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segunda-feira, janeiro 03, 2022

Bolsonaro é internado| Infecção dupla por Covid e gripe| Cantora escreve para sertanejo morto

 


 EDIÇÃO BRASILEIRA DE SEGUNDA, 03 DE JANEIRO DE 2022
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Categorias do funcionalismo público anunciam greve de advertência para 18 de janeiro

Charge do Duke (O Tempo)

Israel Medeiros e Taísa Medeiros
Correio Braziliense

A elite do funcionalismo público planeja cruzar os braços já em janeiro, e a máquina pública corre risco de sofrer um shutdown em fevereiro. O movimento é uma resposta à atitude do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) de reservar R$ 1,7 bilhão do Orçamento de 2022 para reajuste salarial apenas de servidores da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) — que são base de apoio do Executivo.

Com salários congelados há dois anos, diversas carreiras típicas de Estado — como as de servidores do Banco Central, da Receita Federal, da Controladoria-Geral da União e do Tesouro Nacional — reuniram-se, na quarta-feira, para definir um calendário de mobilizações a partir do mês que vem.

PRIMEIRA GREVE – O Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate) definiu para 18 de janeiro a primeira paralisação de advertência, com o objetivo de pressionar o governo em busca de reajuste salarial.

No mesmo mês, segundo o calendário divulgado, os servidores planejam entregar cargos em comissões em órgãos públicos e promover manifestações de diversas categorias. Já em 25 e 26 de janeiro, as mobilizações nacionais retornam. Caso as negociações não avancem, representantes se reunirão, na primeira semana de fevereiro, para realizar novas assembleias e deliberar sobre a necessidade de uma eventual greve geral.

Segundo o presidente da Fonacate, Rudinei Marques, a entidade discutiu a política remuneratória do governo federal e as perdas acumuladas, “que, desde 2017, para a maior parte dos servidores públicos federais, já somam 27,2%, medidas pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo)”.

PERDA SALARIAL – Marques argumentou que o governo Bolsonaro é o primeiro, em 20 anos, a não conceder reajuste aos servidores. Cálculos divulgados pelo Fonacate, dão conta de que, apenas nesta gestão, a perda salarial por causa da inflação poderá chegar a 26,3%. “O governo, sem uma política remuneratória adequada, nos deixa poucas alternativas, senão uma mobilização geral”, enfatizou.

Há quatro dias, auditores da Receita Federal estão parados em todo o país. Eles cobram a regulamentação do bônus de eficiência e criticam a falta de espaço orçamentário para reajustes salariais. Segundo o Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco), cerca de mil integrantes da categoria já tinham entregado os cargos de chefia até sexta-feira, dia 31.

A greve da Receita afeta, principalmente, alfândegas, portos e aeroportos, causando lentidão em importações e exportações. Apenas no porto de Santos, o principal do país, os prejuízos diários em arrecadação podem chegar a R$ 125 milhões.


Aras envia ao TCU valores recebidos por procuradores na época da Lava Jato

 Foto: Dida Sampaio/Arquivo/Estadão

Augusto Aras03 de janeiro de 2022 | 07:03

A equipe do procurador-geral da República, Augusto Aras, já enviou ao Tribunal de Contas da União (TCU) novos dados sobre o pagamento de passagens e diárias a procuradores da Operação Lava Jato, abrindo dados da gestão de Rodrigo Janot, um de seus antecessores no cargo.

O tribunal investiga o fato de procuradores que trabalhavam em Curitiba (PR) receberem diárias como se morassem em outra cidade e trabalhassem na capital do Paraná apenas transitoriamente —quando, na verdade, se estabeleceram na cidade, [assando a maior parte do tempo trabalhando nela.

De acordo com as investigações, uma situação permanente, de moradia, era tratada como transitória, já que os procuradores não tinham sido oficialmente transferidos para Curitiba e por isso recebiam as diárias.

O Ministério Público junto ao TCU concluiu que o modelo de funcionamento adotado pela força-tarefa não representou o menor custo possível para a sociedade brasileira. E disse que ele “resultou em interessante ‘rendimento extra’ em favor dos beneficiários, a par dos elevados valores das diárias percebidas”.

O TCU acatou os argumentos do MP e pediu a devolução do dinheiro.

Entre os procuradores citados estão Antonio Carlos Welter, que recebeu R$ 506 mil em diárias e R$ 186 mil em passagens, Carlos Fernando dos Santos Lima, que recebeu R$ 361 mil em diárias e R$ 88 mil em passagens, Diogo Castor de Mattos, com R$ 387 mil em diárias, Januário Paludo, com R$ 391 mil em diárias e R$ 87 mil em passagens, e Orlando Martello Junior, que recebeu R$ 461 mil em diárias e R$ 90 mil em passagens.

O ex-procurador Deltan Dallagnol aparece como idealizador do modelo e foi citado para devolver recursos solidariamente aos cofres públicos.

O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, que comandava o Ministério Público Federal na época da Lava Jato, também será citado para devolver recursos solidariamente.

Procuradores que integraram a Operação Lava Jato em Curitiba se disseram perplexos com a determinação do TCU (Tribunal de Contas da União) de que sejam devolvidos recursos de diárias e viagens recebidos.

No dia em que a coluna revelou a existência da investigação, eles reagiram: em nota enviada por meio da assessoria de Deltan Dallagnol, que coordenava a força-tarefa de Curitiba, os procuradores afirmaram que as diárias e as passagens aéreas foram autorizadas e que nunca foi apontada qualquer ilegalidade, fosse pela auditoria interna ou pelas autoridades administrativas do Ministério Público Federal (MPF).

“A auditoria técnica do próprio TCU sugeriu o arquivamento da representação por entender, dentre outros motivos, que a representação ‘não preenche os requisitos de admissibilidade’ previsto no regimento interno do TCU, já que não acompanhada de indícios de irregularidades ou ilegalidades”, afirmaram na nota.

“Diante da consistência das manifestações da área técnica do TCU, que analisou detidamente os fatos e recomendou o arquivamento do caso por ausência de irregularidades, causa perplexidade que se insista na continuidade do procedimento”, seguiram.

Mônica Bergamo/Folhapresshttps://politicalivre.com.br/

Após férias, Bolsonaro é internado em hospital de São Paulo

Após férias, Bolsonaro é internado em hospital de São Paulo
Foto: Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro (PL) se internou para realizar exames nesta segunda-feira (3), no hospital Vila Nova Star, na zona sul de São Paulo. Existe a suspeita de que ele tenha sofrido com uma obstrução intestinal.

 

Para o Uol, o médico-cirurgião Antônio Luiz Macedo, que operou Bolsonaro após a facada que levou no abdômen, em setembro de 2018, informou que o quadro ainda é investigado e não se sabe se uma cirurgia será necessária.

 

"Ele fará tomografia e mais exames para sabermos o que há no abdômen. Ainda não sabemos, mas pode ser causado, por exemplo, por um alimento mal mastigado, entre outros fatores", afirmou para o site.

 

Bolsonaro estava em Santa Catarina, onde ficou alguns dias de folga. A viagem foi criticada porque aconteceu enquanto a Bahia sofria com as enchentes que até o momento causaram a morte de 25 pessoas.

Bahia Notícias

É preciso salva-se de 2022




Diante da tragédia na Bahia, Bolsonaro mostra com clareza o descaso eleitoral que, de repente, começou a indicar

Por Janio de Freitas (foto)

Salvar-se de 2022 é um desejo justo e um objetivo justificado. Desejo-lhe que os adote, estando entre os que mereçam escapar à sanha prenunciada pelos grupos, classes e interesses que fizeram nosso 2021.

Os novos anos são futuros engatilhados pelos anos antecessores. Só as surpresas são de sua autoria. E a margem para esses insondáveis deixada por 2021 insinua-se, por ora, uma via estreita. Talvez mesmo um beco sem saída.

Os acumuladores de cifrões emitem maus pressentimentos sobre a inflação crescente, embalados em sua dúplice tradição: esfalfam-se apregoando queixas da inflação e mais se esfalfam amontoando seus lucros inflacionários.

Aos efeitos da inflação junta-se o desvario do governo e da Câmara nos gastos públicos, inclusive apenas eleitoreiro, e já sabemos quem e como pagará essas contas já a partir de 2022. Governantes e economistas têm muito apego às suas tradições.

O aumento do custo de vida é sempre maior do que o índice de inflação. As correções do salário mínimo por Bolsonaro e Paulo Guedes foram todas, como agora, limitadas ao índice de inflação, sem recuperação alguma das usurpações feitas na remuneração.

Em outubro, a perda dos salários em geral, mais de 11% nos 12 meses até ali, já estava acima dos 10% com que a inflação chegou a dezembro.

Como o custo de vida sobe mais para a pobreza, a fome que fere multidões como jamais acontecera no Brasil, sem causa natural e em sua dimensão, o mínimo só pela inflação é um gerador de mais fome.

Entende-se. As armas dessas multidões não atraem Bolsonaro. São o alicate e o torno, o martelo e a tinta, a vassoura, a pá, o fio elétrico, as máquinas, são inúmeras.

Seus uniformes são o avental, o jaleco, a calça desprezível, é a roupa do suor, da graxa, da poeira, às vezes do sangue.

A estes Bolsonaro apenas os explora na crendice, na esperança como nome do desespero, na boa-fé e na raiva de tudo e todos. Nada a lhes dar para diminuir as dores do seu viver.

Os de visão mais ampla não podem saber o que esperar, na verdade, de 2022. Ainda assim, é cada vez mais encontrada a preocupação, ou o temor, de que tenhamos uma disputa eleitoral marcada por violências variadas, não excluídas as mais extremas.

Não faltam sinais nesse sentido. Mais um vem com a indiferença de Bolsonaro à tragédia das águas na Bahia. Não foi apenas a falta do dever de aparências humanitárias. Bolsonaro mostrou com clareza o descaso eleitoral que, de repente, começou a indicar.

Desistência de lutar pela permanência no poder é incogitável. Verdadeiros processos criminais que circundam a família, no todo e nas partes, podem ser inesperáveis da cúpula judiciária elitista e política.

Mas o risco é real. E, se a eleição não se mostrar como porta de fuga, impedi-la abre outro caminho.

Bolsonaro o prepara. Com aberrações cínicas, que vão dos aumentos muito acima da inflação para as já bem remuneradas Forças Armadas e polícias federais, às demissões e deslocamentos de técnicos e outros servidores qualificados, para fortalecer o dispositivo do golpismo, da arbitrariedade e da prevaricação.

O dramático é que 2022 e sua eleição propõem-se como o momento mais decisivo do Brasil na ilusória República. Não como regime político, não como sistema econômico. Como país mesmo.

A derrocada está tão vasta e é tão profunda, que um mau desfecho para o próximo mandato presidencial deverá tornar a involução e o atraso definitivamente irreversíveis.

Salve-se de 2022. E os votos de ajude a salvá-lo: é seu direito e seu dever não se permitir ser joguete das forças manipuladoras.

Folha de São Paulo

A vida misteriosa do fundador da Newsweek em Santa Catarina

 




O aviador inglês perdeu uma perna quando foi abatido por alemães, casou-se com uma jovem catarinense e está enterrado em Agrolândia. Mas poucos sabem disso.

Poy Deonísio da Silva 

O fundador da Newsweek, outrora uma das maiores revistas de informação do mundo e ainda em circulação, está enterrado em Agrolândia (SC), localidade de apenas 9.323 habitantes, a 274 quilômetros de Florianópolis.

Estive na casa em que ele viveu, visitei o cemitério onde está enterrado, conversei com os vizinhos e com o irmão de sua esposa, levantei documentos pertinentes no cartório local, tudo com o fim de pesquisar esse novo mistério catarinense.

As minúcias são quase sempre reveladoras do essencial. Nas biografias, certas ninharias desprezadas pelos autores irritam leitores mais atentos. Os biógrafos do escritor judeu-austríaco Stefan Zweig, por exemplo, deram pouca importância ao diabo das pequenas coisas, presente na vida do casal. Caíram nessa esparrela o inglês Donald Prater e o brasileiro Alberto Dines, ambos já falecidos. Inconformado, escrevi o romance Stefan Zweig Deve Morrer, em que são personagens Zweig e sua esposa, a judia-polonesa Elizabeth Altmann.

Já se disse que a literatura é a vida secreta das sociedades. Concluí, depois de minhas pesquisas, sobretudo em Petrópolis (RJ), onde o casal viveu e morreu, que os dois foram executados por nazistas homiziados nos inúmeros valhacoutos desta América. O romance já foi publicado também em Portugal e na Itália.

O fundador da Newswek, o aviador inglês Thomas John Cardell Martyn, derrubado pelos alemães na Primeira Guerra Mundial, está enterrado no Cemitério de Agrolândia (SC). Ele está enterrado ali, mas sua perna direita, não! Ele a perdeu na queda e usava uma prótese mecânica. A cineasta catarinense Loli Menezes dirigiu um longa-metragem sobre ele: Tio Tommy, o Homem que Fundou a News-Week.

A revista foi batizada com hífen ao nascer, em 1933, tornou-se sem hífen uma das maiores revistas de informação do mundo e chegou a circular em 132 países, com edições de 3,2 milhões de exemplares. Atualmente, depois de interromper sua impressão e ficar apenas na internet, pode ser visitada aqui: https://www.newsweek.com/. Sua mais recente publicação sobre o Brasil, em que cita o presidente Bolsonaro, saiu em 19 de novembro.

Foi numa temporada no Rio, nos anos 1950, que o fundador da Newsweek conheceu a catarinense com quem viria a casar-se e morar numa vila brasileira do Sul do Brasil, depois de viver em grandes metrópoles. Ela se chamava Irmgard Stahnke e trabalhava de empregada doméstica na casa de um militar de média patente. Tinha sido indicada por um rapaz de Agrolândia, que, por sua estatura e excelentes condições de saúde, servia na guarda presidencial. A capital da República nessa época era então o Rio de Janeiro.

O aviador inglês e jornalista era casado nos EUA, tinha acabado de divorciar-se ou estava se separando, essa situação, ainda cercada de controvérsias, precisa ser esclarecida com os documentos restantes do incêndio que deles se fez algum tempo depois de sua morte. O certo é que Thomas Martyn e Irmgard Stahnke se casaram em São Paulo, em 8 de abril de 1961. A linda “alemoa” tinha 40 anos; ele, 65.
 
Foram depois de alguns anos morar em Agrolândia, para que, quando o marido morresse, a esposa tivesse o amparo dos familiares. Não combinaram com a morte, e a esposa, muito mais jovem, morreu primeiro, em 1973, aos 53 anos, de câncer no útero, segundo a certidão de óbito.

Não foi bem assim a morte de Irmgard, embora no cartório de Agrolândia (SC) os documentos atestem que ela morreu por complicações cardíacas decorrentes de um câncer no útero. Documentos também mentem. Por isso, desconfiado, voltei a conversar com o irmão dela, o alfaiate Afonso Stahnke (ele estava com 79 anos, quando o visitei em Agrolândia, em 2015), que me dissera antes ter sua irmã morrido de câncer no ânus, tendo sofrido muito nas semanas finais de sua existência com um tratamento à base de cauterizações.

O marido, que só chamava Irmgard de Mary — o nome alemão não lhe trazia boas lembranças, afinal ele tinha sido derrubado por alemães, em queda que lhe levou a perna direita —, pediu ao cunhado, que já tinha revelado ao funcionário do cartório como morrera a irmã, que ele, “por respeito”, mudasse a causa da morte. Quando o escrivão pediu que o marido assinasse o termo, o inglês pediu — e foi atendido — que constasse como declarante o cunhado.

Destaco esses detalhes porque escritores escrevem histórias e a História de outros modos. Para nós, os documentos não são tudo nem são provas em muitos casos. É preciso aclará-los. E foi por isso que resolvi não só conversar com as fontes vivas deste extraordinário acontecimento, como voltei a conversar com o declarante designado pelo cunhado para esclarecer este último detalhe, que muito diz do excessivo pudor epocal. Nem sequer no registro da morte a função excretora do corpo pode ser designada.

Martyn morreu em 1979, aos 84 anos, também de câncer, uma das maiores causas de morte na região. Os moradores do lugar resumem: “São esses inseticidas nas plantações de fumo…”.

Quem determinou que constasse Mary e não Irmgard na lápide da esposa brasileira no Cemitério de Agrolândia (SC) foi o marido inglês. Mas por quê? Este é apenas mais um dos mistérios na vida deste homem invulgar.

Se são tão imprecisos assuntos como este, com testemunhas auriculares e oculares de tudo o que aconteceu, quod erat demonstrandum, pois tantos estão ainda vivos e falando abertamente, como é que se pode atestar a veracidade de tantas versões, insistentemente repetidas mundo afora, seja do suposto suicídio de Zweig, seja da devastação da Floresta Amazônica?

Desconfiai, leitores, desconfiai de tudo, mas não de todos: li, fui a Agrolândia, ouvi e vi. Somente depois é que escrevi.

*Deonísio da Silva é professor e escritor. Seus livros são publicados no Brasil e em Portugal pelo Grupo Editorial Almedina. Os mais recente são Stefan Zweig Deve Morrer e De Onde Vêm as Palavras.

Revista Oeste

Chance perdida - Editorial

 




Bolsonaro deixa de lado reforma do Estado, reduzindo potencial econômico do país

Não é simples fazer reformas no arcabouço institucional de nenhum país, e o elemento básico para a sua realização é força política. Não raro, mudanças mais complexas ocorrem em início de mandato, quando o titular do Executivo conta com o endosso da urna para negociar com os demais Poderes e representantes da sociedade.

Não há projeto que vingue se o chefe de governo não tem força para defendê-lo —ou não o deseja.

As reformas tributárias e administrativas passaram 2021 à deriva no Congresso Nacional. Quem acompanhou o andamento de ambas conta com listas de percalços para explicar a frustração de ver o ano terminar sem que nenhuma delas tenha se materializado.

Os textos já saíram do Ministério da Economia com problemas —houve desencontros entre área técnica e articuladores políticos. Governistas e oposição pesaram a mão nas reformulações. Câmara e Senado divergiram em diferentes momentos e até disputaram protagonismos no vaivém de propostas.

Os lobbies contrários, dentro e fora do Estado, atuaram com força. Mas tudo isso é do jogo. Ajustes e quedas de braço fazem parte da construção do consenso que culmina com a aprovação de novos pilares legais. O que fez a diferença foi a falta de empenho do presidente da República.

Não é segredo para ninguém em Brasília que Jair Bolsonaro nunca quis a reforma administrativa. Se agisse nesse terreno seria para preservar ou até ampliar benefícios de categorias que considera base de apoio para seu governo e sua reeleição —militares e policiais.

O mandatário tampouco tem senso de urgência em relação à reforma tributária. Seu interesse na matéria limita-se à correção da tabela do Imposto de Renda das pessoas físicas, também por razões eleitorais.

Trata-se de promessa da campanha de 2018 que gostaria de apresentar na próxima disputa de 2022 como uma meta já cumprida.

Paulo Guedes, ministro da Economia e, em tese, o fiador das propostas, atuou sem amparo presidencial —e desistiu de defendê-las à medida que o governo perdeu o controle da tramitação dos textos.

Cumpre lembrar que a bem-sucedida reforma da Previdência, principal feito durante a atual gestão, teve um tratamento diferente. Bolsonaro articulou para resguardar benefícios às categorias que defende, mas não eximiu seu governo de outros debates.

Parece claro que a janela de oportunidade se fechou. Em 2022, ano eleitoral, dificilmente haverá energia política para alterações legislativas complexas. E o Brasil, cuja economia não decola há uma década, terá perdido mais tempo sem enfrentar as deficiências e distorções de seu poder público.

Folha de São Paulo

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