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segunda-feira, abril 08, 2019

Bolsonaro vai decidir os casos do ministro da Educação e da Apex nesta segunda


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Como se diz na sinuca, Vélez está pela bola sete, caçapa do fundo
Julia Lindner e Lorenna RodriguesEstadão
O presidente Jair Bolsonaro disse que vai decidir nesta segunda-feira, dia 8, o destino do ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez e que cada um dos seus ministros vai fazer um balanço da sua área nesta semana para comemorar os 100 dias do seu governo.
“Não é tanta notícia ruim como a imprensa vem publicando”, afirmou Bolsonaro depois de participar de um churrasco na casa de um amigo em Brasília neste domingo. O presidente ficou na residência, localizado em região nobre da capital federal, por mais de duas horas. O compromisso não constou na agenda oficial.
ENTRE AMIGOS – O dono da casa, Ricardo Zelenovsky, é companheiro de Bolsonaro do Exército. Ao deixar o local, o presidente vestia uma camiseta polo branca que ganhou com o seu nome. Ele falou rapidamente com a imprensa e disse que estava com amigos da turma de 1974. “O mais novo sou eu, todo mundo é general, e eu sou capitão”, brincou.
As escapadas do presidente têm sido comuns. No mês passado, ele acompanhou a primeira-dama Michelle Bolsonaro, em uma sessão de cinema na manhã de terça-feira em um shopping em Brasília. Bolsonaro chegou por volta das 9 horas ao cinema, onde assistiu ao filma “Superação – o milagre da fé”, com previsão de lançamento no dia 11 de abril.
O presidente também disse que resolverá na segunda a disputa na Agência Brasileira de Exportações e Investimentos (Apex). Como mostrou o Estado, o presidente da Apex, Mário Vilalva, tem apoio dos militares do governo e está em confronto com diretores próximos do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, homem da confiança do escritor Olavo de Carvalho, guru ideológico de Bolsonaro.
DADOS SIGILOSOS – Em relação ao acesso irregular de dados fiscais por servidores da Receita Federal, Bolsonaro disse que funcionários do órgão vinham “bisbilhotando” seus dados durante todo o ano passado. “Não sei qual o objetivo”, completou.
Ao retornar ao Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República, Bolsonaro parou para falar com apoiadores que o aguardavam.

Almoçando com um gênio antigo e imortal, que se chamava Agripino Grieco


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Agripino Grieco criticava a literatura e tudo o mais
Sebastião Nery
Saí do almoço, fui direto à enciclopédia ver a definição de águia: – “Ave de soberbo voo, garras potentes e tarsos plumosos, nidifica e habita nas montanhas”. Era ele. Nunca ninguém me dera tão forte a ideia de ave, de uma ave soberba. Cara de ave, nariz de ave, longos dedos de ave, finos e saltitantes olhos de ave, apesar de tudo não voava nem cantava. Era um homem. Um homem excepcional, como a águia é uma ave excepcional.
Milton Reis, deputado cassado, poeta, me telefonou convidando para almoçar em sua casa com Agripino Grieco. Fui pensando nos 85 anos do velho mestre que de tão longe me abriu as cancelas da literatura, nos primeiros anos do seminário, através de seus livros que me encantaram pela limpidez, pela autenticidade, pela coragem de dizer que A era A e Z era Z mesmo, pela agressiva competência com que exerceu a crítica literária acima de todas as corriolas da chamada vida literária, furando sem piedade a pança inflada de muito Sancho, com seu estilo de espada em punho de Dom Quixote.
AOS 85 ANOS – Carcaças Gloriosas, Zeros à Esquerda, Amigos e Inimigos do Brasil, O Boletim de Ariel, o rodapé em O Jornal, eu lera tudo há tanto tempo que fui imaginando encontrar os restos de um homem comido pela exaustão de setenta anos de contínua atividade intelectual.
Pois não era nada disso. Da porta, a voz entrou sala adentro, tinindo, retumbante, como de um jovem. E passou três horas falando, contando histórias, opinando, discutindo, citando trechos e trechos, prosa e verso, como torcedor de futebol cita escalação de time, com a naturalidade e o vigor de quem fez das ideias o pão de cada dia.
A memória era inimaginável, inesgotável. Sabia e lembrava tudo da literatura universal e nacional, autores, livros, personagens, datas, dias, meses, anos, minúcias, detalhes, como se fosse a vida dos filhos.
PALAVRA EXATA – E numa linguagem forte, enxuta, precisa, a palavra exata como fio de navalha, as frases saltando da boca, tonada, semicantadas, troantes, irrepreensíveis. E, sobretudo, vivas, vivíssimas, surpreendentemente acordadas e ensolaradas em um homem de oitenta e cinco anos.
As três horas de conversa dariam meio livro. Guardei um pouco apenas do que ele disse entre o aperitivo, o excelente almoço e a sobremesa. Milton Reis, Geraldo Mascarenhas, Aurélio Ferreira Guimarães foram testemunhas de que não vai aqui nem um terço do que ele lampejou, como diria com propriedade um jornalista de seu tempo. Quer dizer, de seu primeiro tempo, porque ele foi um homem de todos os tempos.
1 – Tenho memória trágica, recordo tudo. Se houvesse fosfato para diminuir memória, tomava. Às vezes ela dói.
2 – Elegeram-me presidente de honra da Academia de Letras de Caxias. Agora, sou duas vezes imortal: tomei posse e voltei.
3 – O Jorge Amado trocou a Gabriela pela Tereza Batista. É o lenocínio literário.
4 – Mineiro dá bom dia porque bom dia volta logo. É a terra onde olho vê, mão tira e pé corre. Por isso dá tanto banqueiro lá. O que é o batedor de carteira senão um banqueiro apressado?
5 – O primeiro artigo sobre o Gilberto Freyre quem escreveu fui eu. Casa Grande e Senzala é um livro bem pensado e mal escrito. Pensado da casa grande e escrito na senzala.
6 – Há sujeitos muito burros que às vezes conseguem fazer uma coisa boa. É a faísca da ferradura na calçada.
7 – Em 1906, eu era funcionário do Ministério da Viação e ia ser promovido. O decreto estava lavrado. Fiz um discurso para o Aarão Reis, meu chefe, e não me contive. Disse que ele era “o primeiro de nossos engenheiros, em ordem alfabética”. Ganhei a frase e perdi o cargo.
8 – O Eça de Queirós estava hospedado em hotel de Évora. Chamaram-no. Saiu parecendo um sudário com aquele caco de vidro no olho. Queriam um adjetivo original, exótico, para uma placa em homenagem a um advogado. Respondeu: – “Honesto”.
9 – O Carneiro Leão entrou na Academia. Estranhei: – Até agora os animais tinham entrado de um a um. Dois de uma vez é demais.
10 – Alguém me pergunta se deixei a Academia em paz. (Até hoje ninguém criticou tanto os imortais da Presidente Wilson como o gênio irônico do Méier).

É preciso saber que a proposta previdenciária de Guedes está cheia de furos


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O fato concreto é que Paulo Guedes está completamente enrolado
Willy Sandoval
Está cheia de furos a proposta de reforma previdenciária do ministro Paulo Guedes. Só para dar um exemplo, funcionário público, desde de 1994, já contribui com mais de 11% (do salário cheio, digamos um bom salário de uns R$ 25 mil) todo mês para a Previdência. Tem uns 55 anos, vai dentro de pouco tempo (menos de 3 anos) atingir todas as condições estabelecidas (e que já foram restringidas pela reforma de 2003) para ter direito à integralidade e paridade.
Pela reforma do Guedes, este servidor  vai ter que esperar até os 65 anos ou por regras de transição ainda incertas, vai ter que continuar trabalhando uns 2, 3, 4 ou 5 anos a mais.
CAPITALIZAÇÃO – Se fosse considerar um regime de capitalização como proposto pelo Guedes já faria jus com certeza à sua integralidade e paridade, ou então ter de volta pelo menos uns 3 milhões de reais e ainda se aposentar dentro dos limites da previdência comum. (Não sei fazer cálculo atuarial, mas com certeza não devo estar muito errado no chute).
Outros furos ainda estão presentes na proposta, mas acho que são mais “bodes na sala” prontos para serem retirados, de forma a aprovar o principal.
PANTOMIMA – Aí vem esses idiotas petralhas e fazem toda essa algazarra na Comissão da Câmara. Minha opinião é que só fizeram fortalecer a posição do ministro Guedes, um verdadeiro tiro no pé para aqueles que acham que essa resistência petralha vai impedir a reforma que eles querem atacar. Até mesmo porque, a maioria dos governadores petistas do Nordeste são a favor da reforma, só não declaram isso abertamente porque a própria presidente Dilma já fez uma boa parte do serviço criando os fundos de capitalização para funcionários públicos federais que ingressaram após 2013.
Essa resistência toda não passa de pura pantomina, hipocrisia e grosseria mesmo! Não colabora em nada para que se corrijam as injustiças, incompetência e ladroagem que anos a fio só tem servido para maracutaias politicas e para enriquecimento dos banqueiros.

domingo, abril 07, 2019

Grande diferença entre “Solidariedade” versus “Estado de Bem-Estar Social”


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Ilustração reproduzida do Arquivo Google
Percival Puggina
Aqui em Porto Alegre, uma estudante de 25 anos vende trufas no Centro Histórico. Vem daí o sustento dela e o do pai adotivo (que produz as trufas), bem como o custeio das mensalidades do curso de Psicologia. A dura condição de vida da jovem não fez parar a mão criminosa que há duas semanas lhe tomou a féria de R$ 280,00. Desesperada, a moça usou a rede social para contar sua história e promoveu uma vaquinha que, em duas semanas, recolheu R$ 7 mil. Que fez ela, tendo em mãos a solução para tantos de seus problemas?
Saiu a ajudar pessoas que, em outras vaquinhas, expressavam suas dificuldades e apelavam à anônima solidariedade dos que ainda se percebem humanos. Já foram ajudados, entre outros, uma criança com câncer e um estudante que vende latinhas com o intuito de comprar um computador para redigir seu trabalho de conclusão de curso. Isso é solidariedade. A história está contada em ZH do dia 1º de abril, na coluna do jornalista Paulo Germano.
UMA VAQUINHA – Tenho uma sobrinha que mora há uns poucos anos nos Estados Unidos. Em meados de 2018, foi diagnosticada com câncer no cérebro. Tumor agressivo, mas susceptível de tratamento com uma tecnologia nova, experimental. Os cuidados médicos e hospitalares eram incompatíveis com o orçamento familiar. Uma vaquinha criada por amigos arrecadou, rapidamente, doações que ultrapassaram 100 mil dólares e lhe permitiu iniciar o tratamento. Isso é solidariedade.
Vejamos agora o que acontece quando o Estado se mete. Desde Vargas, os políticos brasileiros acenam com o Estado de Bem-Estar Social. É incalculável o número de zeros que precisariam ser adicionados a outro algarismo significativo para representar o quanto de dinheiro da sociedade já foi arrecadado com essa finalidade. No entanto, nosso IDH precisa engatar primeira marcha para subir, resfolegando, uma ladeira com inclinação de 1%. País pobre, com taxa de investimento que precisa quebrar cofrinhos para chegar a 16% do PIB ao ano, só proporciona bem-estar social para sua elite.
A REALIDADE – Esse tipo de Estado, que orienta as políticas públicas no Brasil, mostrou estar para os objetivos a que se propõe assim como o machado está para a cirurgia de fimose. Fez o Estado agigantar-se sobre a sociedade e gastar em si os recursos arrecadados para a promoção do tal bem-estar. Com isso, empobreceu a nação, inibiu o crescimento econômico e a geração de renda sem a qual miséria e desemprego se tornam produtos naturais.
Paradoxalmente, parcela significativa da sociedade, distribuída em todos os estratos sociais, mantém para com o Estado relação de desejo, uma forma de amor em que não é difícil perceber sinais de sua natureza erótica.
O sonho do Estado generosamente provedor gerou o Estado aproveitador e os aproveitadores do Estado, criando um sorvedouro de recursos efetivos e um buraco negro onde desaparece a virtude da solidariedade. Esta magnífica virtude social não é antagônica à dimensão individual do ser humano, mas é, sempre como virtude, compatível com a vida em sociedades livres.
AJUDA MÚTUA – Há mais harmonia onde a solidariedade se manifesta, onde as pessoas voluntariamente se ajudam, onde iniciativas da comunidade buscam promover a ascensão social, onde a moça que vende trufas socorre quem precisa, onde pessoas doam dinheiro para uma jovem com câncer. Há uma energia poderosa na solidariedade que se manifesta livremente como ato da vontade. Leva uns a atravessar o planeta para ajudar povos distantes em suas catástrofes. Outros a serem médicos sem fronteiras.
Também aqui em Porto Alegre, tivemos recentes exemplos de empresários custeando a conclusão de um túnel; de outros entregando dezenas de viaturas, armas e munições para a Brigada Militar; e de um outro, ainda, doando à Santa Casa de Misericórdia meios necessários para construir diversos andares de um novo hospital.
A solidariedade anima valores imateriais que determinam mudanças mais profundas do que quando as pessoas, numa perigosa “teologia” do Estado, cuidam apenas de si mesmas confiando em que ele cuidará de todos.

No Dia do Jornalista, um relato das experiências de uma jovem repórter grávida


Resultado de imagem para dia do jornalistaMiriam LeitãoBlog do Matheus
O celular tocou hoje às seis horas e oito minutos, em pleno sábado, e desligou em seguida. Acordei e vi que era de um colega da Globonews. Retornei assustada.
– Ledu? Me ligou? O que aconteceu?
– A república não caiu. Eu é que liguei sem querer.
Jornalistas são pilhados. Ele deveria é estar dormindo, em vez de estar acordando os outros. Fiquei pensando nessa profissão de gente intensa. Este domingo é 7 de abril. Dia do jornalista e meu aniversário. Adoro essa coincidência. Sinto como um sinal de que estava escrito nas estrelas que seguiria esse caminho. Lembro ainda do primeiro dia, assustada e deslumbrada, em uma redação. Era uma sala pequena, mas achei vibrante aquele ambiente no qual os chefes eram tratados por “você”, escrevia-se freneticamente em máquinas barulhentas, e as ironias eram sempre parte dos diálogos.
UMA PIRÂMIDE – Entrei por acaso nesse caminho. Procurava emprego após passar no vestibular de História. O primeiro chefe desenhou um triângulo, inverteu o papel e disse:
– Sabe o que é isso? É uma pirâmide. Aqui você terá que fazer isso todo dia. Uma pirâmide invertida. O mais importante vem antes. É o lide. Você tem que responder primeiro as seguintes perguntas: o que, quem, quando, onde, por que.
– Como?
A explicação se repetiu diante do meu olhar atônito. Essa foi toda a lição de jornalismo que recebi antes de sair para a primeira reportagem. Depois faria o curso, que comecei em Vitória e conclui em Brasília, numa UNB meio sombria. A universidade que nascera rebelde fora tantas vezes sufocada que perdera a alegria. Nos corredores, eu passava sozinha, sempre correndo, sempre atrasada para voltar para o trabalho. Dividindo meu tempo em três, o emprego, os estudos, os filhos pequenos.
NA DITADURA – Minha vida no jornalismo fora tumultuada no começo. Entrei e saí de várias redações. Em Vitória, numa rádio, meu terceiro emprego em um ano, havia no quadro de avisos um lugar certo para afixar as proibições. Homens da Polícia Federal visitavam a redação, entregavam os avisos de que alguma notícia estava proibida e a gente assinava um recibo. Uma prancheta com uma pequena mão segurava as notas dos fatos banidos.
A gente chegava para trabalhar e, antes, lia as últimas. Uma se repetia. “É permanentemente proibido dar qualquer notícia sobre Dom Helder Câmara”. O nome do bispo de Olinda e Recife jamais poderia ser pronunciado. O regime o detestava. Era recíproco. Então eu o amei sem nunca tê-lo visto. Um dia chegou o aviso mais insensato. Era proibido fazer qualquer referência a um surto de meningite que ocorria no país.
CLIMA DE CENSURA  – Foi assim o começo. Demissões e o clima de censura constante eram as pedras no caminho. Da rádio, saí quando Élcio Álvares foi imposto como governador do Espírito Santo. A rádio era pública. As notícias corriam insistentemente de que ele demitiria todos os “subversivos”, assim que assumisse. Vários emissários vinham me contar da lista. Havia uma lista. Meu nome estava nele. Eu era apenas uma jovem repórter. Decidi sair antes que viesse o “passaralho”, nome que damos às demissões em grupo.
Do meu novo emprego, o quarto em três anos, fui demitida também, um ano depois, por ordem do governador. Ele não gostou de uma série de fotos na primeira página que mostravam a violência policial num despejo. Eu nada tinha a ver com aquilo. Estava na Editoria Internacional, naquele momento, reescrevendo telegramas de agências americanas. Mas, segundo soube, entrara na lista dos desafetos do governador porque ele achava os textos sobre a guerra do Vietnã muito antiamericanos.
DIA DE GLÓRIA – O sindicato se reuniu em protesto contra as demissões na Tribuna e a notícia saiu no Jornal do Brasil, no Rio. Dia de glória. Infelizmente não guardei a notícia e não a encontro nas visitas aos arquivos eletrônicos, onde algumas edições estão faltando. Fui para o jornal concorrente e um ano depois estava de novo demitida. Três demissões e um pedido forçado de demissão em cinco anos. Fiz minhas malas e fui para Brasília procurar emprego.
O governo acabara de fechar o Congresso mais uma vez. Era 1977, ano do pacote de abril. Ir para Brasília, com aquele currículo, era de uma teimosia inacreditável, mas fomos. Marcelo Neto e eu. Vladimir ficou com minha irmã Beth, em Belo Horizonte e fomos morar com um cunhado. Rodei as redações atrás do quase impossível emprego naquelas circunstâncias.
Aos 24 anos, meu currículo era cheio de entradas e saídas. Não tinha registro profissional. Não terminara o curso de jornalismo. Marcelo estava em pior situação. Havia estudado medicina, fora expulso pelo decreto 477 e proibido de estudar em qualquer estabelecimento de ensino por três anos.
ESTAVA GRÁVIDA – Foram dias cheios de “nãos” e de “se houver vaga ligamos”. Foi quando descobri que estava grávida do Matheus.
Logo depois, Jorge Luiz, amigo do tempo da prisão em Vitória, contou que havia me indicado para uma vaga na Gazeta Mercantil. Sem qualquer esperança, apareci para a entrevista e avisei que estava grávida. Fui contratada pela pessoa que se tornou a mais importante da minha formação profissional. Sidnei Basile, o chefe da sucursal, me colocava sentada ao lado dele e me explicava pacientemente como avançar no aprendizado da profissão. Como melhorar o texto, como ler um documento longo quando se está com pressa, como apurar meticulosamente, como fazer fontes, o que era o jornalismo econômico, como entender aquele mundo novo que era o Itamaraty, que eu passara a cobrir. Sempre achei a palavra “obrigada” fraca demais para dizer ao Sidnei.
COINCIDÊNCIA – Bom, esta crônica era só para contar que adoro a coincidência entre meu aniversário e o dia do jornalista. Nunca pensei em desistir, mesmo nestes primeiros e tumultuados anos. Minha irmã Beth, que me acudiu em tantos momentos de aflição, me disse certa vez: “sua transgressão foi permanecer”.
Ficarei por aqui, portanto, fazendo jornalismo. Porque é assim que entendo a vida. Nenhuma profissão é mais fascinante. Feliz dia do jornalista para os meus colegas. Nossa transgressão nesses dias difíceis será permanecer.

Justiça dá 10 dias para a Vale comprovar estabilidade de seis barragens em Itabira


Complexo em Itabira
Agora, a preocupação é com as barragens de Itabira, em Minas
Lara AlvesO Tempo
A Justiça de Minas Gerais determinou, nesta sexta-feira (5), que a Vale comprove a regularidade e a segurança dos complexos Conceição e Mina do Meio, que abrigam quatro barragens, em Itabira, na região Central de Minas Gerais. Se atestada qualquer instabilidade em uma ou mais estruturas, a mineradora deverá apresentar uma proposta detalhada para evacuação e realocação de pessoas e animais.
Também será preciso que a mineradora estude possibilidades de resgate e preservação dos bens culturais que poderiam ser atingidos em caso de rompimento de alguma das barragens;
LIMINAR DO MP – A determinação, assinada pela juíza Cibele Mourão Barroso de Figueiredo Oliveira, da Comarca de Itabira, atende a um pedido liminar do Ministério Público de Minas Gerais, válido para as barragens Conceição, Itabiruçu e Rio de Peixe, no complexo Conceição, e Cambucal I e II e Três Fontes, estruturas do complexo Mina do Meio.
O argumento utilizado pelo órgão é de que o recente rompimento da barragem em Brumadinho, tragédia que já deixou 223 pessoas mortas, põe em xeque a credibilidade dos laudos técnicos fornecidos pela empresa.
Medidas estabelecidas na decisão preveem que a mineradora elabore e submeta à Justiça, em até dez dias, um plano de ação para garantir a estabilidade dos dois complexos.
PLANO DE SEGURANÇA – A Vale precisa ainda adotar todas as providências recomendadas pelos órgão fiscalizadores e apresentar, no prazo de 15 dias, um plano de segurança das barragens e dos empreendimentos, mapeando ainda os moradores que vivem nas áreas de autossalvamento.
O descumprimento da decisão pode acarretar em multa diária no valor de R$ 1 milhão.  Procurada, por meio de nota, a Vale informou que: “irá avaliar as medidas necessárias quando tiver acesso ao teor da decisão.”
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A situação é sinistra e só tem uma solução, proposta aqui na TI em artigo de Christian Cardoso, que sugeriu a adoção do esquema a seco para processamento do minério, seu usar barragens. É um pouco mais caro, mas elimina totalmente o risco de calamidades ambientais e risco de vida para os moradores do entorno. Estranhamente, nenhuma autoridade comenta o assunto. Por que será?.(C.N.)

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Publicado em 4 de novembro de 2024 por Tribuna da Internet Facebook Twitter WhatsApp Email Queda da população está enfraquecendo a economia ...

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