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sábado, junho 29, 2024

Em editorial, ‘The New York Times’ pede que Biden desista da candidatura à presidência dos EUA

 Foto: Reuters

Debate eleitoral para as eleições de 2024 nos EUA28 de junho de 2024 | 19:40

Em editorial, ‘The New York Times’ pede que Biden desista da candidatura à presidência dos EUA

MUNDO

O jornal americano The New York Times, um dos mais importantes e influentes do país, pediu em editorial nesta sexta-feira (28) que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, abandone sua campanha à reeleição depois do desempenho desastroso no debate contra Donald Trump na quinta (27).

Um editorial é um texto de opinião que representa as visões do jornal enquanto instituição. Nos EUA, é comum que jornais apoiem abertamente um candidato a presidente por meio de um editorial, como fez o New York Times quando declarou apoio à candidatura de Biden em 2020.

No texto, os editorialistas do Times dizem que Biden faz uma “aposta irresponsável” ao insistir com sua candidatura à Presidência, e que é pedir demais dos eleitores americanos que eles “ignorem ou descartem a idade e a debilidade do presidente Biden que eles puderam ver com seus próprios olhos” durante o debate.

O desempenho do democrata no confronto direto com Donald Trump, marcado por falas vacilantes, confusas e incoerentes, foi catastrófico para o presidente e para seu partido, causando pânico e dando início a uma pressão nos bastidores sobre a possibilidade de substituir Biden como candidato —até aqui, entretanto, nenhum nome forte da sigla se posicionou publicamente nesse sentido.

Dessa forma, o editorial do New York Times tem a chance de dar mais argumentos aos democratas que vem dizendo à imprensa americana, sob condição de anonimato, que Biden “não tem chance de vencer a eleição” contra Trump, como afirmou um estrategista ouvido pela NBC News, e que é preciso “pensar seriamente em alternativas”, como disse um doador ao próprio Times.

FolhapressPolíticaLivre

Com apoio dos três Poderes, os banqueiros criaram no Brasil o capitalismo sem risco

Publicado em 29 de junho de 2024 por Tribuna da Internet

Charge reproduzida do Arquivo Google

Carlos Newton

Não é possível esperar que Lula da Silva, a essa altura da vida, sem jamais ter lido um só livro, possa discutir seriamente uma questão intrincada como o uso da taxa básica de juros para combater a inflação, de acordo com a consagrada e jamais refutada teoria de Taylor (economista americano John Brian Taylor, professor PHD de Stanford).

Lula pode dar os chiliques e faniquitos que quiser, tentando culpar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, pela atual crise econômica, mas estará jogando conversa fora, porque os ministros que comandam a economia, Fernando Haddad e Simone Tebet, sabem que Campos Neto está no caminho certo.

PRIMEIRO E ÚNICO – O que Lula não sabe é que, nas últimas décadas, Campos Neto foi o primeiro e único presidente do Banco Central a praticar no Brasil taxas de juros reais negativas, entre agosto de 2020 a março de 2021.

Na época, o então presidente Bolsonaro não dava confiança aos banqueiros, nada entendia de economia e deixou Campos Neto à vontade. E assim, para surpresa dos especuladores (que aqui chamamos de investidores), a Selic passou seis meses estacionada em 2%, com taxas sempre inferiores à inflação, e só começou a subir novamente quando Bolsonaro, acobertado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, resolveu estourar o Orçamento para conseguir a reeleição.

E quando o governo rompe o teto de gastos, precisa se financiar, e o BC tem de elevar os juros básicos para garantir a colocação de títulos públicos com base na Selic, que têm grande aceitação interna e externa, devido aos juros acima da inflação.

ENDIVIDAMENTO ABSURDO – Campos Neto sabe que não há inflação de demanda. Segundo o Serasa, mesmo com o programa de renegociação de dívidas Desenrola Brasil limpando o nome de 6 milhões de brasileiros, o cenário ainda não é positivo:  O número de inadimplentes no país teve um aumento em março, em comparação com março de 2023 e atinge 67,18 milhões de brasileiros,que constituem a imensa maioria da população economicamente ativa, formada por cerca de 80 milhões de trabalhadores.

Como presidente da República, cabe a Lula resolver a questão. Sua providência é esculhambar o presidente do Banco Central, culpando-o pelos juros altos da Selic. Acontece que essa taxa básica pouco tem a ver com os juros praticados pelos bancos. Em média, estão cobrando 55% ao ano em empréstimos para pessoa física e 350% ao ano nos juros do cartão de crédito. São taxas de agiotagem e não de operações financeiras.

E o que Lula faz? Na sua ignorância, pensa (?) que, se baixar a Selic, os banqueiros reduzirão seus juros. Só pode ser Piada do Ano. Quando Campos Neto manteve juros negativos por seis meses, nenhum banco reduziu os juros.

APLICAÇÕES SECRETAS – O que diria Lula se soubesse que os juros aumentam a remuneração dos bancos pelo BC, na rubrica depósitos a prazo (aplicações dos clientes), por meio das operações compromissadas.

Além disso, os bancos lucram ainda mais, porque o Banco Central mantém em sigilo os valores de outra remuneração deles, através dos “Depósitos Voluntários Remunerados”, criados em 2021 por projeto do senador Rogério Carvalho (PT-SE), uma proposta meteoricamente aprovado por Senado e Câmara, de forma discretíssima.

Nestes “Depósitos Voluntários”, com a taxa Selic a 13,75%, em 2022 os bancos tiveram lucro líquido  de 8%, sem o menor trabalho e sem o menor risco, e agora caiu para 7%. Assim, confirma-se que no Brasil tenta-se desmoralizar o pensador Adam Smith e criar o capitalismo sem risco, que Karl Marx e Friedrich Engels previram 150 anos atrás, como fase extremada  para beneficiar os “rentistas”, expressão criada por eles.

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P.S. –
 É desgastante escrever sobre política financeira, porque nos desperta revolta ao ver brasileiros pobres tendo de pagar juros de até 400% ao ano por dívidas no cartão de crédito, sem que o governo tome qualquer atitude, embora Lula ainda viva a falar que defende os pobres… O fato concreto é que o presidente petista não é diferente da classe política como um todo, majoritariamente  formada por demagogos de diversas facções ideológicas(C.N.)


Ataques pessoais marcaram debate entre Joe Biden e Donald Trump

Publicado em 29 de junho de 2024 por Tribuna da Internet

Candidatos optaram pelas discussões e não pela defesa de ideias

Pedro do Coutto

O debate entre Joe Biden e Donald Trump nesta quinta-feira, em Atlanta, nos Estados Unidos, foi num nível abaixo do esperado entre um presidente americano e um ex-titular da Casa Branca que tentou desfechar um golpe na invasão do Capitólio, mas que terminou sendo um fracasso. A discussão realizada baseou-se mais na troca de acusações do que em um plano positivo de troca de propostas.

Enquanto o democrata citou o escândalo envolvendo Trump e uma atriz pornô, o republicano usou os problemas enfrentados pelo filho de Biden na Justiça. Biden afirmou que Trump é um “criminoso” e disse que o ex-presidente enfrenta problemas legais. O democrata fez uma referência aos casos em que o republicano é réu na Justiça. No fim de maio, Trump se tornou o primeiro ex-presidente dos Estados Unidos a ser condenado criminalmente, sendo acusado de fraude contábil por ocultar um pagamento de US$ 130 mil para comprar o silêncio da atriz pornô Stormy Daniels na eleição de 2016.

FILHO DE BIDEN – Já Trump citou duas vezes o nome de Hunter Biden, filho de Joe Biden. No início de junho, Hunter foi condenado na Justiça em um caso envolvendo a compra de um revólver, enquanto lutava contra o vício em drogas. O republicano também se referiu a Hunter Biden como “criminoso condenado”.

O encontro marcou a primeira vez que um presidente e um ex-presidente ficam cara a cara em um debate eleitoral nos EUA. As guerras no Oriente Médio e na Ucrânia, além de questões envolvendo imigrantes e políticas econômicas ficaram no centro das discussões. Já era esperado que Trump investisse nos pontos fracos da administração Biden, como os períodos de inflação alta. Por outro lado, Biden apostou em pontos sensíveis da administração Trump, entre 2017 e 2020, como a pandemia de Covid-19.

Uma certa apatia marcou o comparecimento de Biden compensado por uma falsa exuberância de Donald Trump em reconhecer os seus próprios defeitos e os da sua administração. O fato é que Trump carrega uma sequência enorme de condenações. São coisas que vão se acumulando na memória dos eleitores e que poderá contribuir para o desfecho das urnas. Não é possível que um homem com tantas condenações e acusações em vários setores, inclusive no fiscal, possa seguir em frente sem culpa alguma. O povo americano não pode eleger um homem sob tantas questões pendentes. Se assim for, a democracia americana realmente estará fora dos eixos.

sexta-feira, junho 28, 2024

Em Lisboa, Moraes se nega a comentar fala de Lula sobre STF “se meter em tudo”…

Publicado em 28 de junho de 2024 por Tribuna da Internet

Alexandre de Moraes

Moraes continua alegando que o STF salvou a democracia

Marina Ferraz
Poder360

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes disse nesta sexta-feira (28.jun.2024) “não ter ouvido” as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a atuação da Corte. Depois de, na terça-feira (25.jun), o Supremo ter liberado o porte de maconha, Lula vem fazendo diversas críticas a atuação da Corte. Disse, por exemplo, que o STF não devia “se meter em tudo” e que a discussão deveria ter ficado no Congresso.

“Eu não ouvi as declarações do presidente”, disse a jornalistas no terceiro dia do 12º Fórum de Lisboa. “Eu não posso comentar o que eu não ouvi”, completou.

LULA E ANISTIA – Na 5ª feira (27.jun), Lula falou sobre uma possível anistia para os acusados do 8 de Janeiro. “Eu sou favorável a ter anistia. Eu briguei muito tempo para ter anistia no Brasil. Mas, neste caso, a gente nem puniu todo mundo. A gente nem descobriu todo mundo. Nós estamos procurando gente ainda, financiador”, declarou o presidente à Rádio Itatiaia.

Moraes disse também não ter ouvido essas declarações. Mas afirmou ser preciso “aguardar” para determinar se haverá a anistia.

“Quem admite ou não a anistia é a Constituição Federal. E quem interpreta Constituição Federal é o Supremo Tribunal Federal , afirmou o magistrado.

MISSÃO DO STF – Moraes falou do papel do STF no processo eleitoral. Ele disse que “quando a democracia é mais atacada e a Constituição é mais desrespeitada, o Supremo Tribunal Federal tem a missão constitucional é de defendê-la”.

Segundo o magistrado, essa defesa foi feita. “O Supremo Tribunal Federal se utilizou de todos os instrumentos constitucionais existentes numa democracia – ações diretas, habeas corpus, mandados de segurança, investigações – para garantir que as eleições fossem realizadas, para garantir é que a desinformação, as notícias fraudulentas, o novo populismo extremista digital não capturasse a vontade do eleitorado”, afirmou Moraes.

“As eleições já foram realizadas. Houve a posse. A democracia brasileira continua forte e a estabilidade democrática continua sendo a missão do Supremo Tribunal Federal”, completou.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Até o final dos tempos, Moraes vai continuar dizendo que o Supremo salvou a democracia, embora todos saibam que foi o Alto Comando do Exército que se encarregou desse assunto..(C.N.) 

Desafio Reis da Rua Salvador segue para segunda etapa no Beco do Cirilo

 




Evento de futebol e cultura continua a atrair jovens e famílias periféricas da capital baiana

Salvador receberá, neste domingo (30), a segunda etapa do Desafio Reis da Rua, no Beco do Cirilo. A iniciativa, que combina esporte, arte e empreendedorismo comunitário, continua a promover a cultura de rua através de futebol, oficinas de grafite, capoeira, games, gastronomia regional, danças urbanas e música características das periferias soteropolitanas. 

Jiovani Soeiro, criador e organizador do evento, reforça que "o Desafio Reis da Rua busca não só entretenimento, mas também fomentar uma mudança social, permitindo que os jovens e a comunidade celebrem e valorizem a cultura única de Salvador." A primeira etapa foi realizada na Baixa do Santo Antônio, no bairro do São Gonçalo.

Além do espetáculo esportivo, a segunda etapa promete continuar atraindo olheiros de grandes clubes, oferecendo oportunidades para jovens talentos locais. Organizada pela Taurus Group e Portal DaBase, o evento conta com o apoio continuado do Governo do Estado da Bahia, através da Secretaria de Cultura, da Amvox, Tintas Iquine e One Nation Games, e reafirma o compromisso com o desenvolvimento das comunidades locais.

“Continuamos a construir um movimento cultural que celebra e eleva a rica cultura de rua de Salvador, envolvendo todos em uma experiência de comunhão e festividade”, diz Soeiro.

Enviado por Fábio Almeida

A situação no Hospital Geral de Jeremoabo: Um retrato do descaso com a saúde pública

 


A situação no Hospital Geral de Jeremoabo: Um retrato do descaso com a saúde pública

O vídeo denunciando o abandono do Hospital Geral de Jeremoabo é um triste reflexo da realidade precária que assola a saúde pública em diversos municípios brasileiros. A falta de estrutura adequada, como macas sem forro e atendentes sem vestimentas apropriadas, coloca em risco a vida dos pacientes e expõe os profissionais de saúde a condições de trabalho insalubres.

É inaceitável que um adolescente com pressão alta só tenha recebido atendimento após desmaiar. Essa falha no sistema é um sintoma da negligência da administração do hospital, que prioriza a propaganda enganosa do prefeito em detrimento da qualidade dos serviços prestados.

A omissão do prefeito e seus secretários em se pronunciar sobre o caso é uma atitude covarde e irresponsável. Eles demonstram total desprezo pela população de Jeremoabo, que sofre com a falta de acesso a um atendimento médico digno.

É fundamental que a comunidade se mobilize para cobrar providências das autoridades. O vereador Neguinho de Lié que divulgou o vídeo deve ser parabenizado por sua coragem em denunciar as irregularidades. A sociedade civil precisa se unir para exigir melhorias no Hospital Geral de Jeremoabo e garantir que todos os cidadãos tenham acesso à saúde de qualidade.

Medidas necessárias:

  • Investigação imediata das denúncias: As autoridades competentes devem investigar as denúncias de forma rigorosa e punir os responsáveis pelas falhas no atendimento.
  • Alocação de recursos para o hospital: O governo municipal precisa destinar recursos suficientes para garantir a reforma da estrutura física do hospital, a compra de novos equipamentos e a contratação de mais profissionais.
  • Melhoria das condições de trabalho: Os profissionais de saúde do hospital precisam ter acesso a condições de trabalho dignas, com salários justos e ambientes seguros.
  • Transparência na gestão: A administração do hospital precisa ser transparente em suas ações e prestar contas à população sobre o uso dos recursos públicos.
  • Mobilização da comunidade: A população de Jeremoabo precisa se mobilizar para cobrar seus direitos e exigir melhorias na saúde pública.

Não podemos permitir que a situação do Hospital Geral de Jeremoabo continue da forma que está. A saúde é um direito fundamental, e todos os cidadãos merecem ter acesso a um atendimento médico digno.

Juntos, podemos construir um futuro melhor para a saúde pública de Jeremoabo!

Marcelo Nilo crítica rejeição de contas de ex-prefeito de Alagoinhas: ‘conselheiro deveria se dar por impedido’

 Foto: Divulgação

Ex-deputado federal Marcelo Nilo28 de junho de 2024 | 12:06

Marcelo Nilo crítica rejeição de contas de ex-prefeito de Alagoinhas: ‘conselheiro deveria se dar por impedido’

EXCLUSIVAS

O ex-deputado federal Marcelo Nilo (Republicanos) saiu em defesa do ex-prefeito e pré-candidato em Alagoinhas, Paulo Cezar Simões (União), após o Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia (TCM) condenar o ex-gestor a devolver aos cofres da cidade R$17.036.827,78 sob a alegação de contratações “viciadas” para a execução de transporte escolar nos exercícios de 2009 a 2017.

Para Nilo, o relator do processo, o conselheiro Plínio Carneiro Filho, deveria se declarar impedido para analisar o caso por sua ligação com o senador Otto Alencar, do PSD, partido que também está disputando a Prefeitura local. Na decisão, o relator disse que, ao analisar processo de Termo de Ocorrência, foi comprovada a realização de contratações “viciadas” para a execução de transporte escolar.

“Vou pedir para Paulo Cezar entrar na Justiça comum para Plínio ser impedido. Toda Bahia sabe que ele é ligado an Otto Alencar, presidente estadual do PSD. O conselheiro foi assessor de Otto por muito tempo no Tribunal e foi indicado pelo senador para estar no TCM. Plínio deveria se dar por impedido”, disse Nilo.

O ex-deputado ainda questionou a motivação da punição a três meses da eleição. “Depois de sete anos e meio, Plínio resolve multar Paulo Cezar. A três meses da eleição e tendo Paulo como pré-candidato à Prefeitura de Alagoinhas. O prefeito de Alagoinhas é do PSD, que é presidido por Otto Alencar, e o candidato a prefeito contra Paulo Cesar é do PSD. Por essas ligações, Plínio deveria se dar por impedido”, completou o ex-presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), que disse não acreditar em interferência de Otto nesta decisão do conselheiro.

Plínio Carneiro Filho determinou que o ressarcimento dos prejuízos causados ao erário se dê de forma solidária entre o ex-prefeito e as empresas “MG Comercial de Móveis e Equipamentos Serviços” (sucedida posteriormente pela empresa T.L.Comercial Locações e Serviços) e “WS Locação de Veículos e Transportes”. Também foi aplicada ao ex-prefeito Paulo Cézar Simões Silva, multa máxima no valor R$ 72.777,05. E, ainda, determinada a remessa de cópia do decisório ao Ministério Público Federal, para adoção das medidas judiciais cabíveis.

De acordo com o TCM, o Termo de Ocorrência foi lavrado por solicitação da Controladoria Geral da União (CGU), que, durante apuração feita no Programa de Fiscalização em Entes Federativos, constatou a ocorrência de superfaturamento e subcontratação integral indevida dos serviços de transporte escolar, no contrato de nº 060/2015 celebrado pela prefeitura baiana.

Política Livre

Combinação de votos entre ministros exibe a derrocada moral do Supremo

Publicado em 28 de junho de 2024 por Tribuna da Internet

Barroso defende gastos do STF após Toffoli na Champions - 06/06/2024 -  Poder - Folha

Barroso e Toffoli confirmam que há combinação de votos

Felipe Moura Brasil
O Antagonista.

Confissões de Toffoli e Barroso no julgamento sobre maconha escancaram a velha combinação nos bastidores do Supremo. Passou despercebido na imprensa amiga, mas a combinação entre ministros do Supremo Tribunal Federal foi confessada duas vezes no julgamento sobre a descriminalização da maconha: Dias Toffoli disse ter enviado “áudio” a “Vossa Excelência” sobre seu voto:

“Foi aí que muitas pessoas interpretaram o meu voto como criminalizante, pelo fato de eu não entrar na [questão da] quantidade. Muito pelo contrário. Eu até, em mensagem a Vossa Excelência, hoje pela manhã, de áudio, eu disse: o meu [voto] é o mais radical de todos. O meu [voto] é descriminalizante para todas as drogas no que diz respeito a usuários.”

ACORDO INTERNO – Luis Roberto Barroso, atual presidente do STF, anunciou que a definição da quantidade para distinguir tráfico e consumo veio de “acordo interno”:

“Nós havíamos chegado a um acordo interno, que precisa evidentemente ser ratificado na sessão pública, de ficarmos a um meio caminho [ou seja, entre as demais sugestões de 25 ou 60 gramas, aventadas na Corte] de 40 gramas, que é a quantidade adotada no Uruguai, que é a experiência [de] que nós temos notícia.”

Imagine se juízes da Lava Jato, incluindo os desembargadores agora afastados do TRF-4 pelo Conselho Nacional de Justiça, tivessem falado de “acordo interno” e “mensagem de áudio” sobre os próprios votos, em julgamentos de políticos e empresários investigados por corrupção. As falas teriam passado batido?

STF VIROU CARTÓRIO? – Barroso ainda tentou afetar preocupação com a transparência, alegando que o acordo interno “precisa evidentemente ser ratificado na sessão pública”. O STF, por acaso, virou cartório? O Supremo é um almoxarifado de luxo, onde se dá carimbo formal?

A sessão pública, na verdade, deveria ser o local de argumentação e debate, não de ratificação de articulações políticas de bastidor, feitas longe dos olhos da sociedade.

Mas não é de hoje que ministros do Supremo combinam votos em privado. Em 23 de agosto de 2007, dois anos antes de o WhatsApp chegar ao Brasil, O Globo circulou com uma bomba na primeira página da edição impressa: Ricardo Lewandowski e Cármen Lúcia foram flagrados combinando votos pelo sistema interno de troca de mensagens, na sessão em que era analisada a denúncia contra os 40 acusados do mensalão do PT.

TROCAR E-MAILS – “A história dessa reportagem começou dois dias antes de ser publicada. A repórter Carolina Brígido comentou na redação, quando discutíamos a cobertura a ser dada ao julgamento do mensalão, que os ministros do STF tinham o hábito de ficar consultando sites e trocar e-mails durante as sessões em plenário.

O coordenador de Fotografia, Sérgio Marques, orientou então o fotógrafo Roberto Stuckert Filho a mirar as lentes para as telas dos computadores dos ministros. Quando o material chegou à redação, viu-se que as conversas não eram despretensiosas, como imaginávamos. Quando as reconstituímos, vimos que havia ali trechos em que os votos eram combinados”, lembrou Sérgio Fadul, chefe de Redação da sucursal de Brasília, em matéria sobre o prêmio Esso de jornalismo daquele ano, vencido pelo Globo em razão do flagrante.

Lewandowski foi flagrado duas vezes em uma semana? Uma semana depois da reportagem, em 30 de agosto de 2007, a Folha revelou outro flagrante envolvendo Lewandowski: em conversa telefônica na noite do dia 28, ele “reclamou de suposta interferência da imprensa no resultado do julgamento que decidiu pela abertura de ação penal contra os 40 acusados” do mensalão.

AMACIAR PARA DIRCEU – Segundo o então ministro do STF indicado por Lula, “a tendência era amaciar para o [petista José] Dirceu”, mas “a imprensa acuou o Supremo”, “todo mundo votou com a faca no pescoço”. Lewandowski foi o único a divergir do relator, Joaquim Barbosa, quanto à imputação do crime de formação de quadrilha, registrou a repórter Vera Magalhães em sua matéria.

Qual foi a reação do STF aos flagrantes de conversas de ministros? “Desde então, o tribunal cercou-se de cuidados”, escreveu Carolina Brígido no Globo, em 2012.

“Uma das providências foi impedir que fotógrafos e cinegrafistas transitassem livremente pelo plenário. Nesta quinta-feira [1 de agosto daquele ano], eles podem ocupar uma área restrita o fundo do recinto. Quando viram suas mensagens publicadas no jornal, alguns ministros acabaram mudando a linha do voto e réus admitiram mais tarde que a divulgação mudou o rumo da sessão.

AGORA É BILHETE – Após o episódio, boa parte dos ministros se tornou adepta dos bilhetinhos escritos em papel. Na época, a presidente da Corte era a hoje aposentada ministra Ellen Gracie.

Com a posse de Gilmar Mendes, veio a restrição do espaço destinado aos profissionais de imagem. Foi quando os ministros voltaram a usar o sistema interno de troca de mensagens.”

Isso mesmo: a decisão que garantiu a volta da troca de mensagens entre ministros do STF, com a restrição, ou melhor, retaliação à imprensa então vigilante, veio quando a presidência da Corte passou a ser exercida, em 2008, por Gilmar, o mesmo que vocifera contra a Lava Jato com base em ilações, jamais confirmadas pelo devido processo legal, sobre o conteúdo não autenticado de mensagens roubadas.

SEM VIGILÃNCIA – A imprensa deixou de ser vigilante? Bons tempos aqueles em que as combinações no STF não passavam despercebidas, a imprensa acuava o Supremo e impelia os ministros a fazerem o certo, votando “com a faca no pescoço” contra corruptos poderosos.

Hoje, todos estão impunes e as confissões de combinação não ganham nem nota de rodapé.

Mas os brasileiros já podem ficar tranquilos, queimando 40 gramas de maconha, ou seja, de 40 a 133 baseados, até a última ponta, porque “nós temos notícia” de que no Uruguai foi assim.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Importantíssima matéria enviada por Duarte Bertolini. nela, o jornalista Felipe Moura Brasil nos exibe a vexaminosa combinação de votos, que coloca sob suspeição todos os ministros do STF, um tribunal que está perdendo completamente a dignidade e o juízo. (C.N.)


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