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domingo, junho 05, 2011

Jornais: Dilma ouvirá Lula antes de sentenciar Palocci

FOLHA DE S.PAULO

Dilma ouvirá Lula antes de decidir futuro de Palocci
A presidente Dilma Rousseff vai consultar a opinião de seu antecessor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e de outros aliados antes de decidir se demite ou mantém o ministro Antonio Palocci na chefia da Casa Civil. Lula chegou na sexta-feira ao Brasil, depois de uma viagem a Cuba e à Venezuela. Ele e Dilma tinham combinado conversar durante o fim de semana, algo que tem se tornado rotineiro.

No Palácio do Planalto, a avaliação geral é que as entrevistas de Palocci à Folha e ao "Jornal Nacional", da TV Globo, foram dadas tarde demais. Por essa razão, o impacto seria insuficiente para debelar a crise política que se formou no governo nas últimas três semanas. A Folha revelou em 15 de maio que Palocci multiplicou seu patrimônio em 20 vezes nos últimos quatro anos. Em 2010, ele faturou R$ 20 milhões com uma empresa de consultoria, a Projeto. O ministro se recusa a revelar a identidade de seus clientes e detalhes sobre os serviços que prestava.

Nas entrevistas concedidas anteontem, Palocci manteve a mesma estratégia. Reafirmou ter pagado todos os impostos e disse que nunca operou de maneira ilegal em favor de interesses privados junto ao governo. Na noite de sexta-feira, Palocci conversou brevemente com a presidente sobre o conteúdo das entrevistas. Ontem, o ministro estava em São Paulo, onde vive.

A presidente ficou satisfeita com o fato de Palocci ter deixado claro na entrevista à Folha que ela não foi informada de detalhes sobre suas atividades como consultor de empresas. O temor do governo é que a crise política se alastre e passe a corroer a imagem de Dilma. "Deveria ter feito isso [dado entrevistas] antes, talvez já teríamos virado essa página", disse o secretário de Comunicação do PT, André Vargas (PR). Para ele, "a oposição é insaciável".

Dono de imóvel que petista aluga nega ser laranja
Os proprietários do apartamento que o ministro Antonio Palocci aluga em São Paulo disseram à Folha que a empresa em nome da qual o imóvel foi registrado não é administrada por laranjas. O comerciante Gesmo Siqueira dos Santos, um dos donos do apartamento, disse que transferiu a empresa para seu filho e um sobrinho para evitar que seus problemas financeiros contaminassem seus negócios.

Em nota, a Casa Civil informou que Palocci tratou do aluguel do apartamento com imobiliárias e nunca teve contato com os proprietários do imóvel. À revista "Veja" o sobrinho de Santos, Dayvini Costa Nunes, disse que era um laranja e que não conhecia o apartamento.

Escândalo aborta plano eleitoral de Palocci para 2014
"Era só o que faltava. Não bastassem os ataques da oposição, agora o tiro de canhão veio de dentro do próprio governo", relatou Antonio Palocci em livro. A frase é de 2006, mas poderia ser facilmente reeditada hoje. Na época, o então ministro da Fazenda estava cotado para suceder a Lula em 2010, mas viu os planos serem dinamitados por um caseiro de Brasília. Narrou sua queda no livro "Sobre Formigas e Cigarras" (ed. Objetiva), publicado no ano seguinte à sua renúncia. Palocci pavimentou o caminho de volta ao poder com a bênção de Lula, tornando-se o principal coordenador da campanha de Dilma. Com a vitória, reabilitou-se assumindo a gerência política e administrativa do governo.

Novo golpe veio em 15 de maio, quando a Folha revelou que seu patrimônio se multiplicou por 20 vezes nos últimos quatro anos, quando era deputado federal. Dias depois, a Folha revelou também que a empresa do ministro da Casa Civil, a Projeto, faturou R$ 20 milhões no ano eleitoral de 2010, prestando serviços de consultoria. Os clientes e os valores não foram revelados nas entrevistas que concedeu anteontem.

Sem conseguir dissipar as suspeitas sobre seus negócios, o ministro perdeu apoio entre petistas e viu ruir, pela segunda vez, seus planos eleitorais. Caso fizesse uma boa gestão na Casa Civil, o ex-prefeito de Ribeirão Preto estaria cacifado para tentar o governo paulista, com sob o comando do PSDB há 16 anos. Apesar da resistência no PT, Palocci contava com o apoio decisivo de Lula, que via nele o perfil ideal para que o partido conquistasse o eleitorado de classe média.

Mercado passa ao largo da crise política
Às oito e vinte da manhã da última sexta-feira, o taxista comenta a notícia que se repetia no rádio: "Será que ele vai conseguir se explicar?" O motorista se referia ao ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, que falaria pela primeira vez sobre o aumento de seu patrimônio. Cerca de quinze minutos depois começa uma reunião de economistas numa corretora de valores. O clima é outro. "E o Palocci?", questiona uma economista, já quase no fim da reunião. O debate é rápido e se encerra com a impressão dos analistas de que, numa eventual queda do ministro, "a bolsa cai pontualmente e há alguma inclinação dos juros [alta projetada para a taxa, no jargão financeiro]". Na prática, uma reação pessimista pequena e breve.

A previsão descrita é bem diferente daquela que, há quase uma década, assombrou petistas. A vantagem de Lula nas pesquisas em 2002 provocou a disparada do dólar, as bolsas despencaram e os investimentos estrangeiros revoaram. O medo de reações negativas do mercado financeiro passou a ser mais um risco a ser calculado pelos políticos. Desde então, dois ministros importantes perderam o cargo: José Dirceu, da Casa Civil, em 2005, e Antonio Palocci, da Fazenda, em 2006.

Em ambos os casos, o mercado tremeu. Na substituição de Palocci pelo atual titular, Guido Mantega, temeu-se uma radicalização à esquerda e perda de poder do Banco Central. No segundo mandato de Lula, o país cresceu mais e com menos inflação do que nos primeiros anos. O comportamento das cotações, desde que a atual crise política se instalou, indica que o enfraquecimento de Palocci (ou até a sua saída) não abalam mais o mercado. Justo ele, que até há poucos meses era tido como o fiador de uma política fiscal austera do governo Dilma Rousseff.

Gastos públicos com consultorias chegam a R$ 2 bilhões ao ano
A expansão de obras e outros investimentos promovida pelo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) multiplicou nos últimos anos o volume de dinheiro público destinado à contratação de serviços de consultoria. Juntos, União, Estados e municípios injetam nesse mercado cerca de R$ 2 bilhões anuais em recursos originários da arrecadação de impostos, sem considerar os gastos com receita própria das empresas estatais.

A quantia equivale a cem vezes o faturamento da empresa Projeto, do ministro Antonio Palocci (Casa Civil), no ano passado, de R$ 20 milhões, conforme os dados revelados pela Folha. O governo federal responde pela maior parte da escalada recente dessa modalidade de despesa. Se em 2006, antes do PAC, as verbas para consultorias ficaram pouco acima dos R$ 200 milhões, no ano passado se aproximaram dos R$ 600 milhões. Descontada a inflação, o aumento foi de 129%.

Senadores afrouxam fiscalização de gastos
O Senado publicou na noite de anteontem um ato que isenta a Casa de avaliar a legalidade das notas fiscais apresentadas pelos congressistas para obter o ressarcimento dos valores gastos com a verba para despesas nos Estados. O mesmo ato incorpora a cota de passagens aéreas dos 81 senadores à verba indenizatória de R$ 15 mil.

De acordo com o artigo 5º, "o exame da documentação apresentada restringe-se exclusivamente aos aspectos relativos à regularidade fiscal e contábil, não compreendendo qualquer avaliação quanto à observância de normas eleitorais, tipicidade ou ilicitude". A Folha não conseguiu localizar o primeiro-secretário do Senado, Cícero Lucena (PSDB-PB), responsável pelo ato, para comentar a medida.

Após receber alta, Lobão Filho voltará ao Senado na terça
Vítima de um acidente de carro no início do mês e após ficar 21 dias internado, o senador Edison Lobão Filho (PMDB-MA), 46, deve voltar ao trabalho na semana que vem. Ele recebeu alta hospitalar na última quinta-feira. Segundo sua assessoria de imprensa, ele deve participar da reunião da Comissão de Assuntos Econômicos, marcada para a próxima terça.

De CelsoFurtado@org para Palocci@com (trecho de artigo de Elio Gaspari)
Sua geração leu meu livro "Formação Econômica do Brasil" procurando entender nosso país, pensando em mudá-lo para melhor. Não creio que meus leitores buscassem lições para enriquecer. Seria perda de tempo.

Havia neles uma mistura de fé na nossa gente e até de solidariedade pela fantasia desfeita de um economista que foi do Ministério do Planejamento, em 1962, ao desterro voluntário, dois anos depois. Escrevo-lhe para pedir que tire das costas do governo a carga de problemas que são seus, derivados daquilo que chamei, referindo-me ao Roberto Campos, de "temperamento concupiscente".

A cobiça por bens materiais é coisa natural. Quando ela se mistura com biografias públicas, é comum que surjam conflitos políticos. Vivi 84 anos, fui ministro de dois governos e embaixador na Comunidade Europeia, publiquei cerca de 50 livros, um deles com 34 edições. Nunca me faltou o necessário.

Acusaram-me de muita coisa, jamais de ter comprado um par de meias sem que pudesse tornar pública a origem dos recursos. Morri num apartamento de Copacabana, com padrão suficiente para meus hábitos, bastante inferior ao que o senhor comprou por R$ 6,6 milhões. (Jantei outro dia com os ex-ministros Roberto Campos, Eugênio Gudin e Octavio Gouvêa de Bulhões. O Campos, com sua corrosiva maledicência, disse que as moradias dos comensais, somadas, não cobrem o preço da sua.)

Garotinho diz que teve carro atingido por dois tiros no RJ
O deputado federal Anthony Garotinho (PR-RJ) afirmou em seu site que seu carro foi atingido por dois tiros anteontem à noite, quando ele saía de de um evento do partido em Cabo Frio, no litoral fluminense. Ninguém ficou ferido. "Graças a Deus estou bem. Não quero nenhuma especulação política sobre esse caso. Se foi tentativa de assalto ou outro tipo de crime, não me cabe especular. Cabe à polícia investigar", escreveu o ex-governador do RJ em seu site. Segundo Garotinho, os disparos atingiram a lataria. A reportagem não conseguiu localizar o político para comentar o assunto.

Justiça pode retomar 7.000 lotes no PA
Cerca de 7.000 lotes em 44 assentamentos do sudeste do Pará apresentam indícios de irregularidades e poderão ser retomados pela Justiça, segundo estimativa feita pela superintendência regional do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), em Marabá (PA). O número representa cerca de um terço do total de terras a serem inspecionadas pelo órgão nos próximos meses na área de conflito.

Entre as possíveis irregularidades que serão investigadas estariam a venda ilegal de terras e a ocupação de áreas da reforma agrária por "laranjas" a serviço de madeireiros ou fazendeiros. Palco de massacres como o de Eldorado do Carajás, que resultou na morte de 19 sem-terra em 1996, o sudeste do Pará é uma das regiões mais violentas do país. No ano passado, registrou 14 das 18 mortes no campo ocorridas no Estado. Nas últimas duas semanas, mais quatro agricultores morreram na área, entre eles os líderes extrativistas José Claudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva, assassinados em uma emboscada.

Ibama já aplicou R$ 1 milhão em multas no Estado
O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) fechou cinco madeireiras em Nova Ipixuna e aplicou cerca de R$ 1 milhão em multas na primeira semana de ações contra crimes ambientais na região. As operações no município da região sudeste do Pará foram deflagradas depois da morte dos líderes extrativistas José Claudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva, em 24 de maio. Segundo o órgão, tratores encontrados em área desmatada e dois caminhões usados no transporte de carvão também foram apreendidos. O Ibama informou ainda que vai solicitar o cancelamento das licenças ambientais estaduais concedidas a 12 empresas do ramo que funcionam no município.
Fonte: Congressoemfoco

Crianças em mais de 50% de prostíbulos em estradas

É o que revela pesquisa feita pela Confederação Nacional de Transportes com caminhoneiros sobre seus hábitos sexuais e a prostituição infantil. Na região Norte, a presença de crianças nos locais de prostituição chega a 70%

Em mais da metade dos pontos de prostituição nas estradas há crianças e adolescentes. Triste retrato mostrado por pesquisa

Márcio de Morais, especial para o Congresso em Foco

Em mais de 50% dos pontos de prostituição nas estradas brasileiras, há crianças se prostituindo. Especialmente meninas, em 53% dos casos. Mas há também meninos (27%). A intensidade da atividade de prostituição infanto-juvenil aumenta na direção Sul-Norte, superando 70% dos casos na região Norte e 60% no Nordeste. Esses números são informados pelos caminhoneiros. Trabalhadores nas rodovias brasileiras, eles foram escolhidos para um levantamento sobre o tamanho da exploração sexual de crianças no país por serem um dos públicos mais relacionados com o problema.

A pesquisa foi aplicada pela Foco, empresa de análise de opinião e mercado de Florianópolis, por encomenda da Confederação Nacional do Transporte (CNT) e seus braços social (Sest) e de aprendizagem (Senat). Há quase dez anos, a instituição promove o combate ao crime nas estradas por meio do seu Programa de Enfrentamento à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes/Esca.

Dar um salto de qualidade na formulação e planejamento de metas e projetos para o programa de enfrentamento foi o objetivo da pesquisa. Paralelamente, os pesquisadores aferiram cinco instituições especializadas no tema. O conjunto de informações deu origem a dados inéditos, que poderão enriquecer a elaboração de políticas públicas –, embora suas conclusões sejam, em maior ou menor grau, visíveis aos observadores da temática.

Concluído no final do ano passado, para compor o conteúdo de um livro editado esta semana pelo Sest/Senat, o relatório final da pesquisa tem 160 páginas. Foram entrevistados 50 motoristas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-oeste; no Sudeste foram 55 e, no Sul, 56. O relatório Foco, mostra um quadro recorrente de abuso e exploração do público infanto-juvenil, facilitado pela enorme população de risco, semelhante a de um grande país europeu, a França continental.

Cerca de 80% dos caminhoneiros afirma ser comum a prostituição de adolescentes, em maior ou menor intensidade, especialmente de meninas. Segundo eles, é comum ver colegas do volante com prostitutas em 97% dos casos; dar carona para crianças e adolescentes, apesar de proibido, acontece em 53% dos casos observados. Em 44,6% das ocasiões, os caminhoneiros admitem acontecer ‘programas’ com meninos e meninas.
Tal índice de respostas, que corresponde à quase metade dos entrevistados, revela o tamanho do problema da exploração sexual de menores nas estradas. A população de caminhoneiros que trafega pelas estradas do país corresponde a mais de dois milhões de pessoas. As respostas referem-se ao que esses caminhoneiros dizem ver nas estradas. Os próprios entrevistados negaram ter essas relações com menores. Os profissionais que se dispuseram a falar para a Foco são rigorosos na avaliação de adultos que mantêm relações com crianças: taxam-nos de loucos’, ‘doentes’, ‘anormais’, ’sem caráter, dignidade, sensibilidade; desprovidos de consciência ou vergonha dos atos’. Um grupo deles atribui a preferência pelo sexo infanto-juvenil à fantasia sexual, fetiche, elegia à mulher ‘zerada’, pouco ‘rodada’.

“Tem corpo de mulher”

“Além de serem novas e bonitas, oferecem-se à prostituição, insinuam-se aos caminhoneiros e estes não resistem”, reconhece o relatório. Os longos períodos longe de casa e o uso de drogas empurram ainda mais o caminhoneiro à prática sexual com crianças, dizem os caminhoneiros em algumas respostas Mas se os caminhoneiros entrevistados rejeitam o sexto com crianças, com adolescentes o comportamento já não é tão rígido. “O mesmo raciocínio não se aplica a sexo com adolescentes, que possui mais anuência por parte dos caminhoneiros’, observa o relatório.

Ou seja, a aparência corporal é decisiva para definir a escolha: quanto mais a garota aparentar maturidade física, maior a tolerância com a prática do abuso. Tal constatação corresponde ao depoimento de um dos voluntários ATS (Agente de Transformação Social), do Programa ESCA, da CNT/SestSenat, que, em seu diário de bordo, cita uma justificativa apresentada por um colega para a prática: ‘É criança, mas tem corpo de mulher!’.

Pobreza, miséria e drogas

Para 38,5% dos caminhoneiros, pobreza, miséria e drogas são fatores causadores da exploração sexual de crianças e adolescentes. Eles acreditam que a falta de renda para manter casa e família, a pobreza crônica, a fome, a necessidade de encontrar alguma forma de sobreviver, empurram a vítima fragilizada rumo à prostituição infanto-juvenil.

O questionamento que os entrevistados fazem é sobre a ausência do estado e do conselho tutelar: ‘Onde estão? Que fazem para minimizar a situação? Por que não apóiam a família para que filhos não sejam induzidos à prostituição?’ Outro ponto observado na análise: crianças e adolescentes que usam drogas encontram na prostituição uma fonte de renda alternativa e instantânea para sustentar o vício. “Neste caso, (os pesquisados) mostram menor compreensão, responsabilizando até mesmo a criança pelo uso de drogas e consequente prostituição. “As meninas de dez anos sabem muito bem o que querem”, garantem alguns depoimentos.

Quase 35% dos caminhoneiros acreditam que a exploração sexual tem origem na falta de estrutura familiar. Para esse grupo, o núcleo familiar “está esfacelado, desestruturado psicologicamente, deixando filhos abandonados, desamparados, destituídos de educação, de limites, orientação, cuidados e amor; jogados no mundo e, consequentemente, expostos às situações a eles inerentes”.

Os entrevistados também questionam a ausência dos pais e os maus exemplos de casa. Também testemunham a ocorrência de casos de pais que obrigam e oferecem os filhos à prostituição, especialmente no Norte e no Nordeste. Os maus tratos e até mesmo o abuso sexual dentro da própria casa forçam e estimulam as crianças a viverem nas ruas e à prostituição. Em alguns casos, os pais viveram, no passado, a realidade atual dos filhos.

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Veja o perfil dos entrevistados

Caso Palocci: decisão antes do amanhecer

Pedro do Coutto

Escrevo este artigo, recorrendo a título de filme famoso sobre episódio da segunda Guerra, no início da tarde de sexta-feira, para a edição de domingo. Portanto, sem saber quais foram as explicações de Antonio Palocci. Quando o artigo for publicado, é possível que Palocci, afastado por ele mesmo, tenha pedido demissão e não seja mais o ministro chefe da Casa Civil. Com a ressalva, escapo do risco de colocar em hipótese próxima um desfecho já acontecido.

A presidente Dilma Roussef – leio as reportagens publicadas em O Globo, Folha de São Paulo e O Estado de São Paulo – finalmente cobrou explicações públicas sobre os temas das assessorias prestadas a empresas que tanto rendimento proporcionaram ao consultor e quanto rendeu negativamente para o governo. Um processo rumoroso, como se dizia antigamente, que o próprio protagonista principal transformou em escândalo. Além das matérias de Maria Lima, Luiza Damé, Chico de Góis e Cristiane Jungblut, O Estado de São Paulo saiu com seu clássico editorial: “Situação limite”. Tal enfoque por si só diz tudo.

Além disso, cresce em importância política a entrevista da presidente da República à repórter Ana Flor, Folha de SP, afirmando não ser refém de acontecimentos e pessoas. Com isso, Dilma respondeu a Anthony Garotinho e a todos aqueles que desejam usar a improvável blindagem a Palocci ao rompimento de limites partidários quanto ao preenchimento de cargos no segundo escalão. Ou então, caso do ex-governador do RJ, à aprovação do projeto de emenda constitucional do deputado Arnaldo Faria de Sá que eleva para 3 mil reais o isso dos soldados da PM e do Corpo de Bombeiros.

Por isso, inclusive, é que Palocci tem de sair do executivo. Sua presença, além de paralisar a atuação do Planalto, ainda por cima expõe Roussef a investidas de clara chantagem política. Não dá pé.

Palocci, paralelamente, criou um mar de contradições. Uma delas envolvendo o deputado Marco Maia, presidente da Câmara Federal. Enquanto na tarde de quinta-feira, Maia anunciava que iria anular a convocação de Palocci pela Comissão de Agricultura, o próprio convocado já revelava estar disposto a fornecer uma explicação pública pela televisão, o que aconteceria na noite sexta-feira.

Ora, se o ministro já deu a tal explicação pública, não existe mais o menor motivo para que também não o faça na Comissão de Agricultura. E na tela da TV ou nas respostas à Procuradoria, Palocci nunca não traz nada de novo, apenas repete as mesmas alegações. Mas deixa mal o presidente da Câmara. Marco Maia, que fica numa posição ridícula, ao querer blindar quem promete se explicar.
Como escrevi outro dia, o cargo de chefe da Casa Civil é essencial, e seu desempenho, da mais absoluta confiança. O presidente, no caso atual a presidente, não pode ser traída, muito menos lançada a redemoinhos políticos por causa de quem exerce um posto cuja nomeação depende da caneta presidencial. Mas acontecem tais casos. Lula teve que demitir José Dirceu e Erenice Guerra. Dilma Rousseff vai ter que demitir Antonio Palocci. Juscelino Kubitschek teve que demitir o jornalista Alvaro Lins. O erro de Ernesto Geisel foi o de não demitir Golberi que gravava suas conversas telefônicas, até as trocadas em sua residência, portanto fora do Planalto.

O jornalista Élio Gáspari, em sua monumental obra sobre a ditadura de 64 e suas diversas fases, conseguiu, por essas gravações, escrever a série de livros, aos quais acrescentou o brilho de seu talento e sua capacidade de interpretação. É isso aí.

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OUTRO ASSUNTO

Ótima e motivo de grande satisfação para os jornalistas, digo por mim, a eleição de Merval Pereira para a ABL. Sua presença vai acrescentar muito à cultura política do país.

Fonte: Tribuna da Imprensa

Lições de Agamenon

Sebastião Nery

RIO – Agamenon Magalhães, o mais poderoso pernambucano do século passado, seminarista de Olinda, formado em Direito em 1916, deputado federal de 1924 a 30, constituinte de 1934, ministro do Trabalho de 1934 a 37, ministro da Justiça em 1937, interventor de Pernambuco de 1937 a 45, foi novamente ministro da Justiça em 1945.

“Em 22 de junho, assinou a primeira lei brasileira antitruste, chamada por seus adversários (como Assis Chateaubriand) de Lei Malaia, em alusão ao apelido de O Malaio dada ao ministro em virtude de suas feições asiáticas. O poeta Manoel Bandeira chegara a chamá-lo satiricamente de China Gordo. A lei antitruste criou a Comissão Administrativa da Defesa Econômica, o CADE” (FGV), aí até hoje.

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BARBOSA LIMA

Fundador do PSD em 1945, constituinte de 1946, deputado federal de 1946 a 51, lançou em 1947 a candidatura a governador de Pernambuco de Barbosa Lima Sobrinho, que se elegeu.

Nas vésperas da posse, a especulação em Pernambuco era se o secretariado de Barbosa Lima seria mais indicado por Agamenon ou se por ele mesmo. No dia da posse, Barbosa Lima, através do filho de Agamenon, Paulo Germano (depois deputado de 1955 a 1959 e diretor do “Correio da Manhã”), mandou um cartão a Agamenon, comunicando-lhe o secretariado escolhido. Terminava assim :

- Meu mestre me ensinou : ninguém governa governador.

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O DISCURSO

Em 1950, a candidatura de Agamenon a governador era inevitável. O PSD lançou-o contra João Cleofas, da UDN. Agamenon ganhou, mesmo perdendo em Recife, que ele chamou de “cidade cruel”. Os amigos de Agamenon acusaram Barbosa Lima de, como governador, haver feito corpo mole e pouco participado da campanha.

Na cerimônia de posse e transmissão do governo, no salão nobre, esperava-se um grande discurso-manifesto de Agamenon. Barbosa Lima falou primeiro, prestando contas do governo e despedindo-se. Na hora de Agamenon falar, ele apenas estendeu a mão para Barbosa Lima e disse :

- Boa viagem!

E entrou para o gabinete.

***
LULA

É do mesmo Agamenon esta outra lição, que Palocci devia saber :

- O homem público não compra, não vende nem troca.

Em 24 de agosto de 1952, dois anos antes do suicídio de Vargas, o gigante Agamenon foi fulminado por um enfarte.

Lula não sabe dessas coisas. De poucas coisas Lula sabe, além de um palanque armado e uma garrafinha estimulante. Mas certamente ele sabe, e sabe bem, das tretas e mutretas da inexplicavel fortuna de Palocci. E já é hora de aprender a lição de Agamenon ensinada a Barbosa Lima:

- Ninguém preside presidente.

***

JK

Juscelino traduzia a lição de Agamenon sobre política e negócios com uma definição que Ulysses Guimarães gostava de repetir :

- O empresário pode ser político. Mas não ao mesmo tempo. Ninguém pode ser político e empresário ao mesmo tempo. Se quiser ser político, o empresário deve deixar imediatamente seus negócios. Se não, perde como político e perde como empresário.

Tudo isso está sintetizado na sabedoria de Clarice Lispector:

- Até acabar com os próprios defeitos é perigoso. A gente não sabe sobre qual deles nós construímos nosso edifício.

*** �
GLEISI

O PT está cada dia mais sentindo o estrago que Palocci está fazendo ao governo de Dilma e ao próprio partido. Apesar do cerco que Palocci armou para o governo e o PT não falarem nada sobre seus misteriosos milhões multiplicados entre a vitória e a posse de Dilma, começam a pipocar nos jornais e televisões opiniões independentes.

1. – Senadora Gleisi Hoffman do PT do Paraná, além de mulher do ministro das Comunicações Paulo Bernardo, dos mais próximos de Dilma: “Os mensaleiros cometeram erros graves em nome de um projeto coletivo. Esse não é o caso de Palocci” (Folha).

2. – Edinho Silva, presidente do PT de São Paulo : “Palocci tem esclarecimentos a dar para a nação brasileira e para os organismo do governo, e os dará” (Folha).

3 – André Vargas, secretário nacional de Comunicação do PT: “O Palocci deve explicações ao pais e vai dar. Tenham certeza de que vai dar, porque ele não tem nada o que esconder.

(Se não tem nada a esconder, por que não deu até agora? Na TV , só repetiu as mesmas alegações de sempre”).

Fonte: Tribuna da Imprensa

Redundâncias extemporâneas

Carlos Chagas

Não se dirá que a crise envolvendo Antônio Palocci teve causas administrativas, pois foram apenas patrimoniais, mas poderia muito bem ter sido. Porque desde o governo Fernando Collor, com Itamar Franco de fora, que tem gente demais no terceiro andar do palácio do Planalto. Assessores e ministros fazendo a mesma coisa, batendo cabeça e cultivando superposições de tarefas. Por que, por exemplo, a presidente Dilma Rousseff dispõe de Casa Civil e Secretaria Geral, dois órgãos cujas atribuições se entrelaçam, muitas vezes conflitam-se, tornando seus titulares até adversários?

Não adianta dizer que em todos os governos os dois ministros são amigos, dão-se muito bem, as famílias se freqüentam e vivem aos abraços, porque a vida não é assim. Um fica de olho no trabalho do outro. Investigam as atenções que o presidente dedica mais a este do que àquele. Preocupam-se com a repercussão de suas iniciativas nos meios de comunicação. Até o lugar nas fotografias, à direita ou à esquerda do chefe, é motivo para disputas. A redundância de ações complica mais do que resolve.

Tudo começou no governo Collor. Para acomodar o cunhado diplomata, o jovem presidente criou a Secretaria Geral, paralela à Casa Civil. Itamar desprezou a divisão. Fernando Henrique inventou a Secretaria Particular, que era muito mais pública, depois outra vez denominada de Secretaria Geral. O Lula manteve a dualidade, com José Dirceu e Dilma Rousseff na metade maior e Luis Dulci na menor, apenas por questão de personalidades distintas. A sucessora conservou a fórmula, ainda que a indicação tanto para a Casa Civil quanto para a Secretaria Geral partisse do antecessor: Antônio Palocci numa, Gilberto Carvalho na outra, designados pelo primeiro-companheiro.

Ganha uma viagem a Bangladesh, só de ida, quem descobrir quem faz o quê, acima e além do organograma burocrático indicando coordenação administrativa para um e contacto com entidades sociais, para outro. Na verdade, todos os dias, ambos sentam-se ao lado de Dilma, para análise da conjuntura e dos problemas do dia. Atropelam-se quando alguma iniciativa incomum precisa ser adotada.

Na hipótese da defenestração de Palocci, seria o caso de a presidente resolver a questão. Reunir as duas estruturas numa só, tanto faz se for com Gilberto Carvalho, Fernando Pimentel, Paulo Bernardo ou outro. Seria bom que o escolhido fosse buscar experiências com Ronaldo Costa Couto, o último chefe da Casa Civil, no governo José Sarney, a não dividir e a centralizar as funções de primeiro-ministro ad hoc. Esfalfava-se, perdia horas de sono, mas controlava o governo, uma espécie de peneira que preservava o presidente. Sua receita era uma só: cercar-se de bons auxiliares, delegar competências, mas exercer na plenitude suas funções de chefe da casa do presidente da República.

***
MALUF QUIS OU NÃO QUIS MATAR TANCREDO?

A história política é plena de mistérios. À medida em que o tempo passa os personagens vão tomando o rumo do céu e as dúvidas se multiplicam. Existe um episódio que, por desígnio dos deuses, ainda mantém vivas suas duas principais testemunhas. Sustenta até hoje o general Newton de Oliveira e Cruz, entrado nos noventa anos, que caracterizada a iminente vitória de Tancredo Neves no Colégio Eleitoral, certa manhã de domingo foi procurado por Paulo Maluf, candidato a ser derrotado. Jogava peteca com amigos, seu esporte preferido, mas interrompeu a partida parta receber o visitante inesperado. O objetivo da conversa não demorou. Maluf aventava a hipótese de Tancredo sofrer “um acidente” capaz de afastá-lo da sucessão e da vida, situação capaz de ser arquitetada pelos aparelhos de segurança.

Conforme a versão do general, que havia chefiado o SNI e tinha seu nome ligado à repressão, o visitante deixou claro que para a preservação do movimento militar, a proposta era de um atentado contra Tancredo Neves. Completa dizendo que levantou-se e botou Maluf para fora de sua casa.

No reverso da medalha, o ainda deputado sustenta que em nenhum momento da conversa sugeriu qualquer ação contra o adversário. Ainda imaginava sair vencedor na eleição indireta e queria sentir o pensamento dos militares. Depois de a história aparecer na imprensa através de uma entrevista do general, Maluf entrou com representação na Justiça, pretendendo condená-lo como detrator, mas o processo foi arquivado por falta de conteúdo.

A gente recorda esse episódio ainda inconcluso para que tenha noção de quanto a crônica política apresenta lapsos na memória nacional. Tancredo ganhou mas não levou, caindo doente horas antes de assumir a presidência da República.

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CUIDADO COM OS RUSSOS

O sucesso econômico da Rússia é inegável, depois de haver chegado ao fundo do poço, em seguida à dissolução da União Soviética. O petróleo e o gás da Sibéria salvaram o país, hoje em pleno desenvolvimento. O problema é que os russos mantêm a mesma arrogância dos soviéticos. Julgam que o mundo depende deles mais do eles do mundo. Ainda agora acabam de proibir a importação de carne de 82 empresas brasileiras, sob o pretexto de problemas com o produto. Somos o seu maior fornecedor. Se o fluxo for interrompido, enfrentaremos grande prejuízo e, por isso, missão comercial brasileira prepara-se para viajar a Moscou para demonstrar que nossa carne bovina e suína é boa. Só que vamos de chapéu na mão, dispostos a fazer todo o tipo de concessões para conservarmos o mercado.

Aqui a relação fica podre. Porque se necessitamos exportar, muito mais eles precisam importar. Paralisada a operação, nossos produtores perderão dinheiro até encontrarem outros compradores. Mas os russos correm o risco de passar fome. Muito pior para eles. Seria bom que fossemos em condições de igualdade para as negociações.

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MAIS AINDA COM OS CHINESES

A China é o novo milagre do planeta, ainda que parcial, porque do bilhão e trezentos milhões de chineses, só 20% beneficiam-se do capitalismo estatal lá vigente. O resto da população vive no interior, na pobreza, proibida de chegar às fabulosas cidades do litoral. Também, se deixassem, implodiria tudo.

O problema é que a China precisa expandir-se para garantir a progressiva ascensão do conjunto. Seus negócios tomam conta da Ásia, da África e aproximam-se da América do Sul. Querem financiar e tornar mais rentáveis suas importações de produtos primários brasileiros. Estamos lucrando com as exportações de minério de ferro, soja, madeira e muita coisa a mais, apesar de voltarmos ao passado de fornecedores de matéria prima. Acontece que os chineses descobriram que comprando terras no Brasil, podem instalar aqui suas empresas produtoras, lucrando duplamente com as exportações e chegando até a controlar os preços da produção. E como estão comprando, geralmente atrás de testas de ferro e de “laranjas” nacionais. Daqui a pouco instalarão aqui a China Ocidental. É bom tomar cuidado.

Fonte: Tribuna do Povo

Redundâncias extemporâneas

Carlos Chagas

Não se dirá que a crise envolvendo Antônio Palocci teve causas administrativas, pois foram apenas patrimoniais, mas poderia muito bem ter sido. Porque desde o governo Fernando Collor, com Itamar Franco de fora, que tem gente demais no terceiro andar do palácio do Planalto. Assessores e ministros fazendo a mesma coisa, batendo cabeça e cultivando superposições de tarefas. Por que, por exemplo, a presidente Dilma Rousseff dispõe de Casa Civil e Secretaria Geral, dois órgãos cujas atribuições se entrelaçam, muitas vezes conflitam-se, tornando seus titulares até adversários?

Não adianta dizer que em todos os governos os dois ministros são amigos, dão-se muito bem, as famílias se freqüentam e vivem aos abraços, porque a vida não é assim. Um fica de olho no trabalho do outro. Investigam as atenções que o presidente dedica mais a este do que àquele. Preocupam-se com a repercussão de suas iniciativas nos meios de comunicação. Até o lugar nas fotografias, à direita ou à esquerda do chefe, é motivo para disputas. A redundância de ações complica mais do que resolve.

Tudo começou no governo Collor. Para acomodar o cunhado diplomata, o jovem presidente criou a Secretaria Geral, paralela à Casa Civil. Itamar desprezou a divisão. Fernando Henrique inventou a Secretaria Particular, que era muito mais pública, depois outra vez denominada de Secretaria Geral. O Lula manteve a dualidade, com José Dirceu e Dilma Rousseff na metade maior e Luis Dulci na menor, apenas por questão de personalidades distintas. A sucessora conservou a fórmula, ainda que a indicação tanto para a Casa Civil quanto para a Secretaria Geral partisse do antecessor: Antônio Palocci numa, Gilberto Carvalho na outra, designados pelo primeiro-companheiro.

Ganha uma viagem a Bangladesh, só de ida, quem descobrir quem faz o quê, acima e além do organograma burocrático indicando coordenação administrativa para um e contacto com entidades sociais, para outro. Na verdade, todos os dias, ambos sentam-se ao lado de Dilma, para análise da conjuntura e dos problemas do dia. Atropelam-se quando alguma iniciativa incomum precisa ser adotada.

Na hipótese da defenestração de Palocci, seria o caso de a presidente resolver a questão. Reunir as duas estruturas numa só, tanto faz se for com Gilberto Carvalho, Fernando Pimentel, Paulo Bernardo ou outro. Seria bom que o escolhido fosse buscar experiências com Ronaldo Costa Couto, o último chefe da Casa Civil, no governo José Sarney, a não dividir e a centralizar as funções de primeiro-ministro ad hoc. Esfalfava-se, perdia horas de sono, mas controlava o governo, uma espécie de peneira que preservava o presidente. Sua receita era uma só: cercar-se de bons auxiliares, delegar competências, mas exercer na plenitude suas funções de chefe da casa do presidente da República.

***
MALUF QUIS OU NÃO QUIS MATAR TANCREDO?

A história política é plena de mistérios. À medida em que o tempo passa os personagens vão tomando o rumo do céu e as dúvidas se multiplicam. Existe um episódio que, por desígnio dos deuses, ainda mantém vivas suas duas principais testemunhas. Sustenta até hoje o general Newton de Oliveira e Cruz, entrado nos noventa anos, que caracterizada a iminente vitória de Tancredo Neves no Colégio Eleitoral, certa manhã de domingo foi procurado por Paulo Maluf, candidato a ser derrotado. Jogava peteca com amigos, seu esporte preferido, mas interrompeu a partida parta receber o visitante inesperado. O objetivo da conversa não demorou. Maluf aventava a hipótese de Tancredo sofrer “um acidente” capaz de afastá-lo da sucessão e da vida, situação capaz de ser arquitetada pelos aparelhos de segurança.

Conforme a versão do general, que havia chefiado o SNI e tinha seu nome ligado à repressão, o visitante deixou claro que para a preservação do movimento militar, a proposta era de um atentado contra Tancredo Neves. Completa dizendo que levantou-se e botou Maluf para fora de sua casa.

No reverso da medalha, o ainda deputado sustenta que em nenhum momento da conversa sugeriu qualquer ação contra o adversário. Ainda imaginava sair vencedor na eleição indireta e queria sentir o pensamento dos militares. Depois de a história aparecer na imprensa através de uma entrevista do general, Maluf entrou com representação na Justiça, pretendendo condená-lo como detrator, mas o processo foi arquivado por falta de conteúdo.

A gente recorda esse episódio ainda inconcluso para que tenha noção de quanto a crônica política apresenta lapsos na memória nacional. Tancredo ganhou mas não levou, caindo doente horas antes de assumir a presidência da República.

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CUIDADO COM OS RUSSOS

O sucesso econômico da Rússia é inegável, depois de haver chegado ao fundo do poço, em seguida à dissolução da União Soviética. O petróleo e o gás da Sibéria salvaram o país, hoje em pleno desenvolvimento. O problema é que os russos mantêm a mesma arrogância dos soviéticos. Julgam que o mundo depende deles mais do eles do mundo. Ainda agora acabam de proibir a importação de carne de 82 empresas brasileiras, sob o pretexto de problemas com o produto. Somos o seu maior fornecedor. Se o fluxo for interrompido, enfrentaremos grande prejuízo e, por isso, missão comercial brasileira prepara-se para viajar a Moscou para demonstrar que nossa carne bovina e suína é boa. Só que vamos de chapéu na mão, dispostos a fazer todo o tipo de concessões para conservarmos o mercado.

Aqui a relação fica podre. Porque se necessitamos exportar, muito mais eles precisam importar. Paralisada a operação, nossos produtores perderão dinheiro até encontrarem outros compradores. Mas os russos correm o risco de passar fome. Muito pior para eles. Seria bom que fossemos em condições de igualdade para as negociações.

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MAIS AINDA COM OS CHINESES

A China é o novo milagre do planeta, ainda que parcial, porque do bilhão e trezentos milhões de chineses, só 20% beneficiam-se do capitalismo estatal lá vigente. O resto da população vive no interior, na pobreza, proibida de chegar às fabulosas cidades do litoral. Também, se deixassem, implodiria tudo.

O problema é que a China precisa expandir-se para garantir a progressiva ascensão do conjunto. Seus negócios tomam conta da Ásia, da África e aproximam-se da América do Sul. Querem financiar e tornar mais rentáveis suas importações de produtos primários brasileiros. Estamos lucrando com as exportações de minério de ferro, soja, madeira e muita coisa a mais, apesar de voltarmos ao passado de fornecedores de matéria prima. Acontece que os chineses descobriram que comprando terras no Brasil, podem instalar aqui suas empresas produtoras, lucrando duplamente com as exportações e chegando até a controlar os preços da produção. E como estão comprando, geralmente atrás de testas de ferro e de “laranjas” nacionais. Daqui a pouco instalarão aqui a China Ocidental. É bom tomar cuidado.

Fonte: Tribuna do Povo

Palocci caiu na boca do povo, virou piada. É um fenômeno em termos de consultoria de economia e finanças, porém não tem mais prestígio ou credibilidade para ser homem público.

Carlos Newton

Na internet, há vários dias circula a “Corrente do Palocci”, em que ele aparece como se fosse um Buda. A mensagem avisa que, se você não quebrar a corrente e repassar a mensagem para 20 amigos, fica rico mais facilmente do que o ministro. Realmente hilário.

Agora, passou a circular na web mais uma piada, que nos foi enviada pelo advogado José Carlos Werneck, colaborador da Tribuna em Brasília. Diz o seguinte: “Segundo fontes seguríssimas, o banqueiro Horácio Cortez, personagem do ator Herson Capri, na novela “Insensato Coração”, após assistir a entrevista do ministro, resolveu fazer uma proposta milionária para que Pallocci ocupe uma importante diretoria do Banco Andrade Cortez, convencido de que o ainda chefe da Casa Civil é uma fera em matéria de finanças”.

Brincadeiras à parte, o fato é que Palocci não tem a menor condição de continuar no governo. Basta revermos com atenção as explicações do advogado José Roberto Batochio na entrevista à TV Globo, que foram repetidas por Palocci como se fosse um boneco de ventríloco. (Aliás, nessa história toda, Batochio é o único que vai se sair bem, pois está levando boa parte da fortuna acumulada pelo ministro dublê de “consultor empresarial”).

Como todos sabem, o “Jornal Nacional” divulgou apenas uma pequena parte da entrevista ao repórter Julio Mosquera. A íntegra foi exibida pela GloboNews. É preciso reconhecer que o jornalista fez um trabalho perfeito. Estava muito preparado, dominando inteiramente o assunto. Fez todas as perguntas possíveis e imagináveis, usou ao máximo as informações disponíveis, inclusive citou possíveis “clientes”, colocando o ministro em apuros. E sem agressividade, contestou algumas alegações de Palocci, demolindo-as com competência invulgar.

A mais curiosa explicação de Palocci foi sobre o faturamento de R$ 20 milhões no ano eleitoral, justamente quando ele estava por demais assoberbado: primeiro, como coordenador da campanha de Dilma Rousseff: depois, como chefe da chamada “transição de governo”. Vejamos o que alegou:

“Os valores podem ser aproximados, eu não tenho eles nesse momento. Mas o que ocorre é que, no mês de dezembro, eu encerrei as atividades da empresa, dado que ia assumir um cargo na Casa Civil, no governo federal. Eu promovi um encerramento das atividades todas de consultoria da empresa, todos os contratos que eu tinha há dois anos, há cinco anos, há três anos, foram encerrados e eles foram quitados”, disse.

“Ou seja, aqueles serviços prestados até aquele momento foram pagos nesse momento. Por isso que há uma arrecadação maior nesse final de ano, mas são contratos de serviços prestados”, acrescentou o ministro.

Parece incrível que Palocci tenha afirmado isso. Todos sabem que, quando há um contrato entre uma empresa e uma prestadora de serviços (no caso, “consultoria”), sempre que ocorre um fato imprevisto e o serviço tem que deixar de ser prestado, a empresa simplesmente declara o contrato extinto e não faz mais pagamentos. Com Palocci, porém foi diferente: todos os clientes decidiram espontaneamente pagar pelos serviços que jamais seriam prestados. É realmente um consultor muito especial, digamos assim.

Se Palocci pensou que essa entrevista iria passar algum alvejante mágico em sua imagem encardida, está totalmente equivocado. A gravação serviu apenas para mostrar que o chefe da Casa Civil não consegue explicar nada, suas alegações beiram ao ridículo, justificando as piadas que já circulam sobre ele.

Ficou mais do que patente que Palocci não conseguirá convencer o Ministério Público Federal, que requisitou à empresa de consultoria Projeto e à Receita Federal a entrega de documentos que possam comprovar quais são os clientes da empresa e os pagamentos recebidos.

A Projeto e a Receita agora têm até o próximo dia 16 para entregar a resposta aos ofícios encaminhados pelo procurador da República no Distrito Federal Paulo José Rocha Júnior, que abriu em Brasília uma investigação preliminar sobre o enriquecimento de Palocci.

Rocha Júnior cobrou da Projeto os seguintes documentos: escrituração contábil, contratos de prestação de serviços e possíveis aditivos, e comprovantes da prestação de serviços feitos, incluindo cópias de pareceres, atas das reuniões e atestados de recebimento.

Da Receita, a Procuradoria cobrou cópias da declaração de Imposto de Renda da consultoria Projeto desde sua criação, em 2006. Segundo a Receita, o pedido será “respondido na forma da lei”, sem esclarecer se entregará ou não os documentos requisitados.

Por sua vez, a Procuradoria-Geral da República informou que não divulgará o conteúdo das explicações já enviadas por Palocci. Sabe-se apenas que o procurador geral da República, Roberto Gurgel, pediu que o ministro se manifestasse sobre quatro representações protocoladas por partidos de oposição.

Se entender que as explicações não foram suficientes, Gurgel poderá então determinar a abertura de mais uma investigação sobre Palocci, que precisa sair do governo o mais rápido possível, antes que essas investigações e os consequentes processos judiciais se compliquem, e o advogado leve todo o dinheiro que restou ao ministro-consultor.

Já ia esquecendo: a Veja traz novidades sobre Palocci: o apartamento em que ele mora há tempos (não o novo, recém-comprado por R$ 6,6 mil em duas parcelas) pertence a uma empresa de fachada e está em nome de dois laranjas.

Fonte: Tribuna da Imprensa

Fotos do dia

A ex-BBB Mayra Cardi, 27 anos, posou para o site Paparazzo A gata diz que não são os bíceps de um homem que a atraem Torcedores esbanjam alegria e fé no churrascão do Fielzão
Crianças fazem brinquedos usando material reciclável durante a Virada Sustentável Marcha das Vadias leva 400 pessoas à av. Paulista Torcedor corintiano prepara a carne no churrascão do Fielzão

Leia Notícias do seu time


Dívida no cartão se arrasta por anos

Paula Cabrera
do Agora

O aumento para 15% no pagamento do mínimo na fatura do cartão já está valendo a partir desta semana, mas a mudança proposta pelo Banco Central não deve resolver o problema do endividamento. Para especialistas, mesmo com a alteração, quem bancar apenas o mínimo, pagará juros altos e enfrentará muitos anos até quitar a dívida total, assim como acontecia com a cobrança dos 10%.

Isso ocorre porque, apesar de o valor ter aumentado, não há qualquer controle no índice de taxas do rotativo - juros pela utilização do valor que não foi parcelado.

Por exemplo, um consumidor que paga o mínimo de uma fatura de R$ 1.000 por um ano, arrasta a dívida por mais dez anos.

Leia esta reportagem completa na edição impressa do Agora neste domingo

INSS prevê ter de pagar troca benefício

Ana Magalhães e Carolina Rangel
do Agora

A troca de aposentadoria, ação judicial que permite que o aposentado que trabalha aumente o valor do seu benefício, vem preocupando não apenas o INSS, mas a equipe econômica do governo. Pela primeira vez, a troca de benefícios (também conhecida como desaposentação), aparece na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2012 como um "risco fiscal", ou seja, como uma questão que pode vir a ser aceita pelo Judiciário e aumentar os gastos do governo.

A troca de aposentadoria não é aceita no posto do INSS, mas, na Justiça, há decisões favoráveis ao aposentado. A discussão já chegou ao STF (Supremo Tribunal Federal) e poderá ser julgada neste ano.

Caso a troca de benefícios seja aceita pelo Supremo, o INSS teria um gasto extra de R$ 2,7 bilhões ao ano, segundo o Ministério da Previdência. Entretanto, especialistas dizem acreditar que o Supremo possa ceder a pressões do governo e terminar concedendo a troca, mas desde que o aposentado devolva o que já recebeu do INSS.

Leia esta reportagem completa na edição impressa do Agora neste domingo,

sábado, junho 04, 2011

PREFEITO DE JEREMOABO LOTEIA DIREITO DO CIDADÃO.

Entrada, porta principal da Escola(Foto acima)
Local onde está sendo construido a lanchonete(Foto acima)
Construção bastante adiantada(Foto acima)
Marca do local onde o MEIO AMBIENTE FOI AGREDIDO(Foto acima))
Parte da árvore pública arrancada decepada da calçada(Foto acima)? Cadê as "otoridades" responsáveis que embargaram Marcos Dantas e outros???


Informo que nada tenho contra atividade empresarial do proprietário da obra, pois sempre faço meus lanches lá, mas sim contra o ato doloso do (des)governo municipal de Jeremoabo que permite a interditação da calçada de Escola Pública, privando o cidadão de ir e vir pelo passeio público, numa das praças da cidade, e o mais grave nos fundos de uma escola.

Para ser mais específico sobre a violência a passagem urbanística e o direito do cidadão, me refiro a construção que vem sendo levado a efeito na calçada da Escola Carvalho Sá que já era uma agressão a paisagem e agora a situação é levada ao absurdo. Quando Deri, Beto do Caju e Marco Dantas adquiriram a sede da Fazenda Nossa senhora de Brotas, Casa do Cel. João Sá, e limpavam em derredor tiveram,sob a alegação da derrubada de um juazeiro, tiveram os serviços embargados com a presença do prefeito, sua irmã, alma dos parentes do prefeito, polícia e secretário municipal. Parece que agora, anos após, se chega a um consenso de preservar a memória da cidade, proporcionando a implantação de loteamento.

Aqui fica mais um fato que o “tista de deda”, à distância, já que vem a Jeremoabo a passeio, administra a “capitania hereditária de Jeremoabo” dando aos amigos, não a gratidão, porém, os bens públicos, quando aos inimigos não se lhes aplica a lei, porém “perseguição bestial”.

Como parcela considerável da população pactua com os desmandos administrativos do Prefeito como feitos de um deus grego, pois é, desvio de finalidade do uso da coisa pública em Jeremoabo é motivo de regojizo e oposição calou, até na Câmara, já que vereadores eleitos pela oposição debandearam, restando o último dos moicanos Jairo do sertão, parece até que nada mais resta a fazer, exceto esperar que um dia e certo dia, os Judiciários Estadual e Federal venham dar uma resposta e um jeito na insanidade.

Aproveitamos este Blog para para denunciar o presente caso ao Ministério Público para responsabilizar o prefeito por prevaricação, improbidade administrativa, abuso de poder e violação inerente ao cargo e dilapidação do patrimônio público.

Ele tista de deda, o .......(já que estamos censurados por decisão judicial) despreza o interesse público como troca de favores.

Jornais: Palocci nega ter detalhado consultoria a Dilma

FOLHA DE S.PAULO

“Não entrei em detalhes com a presidente Dilma” – entrevista com Antônio Palocci (trecho)
O ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, afirmou ontem em entrevista à Folha que não informou à presidente Dilma Rousseff os nomes dos clientes de sua empresa de consultoria, a Projeto, nem a natureza dos serviços que ela prestou. "Não entrei em detalhes sobre os nomes dos clientes ou sobre os serviços prestados para cada um deles", disse Palocci, em sua primeira entrevista desde que a Folha revelou seu enriquecimento, há duas semanas.

Folha – O sr. forneceu à presidente a lista dos clientes de sua consultoria antes de assumir o cargo de ministro?
Antonio Palocci - Quando fui convidado pela presidente Dilma para assumir o cargo de ministro, comuniquei a ela que era sócio de uma consultoria e que teria que tomar providências a respeito. Antecipei que seguiria as normas e as determinações da Comissão de Ética Pública da Presidência. Não entrei em detalhes sobre nomes dos clientes ou serviços prestados para cada um deles. Antes de minha posse, o objeto social da empresa foi alterado, todos os seus contratos e atividades encerrados e a administração de seus recursos foi repassada a uma instituição financeira.

O sr. também não informou a presidente sobre o faturamento da empresa?
Não. Não achei que era adequado importunar a presidente com esse tipo de informação, esse tipo de detalhe. O que eu disse a ela claramente era sobre a existência da empresa, o que a empresa fazia, o que eu teria de resolver antes de entrar no governo. Se a empresa continuasse funcionando, haveria conflito de interesses.

E depois que a Folha revelou o faturamento de sua empresa em 2010?
Não falo sobre faturamento. O faturamento foi 100% informado aos órgãos de controle tributário e todos os impostos foram recolhidos. A Receita nunca multou a Projeto. Nem a Prefeitura de São Paulo. A empresa teve certidões de regularidade na Receita durante todo esse período. Isso para mim é que é o importante. Não acho adequado levar essas informações à presidente.

Mas nem depois que foi divulgado?
O que ela me sugeriu, o que me orientou, é que eu desse todas as informações necessárias à Procuradoria da República e explicasse os procedimentos da empresa.

Nem por curiosidade a presidente perguntou quem eram seus clientes e quanto o sr. faturou?
Não.

Por que o sr. não torna pública a lista de clientes, para que o país saiba se há conflitos de interesse na atuação do principal ministro do governo?
No governo da presidente Dilma não há ministros principais, sou um da equipe. Nunca escondi minhas atividades de consultoria. A empresa [Projeto] sempre esteve registrada em meu nome e de meu sócio na Junta Comercial, com seu objeto social, sede e demais dados disponíveis para consulta de qualquer pessoa. Lembro-me que jornais e revistas chegaram a noticiar algumas das atividades que realizei como consultor. Tomei cuidados adicionais, como, por exemplo, não prestar serviços para qualquer empresa, entidade ou órgão público e nunca permitir que a Projeto intermediasse ou defendesse interesses privados perante o poder público.

Não é por acaso que até agora ninguém apresentou qualquer fato concreto que possa sugerir algum desvio de conduta meu ou uma irregularidade nas atividades da empresa. Até agora não vi nenhuma acusação concreta, só luta política. Quanto à lista de clientes, é praxe que as relações comerciais entre empresas privadas sejam regidas pela confidencialidade. Isso ocorre por várias razões, inclusive pela sensibilidade empresarial das informações envolvidas e para proteger as estratégias de negócios dos clientes. Além disso, seria irresponsabilidade da minha parte expor, neste contexto de embate político, um conjunto de empresas renomadas em seus setores.

Não dei nada à campanha, diz ministro ao "JN"
Em entrevista ao "Jornal Nacional", da Rede Globo, o ministro Antonio Palocci negou que tenha arrecadado dinheiro para a campanha presidencial de Dilma usando a Projeto, sua empresa de consultoria. "Não existe nenhum centavo que se refira à política ou à campanha eleitoral [no faturamento da Projeto]", disse Palocci, em entrevista que foi gravada durante a tarde de ontem, em Brasília.

O ministro disse que não fez tráfico de influência. "Não existe nada mais difícil do que se provar aquilo que não se fez." Ele afirmou que não atuou junto a empresas públicas. Palocci se recusou a confirmar o faturamento de sua empresa, mas admitiu que foi próximo ao valor revelado pela Folha, de R$ 20 milhões apenas no ano passado.

Dilma já discute como será governo sem Palocci
Diante do agravamento da situação do ministro Antonio Palocci (Casa Civil), a presidente Dilma Rousseff passou a analisar não só nomes para substituí-lo como a estudar mudanças no perfil dos titulares do cargos núcleo-duro do Palácio do Planalto. Segundo a Folha apurou, ela cogita, num cenário de queda de Palocci, trocá-lo por um ministro de perfil "técnico", o que assessores da presidente tratam reservadamente como escalar uma "Dilma da Dilma".

Os nomes citados são o da ministra Miriam Belchior (Planejamento) e de Maria das Graças Foster, diretora da Petrobras. Foster, no início do ano, durante a montagem do governo, constou da lista de ministeriáveis. O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, também é cotado entre assessores presidenciais como possível substituto de Palocci.

Apesar de considerar o momento delicado e grave, Dilma mantém seu apoio ao ministro, mas avalia que o futuro dele vai depender da repercussão das entrevistas dadas à Folha e à TV Globo. Caso a repercussão seja negativa e a crise se agrave, Dilma, segundo assessores, espera que Palocci peça demissão, principalmente se a Procuradoria-Geral da República decidir abrir inquérito para investigá-lo. Segundo assessores, a presidente sente falta de um ministro voltado para o comando do dia-a-dia do governo, papel que ela desempenhou no governo Lula.

Imprensa age como oposição, diz Padilha
O ministro Alexandre Padilha (Saúde) afirmou ontem, em encontro com dirigentes petistas em Salvador, que o principal partido de oposição do país é a "grande imprensa". No discurso, ele não citou diretamente a crise política que envolve o ministro Antonio Palocci. Para Padilha, a imprensa deveria fazer reportagens sobre assuntos "positivos", como o plano do governo federal de erradicação da pobreza extrema, em vez de tratar apenas de "problemas".

Depois do ministro, o governador da Bahia, Jaques Wagner, falou da importância da coesão do PT, que reuniu 25 dos 27 presidentes estaduais, mesmo em "momento de turbulência". Na semana passada, Wagner disse, a uma rádio de Salvador, que a evolução patrimonial do titular da Casa Civil "chama a atenção". Questionado pela Folha sobre a crise envolvendo Palocci, Padilha disse: "Não falo sobre isso". Em seguida, o ministro deixou o local sem responder a outras perguntas. Seguranças impediram que a imprensa tentasse se aproximar dele novamente.

Oposição diz que cobrará ida de Palocci
Líderes da oposição afirmaram que irão insistir para que o ministro Palocci dê explicações sobre seu patrimônio à Câmara mesmo depois das entrevistas à Folha e ao "Jornal Nacional". Para os deputados, o Congresso é o local ideal para os esclarecimentos.

Oposição diz que explicações são insuficientes
A oposição classificou como "insuficientes" as declarações dadas ontem pelo ministro Antonio Palocci (Casa Civil) ao "Jornal Nacional", da Rede Globo, sobre sua empresa e cobrou esclarecimentos dele ao Congresso. Na entrevista, Palocci negou que haja no faturamento da Projeto recursos vinculados à campanha presidencial de Dilma Rousseff.

"A dúvida permanece: para quais empresas ele trabalhou? Quanto recebeu?", questionou o presidente do DEM, Agripino Maia. "Se está disposto a esclarecer, por que não o faz no Congresso?", completou o presidente do PSDB, Sérgio Guerra.

Ministério vê trabalho degradante em programa do governo federal
Nove pessoas foram flagradas trabalhando em condições análogas à escravidão em obras do programa do governo federal Luz para Todos, que tem como objetivo levar energia elétrica para a população rural. O flagrante ocorreu no município de Guajará-Mirim (RO), na fronteira com a Bolívia, após operação do Grupo de Fiscalização Móvel de Combate ao Trabalho Escravo em março e abril, coordenado pelo Ministério do Trabalho.

Segundo informações do ministério, os trabalhadores moravam em alojamentos sujos e precários e executavam tarefas perigosas, como manuseio de cabos de alta tensão, sem treinamento e equipamentos de proteção. Eles não tinham acesso a água potável e atravessavam longas distâncias até o refeitório. Nos alojamentos, os banheiros não tinham chuveiros nem vasos sanitários.

Dilma critica programa de regularização fundiária
A presidente Dilma Rousseff disse, durante reunião com governadores da região da Amazônia Legal anteontem, que só um conjunto de políticas públicas na região poderá cessar de vez as mortes por conflitos agrários. Dilma também criticou o andamento do programa de regularização fundiária Terra Legal, criado pelo ex-presidente Lula há dois anos.

Segundo a Folha apurou, a presidente fez uma espécie de "mea culpa" da atuação do governo federal na área, dizendo que a atuação da União é historicamente falha na região. Sobre o Terra Legal, que analisa dar títulos de terras a 180 mil ocupações na Amazônia correspondentes a 6% do território nacional), Dilma afirmou que ele ainda está aquém do desejo do governo e precisa acelerar.

PF desfaz "condomínio" de madeireiros ilegais maior que cidade de São Paulo
A Polícia Federal desarticulou um "condomínio" de madeireiros que funcionava em terras da União em Rondônia, onde o líder sem-terra Adelino Ramos foi morto na semana passada. Conforme as investigações, oito madeireiros dividiram entre si uma área de cerca de 170 mil hectares – maior que a da cidade de São Paulo –, para explorar madeira ilegalmente. O grupo se autodenominava "Associação Ruralista do Ramal de Jequitibá" e, segundo a PF, chegou a instalar um pedágio para caminhões que transportavam toras. Os oito madeireiros foram presos.

Vereadores registram em cartório esquema de desvio de verba no CE
Uma investigação do Ministério Público do Ceará descobriu que vereadores de Ibaretama (141 km de Fortaleza) registraram um acordo em cartório, com firma reconhecida, para garantir repasses mensais de dinheiro público para o pagamento de funcionários-fantasmas. De acordo com a Promotoria, o acerto feito entre 5 dos 9 vereadores do município também formalizava que o então presidente da Câmara Municipal deveria apoiar um dos outros quatro colegas em sua sucessão.

"É uma manifestação patente da crença na impunidade", afirmou o promotor Luiz Alcântara, por meio de nota. No documento, fica acertado o repasse mensal de R$ 4.500 para cada um dos vereadores. Segundo a Promotoria, foram contratados funcionários-fantasmas, ao custo de R$ 900 cada, para justificar o gasto. A investigação do Ministério Público ainda não apontou o total desviado. Dois vereadores que assinaram o acordo foram presos na terça-feira passada em uma operação conjunta da Polícia Federal com o Tribunal de Contas dos Municípios do Ceará.

Economia esfria depois de crescer 1,3% no 1º trimestre
O PIB (Produto Interno Bruto, ou soma de bens e serviços produzidos no país) mostrou que a economia continuou crescendo em ritmo forte no primeiro trimestre do ano, mas também revelou que há sinais claros de desaceleração no horizonte. Entre janeiro e março, a expansão econômica do Brasil foi de 1,3%, na comparação com o último trimestre de 2010, somando R$ 939,6 bilhões. Ante o mesmo período de 2010, a alta foi de 4,2%.

Mas o consumo das famílias, que cresce há 30 medições e responde por 60% do PIB, perdeu parte do fôlego. A inflação em alta que corrói o salário dos trabalhadores desde outubro e as medidas de contenção ao crédito para o consumo, anunciadas pelo governo justamente para frear a alta de preços, são os principais responsáveis por esfriar a economia. Essa combinação só não derrubou o PIB no primeiro trimestre porque os investimentos cresceram, especialmente na construção civil.

O GLOBO

Modernização das Forças Armadas custa R$ 38 bi
Pelos valores até agora públicos, a modernização operacional e tecnológica das Forças Armadas está custando o equivalente a 38 Maracanãs reformados. Na Marinha, o gasto com cinco submarinos (um deles, de propulsão nuclear), mais um estaleiro e uma base naval será de R$ 18,7 bilhões até 2024. Na Aeronáutica, a compra de 36 aviões de combate (adiada pela presidente Dilma) é calculada em R$ 10 bilhões.

Agora é o Exército que apresenta a conta de seu upgrade: US$ 6 bilhões (algo em torno de R$ 9,6 bilhões) para a implantação, em 10 anos, do Sisfron, um projeto para resolver (com tecnologia de ponta) um velho problema do país, a vulnerabilidade de seus 16,8 mil quilômetros de fronteira seca, sobretudo na Região Amazônica - que agora voltou a estar em evidência por conta dos crimes ambientais. Na verdade, a conta já passa dos R$ 38 bilhões, cifra que recentemente incorporou os US$ 6 bilhões do Sisfron.

A sigla que engordou a conta do salto das Forças Armadas para a modernidade é o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras, cujo conteúdo o Exército vem tornando público aos poucos. Até porque o projeto em si ainda está em desenvolvimento.

Nos 'livro' do MEC, 10 - 7 = 4. Faz sentido
O Ministério da Educação pediu à Controladoria Geral da União (CGU) para abrir sindicância e apurar os responsáveis por erros encontrados numa publicação distribuída pelo MEC para escolas rurais em todo país no final do ano passado. Técnicos do próprio ministério descobriram textos com frases que não terminam, contas aritméticas com resultado errado e ainda outros problemas de revisão em publicação produzida pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad).

Um dos erros mais gritantes está no livro de matemática: lá está escrito 10 - 7 = 4 . Foram distribuídos 200 mil exemplares da coleção que tem 35 volumes e custou R$ 14 milhões. Os livros fazem parte de um material de apoio destinado a escolas rurais que reúnem numa mesma sala alunos de 1ª a 4ª série do ensino fundamental.

Apesar de a sindicância só ser instalada a partir da próxima segunda-feira, os erros na publicação já provocaram uma baixa no governo: o secretário executivo da Pasta dos Direitos Humanos, André Lazaro, pediu demissão [ontem]. Ele era o chefe da Secad quando os livros foram editados e distribuídos no ano passado. O MEC determinou a suspensão do uso do material nas escolas.

Belo Monte: consórcio avalia como evitar atraso
O consórcio Norte Energia está estudando novas soluções de engenharia e de logística para evitar atrasos no início da operação comercial da primeira turbina da hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (PA), marcada para fevereiro de 2015. A demora no licenciamento do Ibama reduziu o prazo para a construção da barragem do sítio Pimental, a principal do empreendimento, de 18 para 12 meses.

A licença de instalação só foi concedida na quarta-feira. Também houve atrasos no licenciamento da instalação do canteiro de obras, obtido em janeiro, mas que, devido a ações na Justiça, só passou a valer em março, informa reportagem de Mônica Tavares e Liana Melo. - Se vai ser uma solução de logística ou de projeto, o que vai definir é qual vai ser a mais barata, para compensar os quatro a seis meses na demora da licença de instalação do Ibama - disse o diretor de construção do consórcio, Luiz Rufato.

Depois do desmatamento, queimadas ameaçam floresta amazônica no Mato Grosso
Após o pico do desmatamento, as áreas de floresta no Mato Grosso enfrentam uma nova ameaça. São as queimadas, que já começaram a causar destruição no estado. O boletim de monitoramento da Amazônia Legal, elaborado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) registrou focos de calor em 36 cidades do estado na quinta-feira.

A pior situação é a do município de Gaúcha do Norte, porta de entrada para o Parque Nacional do Xingu, com 10 focos identificados pelos satélites. Em Nova Ubiratan, cidade que registrou o maior número de alertas no Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real (Deter) em abril passado e teve segunda maior área desmatada do estado, eram quatro áreas sendo queimadas.

Maioria dos economistas mantém previsão para o PIB de 2011
Com o crescimento do PIB forte, mas dentro das expectativas no trimestre , a maioria dos bancos e corretoras manteve as previsões para que a economia brasileira feche o ano com expansão entre 3,6% e 4,7%. Economistas esperam que a economia brasileira experimente, ao longo do ano, uma desaceleração, ainda fruto das medidas de restrição de crédito, de um lado, e da elevação de taxa de juros (Selic), de outro.
Fonte: Congressoemfoco

Corrupção na política brasileira virou rotina, nos três níveis – federal, estadual e municipal. Vamos ver, por exemplo, o que acontece em Pilão Arcado

Corrupção na política brasileira virou rotina, nos três níveis – federal, estadual e municipal. Vamos ver, por exemplo, o que acontece em Pilão Arcado, na Bahia.

Carlos Newton

A cidade de Pilão Arcado se tornou nacionalmente conhecida com a música “Sobradinho”, do trio Sá, Rodrix e Guarabira, que fez muito sucesso na época do chamado “rock rural”. E lá em Pilão Arcado eles gostam mesmo de música.

Uma reportagem do excelente jornal online Ação Popular, de Juazeiro da Bahia, mostra que depois de uma denúncia feita pelo vereador Éverton Nunes (PCdoB), de que o prefeito João Ubiratan (PMDB) teria pago valores em duplicidade a bandas para tocar no município (R$ 139 mil, em dezembro de 2010, e R$ 189 mil, em janeiro de 2011), agora é a vez do Tribunal de Contas dos Municípios detectar mais um escândalo, punindo o gestor.

Na sessão de 1º de junho, o Tribunal de Contas dos Municípios julgou procedente o termo de ocorrência lavrado contra João Ubiratan, por irregularidades também na contratação, por inexigibilidade, de bandas musicais para os festejos de Santo Antônio, no valor total de R$ 224.055,00, referente ao exercício de 2010.

Comprovada a irregularidade, a relatoria imputou multa no valor de R$ 11.800 ao prefeito, que pode recorrer da decisão. Do exame da documentação, registrou-se que houve ausência de comprovação da publicação dos atos e ausência de anexação das guias de recolhimento dos encargos sociais da empresa, além da inclusão de serviços de sonorização, transporte e outros da mesma natureza, o que tornou as despesas irregulares.

O gestor também não comprovou que a empresa contratada, Gilsom Produções Ltda., detinha exclusividade para a representação das atrações contratadas, com o agravante de não haver nos autos, prova de serem essas atrações consagradas pela crítica especializada ou pela opinião pública, como determina o art. 25 da Lei Federal.

Resta agora ao TCM apreciar e julgar a outra denúncia de corrupção musical feita pelo vereador do PCdoB, além de uma série de irregularidades administrativas da Prefeitura do município, onde quem está arcado não é pilão, e sim o contribuinte, vergado ao peso da corrupção.

Fonte: Tribuna da Imprensa

Corrupção na política brasileira virou rotina, nos três níveis – federal, estadual e municipal. Vamos ver, por exemplo, o que acontece em Pilão Arcado

Corrupção na política brasileira virou rotina, nos três níveis – federal, estadual e municipal. Vamos ver, por exemplo, o que acontece em Pilão Arcado, na Bahia.

Carlos Newton

A cidade de Pilão Arcado se tornou nacionalmente conhecida com a música “Sobradinho”, do trio Sá, Rodrix e Guarabira, que fez muito sucesso na época do chamado “rock rural”. E lá em Pilão Arcado eles gostam mesmo de música.

Uma reportagem do excelente jornal online Ação Popular, de Juazeiro da Bahia, mostra que depois de uma denúncia feita pelo vereador Éverton Nunes (PCdoB), de que o prefeito João Ubiratan (PMDB) teria pago valores em duplicidade a bandas para tocar no município (R$ 139 mil, em dezembro de 2010, e R$ 189 mil, em janeiro de 2011), agora é a vez do Tribunal de Contas dos Municípios detectar mais um escândalo, punindo o gestor.

Na sessão de 1º de junho, o Tribunal de Contas dos Municípios julgou procedente o termo de ocorrência lavrado contra João Ubiratan, por irregularidades também na contratação, por inexigibilidade, de bandas musicais para os festejos de Santo Antônio, no valor total de R$ 224.055,00, referente ao exercício de 2010.

Comprovada a irregularidade, a relatoria imputou multa no valor de R$ 11.800 ao prefeito, que pode recorrer da decisão. Do exame da documentação, registrou-se que houve ausência de comprovação da publicação dos atos e ausência de anexação das guias de recolhimento dos encargos sociais da empresa, além da inclusão de serviços de sonorização, transporte e outros da mesma natureza, o que tornou as despesas irregulares.

O gestor também não comprovou que a empresa contratada, Gilsom Produções Ltda., detinha exclusividade para a representação das atrações contratadas, com o agravante de não haver nos autos, prova de serem essas atrações consagradas pela crítica especializada ou pela opinião pública, como determina o art. 25 da Lei Federal.

Resta agora ao TCM apreciar e julgar a outra denúncia de corrupção musical feita pelo vereador do PCdoB, além de uma série de irregularidades administrativas da Prefeitura do município, onde quem está arcado não é pilão, e sim o contribuinte, vergado ao peso da corrupção.

Fonte: Tribuna da Imprensa

A ameaça do Dr. Batochio

Sebastião Nery

RIO – 31 de março de 1964, meia-noite. O Palácio das Laranjeiras era um pesadelo. As tropas de Mourão Filho avançavam de Minas e Jango não sabia o que fazer. Chegam o governador Seixas Dória de Sergipe e o ministro Osvaldo Lima Filho, da Agricultura. Jango se tranca com os dois:

- Seixas, preciso de um favor teu. Quero que pegues amanhã bem cedo um avião da FAB e sigas para o Nordeste colhendo assinaturas em um manifesto dos governadores que tu redigirás, em apoio a mim. Acabei de falar com o Lomanto pelo telefone. Ele me leu um manifesto de que gostei muito e já mandou para os jornais de Salvador, que publicarão amanhã. Passa na Bahia, articula-te com ele e vai procurar os outros.

***
SEIXAS

Seixas conhecia sua gente. Estava incrédulo:

- O senhor já conhece a posição dos outros?

- Todos me telefonaram hipotecando solidariedade integral.

- E o Virgílio?

- Virgilio não tem problema. É meu compadre duas vezes.

- E o Petrônio?

- Petrônio é firme. É um homem de esquerda, tem me estimulado.

Manhã cedo de 1º de abril, Seixas embarcou no avião da FAB. O governador Lomanto Júnior, da Bahia, que tinha combinado ir recebê-lo no aeroporto, lá não estava. No Palácio da Aclamação, cara de pânico, assombrado, Lomanto chamou Seixas a um canto:

- A situação virou, Seixas. Jango fugiu para Brasília, Arraes está preso, perdemos a parada. Eu tinha feito um manifesto de apoio a Jango ontem à noite, que o “Jornal da Bahia”, que é matutino, chegou a publicar.

Mas já assinei outro hoje de manhã e mandei para “A Tarde”, que é vespertino, divulgar. E a televisão e as rádios também. Este segundo está bom, como eles querem. Vou te dar uma cópia, para você chegar em Sergipe e lançar lá, que é batata. Aliás, foi redigido no comando da Região. Você pode ficar tranquilo. É só assinar, está seguro”.

***�
LOMANTO

Seixas estava perplexo :

- Sim, Lomanto, mas eu não vou fazer uma coisa desta, não. Vou para Aracajú, vou lançar um manifesto, mas dizendo exatamente o que eu pensava até ontem. Quer dizer, o que eu e você pensávamos até ontem.

- Você está dizendo, no meu Palácio, que eu não tenho palavra?

- Não. Não estou dizendo que você não tem palavra. O que eu estou dizendo, Lomanto, é que você agora tem uma palavra diferente da minha.

Seixas foi para Aracajú, leu o manifesto, saiu do Palácio preso, foi mandado para Fernando de Noronha, onde já estava Miguel Arraes e depois chegaram Djalma Maranhão, prefeito de Natal, e Mario Lima, deputado socialista e presidente do sindicato dos Petroleiros da Bahia.

Lomanto foi ao “Jornal da Bahia”, recolheu o resto da edição, mandou queimar o primeiro manifesto e voltou para o Palácio tranquilo.

*** �
PALOCCI

Há duas semanas o pais espera uma palavra do chefe da Casa Civil, Palocci, sobre o apartamento de R$ 6,6 milhões e o escritório de R$ 800 mil que comprou em 2009 e, principalmente, sobre os R$ 20 milhões que ganhou também no ano passado, dos quais R$10 milhões depois da vitoria de Dilma, cuja campanha comandou e cuja Comissão de Transição chefiou.

O Ministério Público Federal de Brasília já lhe pediu informações sobre as “operações”, que o ministério da Fazenda e o MP consideraram “atípicas”. E o Procurador Geral da Republica, Roberto Gurgel, pediu “detalhes sobre o preço e a natureza dos serviços de consultoria que prestou”, “para saber se abre investigação”. Palocci pediu 15 dias.

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BATOCHIO

E logo surgiu uma situação patética. O chefe da Casa Civil, que tem toda uma estrutura de assessoria politica, jurídica e de imprensa, contratou um mestre do Direito, dos maiores advogados do pais, ex-presidente da OAB, para responder por ele.E a resposta foi um desastre, uma calamidade. .

Em artigo na pagina 3 da “Folha”, pagina de editoriais, o doutor Batochio alega que o ministro não pode explicar-se porque “a lei impõe sigilo total a contrato em que se acha estipulada clausula de confidencialidade, definindo sua violação como crime punido com prisão”.

E “insistir que sejam violadas as clausulas de sigilo é incitamento publico à pratica de crime. Pena de detenção de três a seis meses”.

O dr. Batochio nos ameaça a todos da imprensa como Médici nunca fez. E é preciso libertar urgente o Beira-Mar, o Abadia, o Nem, todos os traficantes do pais. Segundo o dr. Batochio, foram condenados ilegalmente. São inimputaveis. Distribuem a droga com cláusula de confidencialidade.

Fonte: Tribuna da Imprensa

PT versus Dilma: uma batalha interminável

Carlos Chagas

O verdadeiro problema de Dilma Rousseff não se chama Antônio Palocci, apesar do óbvio desgaste causado no governo pelo chefe da Casa Civil. Grave, mesmo, sem que qualquer caneta possa resolver, é o relacionamento da presidente com o PT. Melhor dizendo, do PT com a presidente. Menos pelas origens, porque ela foi fundadora e militante do PDT de Leonel Brizola, mais porque os companheiros não a escolheram. Deglutiram sua indicação, posta goela abaixo pela vontade do todo-poderoso Lula. Durante os oito anos da administração passada o PT comportou-se como um gatinho, sabendo de onde soprava o vento e sem força para impor-se. Aceitou sem reagir a guinada para a direita, em termos de política econômica, assim como não piou diante da composição do ministério e do segundo escalão. Seus líderes chegaram a imaginar que ocupariam todos os espaços num governo fechado, mas o Lula escancarou as janelas para aliados diversos e jamais consultou o partido para tomar decisões e adotar políticas públicas. Para o PT era ficar calado, até crescendo eleitoralmente no vácuo do chefão, ainda que perdendo a personalidade e os ideais de sua fundação. Muita gente até saiu, em especial os ideólogos de esquerda.

Agora é diferente. Mesmo continuando a reverenciar o Lula, o PT sente a oportunidade de voltar a ter alma e vontade própria. A sucessora não é o antecessor. Faltam a Dilma a popularidade e o comando partidário. Assim, desde o primeiro dia do novo governo, os companheiros fizeram pontaria, aguardando na curva da estrada. Criaram caso com o PMDB, nas nomeações, e ficaram esperando a primeira lambança para demonstrar mais do que independência. Querem a submissão da presidente à sua vontade e nada melhor, para eles, do que o desmonte de Antônio Palocci. Pouco importa que ele pertença ao quadro de fundadores da legenda. Sacrificar o boi de piranha para salvar o rebanho faz parte do jogo.

Importa olhar para o reverso da medalha: e Dilma? Aceitará marchar para o sacrifício? Irá submeter-se? Como reagir?

O Lula fez a parte dele. Veio a Brasília, renovou a necessidade do apoio à presidente e até tentou salvar Palocci, mas, a menos que ocupe de imediato o palácio do Planalto, pouco poderá fazer. Popularidade e liderança absoluta não se transferem. E nem ele tem inclinação para coveiro do PT. Enquadrará o partido quando voltar. Antes, é problema dela.

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FALTA DE SORTE

Ao lançar o programa “Brasil sem Miséria”, quinta-feira, Dilma Rousseff desempenhou sua melhor performance, desde a posse. Com um discurso denso e objetivo, mostrou firmeza e controle da platéia. E abordou tema infinitamente mais importante do que as tricas e futricas verificadas na novela Antônio Palocci. Infelizmente, não teve o espaço merecido na mídia, nem a repercussão devida no Congresso. Em vez de atentarem para o conteúdo do pronunciamento da presidente, parlamentares e jornalistas presentes ficaram de olho no chefe da Casa Civil, até registrando haver ele saído pelos fundos, no fim da cerimônia. �

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AÉCIO FAVORECIDO

No ninho dos tucanos, ficou clara a prevalência de Aécio Neves sobre as outras lideranças. José Serra acomodou-se, pelo menos até que decida candidatar-se à prefeitura de São Paulo, ano que vem. Geraldo Alckmin esconde-se no palácio dos Bandeirantes, certo de que será reeleito, ainda que sem abandonar a hipótese de concorrer ao palácio do Planalto.

O ex-governador de Minas sonha com a possibilidade de enfrentar Dilma Rousseff, em 2014, mas não se ilude. Seu adversário deverá ser mesmo o Lula. Dá para encarar?�

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A FALTA QUE O MÃO-SANTA FAZ

Figura folclórica, o senador Mão-Santa faz falta. Afinal, jamais cassou a palavra de colegas por limite de tempo, nas inúmeras vezes em que presidiu o Senado. Deixava que os colegas falassem e até os estimulava. Dava palpite sobre todos os assuntos. Irritava o governo e não se comprometia com seu próprio partido, quase até o fim o PMDB. Saiu porque seus companheiros do Piauí negaram legenda para candidatar-se à reeleição. Influência de Brasília, certamente.
Fonte: Tribuna da Imprensa

Palocci sai da toca e dá entrevista ao Jornal Nacional. Instruído pelo advogado José Roberto Batochio, falou, falou, mas não disse nada.

Carlos Newton

Enfim o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, decidiu tentar se defender publicamente das acusações de enriquecimento ilícito e tráfico de influência. A entrevista foi uma desesperada manobra do advogado José Roberto Batochio para tentar reverter a queda livre de Palocci, que hoje não passa de um corpo que cai. Não tem mais prestígio nem moral para continuar no governo, os próprios petistas lhe viram o rosto e o desprezam, mas ele ainda finge que não está acontecendo nada, agarrando-se ao cargo de uma forma constrangedora.

Muito bem instruído por Batochio, que há alguns anos conseguiu absolver Palocci no processo do caseiro e agora busca novo milagre jurídico-social, Palocci limitou-se a dizer que todas as atividades de sua empresa, a Projeto, foram feitas de forma transparente, em termos contábeis.

Até aí, morreu Neves, como se dizia antigamente. Mas o ministro não citou o nome de nenhuma das empresas que pagaram milhões pelos conselhos econômicos desse modesto ex-médico sanitarista, hoje fenômeno empresarial. Também afirmou que sua empresa jamais atuou junto a órgão público ou sequer representando empresas privadas nos órgãos públicos. Por fim, recusou-se a falar de valores, argumentando que “isso não é de interesse público”, como se ele ainda soubesse fazer distinção entre público e privado.

- Nunca prestei consultoria nestes casos. Em nenhum momento eu participava de um empreendimento que houvesse órgão público com órgão privado. O que eu fazia era consultoria para órgãos privados. Tenho perfeita clareza do que a lei permite ou não permite – garantiu o ministro, que parece considerar a opinião pública como apenas um punhado de idiotas.

- Todas as informações tributárias já estão nos órgãos de controle. E todas as demais informações serão prestadas à Procuradoria Geral da República. Portanto, toda a vida da minha empresa estará disponível para os órgãos de controle – argumentou o genial consultor empresarial.

Palocci é um farsante, um mentiroso, um corrupto. Vamos repetir o que escrevemos aqui no blog em 17 de maio: “O ministro denunciado tem obrigação de se explicar, de abrir suas contas, de mostrar quem lhe pagava milhões para receber consultoria. Foi a Odebrecht? Ou a Camargo Corrêa? Quem sabe a Queiroz Galvão? Talvez a Gerdau, tão ligada ao governo? A CSN? Ou a EBX, de Eike Batista? E se foi alguma grande multinacional, algum conglomerado chinês? Nada contra. Mas mostre quem o enriqueceu, tão subitamente e em sua fase de maior ostracismo.

Palocci declara que seu patrimônio é hoje de R$ 7,5 milhões. Isso é uma deslavada mentira. Quem tem apenas R$ 7,5 milhões não gasta R$ 6,6 milhões para comprar um apartamento, cujo condomínio é caríssimo, e a manutenção, idem. Seria muita burrice. Palocci agora tem de fazer como o assessor do irmão de José Genoino e mostrar o dinheiro que enfiou na cueca”.

Hoje, todos sabem que o patrimônio de Palocci não é de apenas R$ 7,5 milhões, pois ele ganhou R$ 20 milhões somente no ano passado, quando se dedicava a coordenar a campanha eleitoral de Dilma Rousseff e a chefiar o chamado governo de transição. Esteve ocupadíssimo durante o ano inteiro, mesmo assim faturou, repita-se, R$ 20 milhões em “consultorias”.

Está mais do que provado (até pelo silêncio do próprio Palocci) que ele não soube distinguir o que é público e o que é privado. Comportou-se como se fosse uma senhora Erenice Guerra de terno e gravata. E agora, como dizia o Barão de Itararé, Palocci está arriscado a deixar a vida pública para entrar na privada.

Fonte: Tribuna da Imprensa

Renaul Logan encara o chinês Turin

Almeida Rocha/Folhapress
Formas quadradas do Logan resultam em um ótimo espaço interno; chinês Turin deve virar flex em 2012
Formas quadradas do Logan resultam em um ótimo espaço interno; chinês Turin deve virar flex em 2012

Com muito espaço e robustez, Renault Logan enfrenta a novidade chinesa JAC J3 Turin

Quando o assunto é custo-benefício na compra do carro, preço e quantidade de equipamentos são os itens que vêm primeiro à cabeça. Neste comparativo, a versão sedã do J3, da JAC Motors, da China, que possui o sobrenome Turin, enfrenta outro três volumes que nasceu para
não doer no bolso: o Renault Logan.

Leia esta reportagem completa na edição impressa do Agora deste sábado, 4 de junho,
nas bancas.


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Tabela

Leia esta semana nas bancas

Sedãs Logan e J3 têm garantia longa, bom preço e revisão fechada

Uma das poucas peruas, Palio Adventure é valente para a cidade

Volks Variant, versão perua do Passat, ganha a cara nova do sedã

Vendas por sorteios e lances dos consórcios disparam neste ano

Iveco e Itaipu desenvolvem protótipo do Daily com motor elétrico

Accelo 715C tem boa capacidade de carga e agilidade no trânsito

Honda CBR 600RR possui diversos títulos em campeonatos mundiais

E muito mais

Fonte: Agora

Fotosa do dia

Nívea Stelmann está na capa da "Corpo a Corpo" A fofa faz musculação, pilates e balé Marcha da Maconha acontece na Esplanada dos Ministérios, mesmo proibida pela Justiça
Manifestantes fazem cartazes mudando nome para Marcha da Pamonha Passageiros embarcam em ônibus no terceiro dia de greve dos motoristas do ABC Operários trabalham nas obras do futuro estádio do Corinthians

Bactéria da Europa é transmitida por via oral

Agências

A OMS (Organização Mundial da Saúde) afirmou ontem que a bactéria Escherichia coli (E.coli) pode ser transmitida de pessoa para pessoa, seja através de sedimentos ou por via oral. O surto infeccioso matou 17 pessoas na Alemanha e uma na Suécia.

"Este tipo de transmissão nos preocupa e, por esta razão, queremos que se reforcem as mensagens relativas à higiene pessoal", declarou Andrea Ellis, epidemiologista da OMS. Ellis afirmou que é crucial lavar bem as mãos após ir ao banheiro e antes de tocar nos alimentos.

A epidemiologista confirmou ainda que, por enquanto, todos os casos estão relacionados de alguma forma com o norte da Alemanha --mantendo a exposição à bactéria limitada a essa área.

Ellis mencionou que um aspecto incomum deste surto é o grande número de casos de SUH (Síndrome Hemolítico-Urêmica), sintoma mais grave da doença que causa problemas renais, e também o fato de que os adultos sejam os mais afetados, quando normalmente não é o grupo de maior risco.

Além disso, comentou que o maior impacto está entre as mulheres por, supostamente, tenderem a consumir mais vegetais crus em saladas -- acredita-se que é ali onde está a origem da bactéria.

Países

Doze países informaram casos de pessoas diagnosticadas com a E.coli. São eles: Alemanha, Suécia, Suíça, Áustria, República Tcheca, Dinamarca, França, Holanda, Noruega, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos.

Fonte: Agora

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Tabela mostra quem ganha revisão

Carolina Rangel e Luciana Lazarini
do Agora

Uma nova tabela, feita pela Contadoria da Justiça Federal no Rio Grande do Sul, ajuda o segurado do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) a conferir se tem direito à revisão pelo teto. A correção foi concedida pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em setembro do ano passado e pode beneficiar quem se aposentou entre 1988 e 2003 e teve o benefício limitado ao teto na época da concessão.

Segundo os cálculos da Justiça, quem teve o benefício concedido entre 1988 e maio de 1998 e recebe hoje R$ 2.589,87 tem direito à revisão. Quem recebe um valor aproximado, considerando R$ 0,20 centavos para cima ou para baixo, também pode ser beneficiado.

O índice de reajuste varia de acordo com as contribuições de cada segurado. Mas, nesse caso, o máximo a que se pode chegar de aumento é 42%, já que o teto previdenciário atual é de R$ 3.689,56.

Leia esta reportagem completa na edição impressa do Agora nesta quinta

INSS não recorre e paga revisão pelo teto

Paula Cabrera
do Agora

Os segurados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) que têm uma ação de revisão pelo teto na Justiça têm chances de receber o aumento antes de o instituto anunciar o pagamento no posto.

Um segurado de Minas Gerais conseguiu, em apenas quatro meses, ganhar uma tutela antecipada (decisão provisória que antecipa o pagamento de uma revisão antes de a ação ser finalizada). Ele passou a receber o aumento (de R$ 123 no valor do benefício) anteontem.

Nesse caso, o INSS não recorreu da decisão antecipada, e os atrasados (diferenças não pagas nos últimos cinco anos), de R$ 7.143,91, deverão ser pagos em até 60 dias, segundo o advogado Diego Franco Gonçalves, do escritório Francisco Rafael Gonçalves Advogados Associados.

Leia esta reportagem completa na edição impressa do Agora neste sábado

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