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quinta-feira, outubro 07, 2021
Presidente da ANS cede a pressão e promete à CPI intervir na Prevent Senior
Atrás do próprio rabo
A perene importância do combate à corrupção - Editorial
América Latina "brilha" nos Pandora Papers
Presidentes Sebastián Piñera (Chile), Guillermo Lasso (Equador), e Luis Abinader (República Dominicana) estão entre citados nos Pandora Papers
Marcada por entrelaçamento entre política e negócios, região é a mais representada no vazamento sobre paraísos fiscais. Vários políticos são cobrados a dar explicações, mas, para analistas, consequências são improváveis.
A divulgação dos Pandora Papers representa um tsunami político para as elites da América Latina. A região é a mais representada na maior checagem de dados já feita sobre paraísos fiscais: quase 100 mandatários políticos de 18 nações latino-americanas são conectados com negócios offshore – ou seja, transações em oásis financeiros fora da jurisdição do país de origem.
Tais práticas aparentemente são difundidas até mesmo nos mais altos patamares da elite politica. Dos 35 atuais ou antigos presidentes cujos nomes constam dos documentos vazados, 14 são da região. As revelações devem ser especialmente desagradáveis para três chefes de Estado em exercício: Sebastián Piñera, do Chile, Guillermo Lasso, do Equador, e Luis Abinader, da República Dominicana.
Entre os cerca de 2 mil brasileiros listados como sócios de empresas offshore, o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, são os nomes mais proeminentes. Na terça-feira (05/10), tanto a Câmara dos Deputados quanto o Senado Federal aprovaram requerimentos para pedir explicações a Guedes.
O ministro da Economia é dono de uma offshore sediada nas Ilhas Virgens Britânicas, identificada nos Pandora Papers. Segundo a pasta que ele chefia, a empresa teria sido declarada à Receita Federal e à Comissão de Ética Pública antes de ele assumir o cargo. Mas críticos apontaram possível conflito de interesse na manutenção de uma offshore ativa pelo ministro.
Envolvimento das elites descarta consequências sérias
Ao todo, 2,9 terabytes de documentos sobre transações potencialmente corruptas foram vazados para o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês). Este se encarregou de sua análise e divulgação, no escândalo que ficou conhecido como Pandora Papers.
Falando à DW, o jornalista venezuelano e membro do ICIJ Ewald Scharfenberg frisa a importância das revelações para a América Latina. "Numa região marcada pela desigualdade, esses documentos comprovam a lacuna entre os cidadãos normais, respeitosos da lei, e os que conseguem acesso aos paraísos fiscais e o utilizam para seus fins."
No entanto, justamente pelo fato de uma grande parcela da elite política estar envolvida nessas práticas, é pequena a probabilidade de os altos escalões adotarem medidas contra essa "economia paralela", conclui o jornalista investigativo.
O ceticismo de Scharfenberg não é injustificado. No início de agosto, os mais famosos prevaricadores latino-americanos dos Pandora Papers, os presidentes chileno e equatoriano, se submeteram a perguntas da imprensa. Indagado sobre paraísos fiscais, Piñera pontificou a favor de erradicação de todos eles, pois muitas vezes seriam utilizados para falcatruas ilegais, negócios moralmente duvidosos ou sonegação de impostos.
O mandatário chileno declarou-se convicto de que "os paraísos fiscais devem desaparecer para que as transações financeiras internacionais se tornem mais transparentes". A expressão facial de Lasso, que escutava calado, deixou margem para interpretações.
Entrelaçamento de política e negócios é praxe
Após as últimas revelações, Sebastián Piñera, um dos homens mais ricos do Chile, negou imediatamente ter violado qualquer lei. De acordo com os Pandora Papers, a família do presidente detém a maior participação no controvertido projeto de construção Dominga, no norte do país; seus filhos e esposa administram a fortuna familiar nas Ilhas Virgens. Numa declaração, o bilionário assegurou não ter participado nem estar informado sobre as transações em questão.
Também seu homólogo equatoriano, Guillermo Lasso, se apressou em reafirmar no Twitter a própria inocência: ele não teria imóveis nos paraísos fiscais, sua grande fortuna seria resultado da atuação no Banco de Guayaquil, de que é o maior acionista.
Mas o que se revela agora sobre a América Latina não é surpresa, muito menos para os cidadãos locais, observa Günther Maihold, vice-diretor do Instituto Alemão para Política Internacional e Segurança (SWP) e especializado em assuntos latino-americanos: "As elites políticas da região sempre buscaram suas oportunidades no estrangeiro, não em seus países."
Também Sabine Kurtenbach, do Instituto Giga de Estudos Latino-Americanos, sediado em Hamburgo, está longe de surpreender-se, já que o entrelaçamento de cargos políticos com negócios privados é muito difundido na região.
"No fim das contas, coisas como transparência e prestação de contas dependem das relações de poder entre as elites do momento, a sociedade civil e a Justiça." Só uma sociedade civil forte e um Judiciário independente podem cuidar para que a elite política respeite as leis vigentes, acrescenta.
"Para os amigos, tudo; para os inimigos, a lei"
Agora, as autoridades fiscais dos diferentes países têm que verificar o grau de ilegalidade de um volume enorme de documentos. Tanto Kurtenbach quanto Maihold concordam que nem sempre é fácil definir se uma ou outra prática é legal ou ilegal.
Em muitos casos, porém, deve tratar-se de capital intencionalmente ocultado do fisco. O problema é que muitos caminhos tomados pelo dinheiro são, ou inicialmente parecem ser, legais, graças às leis que os próprios políticos envolvidos promoveram ou mesmo decidiram.
"Para os amigos, tudo. Para os inimigos, a lei" é uma frase atribuída ao antigo presidente brasileiro Getúlio Vargas. No entanto, ela se aplica igualmente a muitos de seus atuais colegas de cargo na América Latina, reconhecem Kurtenbach e Maihold.
Como aponta a especialista do Instituto Giga, no momento a região atravessa um retrocesso dramático nos setores de democracia e Estado de direito: "As leis só são aplicadas quando se pode instrumentalizá-las politicamente." Mudar isso exigiria uma reforma do acesso à educação e a redução da desigualdade social, afirma.
A julgar pelas experiências dos últimos anos, é bem possível ocorrerem processos fiscais e exigência de pagamento de impostos sonegados, prevê Maihold. Porém condenações em massa ou consequências penais são antes improváveis.
O problema é que "uma autonomia do direito basicamente não é reconhecida na América Latina", e uma virada para melhor só seria possível se os eleitores da região voltassem a mostrar mais confiança nas instituições, e menos em indivíduos, considera o especialista.
Deutsche WellePostado há 9 hours ago por Brasil Soberano e Livre
Cruz das Almas: CPI deve pedir condução coerciva para que ex-secretário de Saúde deponha
por Vitor Castro
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga irregularidades na gestão do Pronto Atendimento Covid, da cidade de Cruz das Almas, deve pedir na justiça a condução coercitiva do ex-secretário de Saúde do município, para que ele preste esclarecimentos. De acordo com os vereadores, o ex-gestor da pasta vem se esquivando desde o início da CPI, que investiga a atuação de falsos médicos na cidade (relembre). Especialistas em direito administrativo consideram legítimo o desejo dos edis.
O ex-secretário de Saúde, Sandro Borges, vem sendo chamado a depor na comissão deste o mês de agosto, no entanto, apressou diversos atestados que asseguraram sua ausência (relembre). Na sessão desta quarta-feira (6), ele apresentou mais um atestado para justificar a ausência e apresentou um pedido para que as perguntas fossem enviadas por escrito, o que incomodou os vereadores.
Ao Bahia Notícias, o relator da comissão, vereador Pedro Melo (PT), disse que Borges tem muito a informar. “O que está em jogo agora é que não conseguimos chegar, mesmo tendo o contato telefônico, até a falsa médica Alana. Temos a informação de que foi essa mulher que atendeu aqui atestando o óbito de Ronaldo Teles. Então é fundamental o testemunho dele [ex-secretário, à época gestor da pasta] aqui na CPI”, explicou.
Ainda de acordo com o relator, a CPI decidiu nesta quarta-feira (6) que irá acionar o Poder Judiciário. “Vamos oficializar, via justiça, para ver a possibilidade de fazer uma condução coercitiva do Sandro Borges e também do médico Diego Paternosto pra serem ouvidos”, disse.
O vereador lembra que o ex-secretário, que é genro do prefeito Ednaldo Ribeiro, foi afastado do cargo em 1º de setembro alegando problemas de saúde (relembre). Outro personagem de importância para ser ouvido pela comissão, é um dos médicos que teve o Cremeb utilizado por um falso profissional. “Ouvir ele é muito importante. Alguém utilizou o Cremeb dele para atender um paciente aqui em Cruz, e essa pessoa assinou quatro atestados de óbitos”, disse.
Depois de quase dois meses, os vereadores já se preparam para encaminhar aos órgãos competentes, o relatório final da comissão. “A parte central da CPI é o óbito que ocorreu no dia 5 de abril. Temos elementos importantes para pensar até na hipótese de homicídio culposo por parte dos envolvidos na Secretaria de Saúde à época. Isso já é um passo que essa comissão tem para encaminhar para a relatoria. Mas para isso, ouvir secretário vai ser extremamente importante”, disse.
Para o professor de Direito Administrativo da Universidade Católica do Salvador, Aloisio Gonçalves, é legitimo o desejo dos vereadores pela condução coercitiva do ex-secretário. “Independente dele ser ou não secretário, o fato de os atos terem sido perpetrados quando ele era secretário, a CPI tem toda condição de requerer o depoimento dele”, disse, ressaltando que o depoimento precisa seguir alguns atos processuais. O primeiro deles seria analisar se o gestor público foi devidamente notificado para depor. O que ocorreu ao longo das sessões da comissão (reveja).
Ainda de acordo com o especialista, não somente a Constituição Federal, como também o Código de Processo Penal, autorizam a condução coercitiva do gestor. “A condução coercitiva decorre de uma determinação judicial, daí a razão pela qual a Câmara deseja a determinação dessa condução. Se o secretário estiver na condição de declarante ou testemunha [o que é o caso] a condução coercitiva não carece de maiores problemas para ser efetivada. Ele pode perfeitamente ser alvo e objeto da condução coercitiva”, assegurou.
O professor salientou ainda que, se ficar comprovada a culpabilidade do secretário, ele não só deverá responder no âmbito administrativo. “Ao meu ver, também pode ser enquadrado na seara penal, independente da concorrência de particulares. Os indivíduos que praticaram o ato ilicitamente juntamente com o agente político, concorrem na condição de réus tanto no âmbito administrativo, como no penal”, finalizou.
RELEMBRE O CASO
De acordo com a CPI, instaurada em 24 de maio, uma falsa médica atuava com documentação de Alana Ferreira, que informou nunca ter atuado Cruz das Almas. A própria médica procurou uma delegacia de Juazeiro e registrou queixa apontando ser vítima de falsidade ideológica e falsidade material de atestado ou certidão (relembre aqui).
Na sessão do dia 1? deste mês, os vereadores solicitaram a presença do secretário de Saúde Sandro Borges, que não compareceu. Ele apresentou um atestado garantindo 14 dias de afastamento das atividades profissionais por ansiedade e hipertensão. Na sessão do dia 16 de setembro, o secretário apresentou outro atestado que lhe garantiu mais 14 dias de afastamento.
A comissão se reúne todas às quartas-feiras e é presidida pelo vereador Paulo Oliveira (PSD). Atuam como relator o vereador Pedro Melo (PT) e secretário o edil Carlos Trindade (PP).
Bahia Notícias
Nota da redação deste Blog - Só em Jeremoabo que que os vereadores temem uma CPI mais do que o diabo da cruz.
Será por incompetência ou pela costumeira omissão?
Alcolumbre diz ao STF que não marcou sabatina de Mendonça por 'turbulência'
por Anaís Motta | Folhapress
O senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), negou, nesta quarta-feira (6), ao STF (Supremo Tribunal Federal) que a demora para marcar a sabatina do ex-advogado-geral da União André Mendonça --escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para ser ministro da corte-- seja "anormal", atribuindo o não agendamento da sessão às "turbulências políticas".
Mendonça foi indicado ao STF em 13 de julho, cinco dias antes do início do recesso parlamentar. Os trabalhos no Congresso retornaram em 3 de agosto, mas não houve nenhum andamento no processo nas semanas seguintes, e o ex-AGU espera até hoje para ser sabatinado.
"A votação de indicação de ministro para o STF merece ser precedida de um tempo de amadurecimento político que permita a galvanização das opiniões dos membros do Senado, em especial diante do cenário de turbulência política", justificou Alcolumbre.
"Ainda que houvesse intenção direta em obstar a indicação (...), a atuação obstrutiva (filibustering) é instrumento político legítimo na atividade parlamentar", disse.
"A aprovação do indicado por uma das Casas do Poder Legislativo atribui constitucionalmente a esta --no caso ao Senado Federal-- poder de veto em relação à escolha presidencial, poder esse que pode ser exercido seja mediante a recusa expressa e formal do nome, mediante a recusa expressa e formal do nome, seja mediante a não deliberação, enquanto manifestação política de que não há consenso na indicação e na sua aprovação", afirmou Alcolumbre.
A vaga no STF está aberta desde julho, quando o ex-ministro Marco Aurélio Mello se aposentou. A manifestação de Alcolumbre ao STF é uma resposta à ação apresentada em meados de setembro pelos senadores Jorge Kajuru (Podemos-GO) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE), com o objetivo de exigir que o presidente da CCJ marque a sabatina de Mendonça. Para os parlamentares, a conduta do colega é "abusiva".
"Ora, se o Senado da República não escolhe e tampouco elege ministros do Supremo Tribunal Federal, mas apenas aprecia a indicação realizada pelo presidente da República, é imprescindível que haja a pronta e tempestiva designação de sessão para essa finalidade, uma vez formal e solenemente enviada a mensagem pelo chefe do Poder Executivo", argumentaram.
Todo nome indicado pelo presidente da República para o STF deve passar por um rito no Senado, que começa com a sabatina na CCJ e termina com a apreciação pelo plenário. A primeira etapa depende do senador Davi Alcolumbre, atual presidente da CCJ, que ainda não agendou a sabatina de Mendonça.
A demora, de fato, é incomum: dos atuais dez ministros do STF, nenhum esperou mais de oito dias entre a indicação presidencial e o início da tramitação do processo no Senado, como mostrou um levantamento do UOL.
Em 27 de setembro, à rádio Jovem Pan Bolsonaro criticou Alcolumbre, sugerindo que o senador tem algum interesse por trás da recusa em marcar a sabatina. "Falam muita coisa [do Alcolumbre], eu não quero entrar em boatos. [Mas] Todo mundo quer poder."
Para se tornar ministro do Supremo, André Mendonça precisará do apoio de 41 senadores, maioria absoluta do Senado.
A Casa não rejeita uma indicação presidencial para o STF desde o século 19, mas costuma complicar a vida dos indicados em momentos de conflito com o governo.
Em julho, ao menos oito entidades que falam em nome de juízes, advogados, promotores, pesquisadores do direito e policiais lançaram um manifesto para que o Senado rejeite a indicação de Mendonça. Elas alegam que o ex-AGU, "em desvio dos requisitos constitucionais, foi indicado pela sua filiação religiosa", "o que viola a garantia fundamental da separação entre Igreja e Estado".
O presidente Jair Bolsonaro já disse, em mais de uma ocasião, que levou em consideração o fato de Mendonça ser evangélico para indicá-lo ao STF.
Em setembro, em entrevista à Jovem Pan, ele ainda reforçou que, caso o ex-AGU não seja aprovado pelo Senado, indicaria "outro evangélico" para a vaga deixada por Marco Aurélio. "E se sair o André? No meu compromisso que eu fiz junto aos evangélicos, será outro evangélico. [Mas] Eu acho que o André vai dar certo",disse Bolsonaro.
Bahia Notícias
Governo autoriza processo de desapropriação para construção da ponte Salvador-Itaparica
O Governo da Bahia deu mais um passo para tirar o projeto da ponte Salvador-Itaparica do papel. Na edição desta quinta-feira (7) do Diário Oficial do Estado (DOE), o governador Rui Costa publicou decreto que dá permissão à Concessionária Sistema Rodoviário Ponte Salvador Ilha de Itaparica S.A de iniciar o processo de desapropriação para a construção do equipamento. A medida também tira da Secretaria de Infraestrutura (Seinfra), a atribuição da ação, que passa a ser do Executivo.
A autorização engloba duas áreas. A primeira, que se refere ao Decreto nº 17.157, de 26 de outubro de 2016, define pequenas áreas no bairro do Comércio, que serão utilizadas para a construção dos pilares da cabeceira soteropolitana da Ponte e dos viadutos que farão a conexão com a rede viária de Salvador.
A segunda é referente ao Decreto nº 17.158, que delimita as futuras faixas de domínio do novo sistema viário na Ilha, que compreenderá a duplicação da BA-001, sua transformação parcial em via urbana, e a construção de uma nova rodovia “variante”, que deverá absorver o tráfego de passagem no município de Vera Cruz.
Em setembro, Rui postou nas redes sociais os estudos de batimetria, que serve para mapear o relevo embaixo da água e registrar a profundidade em toda a extensão da ponte. Também foram feitas medições de temperatura e salinidade da baía de Todos-os-Santos.
Também no mês passado, em entrevista para o jornal Tribuna da Bahia, o vice-governador João Leão garantiu que a recente crise no mercado chinês não afetará o projeto (lembre aqui). O governo mantém a previsão de início das obras para novembro.
Na ocasião, Leão também cobrou da Prefeitura de Salvador a liberação das licenças para o começo da construção, mas o prefeito Bruno Reis negou que o município tenha recebido o pedido (saiba mais).
A ponte será erguida por um consórcio chinês formado pela CR20 (China Railway 20 Bureau Group Corporation) e pela CCCC (China Communications Construction). As empresas têm quatro anos para entregar o equipamento. Orçada em R$ 5,3 bilhões, a ponte terá recurso de R$ 3,8 bilhões dos empresários, já o governo baiano injetará R$ 1,5 bilhão.
Bahia Notícias
Com direitos políticos suspensos, Dirceu conduz ilegalmente a campanha de Lula
Publicado em 7 de outubro de 2021 por Tribuna da Internet
Alberto Bombig e Matheus Lara
Coluna do Estadão
José Dirceu já foi tudo na vida: líder estudantil, preso político, exilado, deputado, ministro, articulador político, preso comum… A maioria dessas facetas ficou para trás, mas uma voltou à tona. Como em 2001, Dirceu articula, falando pelo PT, os palanques de mais uma campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva.
Condenado no mensalão e alvo da Lava Jato, o ex-ministro está conversando com várias lideranças do Nordeste, entre elas o senador Weverton Rocha (PDT), candidato ao governo do Maranhão, e o prefeito do Recife, João Campos (PSB).
LULA CONFIANTE – Lula pediu aos parlamentares do PT que evitem o “salto alto” e o “já ganhou”. Puro exercício de retórica. Em privado, Lula tem se mostrado cada vez mais confiante de que pode vencer a eleição sem fazer grandes concessões a aliados ou inflexões ao centro.
A propósito, os petistas vivem fazendo piadas da “terceira via”. Mas a maior fábula política da pré-campanha até agora parece ser mesmo a tal “frente ampla da esquerda”: a ordem no PT é usar essa conversa para desgastar os adversários de Lula.
A direção do PT não vai desmobilizar publicamente a campanha pelo impeachment de Bolsonaro: com a ajuda da CPI da Covid e de aliados no PSOL e em outros partidos, inclusive do Centrão, a ordem é “sangrar” Bolsonaro, mas sem desligar aparelhos.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Em liberdade, mas com os direitos políticos suspensos, Dirceu não pode coordenar a campanha de Lula. Pode ser preso, se colocar as manguinhas de fora… Lula faz o possível e o impossível para desestimular a terceira via, porque sabe que ganhará facilmente de Bolsonaro, mas será difícil derrotar algum candidato alternativo no segundo turno, porque a terceira via fatalmente herdará os votos que Bolsonaro conseguir no primeiro turno. De toda forma, será uma eleição eletrizante. Se houver união dos candidatos da terceira via, Lula e Bolsonaro podem tirar o cavalo da chuva, como se dizia antigamente. (C.N.)
Prazo já começou a correr e a Rede Globo tem de requerer renovação de concessões
Carlos Newton
A partir desta quarta-feira, começou a correr o prazo que a TV Globo e seus controladores têm para requerer ao Ministério das Comunicações e à Presidência da República a renovação das outorgas das concessões dos canais de televisão situados em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife e Brasília.
Apesar das ameaças feitas por Bolsonaro, não há dúvida alguma de que a renovação será deferida pelo governo e deliberada favoravelmente pela Câmara e pelo Senado.
BOLSONARO AMEAÇOU – Há alguns meses, com seu estilo “comigo ninguém pode”, o presidente Bolsonaro fez uma declaração ameaçadora: “Vocês vão renovar a concessão em 2022. Não vou persegui-los, mas o processo vai estar limpo. Se o processo não estiver limpo, legal, não tem renovação da concessão de vocês, e de TV nenhuma. Vocês apostaram em me derrubar no primeiro ano e não conseguiram”.
Ao que se sabe, além de ser o canal melhor avaliado pela população, em termos de audiência, produção e jornalismo, goste-se ou não da TV Globo, ela não fica a dever nada às melhores redes de televisão do mundo. Aliás, ocupa o terceiro lugar no ranking do setor.
Poderá haver surpresa na análise do novo pedido de renovação por mais 15 anos? Sim.
DIZ A LEI – “Na hipótese de não serem observadas as exigências legais e regulamentares afetas à renovação, o órgão competente do Poder Executivo se manifestará pela perempção e a submeterá ao Congresso Nacional”.
Da empresa e dos concessionários espera-se que não tenham dívidas com o Fisco e continuem ostentando “reputação ilibada” para a exploração desse relevante serviço público por mais 15 anos. Na órbita da Justiça e da Polícia, devem os concessionários apresentar certidões negativas.
Assim, no caso da TV Globo, parece ser mais fácil ser aprovado como ministro de tribunais superiores do que ter a renovação das concessões aprovada, porque a empresa dos irmãos Marinho tem problemas com a Receita, sua reputação jamais foi ilibada, e os crimes fiscais dos três verdadeiros concessionários estão sendo investigados pela Polícia Federal. Mas a teoria na prática é outra, porque eles passaram as concessões adiante para laranjas, com cumplicidade do então presidente Michel Temer.
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P.S. – Bolsonaro é do tipo que ruge como leão e mia como gatinho. A concessão da Vênus Platinada está mais do que garantida. (C.N.)
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