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sábado, junho 10, 2023
Nas entrelinhas, após cassação de Dallagnol, Sérgio Moro sobe no telhado do Senado…
Publicado em 9 de junho de 2023 por Tribuna da Internet
Luiz Carlos Azevedo
Ao negar o pedido da defesa do deputado federal cassado Deltan Dallagnol (Podemos-PR) para suspender decisão do Tribunal Superior Eleitoral que anulou seu registro de candidatura, o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, deu nesta quarta-feira mais um passo na desconstrução política e judicial da Operação Lava-Jato, da qual o ex-procurador da República foi protagonista.
Quem também pode perder o mandato é o senador Sergio Moro (União-PR), alvo de diferentes ações judiciais pelo PT e por outros partidos.
PEDIDO DE CASSAÇÃO – A principal delas corre no TSE. O pedido de cassação, feito pelo PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, tem o respaldo do presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, que não esconde que gostaria de ver o ex-juiz da 8ª Vara Federal de Curitiba e ex-ministro da Justiça do governo passado sem seu mandato.
O PL aponta eventuais irregularidades cometidas pela campanha do senador e usa como base manifestação do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná, que apontou falhas na prestação de contas do ex-juiz federal.
O segundo colocado na disputa, Paulo Martins (PL), assumiria a vaga, o que aumentaria a bancada da legenda no Senado. A expectativa do PL é de que, em uma eventual nova eleição diante da cassação do mandato, Martins seja eleito senador, mas Álvaro Dias (Podemos) teria grande chance.
APÓS A LAVA JATO – A maior operação de combate à corrupção e lavagem de dinheiro da história recente do Brasil foi a Lava Jato. A partir de março de 2014, agentes públicos, empresários e doleiros passaram a ser investigados pela Justiça Federal em Curitiba, que organizou uma força-tarefa para apurar irregularidades na Petrobras, maior estatal do país, e contratos vultosos, como o da construção da usina nuclear Angra 3.
Outras frentes de investigação foram abertas depois, em vários estados, como Rio de Janeiro e São Paulo, além do Distrito Federal. Entretanto, os métodos adotados para obter delações premiadas sempre foram muito criticados nos meios jurídicos.
O nome “Lava-Jato” decorre do uso de uma rede de postos de combustíveis e um lava a jato de automóveis do Setor Hoteleiro Norte de Brasília, para movimentar recursos ilícitos pertencentes a uma das organizações criminosas inicialmente investigadas. Foram investigados doleiros do Paraná, de Brasília, de São Paulo e do Rio de Janeiro.
IMENSA CORRUPÇÃO – O Ministério Público Federal recolheu provas de um imenso esquema de corrupção envolvendo a Petrobras. Grandes empreiteiras organizadas em cartel pagavam propina para altos executivos da estatal e outros agentes públicos.
O valor da propina variava de 1% a 5% do montante total de contratos bilionários superfaturados. Esse suborno era distribuído por meio de operadores financeiros do esquema, incluindo doleiros investigados na primeira etapa.
As empreiteiras formaram um “clube” para fraudar concorrências. Os preços oferecidos à Petrobras eram calculados e ajustados em reuniões secretas, nas quais se definia quem ganharia o contrato e qual seria o preço, inflado em benefício privado e em prejuízo dos cofres da estatal.
REGRAS DO FUTEBOL – O cartel tinha até um regulamento, que simulava regras de um campeonato de futebol, para definir como as obras seriam distribuídas.
As diretorias mais envolvidas foram de Abastecimento, ocupada por Paulo Roberto Costa, indicado pelo PP, com posterior apoio do MDB; de Serviços, ocupada por Renato Duque, indicado pelo PT; e Internacional, ocupada por Nestor Cerveró, indicado pelo MDB.
Em março de 2015, o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou ao Supremo 28 petições para a abertura de inquéritos criminais destinados a apurar fatos atribuídos a 55 pessoas, das quais 49 eram titulares de “foro privilegiado”.
LULA CONDENADO – Entretanto, sempre houve questionamento dos advogados em relação aos métodos adotados na Lava-Jato, que culminaram na condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Lula chegou a ficar um ano e sete meses preso em Curitiba por causa de condenação na Lava-Jato, que foi anulada pelo ministro Edson Fachin, do STF, em março de 2021.
Fachin declarou a incompetência da Justiça Federal do Paraná nos casos do triplex do Guarujá, do sítio de Atibaia e das doações ao Instituto Lula. Foi vitoriosa a tese do advogado do petista, Cristiano Zanin, de que Moro não era o juiz natural do processo. Recentemente, Lula o indicou para a vaga de Ricardo Lewandowski, que se aposentou, do STF.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Excelente análise do craque Luiz Carlos Azedo, um dos jornalistas mais respeitados de Brasília. Faltou lembrar que a tese de incompetência da 13ª Vara de Curitiba, reconhecida por Fachin na undécima hora, havia sido rejeitada nas três instâncias inferiores — juízes Sérgio Moro e Grabriela Hardt, Tribunal Regional Federal da 4ª Região e Superior Tribunal de Justiça, sempre por unanimidade. (C.N.)
Lula parece entender que é melhor ter maioria no STF do que no Congresso
William Waack
Estadão
Ao indicar um amigo pessoal e defensor para o Supremo Tribunal Federal, o presidente Lula reconhece um fato. O de que o Supremo se tornou uma instância que exerce forte interferência política.
Claro que a indicação desagradou aos que defendem princípios como o da impessoalidade, ou cobram coerência entre o que candidatos dizem antes de uma eleição e o que praticam depois (Lula disse na campanha que era um atraso nomear amigos para o STF).
PRINCÍPIOS VARIÁVEIS – Defender princípios na política brasileira é uma questão de oportunidade, e os princípios podem variar também por conveniência política, da qual nem o Supremo escapa em meio às ondas contraditórias na incessante tempestade política. Basta lembrar episódios como a prisão em segunda instância.
Essa constante turbulência foi recentemente descrita aqui pelo sociólogo Bolívar Lamounier como a falência completa da política – aliás, um argumento-padrão de integrantes do Supremo para explicar como, ao longo da linha do tempo, o Judiciário foi se tornando uma instância que interfere no Executivo e no Legislativo.
Talvez essa constatação (a da mediocridade política numa sociedade desordeira sem valores coletivos) ajude a entender o fenômeno da “tutelagem” que grupos organizados dentro de instituições mais ou menos coesas tentam estabelecer sobre a própria política.
HOMENS DE PRETO – A Lava Jato foi um desses fenômenos: seus expoentes, hoje amplamente derrotados, viam a sociedade brasileira como hipossuficiente, portanto necessitando a proteção dos “homens de preto”.
A espécie de “tutela” do Supremo sobre a política é exercida de forma ampliada pelo TSE. Em parte, é uma reação ao descarado ataque às instituições pelo bolsonarismo, mas ganhou um impulso (aplaudido pelo atual governo) que alcança as esferas da liberdade de expressão e eventuais restrições.
Mas, também em parte, é, sim, a inevitável ocupação do espaço político deixado aberto pelo atual governo, que parece enxergar no STF uma espécie de aliado tácito em agendas que não conseguiria emplacar no Congresso (o marco temporal é apenas o mais recente).
PROMISCUIDADE ABERTA – O entendimento “informal”, aliás, com alguns integrantes do Supremo é fator amplamente notado em Brasília, para o qual a indicação do amigo do presidente é óbvio reforço.
O problema para Lula (ou qualquer outro no lugar dele) está no fato de que o Judiciário é uma instituição com forte empenho em proteger a si mesma (o que inclui prerrogativas e privilégios) e não necessariamente o governo da vez.
Mas não há dúvida de que o presidente Lula agiu apenas dentro da “normalidade” da política brasileira.
Como Zanin, novo ministro do Supremo, poderia surpreender o país, se quisesse
Publicado em 9 de junho de 2023 por Tribuna da Internet
Conrado Hübner Mendes
Folha
Lula definiu a escolha de ministro do STF como “coisa tão minha que não quero repartir”. Não houve índice melhor da degeneração do processo. Nomeação degenerada produz corte degenerada. E isso pode não acabar bem.
O STF caminha para menos institucionalidade, mais pessoalidade; menos legalidade, mais arbitrariedade; menos argumento, mais ilusionismo verbal; menos imparcialidade, mais promiscuidade; menos procedimento, mais chicana; menos jurisprudência, mais populisprudência; menos público, mais privado; menos Constituição, mais baixa política. Habitat do centrão.
MÍDIA COLABORA – A especulação sobre os “cotados” passou a fazer fumaça permanente; o jornalismo aceitou a vassalagem ao lobby de autocandidatos, repercute declarações em off, cria “corrida” fictícia, e vê “guerra de bastidores”; e se esforçou na legitimação antecipada de Zanin, coletando declarações de personalidades em apoio a ele.
Passou a ser aceitável ministro que se aposenta lutar pela indicação de ex-assessor para sucedê-lo; e dar salto imediato, no dia seguinte à despedida, à advocacia privada, sem qualquer quarentena.
O processo está fechado para nomes de fora dos saraus magistocráticos, com trajetória na defesa de causas públicas relevantes. O argumento por mulheres e negros de fora do eixo Rio-São Paulo, diante da história de quase 100% de homens brancos sudestinos, está rejeitado.
FALTAM VIRTUDES – A diversidade foi reduzida a fetiche estético, a mania moral, a frivolidade caprichosa. Ignora-se que ela produz mais legitimidade e inteligência; menos mediocridade e pensamento único. E que essas virtudes contam.
Ignora-se que a demanda por diversidade nunca abriu mão da indicação de alguém com trajetória independente, com disposição por comprar brigas constitucionais e assumir lados. Com traços de caráter e biografia, portanto.
O mundo jurídico foi reduzido a uma divisão infantilizante entre lava-jatistas e antilava-jatistas. E não se percebeu que, nessa briga sem lei, a hegemonia conquistada pelo antilava-jatismo tem muita afinidade com o que corretamente se criticava no lava-jatismo.
ESCOLHA COMPLEXA – Zanin ainda não foi não confirmado pelo Senado, mas o barulho pela vaga de Rosa Weber começou. O lobby advocatício magistocrático mandou avisar, e o jornalismo repercutiu, que a escolha é “complexa”. Por isso uma mulher “dificilmente será nomeada”.
Há alguns prejuízos irreversíveis com essa indicação. Mas ainda se pode pedir que, apesar de tudo, Zanin surpreenda o país. Vamos imaginar quatro Zanins hipotéticos.
O pior Zanin que o STF pode ter é o ministro-bibelô do ministro decano, seduzido pelo centrão magistocrático, frequentador dos eventos de Lisboa, forçado a se unir às posições constitucionais dos outros. Por insegurança e solidão.
EXEMPLO DA ODISSEIA – Quando Ulisses, na “Odisseia” de Homero, navegava de volta para casa, uma feiticeira sugeriu amarrar-se ao mastro para não cair no canto das sereias e morrer.
Zanin precisará resistir ao canto do sereio. Outros ministros do STF não resistiram.
Talvez Zanin venha a ser um ministro coroinha, defensor da moral e dos bons costumes na acepção colonial, não na constitucional. Se aceitar Magno Malta como interlocutor, estará em jogo não a defesa, mas a repressão da liberdade religiosa.
E O CONTRÁRIO – Zanin poderia ser um juiz lorde inglês, de pendor elitista, em sintonia com seus ex-clientes da advocacia, mas favorável a causas emancipatórias básicas, como a liberação do porte de maconha ou os direitos reprodutivos das mulheres.
Por que não sonhar com o melhor Zanin possível?
Juiz-coragem, liberal clássico, que enxerga na corte anteparo contra a violência majoritária, um John Locke do século 21, cosmopolita, atento ao meio ambiente e à humanidade de povos indígenas. Que entende direitos constitucionais como condição para que seja de fato livre, não fake, a concorrência de mercado, e para que seja de fato democrática, não fake, a competição política.
Promessas de Lula na campanha não saíram do papel e os problemas se agravam
Publicado em 9 de junho de 2023 por Tribuna da Internet
Elio Gaspari
O Globo/Folha
Ao assumir a presidência, Lula disse que acabaria com a “vergonhosa fila do INSS”. Nela há mais de um milhão de pessoas esperando perícias médicas para receber benefícios. Desde o dia em que ele anunciou esse desejo a fila cresceu 13% com cerca de 500 mil pessoas.
Em fevereiro o ministro Carlos Lupi, da Previdência, anunciou um mutirão capaz de fazer com que, ao final do ano, todos os pedidos sejam analisado em até 45 dias. A primeira metade do ano está terminando e Lupi informa que a promessa só poderá ser cumprida se lhe derem mais recursos.
DESENROLA – Em janeiro o governo reiterou a promessa de campanha de Lula, para permitir a renegociação das dívidas de milhões de pessoas penduradas no Serasa por dívidas de até R$ 2.600. O programa ganhou até um nome bonito: Desenrola.
Em março, Lula disse que “outra coisa importante que está para ser anunciada é o Desenrola. Está pronto, acho que na semana que vem nós vamos poder anunciar”. Em abril, sem ter anunciado coisa alguma, Lula retomou o tema, em tom de cobrança:
“Eu lembro que dizia na campanha que, se a gente não fizer, dá a impressão de que a gente está enrolando o povo. Como o programa chama Desenrola, Haddad, eu queria que você, a sua equipe, fizesse uma conversa na Casa Civil, preparasse esse programa para gente lançar. Por mais dificuldade que a gente possa ter, tem que ter um começo. E nós precisamos lançar esse programa para ver se a gente termina com a dívida que envolve quase 60 milhões de pessoas que estão se endividando no cartão de crédito para comprar o que comer. Não tem sentido. vamos desenrolar, pelo amor de Deus. Vamos desenrolar aí”.
Mas o Desenrola continua patinando, porque o juros que cobra, de 1,99% ao mês, é alto demais.
Estados Unidos voltam suas baterias contra a China em Taiwan e também na América Latina
Nelson de Sá
Folha
No Wall Street Journal, fontes veem espiões chineses em Cuba; na Bloomberg, Casa Branca quer ‘novas ferramentas para segurança’ na região; citando fontes anônimas, o Financial Times manchetou que EUA e Taiwan irão conectar suas frotas de drones e trocar dados em tempo real, preparando-se para suposto “ataque chinês contra Taiwan”.
Também citando fontes anônimas, o Wall Street Journal manchetou que Cuba deverá sediar uma base chinesa de espionagem em “novo desafio geopolítico de Pequim contra os EUA”.
AMEAÇA CHINESA – A mensagem nos dois jornais é a mesma, de ameaça chinesa, seja onde for. A novidade é a segunda mensagem se voltar para a América Latina.
Dias antes, a Bloomberg noticiou que o diretor para a América Latina no Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Juan Gonzalez, “busca novas ferramentas” contra a China na região.
“Precisamos nos concentrar em promover a segurança da América Latina e do Caribe”, declarou ele, destacando, entre as ferramentas, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Na mesma Bloomberg, o brasileiro eleito presidente do BID em 2022, com apoio dos EUA, havia dito que iria “evitar amplificar publicamente os esforços dos EUA para combater a influência da China”.
EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS – As exportações em maio, “predominantemente para a China”, levaram Robin Brooks, “o careca”, influente economista-chefe do Institute of International Finance, de Washington, a elogios ruidosos à economia brasileira em mídia social.
Começou há duas semanas, antes até de saírem os números: “O Brasil está a caminho de se tornar a Suíça da América Latina. Está emergindo um enorme superávit comercial. Isso vai dar ao Brasil estabilidade externa e uma moeda forte. O Brasil será a âncora da região”.
Diante do recorde: “Oh. Meu. Deus. Os crescentes superávits acabarão por transformar o Brasil num país superavitário em conta corrente. Maio é outro superávit monstro. Não há outro país no planeta que tenha passado por tamanha transformação”.
CASO ODEBRECHT – Ainda na agência Bloomberg, um banqueiro austríaco “acusado de canalizar propinas no caso Odebrecht”, preso em Londres após ser “atraído pela CIA”, perdeu ação contra sua extradição aos Estados Unidos.
Ele é “acusado de participar do esquema maciço de corrupção da Odebrecht, que viu centenas de milhões em subornos canalizados para autoridades para ganhar negócios em toda a América Latina”, diz a notícia da agência norte-americana.
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