sábado, junho 10, 2023

Derrota das pautas climática e indígena é resultado de Marina nem tentar diálogo

Publicado em 10 de junho de 2023 por Tribuna da Internet

Com Covid-19, Marina Silva segue internada e estável | VEJA

Infelizmente, Marina SIlva se considera a dona da verdade

Tainá Andrade
Correio Braziliense

As derrotas das pautas ambiental e indígena no Congresso, com a aprovação do projeto de lei do Marco Temporal e o texto da medida provisória da reestruturação da Esplanada — que tirou a autoridade do Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas e do Ministério dos Povos Indígenas para decidir sobre assuntos relacionados às pastas —, mostraram a dificuldade de diálogo dos setores preservacionistas com aqueles que defendem o agronegócio ou que consideram que a defesa do meio ambiente e o desenvolvimento econômico não são incompatíveis.

Por ora, em função do pragmatismo nas relações dentro do Congresso, o Palácio do Planalto não tem trabalhado com afinco contra os ruralistas. Mas a pressão tende a aumentar, como mostrou o vídeo que circulou, na quarta-feira, nas redes sociais, reunindo artistas que cobravam o compromisso de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a pauta ambiental.

AGRESSIVIDADE – As visões conflitantes têm ensejado um espetáculo de agressividade e desrespeito nas audiências públicas da Câmara dos Deputados. Os convites às ministras Marina Silva e Sonia Guajajara às comissões da Casa foram marcadas por bate-bocas entre elas e parlamentares da oposição, que classificam de “ideológica” a postura das duas.

Na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, o deputado federal Zé Trovão (PL-SC) interrompeu uma fala de Marina alegando “excesso de tempo” concedido na resposta. A ministra, ao anunciar que faria mais uma crítica ao governo Bolsonaro, foi cortada pelo parlamentar.

“Desculpe, presidente, não sabia que tinha tempo para as respostas”, disse, dirigindo-se ao presidente da comissão, José Priante (MDB-PA).

PRESTAR ATENÇÃO – Já na Comissão de Cidadania e Justiça (CCJ), foi a vez de Sonia Guajajara e a deputada federal Caroline de Toni (PL-RS) se enfrentarem. A ministra respondia a uma pergunta da parlamentar e, ao notar que não recebia a devida atenção para o que falava, alfinetou: “Queria que ela prestasse atenção, por favor, para depois não perguntar de novo”.

“Se for para a senhora me ofender, também não vou ficar aqui”, respondeu a deputada, no que foi retrucada pela ministra. “Você perguntou, tem que ficar para escutar”.

O tom beligerante revela, segundo parlamentares, a pouca disposição de receber políticos da oposição e suas demandas. “Há uma contradição dentro do governo: identifica-se como progressista, mas tem atitudes conservadoras. Tem uma série de preconceitos enraizados, como no Ministério do Meio Ambiente, por parte da Marina”, criticou o deputado Amon Mandel (Cidadania-AM).

OPÇÃO INDÍGENA – O deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), vice-presidente da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), critica a “visão radicalizada”, principalmente de lideranças indígenas, que creem que a única forma de cuidar do meio ambiente é preservando. Ele considera que os povos originários deveriam ter a opção de eles mesmos explorarem suas riquezas.

“As pautas ambientais e indígenas têm uma repercussão externa grande, mas não são decisivas do ponto de vista do futuro do país. O que está em maior lugar no jogo é a economia”, afirmou.

Até o mês passado, o Ministério do Meio Ambiente não havia montado o setor de assessoria parlamentar, pelo qual recebe as demandas dos congressistas, ajusta agendas e, principalmente, faz lobby junto a setores considerados importantes para projetos relacionados à pasta.

HOUVE DESMONTE – Questionado sobre a demora para montar uma equipe especializada nos bastidores da Câmara e do Senado, o ministério justificou que o setor foi desmontado no governo Bolsonaro — inclusive por meio de “casos de afastamento e perseguição de servidores”.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, a articulação junto ao Congresso estava sendo realizado pela própria Marina, pelas secretarias e por órgãos vinculados à pasta — explica a nota remetida pela assessoria de Marina Silva ao Correio.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Reportagem oportuna da Taína Andrade. Realmente, o maior problema de Marina Silva é a falta de diálogo. Essa se julga a última cereja do bolo ambiental e tem desprezo pelos produtores rurais, que estão carregando este país nas costas. Conforme temos dito aqui, se a ministra lutar para fazer cumprir a lei ambiental, o Brasil será para sempre ecológico. Apenas isso. (C.N.)

Na pesquisa do Ipec (ex-Ibope), o resultado acabou sendo favorável ao governo Lula

Publicado em 10 de junho de 2023 por Tribuna da Internet

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Governo é aprovado por 37% e reprovado por 28%, mostra Ipec

Pedro do Coutto

A pesquisa do Ipec (antigo ibope, de Carlos Augusto Montenegro) mediu a reação da opinião pública diante do período de cinco meses que separa a posse na Presidência e a realidade atual de observação sobre o governo Lula da Silva. Os resultados não foram negativos. Pelo contrário. Com base em reportagem de Nicolas Iory, Bianca Gomes e Flávio Tabak, O Globo desta sexta-feira, 37% consideram o governo ótimo e bom; 33% regular e 28% ruim e péssimo. Em relação à pesquisa anterior, feita em fevereiro, Lula desceu quatro pontos na escala. Mas isso, a meu ver, é natural.

Quando a campanha eleitoral termina ficam no ar compromissos assumidos. Os que foram às urnas acreditando nas promessas, não as vendo concretizadas a curto prazo, como é natural, reagem negativamente. Na mesma proporção, avançou a parcela de ruim e péssimo, passando de 26% para 28%. Os que consideram regular o governo, 32%, subiram dois pontos no mesmo período.

COMUNICAÇÃO – O processo não representa um desgaste, na minha opinião, do presidente Lula. O resultado poderia ser melhor, claro, se houvesse pelo menos um desempenho da comunicação jornalística mais eficiente do que está sendo. Outro dia observei, por exemplo, que o IGPM, índice que rege a correção dos aluguéis, que no governo Bolsonaro oscilava de 12% a 15%, passou a registrar 2% em maio.

Um acontecimento de grande repercussão popular, pois de 30% a 40% da população no país moram em imóveis alugados. Mas a Comunicação do governo não divulgou esse fato. Foi uma omissão.

O fato é que uma outra reportagem, de Marlen Couto, O Globo, destaca um ponto importante: 33% dos que consideram o governo bom e regular, segundo o Ipec, votaram em Bolsonaro em outubro de 2022. Um sinal de que a polarização junto às bases populares perdeu a intensidade. As pesquisas são o termômetro do panorama político de uma cidade, de um estado ou de um país. É um sinal que deve ser aproveitado tanto pelas ações do governo quanto pelas investidas da oposição conforme o que os números indicarem.

JOIAS – O segredo das jóias sauditas femininas continua e agora surge uma nova avaliação muito menor do que a original, que inicialmente foi de R$ 16,5 milhões. Reportagem de Reynaldo Turollo Jr, O Globo, revela que especialistas da Polícia Federal concluíram que os diamantes e seu valor, incluindo a arte, vale apenas R $5 milhões.

A diferença é enorme, mas no que se refere à questão concreta, não há alteração, pois elas não serão vendidas pelo governo, mas incorporadas ao patrimônio da União.