Lucas Vettorazzo
Veja
A PF divulgou na tarde desta terça-feira que dos cerca de 1.500 presos ou detidos pelos atos golpistas em Brasília no último domingo, 599 já foram liberados “por questões humanitárias”. Segundo a polícia, os liberados são, em geral, idosos, pessoas com problemas de saúde, pessoas em situação de rua e mães acompanhadas de crianças.
Outros 527 detidos foram encaminhados para o sistema prisional. Ainda há um contingente que permanece sob custódia dos agentes na Academia Nacional da PF, em Brasília, onde está sendo feita uma triagem.
ACOMPANHAMENTO – Os procedimentos de registro dos presos, segundo a PF, são acompanhados pela OAB, pelos Bombeiros, pela secretaria de Saúde do DF, pelo Samu e pela Defensoria Pública da União.
“No local, os detidos estão sendo submetidos aos procedimentos de polícia judiciária. Após os trâmites realizados pela Polícia Federal, os presos estão sendo apresentados à Polícia Civil do DF, responsável pelo encaminhamento dos detidos ao Instituto Médico Legal e, posteriormente, ao sistema prisional”, diz a PF em nota.
A polícia rebateu críticas de advogados dos detidos sobre as condições da detenção. “Todos estão recebendo alimentação regular (café da manhã, almoço, lanche e jantar), hidratação e atendimento médico quando necessário”, diz a PF.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Conforme explicamos aqui na Tribuna, foi por ordem direta do ministro Flávio Dino que a Polícia Federal teve de deter todas as pessoas que estavam no acampamento e que não puderam embarcar nos ônibus, por serem moradores de Brasília e cidades próximas. Foram dois trabalhos: primeiro, prender; e depois, soltar. A legislação brasileira determina que só pode haver prisão em flagrante, mas o ministro Dino passou por cima da lei, para “engordar” as estatísticas de prisões. Resultado: foram presos até os moradores de rua, que estavam se alimentando de graça na barraca-refeitório dos bolsonaristas. Parece brincadeira, mas foi exatamente isso que aconteceu. Determinadas autoridades mostram que não têm medo do ridículo. (C.N.)