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domingo, maio 07, 2023

STF pressiona Congresso após PL das Fake News emperrar e vê urgência para regular big techs

Sábado, 06/05/2023 - 13h40

Por Patrícia Campos Mello, Matheus Teixeira e Constança Rezende | Folhapress

Plenário do STF
Foto: Nelson Jr. / SCO / STF

A maioria dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) chegou a um consenso nos bastidores sobre a necessidade de julgar nos próximos meses uma ação que trata do Marco Civil da Internet, a fim de responsabilizar as redes sociais que permitirem a difusão de ataques à democracia.
 

Em conversas reservadas, os ministros afirmam que, caso o Congresso não aprove o projeto de lei 2630, conhecido como PL das Fake News, o Supremo vai se pronunciar. E, mesmo que seja aprovado, se o regime de responsabilidade das big techs estiver muito frouxo no texto, haverá modulação por meio de decisão do tribunal. Na visão de ministros, o pior dos mundos é continuar sem regulação.
 

O movimento para pressionar o Congresso a aprovar o PL ganhou força na quinta-feira (4), quando o ministro Dias Toffoli liberou para ser pautado um recurso extraordinário que discute o artigo 19 do Marco Civil.
 

O Marco Civil, de 2014, é a principal lei que regula a internet no Brasil e determina que as plataformas só podem ser responsabilizadas civilmente por conteúdos de terceiros se não cumprirem ordens judiciais de remoção.
 

No recurso relatado por Toffoli, uma mulher pediu ao Facebook a remoção de um perfil falso que fingia ser ela e ofendia várias pessoas. O Facebook se recusou a agir. Ela pediu a derrubada do perfil e indenização por danos morais.
 

Uma decisão teria repercussão geral e poderia abrir um precedente para responsabilizar civilmente as plataformas por não retirar conteúdo antes de haver ordem judicial.
 

Toffoli tomou a decisão de liberar a ação na quinta-feira (5), dois dias depois de o relator do PL das Fake News, deputado Orlando Silva (PC do B-SP), ter pedido adiamento da votação do projeto, após constatar que não havia apoio suficiente na Câmara. O adiamento veio após uma campanha intensa das big techs contra o projeto e resistência da bancada evangélica.
 

O jogo pesado das plataformas desencadeou reações drásticas do governo Lula (PT), que acionou o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e a Secretaria Nacional do Consumidor contra o Google.
 

O ministro Alexandre de Moraes convocou os presidentes das empresas para depor na PF e incluiu a ofensiva do Google contra o PL 2630 no inquérito das fake news. Em sua decisão, na terça-feira (2), Moraes deixou diversas indicações sobre seu potencial voto em relação à responsabilização das plataformas.
 

"E? urgente, razoa?vel e necessa?ria a definic?a?o –LEGISLATIVA e/ou JUDICIAL–, dos termos e limites da responsabilidade solida?ria civil e administrativa das empresas; bem como de eventual responsabilidade penal dos responsa?veis por sua administrac?a?o", disse Moraes, além de falar em "necessidade de imediata regulac?a?o da responsabilidade civil e administrativa dos provedores de redes sociais e de servic?os de mensageria privada".
 

Quatro integrantes do Supremo afirmaram à reportagem, sob reserva, que há um consenso no tribunal sobre o tema e é necessário julgar o caso até o meio do ano.
 

Um deles compara o julgamento do recurso extraordinário a decisões do ministro Alexandre de Moraes em investigações contra acusados de trabalhar pelo rompimento da democracia no país.
 

Em praticamente todos os casos, oito ministros da corte se alinham e formam maioria para derrotar os dois indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Kassio Nunes Marques e André Mendonça, que costumam se opor aos demais.
 

Há ainda um outro recurso, relatado pelo ministro Luiz Fux, que trata sobre o mesmo tema e pode também entrar na pauta. Na ação, uma professora pediu que o Orkut (que foi comprado pelo Google) tirasse do ar uma comunidade que tinha críticas e ofensas a ela. Ela não foi atendida, e pede ao Google, além da remoção, indenização por danos morais.
 

O entendimento majoritário no STF é que é necessário aperfeiçoar o dispositivo legal que exime as plataformas de responsabilidade e exigir uma moderação de conteúdo mais dura.
 

Hoje, o Marco Civil estabelece que apenas nos casos de imagens de nudez não consentida (revenge porn) as empresas podem ser responsabilizadas mesmo antes de decisão judicial, bastando uma notificação de usuário.
 

Ricardo Campos, docente da Universidade Goethe em Frankfurt, diz acreditar que o STF colocaria obrigações adicionais ao artigo 19 do Marco Civil em decisão do recurso extraordinário —por exemplo, "notificação e ação", a exemplo da legislação europeia Diretiva de E-Commerce, em vigor desde o ano 2000.
 

Se a empresa foi notificada extrajudicialmente por um usuário ou autoridade, ela precisa analisar o conteúdo e decidir se ele viola ou não a lei e se precisa ser removido. Se a empresa, após notificação extrajudicial, achar que não cabe remoção do conteúdo, e o Judiciário julgar posteriormente o contrário, a plataforma pode ser punida (por exemplo, em uma ação de danos morais, como a que é analisada no STF).
 

Na visão de alguns ministros, a "notificação e ação" deveria valer para casos de conteúdo que viola a Lei do Estado Democrático de Direito, terrorismo e incitação a crimes.
 

Alguns, como Alexandre de Moraes, fazem um paralelo com publicações relativas à pornografia infantil, que são excluídas automaticamente pelas empresas, e entendem que o mesmo tem de ocorrer com ataques à democracia.
 

O relator do PL das Fake News manifestou insatisfação com a possibilidade de o STF se antecipar ao Congresso no tema. "Não desisti! Ainda batalho para convencer meus colegas que devemos cumprir nosso papel e não abrir caminho para o ativismo judicial", disse Orlando Silva à reportagem.
 

Mas interlocutores tanto de Orlando quanto do presidente da Câmara, Artur Lira (PP-AL), indicam que o gesto de Toffoli, neste momento, pode acelerar a tramitação na Câmara e, caso não haja votação, uma decisão do Supremo criaria bases para legislação.
 

"Me parece natural que o Supremo decida sobre os recursos extraordinários que lá estão, na medida em que o Parlamento não adeque o regime de responsabilidades das plataformas digitais a necessidades atuais", diz Orlando.
 

Ao mesmo tempo, com a decisão de Toffoli, integrantes da sociedade civil, da Frente Digital e das plataformas começam a se mobilizar para evitar o que consideram um mal maior —no caso, uma decisão do STF, que provavelmente seria bem mais drástica e abrangente do que o projeto de lei.
 

Em nota nesta sexta-feira (5), o Comitê Gestor da Internet manifestou apoio ao PL 2630, dizendo "estar de acordo com a flexibilização excepcional do regime de responsabilidade acionada pelo mecanismo de protocolo de segurança, previsto no artigo 12 do referido substitutivo, quando for constatado que as plataformas não atuaram de forma diligente para conter a disseminação de conteúdos tipificados como crimes, nos termos do artigo 11".
 

*
 

ENTENDA O QUE ESTÁ EM DEBATE:
 

Qual o debate sobre a regulação das redes sociais? 
 

Sob o impacto dos atos golpistas do 8 de janeiro, o governo Lula elaborou proposta de medida provisória que obriga as redes a removerem conteúdo que viole a Lei do Estado Democrático, com incitação a golpe, e multa caso haja o descumprimento generalizado das obrigações. Diante da resistência do Congresso, o Planalto recuou e discute incluir essas medidas no PL 2630, o chamado PL das Fake News.
 


 

O que é o Marco Civil da Internet? 
 

É uma lei com direitos e deveres para o uso da internet no país. O artigo 19 do marco isenta as plataformas de responsabilidade por danos gerados pelo conteúdo de terceiros, ou seja, elas só estão sujeitas a pagar uma indenização, por exemplo, se não atenderem uma ordem judicial de remoção. A constitucionalidade do artigo 19 é questionada no STF.
 


 

Qual a discussão sobre o artigo 19? 
 

A regra foi aprovada com a preocupação de assegurar a liberdade de expressão. Uma das justificativas é que as redes seriam estimuladas a remover conteúdos legítimos com o receio de serem responsabilizadas. Por outro lado, críticos dizem que a regra desincentiva as empresas e combater conteúdo nocivo.
 


 

A proposta do governo impacta o Marco Civil? 
 

O entendimento é que o projeto abra mais uma exceção no Marco Civil. Hoje, as empresas são obrigadas a remover imagens de nudez não consentidas mesmo antes de ordem judicial. O governo quer que conteúdo golpista também se torne uma exceção à imunidade concedida pela lei, mas as empresas não estariam sujeitas à multa caso um ou outro conteúdo violador fosse encontrado na plataforma.
 


 

Como o Congresso tem reagido à discussão?
 

Parte do Legislativo critica a proposta do Planalto por acreditar que a responsabilização levaria as empresas a se censurarem para evitar sanções. Também há a criação do órgão regulador das redes, que foi apelidado pela oposição como "Ministério da Verdade". O PL das Fake News seria votado na última terça (2), mas, diante do risco de derrota no plenário, foi adiado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL)

Anderson Torres chora em visita de senadores à prisão, diz coluna

Sábado, 06/05/2023 - 18h00

Por Redação

Anderson Torres
Foto: Rafaela Felicciano / Metrópoles

Anderson Torres, ex-ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro (PL), chorou e disse ser inocente ao ser visitado por cinco senadores neste sábado (6). Torres está detido há quatro meses no batalhão da Polícia Militar em Brasília por suposta omissão nos atos golpistas de 8 de janeiro, quando era secretário de Segurança do DF. As informações são do colunista Guilherme Amado, do portal Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias.

 

Cinco senadores visitaram Torres. À exceção de Márcio Bittar, do União Brasil, todos são do PL, sigla de Bolsonaro: Eduardo Gomes, Rogério Marinho, Magno Malta e Jorge Seif.

 

Segundo relatos, Torres está abatido e chorou durante a conversa. Senadores também disseram ter se emocionado. Os parlamentares também ouviram de uma psicóloga da carceragem que Torres tem um quadro emocional preocupante, o que é reforçado por laudos médicos encaminhados ao STF.

 

Em resposta a um desses laudos, o ministro Alexandre de Moraes pediu que o governo local avaliasse uma eventual transferência de Torres a um hospital psiquiátrico. A defesa do ex-ministro, contudo, descartou a internação e opinou por ele permanecer no batalhão da PM.

 

Torres foi preso por ordem de Moraes em 14 de janeiro, assim que retornou ao Brasil. O então secretário de Segurança Pública do DF tirou férias dias antes do 8 de janeiro, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e saqueadas.

"Está louco?", "não tem compromisso com o Brasil", diz Lula sobre Campos Neto


Por Ivan Finoti | Folhapress

Lula
Foto: Ricardo Stuckert / PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou duramente o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em entrevista coletiva neste sábado (6), em Londres, após a coroação do rei Charles 3º.
 

Sem mencionar o nome de Campos Neto nem uma vez, e se referindo a ele de novo como "cidadão", Lula disse que o presidente do Banco Central tem compromisso com o governo anterior, e não com o Brasil. Campos Neto foi nomeado à chefia do Banco Central por Jair Bolsonaro em 2019.
 

"Ele não tem nenhum compromisso comigo. Ele tem compromisso com quem? Com o Brasil? Não tem!", disse, demonstrando irritação. "Ele tem compromisso com o outro governo, que o indicou. Isso é importante ficar claro. Ele tem compromisso com aqueles que gostam de taxa de juros alta. Porque não há outra explicação. Não há outra explicação", repetiu.
 

"Outro dia, numa entrevista, ele disse ‘para eu atingir a meta [de crescimento] de 3%, a taxa de juro tem que ser acima de 20%’. Está louco? Esse cidadão não pode estar falando a verdade. Então, se eu como presidente não puder reclamar dos equívocos do Banco Central, quem vai reclamar? O presidente americano?", afirmou.
 

Procurado, Campos Neto disse que não comentaria as declarações do presidente.
 

As críticas acontecem três dias depois de o Banco Central decidir manter a Selic em 13,75% ao ano, sem sinalizar um corte futuro da taxa básica, conforme tem sido cobrado pelo presidente e outros integrantes do governo.
 

"Eu não discuto a autonomia do Banco Central", disse o presidente. Eu indiquei um presidente que era deputado federal eleito pelo PSDB. Eu nem conhecia o [Henrique] Meirelles quando eu indiquei ele [em 2003]. E eu duvido que esse cidadão tenha mais autonomia do que o Meirelles teve. Só que o Meirelles tinha a responsabilidade de ter um governo discutindo com ele, olhando as preocupações. Esse cidadão não tem."
 

Lula disse ainda que não bate no BC: "Desculpe, você nunca me viu bater no Banco Central", respondeu a um jornalista. "Eu não bato no Banco Central porque o Banco Central não é gente. É um banco. O que eu discordo é da política. Quem concorda com a política de juros de 13,75% que defenda publicamente. Eu não concordo."
 

"A sociedade, os varejistas, os empresários, os trabalhadores não suportam mais a taxa de juros. Se a gente quer gerar emprego no país, nós vamos ter que ter crédito. Crédito para o trabalhador, crédito consignado, crédito para as grandes empresas. Senão, o país não cresce. Estou tentando recolocar para o povo brasileiro, o país sadio, o país da esperança, o país da fé".
 

A conversa aconteceu no hotel em que ele e sua comitiva ficaram hospedados, ao lado do Hyde Park, nesses dois dias de visita ao Reino Unido. Lula acompanhou a coroação como um dos 2.200 convidados na Abadia de Westminster.
 

Lula afirmou também que pretende entrar com uma ação questionando a privatização da Eletrobras. Nesta sexta (5), o governo entrou com ação no STF para ampliar seu poder de voto na empresa, hoje limitado a 8% dos votos —a União tem 43% das ações.
 

Lula criticou limites criados na privatização da companhia que dificultam sua reestatização e questionou a remuneração de diretores e conselheiros da Eletrobras. "Os diretores aumentaram seus salários de R$ 60 mil por mês para mais de R$ 360 mil por mês, e um conselheiro para fazer uma reunião ganha mais de R$ 200 mil. Não é possível num país em que 33 milhões de pessoas passam forme vivermos numa situação como essa", afirmou.
 

No dia anterior, o brasileiro se reuniu com o primeiro-ministro britânico Rishi Sunak. "Ele assumiu a responsabilidade de contribuir com o Fundo da Amazônia. OS Estados Unidos vão dar US$ 500 milhões e agora a Inglaterra, que não sei quanto vai dar, mas espero que seja a mesma coisa", disse Lula. Diplomatas dos governos britânico e brasileiro, no entanto, informaram que a contribuição será de £ 80 milhões (R$ 500 milhões).

Entenda quais itens do PL das Fake News têm relação com moderação de conteúdo

Domingo, 07/05/2023 - 09h00

Por Folhapress

Entenda quais itens do PL das Fake News têm relação com moderação de conteúdo
Foto: Pedro França / Agência Senado

O PL das Fake News, que pretende regular as redes sociais, tem gerado disputas acerca do quanto pode impactar ou não a liberdade de expressão. O projeto de lei não dá ao governo ou outro órgão administrativo o poder de determinar que conteúdos específicos devam ser removidos das redes.
 

Apesar de não delegar esse tipo de poder, traz obrigações às plataformas relativas a isso, como combater a disseminação de posts que configurem crimes contra Estado democrático, contra criança e adolescente, racismo, entre outros.
 

O órgão que ficar responsável por fiscalizar o cumprimento e aplicar multas não deverá se ater a casos específicos, mas às medidas que as empresas tomarem para se adequar.
 

Não está claro, contudo, em que medida é possível garantir que tal análise seja livre de influências. Ainda não há definição, por exemplo, de qual órgão terá a atribuição de supervisionar a aplicação da lei e qual sua independência do governo e das empresas.
 

O projeto de lei teve sua votação na Câmara adiada na última terça (2) para evitar uma derrota do governo Lula, que apoia a iniciativa. Ainda não há definição sobre a data de nova tentativa de votação.
 

Entenda quais as partes da lei relacionadas a conteúdos, quais as obrigações trazidas, as punições e quem seria responsável por aplicá-las.


O TEXTO DEFINE OU CRIMINALIZA FAKE NEWS?
Não. Apesar do apelido que o projeto ganhou ainda em 2020, quando começou a tramitar no Senado, a versão atual em discussão na Câmara não tem relação direta com desinformação, nem busca definir o que seriam fake news.
 

O TEXTO TEM RELAÇÃO COM CONTEÚDO?
Sim. A versão atual do projeto tem uma série de obrigações às plataformas relacionadas ao combate a conteúdos ilegais. Há na lei, por exemplo, uma lista de crimes sobre os quais as empresas passam a ter um "dever de cuidado".
 

Além de tratar de conteúdo, o que mais o PL 2630 determina? Ele traz obrigações para as empresas, como publicação de relatórios de transparência, e direitos para os usuários, como o de ser notificado em caso de moderação e o de poder recorrer das decisões.
 

QUEM VAI DECIDIR SE UM POST DEVE OU NÃO SER APAGADO?
A tarefa de moderar conteúdo e contas continuaria sendo das próprias empresas. Hoje, a não ser quando há decisão judicial determinando a remoção, isso é feito apenas com base nas regras estabelecidas pelas redes, que muitas vezes são globais. O projeto cria obrigações para que as plataformas passem a combater conteúdo ilegal, segundo uma lista de crimes definidos na lei brasileira.
 

"Por enquanto a gente só tem as regras privadas delas, das políticas de comunidades, definindo o que deve ser objeto de ação peremptória de moderação de conteúdo privadamente. Então a gente tem agora somente o Estado falando: 'olha, eu quero que você olhe para isso aqui e para isso aqui'", diz Yasmin Curzi, professora de direitos humanos e pesquisadora do Centro de Tecnologia e Sociedade da FGV Direito Rio.
 

QUAIS PUNIÇÕES AS EMPRESAS PODEM SOFRER?
Do ponto de vista administrativo, as empresas poderão ser alvo de multas e outras sanções que podem chegar até a bloqueio, a depender da gravidade da infração. O texto fala em análise sobre o "conjunto de esforços e medidas" das empresas e em "descumprimento sistemático".
 

Já no caso de posts específicos, as empresas poderão continuar sendo alvo de ações judiciais movidas por usuários pedindo, por exemplo, remoção de post e indenização por danos morais.
 

O PROJETO MUDA ALGO NA RESPONSABILIDADE CIVIL DAS EMPRESAS SOBRE O CONTEÚDO QUE ABRIGAM?
Sim. Hoje, o artigo 19 do Marco Civil da Internet isenta as plataformas de responsabilidade por danos gerados pelo conteúdo de terceiros. Segundo essa lei, elas só estão sujeitas a pagar indenização se não tiverem obedecido uma ordem judicial de remoção anterior. As exceções são apenas em caso de conteúdo de nudez não consentida e direitos autorais.
 

A mudança principal com o PL 2630 é que haveria duas novas exceções mais diretas. Uma delas seria no caso de anúncios ou posts impulsionados. A segunda seria para posts de um determinado tema durante o chamado "protocolo de segurança" (entenda abaixo).

Maio roxo: um alerta para as doenças inflamatórias intestinais

 em 7 maio, 2023 7:00

No mês de maio é divulgada a campanha para chamar atenção ao diagnóstico precoce de doenças de Crohn e retocolite ulcerativa, também conhecidas como Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs). As doenças foram descritas em 1932 por Dr. Burrill B. Crohn. Sua etiologia é multifatorial e de caráter autoimune. Sabe-se que além do mecanismo imune, tem componente genético, processo inflamatório e o contato com o meio externo.

No dia 19 de maio é comemorado o Dia Mundial da Doença Inflamatória Intestinal (World IBD Day) e a professora do curso de Medicina, Msc. Leda Delmondes, explica a importância de conscientizar a população a respeito das doenças inflamatórias. “Por meio das campanhas idealizadas, podemos orientar sobre os cuidados para melhorar a qualidade de vida dos portadores das doenças inflamatórias intestinais”, afirma.

As doenças inflamatórias intestinais, muitas vezes silenciosas, podem ser leves, moderadas ou evoluir para casos severos, levando inclusive à morte. Os sintomas mais comuns das doenças inflamatórias intestinais são: dor abdominal, diarreia, perda de peso e sangramento retal. Embora as DIIs sejam crônicas, ou seja, não têm cura, atualmente existem tratamentos eficazes que permitem que os pacientes portadores das doenças intestinais tenham uma vida com qualidade e produtiva. “Estão incluídas nas DII a retocolite ulcerativa, que acomete o intestino grosso e reto, e a doença de Crohn, que pode atingir todo o trato digestório, desde a boca até o ânus”, destaca.

De acordo com a professora Leda, as DIIs podem acometer pessoas em qualquer idade, principalmente jovens em fase fértil e adultos a partir de 50 anos e independe do sexo. “Trata-se de uma doença de caráter inflamatório com períodos de remissão e exacerbação. Quanto mais precoce é o diagnóstico melhor o prognóstico, ou seja, previne-se as complicações. O diagnóstico da DII é feito por uma boa avaliação clínica, através da anamnese e exame físico, colonoscopia, exames laboratoriais, biópsia e radiológico”, explica.

Em sua perspectiva como médica, Leda destaca a importância do diagnóstico precoce. “É preciso lembrar que a verdadeira Medicina está na preventiva. A medicina cura muito pouco, na realidade tratamos os sintomas. Ou seja, tratamos os efeitos da hipertensão arterial, os sintomas da diabetes mellitus, o sangramento intestinal, a diarreia ou a infecção. Precisamos lembrar que as doenças são originadas de algum desajuste orgânico devido a perda da homeostase/equilíbrio de um sistema. Por isso o diagnóstico precoce torna-se importante. Sintomas com dor abdominal e diarreia crônica são os principais sintomas e que devem ser avaliados pelo especialista”, frisa.

Alimentos inflamatórios

Estudos recentes informam sobre o controle de alimentos e dieta com alto valor calórico e vitaminas. Doces e frutas em compota com alto grau de açúcar exacerbam a atividade da doença em muitas pessoas. Pão branco, pão de forma e comidas altamente condimentadas não fazem parte da dieta para pacientes com doença de Crohn e deveriam ser substituídos por alimentos com alta quantidade de fibras. Não há uma regra ou protocolo a ser seguido, mas, avaliar e adequar de acordo com a evolução e as complicações da doença

“Não se sabe ao certo o que provoca a inflamação no intestino. Mas existem quatro pontos importantes a se pensar ao diagnosticar e tratar uma DII, que são: mecanismo imune, o componente genético, o processo inflamatório e o contato com o meio externo. Mas, nenhum desses fatores sozinho, ou mesmo o stress, ou alguma comida, provocam o surgimento das doenças”, ressalta.

Para tratar o intestino inflamado, deve-se comer alimentos de fácil digestão e que não sejam irritantes para ajudar na recuperação do intestino. Por isso, a dieta se baseia no consumo de vegetais cozidos, carnes magras, frutas sem casca e cozidas, de preferência, e cereais sem glúten, como flocos de milho e aveia, por exemplo, pois são mais fáceis de digerir e ajudam a aliviar a inflamação do intestino.

A inflamação no intestino pode acontecer devido a situações como doença de Crohn, síndrome do intestino irritável, ou enterite, que é a inflamação causada pela ingestão de alimentos ou água contaminados por vírus ou bactérias.

Além disso, para tratar a inflamação do intestino também é importante evitar alimentos de difícil digestão, como açúcar refinado, mel, doces ou bolos, alimentos com muita gordura, como frituras, salgadinhos de pacote, sorvetes e fast food, e alimentos que estimulam a produção de gases, como laticínios com lactose e leguminosas.

Laticínios sem lactose, como iogurte sem lactose, leite sem lactose, queijos sem lactose;

Bebidas vegetais, como leite de coco, leite de amêndoas ou leite de arroz;

Oleaginosas, como amêndoas, castanha do Pará, avelã, nozes ou castanha de caju;

Gorduras saudáveis, como azeite, óleo de abacate e óleo de linhaça;

Bebidas, como água e chás sem cafeína, como camomila, cidreira e hibisco.

“O tratamento é individualizado para cada doença e formas como ela se apresenta. Há seis tipos de drogas que são comumente usadas para tratar a DII. Algumas delas fazem com que a doença ativa (crise) volte para a fase inativa (remissão). Outras, mantêm a doença sob controle (manutenção da remissão). Às vezes, a mesma medicação é usada para ambas as funções. Como são doenças que não há cura, o objetivo do tratamento é o controle dos sintomas e das complicações”, conclui.

Fonte: Unit

INFONET

Baixo nível do ensino público mantém o Brasil acorrentado ao berço esplêndido

Publicado em 6 de maio de 2023 por Tribuna da Internet

Blog do Professor Diogo: Atividade sobre charge com o tema "maior  investimento em educação"

Charge do Junião (Arquivo Google)

Duarte Bertolini

Li este artigo do historiador Jaime Pinsky, historiador da Unicamp, autor ou coautor de 30 livros, diretor editorial da Editora Contexto, e concordo com quase tudo. O pessimismo é um dever de lucidez no Brasil. Mas acho que faltou no artigo a politização de esquerda, que caracteriza a maioria dos professores, e para mim isso é também fundamental para a queda da qualidade no processo de educação.

Acho, sem pesquisar, que os níveis salariais e de vantagens dos professores não são muito menores dos que tínhamos, pelo menos aqui no Sul, quando se dava maior importância à educação. A politização acabou com o compromisso de educar, mas o substituiu pela imperiosa necessidade de criar tropas para a guerra ideológica inevitável.

Acredito que este tema também seria muito interessante de ser abordado por quem tem como analisar dados, evidências e fatos.

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POR QUE O BRASIL NÃO DEU CERTO
Jaime Pinsky    /   
Site Chumbo Gordo

Houve um tempo em que se discutia o futuro do Brasil. O escritor Stefan Zweig, muito famoso na ocasião, saiu da Áustria e veio se refugiar nestas terras tropicais, tentando fugir do nazismo. Após escrever um livro em homenagem à terra que o recebeu (“Brasil, país do futuro”), deu fim à sua própria vida.

Os Estados Unidos haviam crescido de forma vertiginosa no século XIX, enquanto nós havíamos marcado passo, graças a um sistema agrário arcaico, que explorou mão de obra escrava até nos tornarmos o último país ocidental a conservar esse tipo de força de trabalho, humilhante para explorados e exploradores (além de pouco eficaz).

MUITOS ACREDITAVAM – Mesmo assim havia os que acreditavam no futuro do país e Zweig não foi o primeiro nem o último. Minha geração também acreditou. Em alguns momentos parecia faltar pouco para deslancharmos de vez.  Mas alguma coisa sempre acontecia.

Ou era um governo particularmente ruim, ou a conjuntura internacional que nos desfavorecia, ou falta de infraestrutura, ou pouca gente fazendo faculdade, ou muita gente fazendo faculdade, ou dengue, ou tantas outras coisas…

E a gente acreditando no futuro do Brasil… A triste conclusão, depois de tudo, é que o país não vai. Vai é ser sempre o que já é: uma terra de gente simpática, agradável, sociável, mas um país de segunda, com enorme desigualdade social, uma elite econômica tendendo para a arrogância, o povo defendendo-se com certa dissimulação, corrupção endêmica e estrutural.

BENESSES DOS CARGOS – O que se vê são governantes e autoridades de todos os poderes usufruindo as benesses de seus cargos, enquanto o país, como um todo, distancia-se, cada vez mais das economias principais, seja dos tigres asiáticos, dos ursos europeus, dos cangurus australianos e até das lhamas andinas.

Sim, temos um motivo estrutural para isso: o Brasil tornou-se em 1822, formalmente, um estado nacional, mas não era nada disso.

A maior parte dos países se organiza de baixo para cima, criando, paulatinamente uma consciência de identidade nacional e só depois busca se constituir politicamente, desvincular-se de ligações que eventualmente tinha (dependência política, heterogeneidade cultural e/ou religiosa, libertação nacional, etc.).  O estado nacional vem depois, não antes.

MUITO DIFERENTE – Basta pensar como se constituíram estados nacionais tão diversos como Estados Unidos, França, Rússia, Israel ou Angola para que esses processos históricos fiquem claros.

No Brasil ocorreu algo bem diferente: tivemos um filho do rei de Portugal liderando um suposto movimento em um país onde representantes de povos indígenas e africanos, que constituíam a maioria da população, não foram sequer consultados e, no caso dos cativos (formalmente escravizados ou não), sequer libertados.

Por outro lado, temos que reconhecer que a razão estrutural, esse “pecado original” de nossa formação, não pode explicar tudo.

COMENDO POEIRA -Afinal, tivemos mais de duzentos anos depois da independência formal para superar esse problema e não o fizemos. Entra governo, sai governo e continuamos atrás.

 Pesquisas recentes, publicadas por economistas respeitáveis, chamam a atenção para o fato de continuarmos atrasados. 

Há décadas corríamos atrás da China. Depois, dos demais “tigres asiáticos”, pois também ficamos vendo a poeira levantada pelos grandes felinos.

BAIXA RENTABILIDADE – O diagnóstico é o de sempre: nossa mão de obra é pouco eficaz, tanto técnica quanto cientificamente. Não preparamos adequadamente as pessoas e o resultado é a baixa rentabilidade. Isso não tem a ver com inteligência ou habilidade de nossa mão de obra. Tem a ver com formação, escolaridade.

Ora, uma boa escola precisa de bons professores. Não adianta ter programas e mais programas de livros para os alunos. Um bom professor consegue dar aulas com livros de alunos de qualidade sofrível, mas para um professor mal formado não adianta os alunos terem os melhores livros.

São os professores que precisam ter os melhores livros, os mais atualizados. São eles os formadores de cientistas, técnicos e operários. Se não tivermos bons professores, decentemente remunerados e sabiamente exigidos, não poderemos ter gente qualificada e eficaz em suas atividades.

RECEBER LIVROS – Há 30 anos, no governo Itamar Franco, uma comissão foi formada para discutir o assunto no Ministério de Educação e a conclusão foi que professores do ensino público deveriam receber livros de qualidade para sua atualização. Essa comissão, dirigida pela grande educadora Magda Soares, fez um belo trabalho. Contudo, como aqui não há política de Estado e sim política de Governo, a coisa não se manteve.

Hoje precisamos de muito mais que livros para professores (embora distribuí-los continue imprescindível).  Contudo, pelo que se vê e lê, o Brasil parece ter outras prioridades.

 Mas como não falta combustível para levar o pessoal de volta aos currais nos fins de semana eleitorais, está tudo bem por aqui.

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