% – assinala 0 Datafolha – afirmaram que a presença de Palocci era prejudicial ao governo, sem entrar no mérito do tema que o fez desabar. A pesquisa não se estende ao ponto que vou tocar. Porém estou convencido de que praticamente 90% dos brasileiros rejeitam a versão das consultorias prestadas pelo ex-ministro. “O que existe parece”, tese defendida pelo grande físico ítalo-americano Enrico Fermi, chefe da equipe do Projeto Manhattan, início da década de 40, responsável pela produção da bomba atômica que explodiu em Hiroshima e apressou a rendição japonesa em agosto de 1945.

Como o que existe aparece e, na matemática, tem que existir sempre uma explicação lógica, a Revista Veja que circulou sábado e se encontra nas bancas, publica a divergência entre dois diretores da Camargo Correa a respeito de doação completada ao staff da campanha de Dilma Roussef depois de sua vitória nas urnas de 31 de outubro de 2010. Como se constata a partir do panorama visto da ponte, a oposição não se beneficiou em nada do desastre chamado Antonio Palocci. Pelo contrário. Perdeu.

Tanto assim que o ex-prefeito Cesar Maia, do DEM, publicou artigo na edição de sábado da FSP iniciando uma aproximação com o governo federal, sentindo que não pode enfrentar o lulismo e tampouco colidir com Dilma Rousseff. Para isso assume o papel de um construtor político para quem o desenvolvimento econômico e social deve prevalecer sobre as ondas de denúncias.

Ficou claro o seu impulso de disputar a prefeitura do Rio nas eleições de 2012, enfrentando Eduardo Paes. Ele sabe que é perder tempo opor-se a Lula e a Dilma. Aliás será uma disputa interessante: Eduardo Paes, que depende do apoio que tiver do governador Sergio Cabral; Cesar Maia que colocou Paes no circuito; Anthony Garotinho que iniciou a campanha, e também provavelmente Lindberg Farias, pelo PT. Além da vereadora Andrea Gouveia Vieira, pelo PSDB, mas nenhum disposto a criticar nem Dilma Rousseff, muito menos Lula.

Fonte: Tribuna da Imprensa

Para matar as saudades, o comentarista Genilson Albuquerque Percinotto nos envia a entrevista que Helio Fernandes concedeu a Marcone Formiga, da revista “Brasília em Dia”, no último dia 3. « Tribuna da Internet

Para matar as saudades, o comentarista Genilson Albuquerque Percinotto nos envia a entrevista que Helio Fernandes concedeu a Marcone Formiga, da revista “Brasília em Dia”, no último dia 3. « Tribuna da Internet: "– Enviado usando a Barra de Ferramentas Google"

Depois dos beijinhos, as mordidas

Carlos Chagas

Boas intenções, promessas de entendimento amplo, abraços e beijinhos marcaram os discursos na cerimônia de posse de Ideli Salvatti no ministério da Coordenação Política, dito de Relações Institucionais. Uma festa que se estenderá até a primeira votação de importância para o governo, no Congresso. Pode ser este mês, pode ser depois do recesso de julho. Nessa hora veremos se PT e PMDB, por não terem sido atendidos em suas reivindicações fisiológicas, mostrarão presas e garras para o palácio do Planalto. Ao que parece, dispostos a morder.

Vem por aí a apreciação, pelo Senado, do novo Código Florestal. Como, na Câmara, as limitações para o Executivo baixar medidas provisórias. E mais uma série de projetos capazes de sair das gavetas apenas para testar a presidente Dilma Rousseff.

A nova ministra deu entrevistas, no fim de semana, demonstrando a disposição de colaborar com a base parlamentar do governo. Distribuiu flores, em seu pronunciamento de ontem. Mas mesmo se quisesse, e não quer, abrir a caixa de bondades e de benesses para os políticos, encontraria a resistência férrea da chefe que a nomeou. Dilma caracterizou os primeiros seis meses de seu mandato demonstrando-se contrária a concessões pouco éticas e nada eficientes. Dispensou dois ministros para permanecer firme na disposição de não entregar a administração federal à sanha de companheiros e peemedebistas. Não seria agora que mudaria de postura e de perfil.

Em suma, haverá que aguardar o desfecho do cabo de guerra. Os caciques do PMDB e do PT até que se inclinam por recomendar tolerância e cautela, mas os índios encontram-se em pé de guerra. Darão o troco à resistência da presidente. Depois, veremos quem ganhou.

NADA DE CONSTITUINTE EXCLUSIVA

Dias atrás o ex-presidente Lula ressuscitou a proposta de convocação de uma Constituinte exclusiva para promover a reforma política. Enquanto chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff apoiou a novidade, mas, depois de eleita, silenciou. Dificilmente engajará o governo nessa tese perigosa e um tanto absurda. Quem comporia a Constituinte exclusiva? Jamais os atuais deputados e senadores, que por sinal manterão o poder constituinte derivado capaz de revogar toda e qualquer mudança aprovada pelos “exclusivos”.

Seriam os derrotados nas últimas eleições os maiores candidatos a esse corpo estranho no processo legislativo. Impossível seria selecionar os novos constituintes pelo seu saber jurídico e até por sua reputação ilibada. No máximo aplicar-se-ia nas suas eleições o projeto da ficha-suja. Faria bem o ex-presidente de esquecer a sugestão, até por sua flagrante inconstitucionalidade.

VÃO COMEMORAR?

No próximo 25 de agosto não se irá comemorar apenas mais um Dia do Soldado. Porque completam-se, naquele dia, 50 anos da renúncia de Jânio Quadros, ou melhor dizendo, o início de uma das campanhas mais libertárias e democráticas de nossa História, a resistência do então governador Leonel Brizola contra o golpe engendrado pelos ministros militares para impedir a posse do vice-presidente João Goulart. Foram dias de total apreensão no país, próximo da guerra civil, mas, no fim, prevaleceu a legalidade. Ignora-se se o governo do Rio Grande do Sul tomará a iniciativa das comemorações, ou como se comportarão as forças armadas, apesar de os militares, depois de alguma hesitação, naqueles idos, terem aderido ao respeito à Constituição. A memória e o orgulho nacionais exigem a lembrança completa dos episódios de 1961.

SE SERRA NÃO TOPAR

Para levantar vôo do ninho dos tucanos o ex-governador José Serra dispõe da possibilidade de candidatar-se á prefeitura de São Paulo, ano que vem, recobrando espaços hoje ocupados pelo senador Aécio Neves. Dificilmente perderia a eleição, até porque o PT só possui uma alternativa, considerada impossível, para recobrar o comando da capital paulista: lançar o Lula. O ex-presidente não considera a hipótese. Agora, caso Serra também refugue a candidatura, nem por isso o PSDB ficará a ver navios. Tudo se encaminharia para o senador Aloísio Nunes Ferreira. Caso, é claro, o deputado Tiririca não se convença de possuir chance.

Fonte: Tribuna da Imprensa

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Tiririca estreia com o projeto bolsa-alfabetização

Folha de S.Paulo

BRASÍLIA -- Mais de quatro meses após tomar posse, o deputado federal mais votado do Brasil fez sua estreia no Congresso. Na última terça-feira, assessores de Tiririca (PR-SP) entregaram ao plenário da Câmara os primeiros projetos de lei de autoria do humorista.

Uma das propostas prevê a criação de uma "bolsa alfabetização" para adultos que concluírem curso para aprender a ler e escrever. O projeto fixa o valor mínimo de R$ 545 para o benefício.

O palhaço teve a diplomação para o cargo ameaçada após a suspeita de ter falsificado uma declaração em que afirmou ser alfabetizado. Ele aceitou fazer um teste para comprovar que sabe ler e escrever e foi absolvido pela Justiça Eleitoral.

No texto da proposta, Tiririca justificou que o benefício tem a "finalidade de estimular o aprendizado da leitura e da escrita, de forma a qualificar e assegurar ao cidadão o pleno acesso e a utilização da informação". Em contrapartida, é exigido período mínimo de seis meses de aula, com ao menos 85% de frequência.

Os outros dois projetos de Tiririca tratam da criação de um vale-livro para alunos da rede pública e de serviços de assistência social para profissionais do circo.

Segundo dados oficiais, 113 deputados não apresentaram nenhum projeto de lei neste primeiro ano da legislatura. Esse grupo, no entanto, inclui aqueles que já se afastaram para assumir um cargo no Executivo e seus suplentes na Casa.

Tiririca não quis comentar suas propostas.

Desde que iniciou o mandato, o humorista tem mantido uma atuação discreta na Câmara dos Deputados.

Até agora, não fez nenhum discurso na tribuna nem relatou nenhuma proposta de outro deputado.

Na Comissão de Educação e Cultura da Casa, única em que o humorista é titular, colegas afirmam que ele nunca pediu a palavra.

"Ele não tem perdido nenhuma reunião. É assíduo, mas tem um perfil discreto", afirma a deputada Fátima Bezerra (PT-RN), presidente da comissão.

Resort e humoristas

Em abril, Tiririca devolveu à Câmara o dinheiro da verba indenizatória que foi usado em um hotel luxuoso em Fortaleza (CE), de acordo com informações de sua assessoria.

Tiririca também contratou dois humoristas do programa "A Praça é Nossa", do SBT, como secretários parlamentares. À época, sua assessoria afirmou que os deputado precisam de funcionários que entendem das suas áreas de atuação.

Leia mais

INSS pode pagar revisão em novembro

Ana Magalhães
do Agora

O INSS pediu que a Justiça Federal de São Paulo aumente de três para seis meses o prazo para iniciar o pagamento da revisão pelo teto. Uma liminar (medida provisória) concedida pela 1ª Vara Previdenciária de São Paulo em maio determina esse pagamento em 90 dias. No recurso, o INSS pediu que a Justiça deixe de exigir o pagamento, derrubando a decisão.

Porém, se isso não for possível, o governo pede 180 dias para iniciar a revisão --nesse caso, o pagamento sairia a partir de novembro deste ano.

Outro pedido é que o pagamento da correção seja parcelado, que a multa diária de R$ 500 mil seja suspensa e que a liminar tenha validade só no Estado de São Paulo.

Leia esta reportagem completa na edição impressa do Agora nesta terça

Referendo popular confirma “novos ares” na Itália

Por Marcello Maria Perongini - de Roma
italiano

O premiê italiano, Silvio Berlusconi, sofre novo revés nas urnas e agora precisa se preocupar em não parar na cadeia

Há menos de um mês das eleições administrativas realizadas nas maiores cidades do país, o governo italiano vive agora seu segundo período de tensão, com a confirmação de que o referendo popular previsto para os dias 12 e 13 é formalmente válido, tendo atingido o quorum de 50% mais um dos votantes. Segundo dados do Ministério do Interior, às 15:00 (10:00 no Brasil) as urnas foram fechadas, com o comparecimento do 57% dos eleitores.

Depois de uma campanha marcada pelo confronto direto entre o partido governista e os partidos da oposição de centro-esquerda, o resultado da eleição ainda não está claro, mas comemora-se virtualmente a rejeição às regras submetidas a aprovação dos cidadãos italianos. O referendo foi composto de quatro quesitos: dois versavam sobre as regras para a administração dos serviços de utilidade pública; o terceiro sobre a utilização de energia nuclear; e o último era voltado à abolição da lei de “impedimento legal” para comparecimento a tribunal, em vigor desde 07 de abril de 2010.

As duas questões relativas à gestão dos serviços públicos referem-se, principalmente, à rede hídrica nacional e, extensivamente, aos resíduos e transportes públicos locais.

O referendo propôs a revogação de um artigo do Decreto-Lei que estabelece a possibilidade, pelas administrações públicas locais da Itália, da concessão de serviços públicos de relevância econômica a empresas privadas, nacionais ou estrangeiras. No segundo quesito foi votada a supressão da norma que garante a tais empresas um lucro compatível com os custos despendidos na prestação dos serviços, genericamente indicado na lei como “retorno adequado do capital investido.”

Com a revogação dessas normas, o público exige, essencialmente, que a gestão dos serviços públicos seja atribuída exclusivamente ao Estado italiano.

A questão sobre a energia nuclear, que contou com intenso apoio do governo de centro-direita nos últimos meses, apresentou aos eleitores a decisão de impedir ou autorizar a construção de usinas nucleares no território italiano. Depois de meses de debate, a proposta do governo já tinha sofrido uma grande reformulação após o desastre da central japonesa de Fukushima-Daichi, mas a decisão de submeter à vontade popular este assunto levou-o a ser incluído no referendo.

Nas últimas semanas, a posição da Ministra do Meio Ambiente, Stefania Prestigiacomo, foi particularmente criticada pela opinião pública, devido a sua proposta de lei que objetivava reduzir os incentivos concedidos aos cidadãos e empresas que instalaram, às suas expensas, pequenas fontes de energia alternativa, tais como painéis solares.

A quarta e última questão, de grande relevância para o primeiro-ministro Silvio Berlusconi, refere-se à revogação da disposição legal que permite ao Primeiro-Ministro e aos Ministros da República o não comparecimento perante a justiça no caso de processo penal contra eles. A supressão deste privilégio seria um novo e duríssimo golpe para a integridade da atual coalizão do governo que, por este motivo, pode ter que se submeter à renovação do voto de confiança por parte do Parlamento.

Marcello Maria Perongini é correspondente do Correio do Brasil na Itália.

Tradução – Maria Fernanda Hosken de Souza

Fonte: Correio do Brasil

segunda-feira, junho 13, 2011

CMI Brasil - FDA admite: carne de frango contém cancerígeno

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CMI Brasil - (RJ) Bombeiros reúnem milhares em passeata em Copacabana

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Juízes federais são investigados por uso ilícito de verba

FREDERICO VASCONCELOS
DE SÃO PAULO

A Ajufer (Associação dos Juízes Federais da 1ª Região) vendeu uma sala comercial em Brasília e está sendo acusada de ter usado o dinheiro para abater empréstimos pessoais tomados na Fundação Habitacional do Exército por três ex-presidentes da entidade de magistrados.

Em assembleia virtual no dia 31 de maio, 79 juízes autorizaram a atual diretoria, presidida pelo juiz Roberto Veloso, a anular a operação e oferecer notícia crime ao Ministério Público Federal contra a gestão anterior, sob a alegação de que houve "destinação ilícita dos recursos".

Juíza nega ter se beneficiado com venda de sala
Seis juízes concentraram empréstimos sob suspeita
'Nunca vi coisa tão séria', afirma ministra sobre fraudes de juízes
Juízes praticaram crimes, diz procurador
Juízes acusam magistrados por fraudes em empréstimos

Em 12 de fevereiro de 2010, Moacir Ramos, então presidente da Ajufer, e a ex-presidente e diretora financeira Solange Salgado assinaram instrumento particular de promessa de compra e venda de uma sala no edifício Business Point, em Brasília, por R$ 115 mil. O comprador é um advogado, com endereço comercial no mesmo prédio.

Dias depois, Ramos e Solange autorizaram três transferências, no total de R$ 130 mil, para a fundação do Exército.

Documento firmado por diretores da fundação atribui a Ramos a orientação para amortizar R$ 40 mil da dívida de Solange e R$ 40 mil da dívida de Charles Renaud Frazão de Moraes, ex-presidente da Ajufer --R$ 50 mil abateriam dívida de Ramos.

A venda do imóvel sem autorização de assembleia foi realizada quando a fundação já havia suspendido os empréstimos à Ajufer. Uma auditoria em 2009 na fundação apontara indícios de fraude.

A fundação é uma entidade privada ligada ao Exército, integra o Sistema Financeiro da Habitação e oferece empréstimos a servidores de governos e do Judiciário.

No final de 2010, uma sindicância de magistrados identificou contratos fictícios, firmados por dez anos entre a Ajufer e a fundação. Foram usados nomes de associados que desconheciam a fraude, e até de laranjas.

A fundação cobra na Justiça uma dívida de R$ 21 milhões da segunda maior entidade de juízes federais, que atua no DF e em 13 Estados.

Na consulta eletrônica, 85 juízes autorizaram a diretoria a "não reconhecer a dívida oriunda de contratos fraudulentos" e a imputar os débitos a quem assinou os documentos.

O caso é investigado na esfera administrativa pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília.

Fonte: Folha.com

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