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sexta-feira, setembro 13, 2024

Governos desfazem a imagem de que o Brasil é um preservador da natureza

Publicado em 13 de setembro de 2024 por Tribuna da Internet

Tempo seco e camada de poluição e fumaça que encobre o céu na cidade de São Paulo na manhã desta quinta-feira

Queimadas podem produzir chuva preta em 4 Estados

Dora Kramer
Folha

Em abril/maio o Rio Grande do Sul ficou debaixo d’água e agora, em setembro, o Brasil, em parte, arde em chamas e sofre os efeitos do fogo. Nada disso aconteceu de repente ou por acaso. É obra de muita negligência e negação, o que soa incongruente num país tido e havido como potência ambiental. Há um claro distanciamento entre a imagem vendida e a realidade vivida. Na prática, poder público e sociedade dão muito pouca atenção e valor às questões ambientais.

Elas fazem bonito nos discursos, mas no cotidiano só são lembradas e (mal) tratadas quando as calamidades batem à porta. Despertam solidariedade, provocam susto, mas logo se muda de assunto até que no ano seguinte as enchentes e a seca voltem a provocar desastres cada vez mais graves.

INÉRCIA TOTAL – Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que de 2015 para cá os focos de incêndio no país mais que dobraram. Eram 69 mil há nove anos e já são mais de 180 mil nos nove meses de 2024. Foram quatro governos diferentes no período —Dilma, Temer, Bolsonaro e Lula.

Vê-se, portanto, que o descaso não tem ideologia. Tampouco diz respeito apenas ao Poder Executivo. A indiferença se alastra ao Legislativo e se reproduz na sociedade.

Se a população estivesse realmente sensibilizada e mobilizada em torno do problema, o Congresso não estaria entre a inércia e o modo contravapor, dedicado a prover os interesses de suas altezas.

SEM PREOCUPAÇÃO – É só olhar para a agenda eleitoral das disputas municipais. À exceção de cidades gaúchas, o tema das mudanças climáticas não entrou na pauta dos palanques como se esperava no auge da tragédia no Sul.

Verdade que hoje o presidente da República não teria ambiente para repetir a piada da “perereca” que, na visão dele de 15 anos atrás, atrapalhava a execução de obras. Ainda assim, o Lula 3 cedeu a pressões para ignorar o compromisso de campanha de criar uma autoridade climática e só o fez agora em meio ao sufoco do fogaréu.

Terá de se esforçar muito mais se não quiser fazer feio na COP30. Falta pouco mais de um ano.


“Herança” de Bolsonaro é movimento de ruptura, mas não tem agenda clara

Publicado em 13 de setembro de 2024 por Tribuna da Internet

Bolsonaro se revolta com carro de som em ato e pede sabotagem. Vídeo |  Metrópoles

Na verdade, nem Bolsonaro sabe o que ele realmente quer

William Waack
Estadão

Jair Bolsonaro perdeu em boa parte para si mesmo as eleições de 2022 e, a julgar pelo que está acontecendo na capital paulista, sua figura e influência políticas sofrem acelerado processo de erosão. O curioso é que o potencial de votos “antissistema” em geral e o “de direita” (como se queira chamar isso) em particular aumentou desde a derrota de Bolsonaro.

Em São Paulo, o óbvio “herdeiro” é Pablo Marçal. Não importam as diferenças entre cada um: esses personagens de meteórica ascensão trafegam no mesmo “filão”. Asseguram que são capazes de mudar para melhor a vida de cada um “arrebentando” com “isso que está aí”.

SURFAR A ONDA – As lições trazidas por Bolsonaro, e que aparentemente Marçal ainda não assimilou, é que a parte mais fácil da trajetória política é surfar a onda dos sentimentos gerais de angústia e impotência diante, por exemplo, da percebida mão de ferro do STF, da Receita, da burocracia, agravadas pelo medo gerado por questões de segurança pública e o dia a dia travado, sobretudo de empreendedores.

“Acabar com o que está aí”, porém, pode ser coisa muito diferente dependendo do setor. E a grande dificuldade de “ondas disruptivas”, como as de Bolsonaro antes e Marçal agora, é definir claramente seu eixo de ação e, portanto, seus objetivos estratégicos — além da óbvia conquista do poder.

Bolsonaro nem sequer criou uma estrutura razoavelmente hierarquizada, o que espelha fielmente a falência de partidos políticos no Brasil.

ILUSÃO FATAL – Ocorre que essas agremiações são essenciais para se governar no sistema brasileiro que ainda perdura. Conforme o próprio Bolsonaro demonstrou, revelou-se uma ilusão fatal supor que o personagem “conectado com os anseios populares” trafegue como quiser no semipresidencialismo jabuticaba, acrescido do Supremo Tribunal Federal.

O que se possa chamar de “voto de direita” — e não só o voto “antissistema” — padece, em primeiro lugar, da falta de partidos com definido propósito ideológico. Resultado direto do fato de que no Brasil inexiste uma clara definição do que é “ser conservador” ou “liberal conservador”.

Portanto, faltam agendas prioritárias além de chavões como “diminuir o tamanho do Estado”.

Tista de Deda Ganha Apoio Significativo em Jeremoabo com Mobilização em Zona Urbana e Rural

                   Foto Divulgação - Adesão  hoje a tardinha no brejo grande


Tista de Deda, candidato a prefeito de Jeremoabo pelo PSD, está desfrutando de um significativo apoio tanto da zona urbana quanto da zona rural do município. Sua candidatura tem gerado um grande engajamento entre os moradores, refletido na adesivagem de residências e na presença ativa em eventos de campanha.

Recentemente, o candidato teve um destaque especial com a participação de muitos simpatizantes do Povoado Brejo Grande, que se mobilizaram para fortalecer sua candidatura. Esse tipo de apoio demonstra uma sintonia crescente entre Tista de Deda e a comunidade local, evidenciando um apoio robusto que pode ser crucial para suas aspirações eleitorais.

Em suas declarações, Tista de Deda tem enfatizado seu compromisso com a cidade e com a transparência na gestão. Sua proposta de trabalho árduo e dedicação reflete uma tentativa de conectar-se diretamente com as necessidades e expectativas dos jeremoabenses. O entusiasmo em torno de sua campanha sugere que ele está conseguindo construir uma base sólida de apoio, tanto entre os eleitores urbanos quanto rurais, o que pode ser um indicativo positivo para o avanço de sua candidatura.

A adesão demonstrada e o envolvimento ativo da comunidade são fatores que muitas vezes influenciam a percepção pública sobre a viabilidade e o potencial sucesso de uma candidatura. A maneira como Tista de Deda está conseguindo reunir e engajar a população de Jeremoabo pode ser um sinal forte de que ele está no caminho certo para conquistar a Prefeitura, se conseguir manter esse nível de apoio e mobilização até o dia da eleição

Prefeito Prioriza Propaganda do Hospital em vez de Investir em Medicamentos: Desvio de Recursos Públicos em Jeremoabo"

 

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Recentemente, surgiram sérias preocupações sobre a utilização indevida de recursos públicos para fins de promoção pessoal em Jeremoabo, na Bahia. Um vídeo divulgado no Facebook pelo Secretário de Cultura do município revela uma situação alarmante: uma servidora da Prefeitura é filmada atendendo pacientes no Hospital Geral de Jeremoabo enquanto distribui botons com as iniciais do hospital. Este episódio ocorre em um período eleitoral, onde o prefeito Deri do Paloma parece ter desviado seu foco do cargo para promover a candidatura de seu sobrinho, que concorre ao cargo de prefeito em um terceiro mandato disfarçado de nepotismo.

Essa prática é uma clara violação do Art. 37 da Constituição Federal, que proíbe a promoção pessoal de agentes públicos utilizando recursos e estruturas públicas. A Lei de Improbidade Administrativa também é rigorosa quanto a práticas de promoção pessoal indevida. O uso de espaços públicos, especialmente aqueles destinados ao atendimento de saúde, para fins pessoais é não apenas antiético, mas também ilegal.

A denúncia, enviada ao BlogDedemontalvao por um leitor anônimo, destaca um problema grave: a distorção do processo democrático. A utilização de botons em um ambiente hospitalar supostamente favorece injustamente o candidato em questão e compromete a igualdade de oportunidades.

Além disso, é alarmante que recursos destinados à promoção do hospital estejam sendo utilizados para fins de propaganda pessoal, quando esses mesmos recursos poderiam ser investidos em medicamentos essenciais e equipamentos, como cobertores para as macas, que estão em falta no hospital. Há também uma dúvida pertinente sobre se as reformas no hospital são realmente financiadas com recursos próprios ou se seguem o mesmo padrão das emendas parlamentares de R$ 7 milhões, cujo destino ainda é questionado pelos vereadores.

É imperativo que o Ministério Público e a Justiça Eleitoral investiguem cuidadosamente esta situação. A publicidade ilegal e a manipulação de recursos públicos para fins pessoais são questões graves e devem ser tratadas com a máxima seriedade. Espera-se que as autoridades competentes ajam prontamente para garantir a integridade do processo eleitoral e o uso adequado dos recursos públicos.


Rodovia inaugurada em julho pela Codevaf em Campo Formoso já tem buracos e desníveis

 Foto: Divulgação

Sede da Codevasf em Juazeiro13 de setembro de 2024 | 17:40

Rodovia inaugurada em julho pela Codevaf em Campo Formoso já tem buracos e desníveis

exclusivas

Depois de ser acusada de pavimentar uma estrada rural em Campo Formoso para beneficiar o pai do deputado federal Elmar Nascimento (União), a Codevasf, controlado pelo parlamentar baiano, é alvo de críticas por realizar uma outra obra viária no mesmo município de forma precária.

Trata-se de um trecho de 42 quilômetros entre os povoados de Lagoa do Porto e Lage dos Negros, cuja pavimentação foi entregue em julho deste ano pela Codevasf, por meio também de uma articulação de Elmar, mas que já apresenta buracos e desníveis, colocando vidas em risco. A denúncia foi feita por motoristas que circulam na via.

A obra custou mais de R$ 10 milhões aos cofres públicos federais. Elmar é natural de Campo Formoso, e o irmão dele, Elmo Nascimento (União), é prefeito e candidato à reeleição. A oposição na cidade, liderada pelo grupo do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Adolfo Menezes (PSD), costuma acusar Elmar de usar politicamente a Codevasf para extrair dividendos eleitorais.

Vale lembrar que obras da Codevasf em Campo Formoso estão na mira do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Controladoria Geral da União (CGU) por suspeitas de superfaturamento. São intervenções feitas principalmente a partir de emendas ao orçamento da União apresentadas por Elmar.

Veja vídeo abaixo:

Política Livre

Marcelo Nilo responde a provocação de Geraldo Júnior e diz que vice-governador foi “jogado aos leões” por caciques petistas

 Foto: Divulgação/Arquivo

O deputado Marcelo Nilo13 de setembro de 2024 | 11:43

Marcelo Nilo responde a provocação de Geraldo Júnior e diz que vice-governador foi “jogado aos leões” por caciques petistas

exclusivas

O ex-deputado Marcelo Nilo (Republicanos) respondeu à provação do vice-governador Geraldo Júnior (MDB), que, durante o debate desta quinta-feira (12) da TVE, afirmou que o ex-parlamentar seria eleito hoje apenas vereador de Antas após ficar sem mandato a partir de 2023 por ter mudado de lado e apoiado ACM Neto (União).

“Para mim seria uma honra ser vereador de Antas. Mas eu não posso porque meu irmão é prefeito lá pela quarta vez. Agora, eu compreendo a situação de Geraldo. Eu conheço com a palma da minha mão o ministro Rui Costa (Casa Civil) e o senador Jaques Wagner, os líderes do PT no Estado. Para ficarem livres de Geraldo em 2026, lançaram ele aos leões em Salvador nas eleições deste ano”, disse Nilo.

“Geraldo não terá os votos que Major Denice (PT) teve em 2020. E vai encerrar a carreira política do filho dele (o deputado estadual Matheus Ferreira) de forma prematura, o que é uma pena, pois é um excelente menino. Mas Geraldo vai sair tão fraco em Salvador dessa eleição que não será eleito deputado federal em 2026 e vai inviabilizar a reeleição do filho”, acrescentou o ex-deputado.

Política Livre

André Mendonça é relator de ação sobre Silvio Almeida no Supremo


André Mendonça anuncia Prêmio FGV de Responsabilidade Social

Mendonça ainda vai decidir se é o Supremo que irá julgar

Douglas Porto
da CNN

O ministro André Mendonça é o relator no Supremo Tribunal Federal (STF) da ação sobre as suspeitas de assédio sexual contra o ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida. A Polícia Federal enviou ao STF nesta quinta-feira (12) o pedido de avaliação de competência no caso. Agora, cabe a Mendonça definir se o caso vai à primeira instância ou se o ex-ministro terá foro na Suprema Corte.

Foi aberta pela comparação uma notícia-crime, no dia 5 de setembro, mesma data em que as denúncias contra Almeida foram reveladas. Na ocasião, ele ainda ocupava o cargo de ministro. Sua demissão pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aconteceu no dia seguinte.

HÁ DÚVIDAS – Conforme mostrou a CNN, há dúvidas entre ministros do STF sobre a competência da Corte para supervisionar a investigação contra Almeida. Ministros de Estado têm foro no Supremo, mas Silvio Almeida não ocupa mais o cargo desde sexta-feira (6). Para o caso de alguma autoridade com foro ficar no STF, é preciso que o suposto crime tenha sido cometido durante e em razão do cargo.

Existe um movimento na Corte para ampliar essa regra, a fim de envolver também autoridades que deixaram a função com foro.

O CASO – A organização Me Too Brasil confirmou, em 5 de setembro, que recebeu denúncias de assédio sexual contra Silvio Almeida. Segundo comunicado, as vítimas foram atendidas por meio dos canais de atendimento da organização e receberam acolhimento psicológico e jurídico.

“Como ocorre frequentemente em casos de violência sexual envolvendo agressores em posições de poder, essas vítimas enfrentaram dificuldades em obter apoio institucional para a validação de suas denúncias. Diante disso, autorizaram a confirmação do caso para a imprensa”, diz o documento.

O caso foi publicado inicialmente pelo portal “Metrópoles”, que apontou a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, como sendo uma das vítimas. A CNN apurou que ela relatou, para integrantes do governo, ter sido alvo de assédio.

OBSTÁCULOS – De acordo com a organização, que atua no acolhimento de vítimas de violência sexual em todo o mundo, essas vítimas — em especial quando os agressores são figuras poderosas ou influentes — frequentemente enfrentam obstáculos para obter apoio e ter suas vozes ouvidas.

“A denúncia é o primeiro passo para responsabilizar judicialmente um agressor, demonstrando que ninguém está acima da lei, independentemente de sua posição social, econômica ou política”, completa o texto. Para a Me Too, denunciar um agressor em posição de poder ajuda a quebrar o ciclo de impunidade que muitas vezes os protege. “A denúncia pública expõe comportamentos abusivos que, por vezes, são acobertados por instituições ou redes de influência”.

A CNN apurou que pelo menos quatro casos de assédio sexual foram levados ao Me Too. Também teriam sido feitas dez denúncias de assédio moral contra Silvio Almeida no Ministério de Direitos Humanos e Cidadania.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – O caso está cada vez mais sensacional. Silvio Almeida agora é uma espécie de médico e monstro, delicado demais com as mulheres e rigoroso demais com os servidores. O escritor Robert Louis Stevenson não faria melhor. O final da investigação é que será mesmo espetacular, segundo a Rádio Corredor, que cobra as fofocas dos bastidores do poder(C.N.)


Pedia-se tolerância religiosa, passaram a perseguir as religiões afro-brasileiras

 

Manifestantes pedem intervenção das Forças Armadas no Rio

Diante dos quarteis, impressionantes manifestações

Miguel de Almeida
O Globo

Faz pouco, as ruas quase só eram ocupadas pelos movimentos de esquerda. Com as redes sociais e o fim do imposto sindical, a militância mudou de mãos. Sob nova administração, a defesa da liberdade de expressão tornou-se um mantra onipresente. Antigas bandeiras como moradia popular ou menos desigualdade econômica foram substituídas no discurso, e algumas vezes na prática, pela rejeição às cotas sociais, pela volta da ditadura militar e pela estridente homofobia.

 Ah, pediu-se tolerância religiosa enquanto passaram a perseguir as religiões afro-brasileiras. Mas a coerência não é um atributo da política. Nela, ao contrário do que dizia Gertrude Stein, uma rosa não é uma rosa.

REINO DO MEDO – Ao falar de democracia, a prática da extrema direita mostra a tentativa de erodir a coesão social. O intuito é o reino do medo. As inconstâncias propiciadas pelas novas tecnologias ajudam na venda de um futuro apocalíptico. Por que será que o Inferno surgiu com as religiões? Ainda bem que na Idade Média inventaram o Purgatório — na lojinha da fé, já é uma pechincha.

O novo livro de Joseph E. Stiglitz, “The road to Freedom” (ainda inédito no Brasil), discute a ideia de liberdade à luz da sociedade contemporânea. Nobel de Economia e ex-assessor econômico de Bill Clinton, Stiglitz usa o raciocínio de meu herói Isaiah Berlin para construir sua abordagem: “A liberdade dos lobos muitas vezes significou a morte das ovelhas”.

O mal-ajambrado lero-lero em defesa dos golpistas condenados pelo 8 de Janeiro e o pedido de anistia para o pai do enrolado Jair Renan desnudam a vida na selva da política brasileira. Vale lembrar que Berlin era um charmoso e inquieto liberal. Seria um sujeito de direita na avaliação tosca da esquerda petista. Certamente comuna para alguns pastores.

DUPLA LIBERDADE – A liberdade política ocorre com a liberdade econômica — e vice-versa, argumenta Stiglitz, integrante liberal da ala progressista do Partido Democrata. Sem opções, não há qualquer liberdade. “Alguém que enfrenta extremos de necessidade e medo não é livre” — escreve.

Seria o caso do liberou geral da venda de armas. O porte alegra o ânimo libertário de quem possui o revólver, mas destrói a liberdade das centenas de mortos dos massacres ocorridos dia sim, dia não (no Brasil: a cada minuto). De outro lado, a liberdade de escolha sexual ou o direito sobre seu corpo — o aborto, por exemplo — não é tolerado pelos que desejam andar armados.

Stiglitz de novo: “A liberdade de cada pessoa para trabalhar com Deus à sua maneira, em qualquer lugar do mundo”.

A manipulação, ou mentira política, não é invenção da extrema direita; sempre ocorreu como arma (ops!) na luta pelo poder. Foi instrumento de embuste dos árabes contra a invasão cristã e do governo francês em 1914. Até o pombo-correio levava informes falsos com a intenção de ludibriar os soldados do Papa. Sou fascinado pela colaboração de Santo Agostinho à ideia de um Deus onipresente, ubíquo, aquele que tudo ouve e tudo vê. Não há melhor algoritmo. As preleções de Agostinho ainda serviram de convencimento para que vários filhos dedurassem os pais como pagãos. Também lá a coisa não acabou bem. Deu gás na intolerância religiosa. De lá para cá, passaram-se centenas de anos, e o homem sofisticou sua capacidade em dominar pelo medo.

EXTREMA-DIREITA – Começo a desconfiar de que o fenômeno da atual extrema direita, além de ser um caso econômico provocado pela transformação do futuro próximo em algo ainda mais incerto, seja resultado da solidão contemporânea identificada pelos médicos. Já é uma patologia. O cotidiano das redes e a vida on-line são um degredo digital.

Vamos pensar nos sopões do pré-8 de Janeiro na frente dos quartéis amigos. Sei como é difícil tirar uma idoso de casa, sempre é necessário alta argumentação — e ali estava muito bem representada a terceira idade. Não importa se com alucinações coletivas trazidas pela pandemia ou com a busca de contato com os extraterrestres (não é que Trump prometeu liberar gravações sobre os óvnis se eleito?). Temos de ser solidários. Eles enfrentaram frio e chuva, claro, com a ajuda de militares compreensivos. Mas ali fizeram amizades, degustaram churrascos malpassados, cantaram juntos, até pularam fogueira — e agora, a cada feriado, participam de manifestações. Irmanados. É fofo.

Sem o bingo livre, aonde ir? Junte a destruição de profissões, a chegada da IA — bem, até a companhia de um pneu pode ser um bom amigo diante da solidão.

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