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quarta-feira, junho 15, 2011

CMI Brasil - JUIZ QUE MATOU PROMOTOR ESTÁ IMPUNE

CMI Brasil - JUIZ QUE MATOU PROMOTOR ESTÁ IMPUNE: "– Enviado usando a Barra de Ferramentas Google"

Dilma adia votação da PEC do Trabalho Escravo

Dilma adia votação da PEC do Trabalho Escravo: "– Enviado usando a Barra de Ferramentas Google"

Nos jornais: Dilma corteja Congresso com "balcão de negócios"

O Estado de S. Paulo

Dilma corteja Congresso com "balcão de negócios"

Na tentativa de se aproximar mais do Congresso e garantir a aprovação de projetos importantes para o governo, como a medida provisória que cria um regime diferenciado de licitação para as obras da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016, a presidente Dilma Rousseff ativou o seu balcão de negócios. Um arsenal que envolve agilidade na distribuição de cargos, rapapés com líderes partidários - rituais que até então a presidente se recusava a incorporar - e liberação de emendas parlamentares.

O governo já acena com a possibilidade de negociar com os deputados e senadores da base aliada a liberação de 50% do Orçamento deste ano destinado às emendas parlamentares feitas para contemplar obras em suas bases eleitorais. A presidente autorizou ainda as duas auxiliares escaladas para o núcleo político - Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais) - a dizerem que até o dia 15 de julho definirá o que vai fazer com os chamados "restos a pagar" - dívidas de quase R$ 28 bilhões do governo de Luiz Inácio Lula da Silva com Estados e municípios cujos recursos ainda não foram repassados a obras iniciadas em 2009 e 2010.

Os parlamentares querem que a data-limite para o pagamento dos restos a pagar, hoje fixada em 30 de julho, seja adiada para 31 de dezembro.

Na estreia, Ideli falta a encontro e irrita líderes

Na estreia no cargo da ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti patinou. Contra as expectativas, Ideli não compareceu ontem ao almoço com os líderes da base na Câmara, deixando-os irritados. Em vez disso, no mesmo horário, almoçava com parlamentares da bancada do PR no Palácio da Alvorada.

Para tentar diminuir o estrago, a ministra convidou os aliados, no fim da tarde, para um encontro no Palácio do Planalto. O novo comando político do governo começou debaixo de muita desconfiança, principalmente na Câmara. Os líderes cobram resultados concretos das demandas paradas no Palácio do Planalto.

Em contraste com a ausência de Ideli, o ex-articulador político Luiz Sérgio, presente no encontro, foi aplaudido pelos líderes. Recém-deslocado para a pasta da Pesca, Luiz Sérgio sempre participou das reuniões dos líderes da base realizadas durante almoço às terças-feiras. Ontem, ele agradeceu o apoio que recebeu dos aliados. "A ministra tem de entender que o Legislativo não é o Senado. Se ela acha que o Legislativo é o Senado, está enganada", reclamou o líder do PTB, Jovair Arantes (GO).

Servidores coletam nomes para partido de Kassab

Funcionários comissionados da Prefeitura de São Paulo estão recolhendo assinaturas de eleitores para a criação do novo partido do prefeito Gilberto Kassab, o Partido Social Democrático (PSD). O Estado teve acesso a um e-mail em que uma assessora de uma subprefeitura afirma ter recebido do prefeito a "missão" de coletar nomes do "maior número de pessoas".

A mensagem foi enviada a amigos pela assessora no último domingo, dia 12. "Meu chefe mor (Kassab) passou uma missão para nós, pobres mortais dependentes dos cargos comissionados (hahahaha)... Preciso arrecadar o maior número de pessoas", afirma o texto, encaminhado de um e-mail pessoal. "Explico o motivo: O Kassab fundou um partido novo... O PSD - Partido Social Democrático - e precisa do maior número de pessoas que aceitem essa nova fundação."

A reportagem entrou em contato com a funcionária, que trabalha em uma subprefeitura da zona sul da capital paulista há cerca de um ano. "Foi uma amiga que é ligada ao subprefeito que me pediu", disse ela. Até ontem, a funcionária havia conseguido cinco assinaturas. "Está difícil conseguir mais."

''Funcionária tem livre arbítrio'', defende Prefeitura

Questionada pela reportagem, a assessoria de imprensa da Prefeitura de São Paulo afirmou que nenhum funcionário está autorizado a pedir nada em nome do prefeito. Segundo a administração, "não existe determinação para qualquer atitude de recolhimento de assinaturas" para a criação do novo partido do prefeito.

A Secretaria de Coordenação das Subprefeituras afirmou que a funcionária enviou a mensagem pelo e-mail pessoal e fora do horário de trabalho - coisa que, como qualquer outra pessoa, ela teria o livre arbítrio de fazer.

DEM lança ''guerra jurídica'' contra assinaturas do PSD

O DEM prepara-se para deflagrar a guerra jurídica contra o PSD, partido a ser criado pelo prefeito Gilberto Kassab. Os advogados da legenda foram orientados a questionar a coleta de assinaturas para criação da nova sigla nos cartórios eleitorais e fazer denúncias sobre quaisquer indícios de irregularidades aos Ministérios Públicos Eleitorais.

Para ser criado, o PSD precisa coletar 482 mil assinaturas em pelo menos nove Estados. A lei determina que, para concorrer a uma eleição, o registro no Tribunal Superior Eleitoral deve ser feito até um ano antes da disputa. Se o PSD quiser concorrer na eleição de 2012, tem de obter o registro até outubro.

'Vejo um avanço enorme na postura da Dilma', diz Tasso

Ao assumir o comando do Instituto Teotônio Vilela de estudos e pesquisas do PSDB nesta terça-feira, 14, o ex-senador e ex-governador cearense Tasso Jereissati comparou os comportamentos da presidente Dilma Rousseff e do antecessor Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010).

Depois de reclamar que havia passado oito anos assistindo ao governo Lula dizer que "o Brasil começou hoje", além de "hostilizar, desrespeitar e criticar" a oposição, Tasso emendou sobre a presidente: "Vejo um avanço enorme na postura da Dilma. Finalmente tem alguém com jeitão de presidente."

O elogio veio na sequência da divulgação da carta que Dilma enviara ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) na semana passada, felicitando-o como político e intelectual pelos 80 anos de vida.

No texto, Dilma diz explicitamente - o que dirigentes do PT e o próprio Lula jamais fizeram - que FHC "contribuiu decisivamente para a consolidação da estabilidade econômica" no Brasil. A correspondência foi entregue ao ex-presidente pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, que também foi ministro do presidente tucano.

ONU faz apelo para que Brasil inicie investigação imediata sobre a tortura nos anos da ditadura

A ONU apela para que o Brasil inicie de forma imediata uma investigação em torno da tortura e violações de direitos humanos ocorridas durante os anos da ditadura e puna os responsáveis. Para as Nações Unidas, a devolução das caixas com informações sobre a existência de pelo menos 242 centros de tortura no Brasil pelo Conselho Mundial de Igreja deve ser aproveitada para rever a posição do País em relação a como lidar com o seu passado. A ONU não esconde sua insatisfação com a decisão da presidente Dilma Rousseff de manter fechados os arquivos nacionais.

"A esperança que temos agora é de que essa ação de devolução dos arquivos leve o governo brasileiro a agir ", disse o relator da ONU contra a tortura, Juan Mendez. " O Ministério Público brasileiro e juízes precisam honrar esses documentos, abrindo processos contra torturadores e revelando o que de fato ocorreu naqueles anos para que toda a sociedade brasileira saiba do seu passado ", disse.

O Globo

Força Nacional não evita mais uma morte no Pará

Mais um trabalhador foi assassinado no Pará, na quinta morte em três semanas na Amazônia - uma onda de violência que nem a presença da Força Nacional de Segurança conseguiu conter. Morador do Acampamento Esperança, em Pacajá, Obede Souza, de 31 anos, foi morto com um tiro no ouvido. O crime estaria ligado a conflitos por terra, mas a motivação exata ainda não está clara. A Polícia Civil suspeita de disputas entre acampados. A Comissão Pastoral da Terra, porém, sustenta que Obede Souza teve desavenças recentes com madeireiros por causa da extração ilegal de árvores nativas. Homens da Força Nacional de Segurança estão em Altamira, perto de Pacajá, para acelerar inquéritos sobre mortes na região. O coordenador nacional da CPT, Dirceu Luiz Fumagalli, diz que a Força Nacional não intimida mandantes de crimes: "Eles sabem que o Estado não tem projeto de se fazer ali presente. Não vão se intimidar. Há impunidade aberta".

'A Força Nacional não intimida os mandantes'

No dia em que a Comissão Pastoral da Terra (CPT) confirmou o assassinato de mais um trabalhador rural no Pará, o coordenador nacional da entidade, Dirceu Luiz Fumagalli, fez um alerta. Para ele, o envio de homens da Força Nacional de Segurança para as regiões de conflito de terra não vai intimidar os mandantes desses crimes, porque "eles sabem que é uma situação temporária". As perspectivas, diz Fumagalli, são de acirramento da violência se não houver uma mudança da política de ocupação da Região Amazônica pelo governo.

Entidades criticam recuo de Dilma sobre sigilo eterno de documentos

A decisão da presidente Dilma Rousseff de aceitar que documentos do governo fiquem em segredo por tempo indeterminado foi alvo de críticas da Justiça e de órgãos defensores da liberdade de imprensa. Na Câmara, o projeto da Lei de Acesso à Informação Pública foi aprovado com a previsão de 50 anos, no máximo, para o sigilo de papéis oficiais. No Senado, há intenção de retirar a ressalva. O recuo do Planalto teria sido gerado pela pressão dos senadores e ex-presidentes da República Fernando Collor (PTB-AL) e José Sarney (PMDB-AP).

Sarney reafirmou que defende o sigilo apenas de documentos históricos do governo referentes à definição das fronteiras do país. Para ele, todos os demais registros, incluindo da ditadura militar e de governos posteriores, devem ser abertos:

- Não podemos fazer "wikileaks" da história do Brasil e da construção das fronteiras. Quanto aos documentos atuais, não tenho restrição. Acho que devem ser abertos e publicados.

Aliados cobram do governo R$3 bi para emendas

A ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, precisou marcar ontem, de última hora, um encontro no Planalto com os líderes aliados na Câmara. Na véspera, em reunião à noite com o líder do governo na Casa, Cândido Vaccarezza (PT-SP), ela fora alertada que o descontentamento é grande, e a pauta de reivindicações, extensa. Os deputados aliados querem que o governo empenhe (garanta o pagamento futuro) 50% das emendas de parlamentares aprovadas em 2010 para o Orçamento deste ano, o que significaria R$3,3 bilhões. Mas o governo deverá empenhar, no máximo, R$1 bilhão. E o ritmo de pagamento das emendas de anos anteriores é muito lento.

Outros dois pleitos foram incluídos: mais tempo, até 31 de dezembro, para que os prefeitos possam aprovar os projetos beneficiados com emendas de anos anteriores (o prazo atual termina dia 30 deste mês); e a destinação de parte das emendas dos deputados não reeleitos para parlamentares novatos.

Planalto só liberou 5% dos recursos

A execução do Orçamento federal mostra que a gritaria geral dos partidos governistas pela liberação das emendas parlamentares tem fundamento. De janeiro a maio, só 5 % dos recursos destinados às emendas específicas dos políticos e das bancadas foram executados: R$543 milhões de uma dotação de R$10,8 bilhões, já incluindo os restos a pagar, que são despesas contratadas em anos anteriores e pagas este ano. As emendas são uma ferramenta usada pelos políticos na relação com suas bases, em especial em municípios menores, que dependem dessas verbas federais para realizar obras e prestar serviços à população.

Nomeações desagradam ao PMDB

A mudança de comando na Casa Civil e na Secretaria de Relações Institucionais já está produzindo resultados práticos. No Diário Oficial da União, desde a última sexta-feira, começaram a surgir as primeiras nomeações para cargos de segundo e terceiro escalões. O PMDB não gostou da nomeação ontem de Marcelo Afonso Silva para a Diretoria de Obtenção de Terras do Incra, atribuída à nova chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. A vaga era reivindicada pela bancada do PMDB do Senado.

- A ministra Gleisi queimou na largada. Está limpando a prateleira do Palocci, mas descarregando os pedidos apenas do PT - reclamou um senador do PMDB.

Investigação sobre Palocci em segredo

A Procuradoria da República no Distrito Federal decretou sigilo nas investigações que apuram suspeita de crime de improbidade do ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci. O Ministério Público quer preservar as informações que recebeu da Receita Federal: cópia de todas as declarações de Imposto de Renda da Projeto, empresa de consultoria de Palocci. Os documentos servirão para instruir o inquérito que apura se houve irregularidade no aumento vultoso do patrimônio de Palocci em curto período. Pesa sobre ele a suspeita de que houve tráfico de influência na prestação das consultorias.

As declarações de renda foram entregues ao Ministério Público no último dia 9. O caso está sob a responsabilidade do procurador da República Paulo José Rocha Júnior. Ele ainda está analisando os papéis, mas decidiu manter o material em segredo especialmente para preservar sua estratégia de investigação.

Pivô da quebra de sigilo de tucanos é demitida

O governo federal demitiu em fevereiro a funcionária Adeildda Ferreira dos Santos, pivô do escândalo da violação do sigilo fiscal do vice-presidente executivo do PSDB, Eduardo Jorge, e de outros tucanos ligados a José Serra. Adeildda, servidora cedida à Receita pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), admitiu que aceitava encomendas de dados de contribuintes em troca de pagamento e foi indiciada. Nas eleições de 2010, as investigações revelaram que dados secretos das vítimas foram acessados em seu terminal, na agência da Receita Federal em Mauá (SP).

O advogado de Adeildda, Marcelo Panzardi, estuda entrar com ação trabalhista por danos morais e tentar o retorno da cliente ao emprego. Segundo ele, o inquérito da Polícia Federal e o processo administrativo disciplinar da Receita não foram concluídos. Portanto, Adeildda não poderia ser considerada culpada e punida:

- A rigor, não há nada de ilegal na demissão por justa causa. Mas houve uma presunção de culpa, quando na verdade as investigações praticamente pararam após as eleições.

MP denuncia Roriz por desvio em banco no DF

O Ministério Público do Distrito Federal acusa o ex-governador Joaquim Roriz de ter chefiado um esquema de corrupção no Banco Regional de Brasília (BRB) quando governou o DF. Na denúncia apresentada, o MP afirma que Roriz teria utilizado o BRB para desviar recursos públicos e lavar dinheiro.

Uma das irregularidades, conforme a acusação, envolveria a renegociação de uma dívida da construtora WRJ Engenharia. A empresa teria contraído empréstimo no BRB para construir o prédio Residencial Monet, na cidade-satélite de Águas Claras. O financiamento teria sido concedido em troca de 12 apartamentos para as filhas de Roriz.

Governo vai endurecer fiscalização de Oscips

Diante da denúncia de venda de Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscips) e outras irregularidades envolvendo esse tipo de entidade, em reportagem publicada ontem pelo GLOBO, o governo decidiu adotar um sistema mais rígido de fiscalização dessas entidades. O anúncio foi feito pelo secretário-executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto. Ontem, ele se reuniu com a presidente Dilma Rousseff, que cobrou medidas urgentes para evitar fraudes nas Oscips.

Barreto disse que, a partir de agora, as Oscips terão de, anualmente, prestar contas das atividades ao Ministério da Justiça.

- Nós verificamos mais uma matéria na imprensa narrando irregularidades na atuação das Oscips. Por isso, vamos tornar mais rígido todo o sistema de qualificação, controle e fiscalização das Oscips no Brasil - afirmou o secretário-executivo.

Projeto prevê ação de combate ao bullying

A Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado aprovou ontem determinação para que escolas públicas e privadas adotem estratégias de prevenção e combate a práticas de intimidação e agressão entre alunos, o chamado bullying. A orientação, que ainda será analisada pela Câmara dos Deputados, poderá integrar a Lei de Diretrizes e Bases da Educação.

Idade mínima para doar sangue passa para 16 anos; e a máxima, 67

Jovens de 16 e 17 anos já podem, a partir de agora, ser doadores de sangue desde que autorizados pelos pais ou responsáveis legais. É o que determina portaria do Ministério da Saúde publicada ontem - Dia Mundial do Doador de Sangue - no Diário Oficial da União. A idade mínima anterior era 18 anos. A nova regra também eleva a idade máxima de 65 para 67 anos.

O Ministério da Saúde estima que a ampliação da faixa etária aumentará em 14 milhões o universo de doadores em potencial no Brasil. O governo quer expandir o volume de sangue disponível nos hospitais.

Folha de S. Paulo

Debate sobre segredo de arquivos opõe PT a Dilma

A bancada do PT no Senado decidiu ontem defender publicamente o projeto que acaba com o sigilo eterno de documentos oficiais, contrariando a presidente Dilma Rousseff e a orientação da nova ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti. Ideli reafirmou ontem a disposição do governo de derrubar no Senado a mudança introduzida no projeto pela Câmara, que tira do governo o direito de manter eternamente em segredo documentos públicos classificados como ultrassecretos.
O projeto original, enviado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Congresso há dois anos, reduz de 30 para 25 anos o tempo que papéis ultrassecretos podem ser mantidos em sigilo, mas permite que esse prazo seja renovado indefinidamente. No ano passado, a Câmara aprovou uma emenda ao projeto, estabelecendo que o sigilo só poderia ser renovado uma vez e limitando a 50 anos o prazo para liberação de documentos oficiais.

Em 2010, foram produzidos 426 documentos

O Itamaraty produziu no ano passado 426 documentos classificados como ultrassecretos. O número representa apenas 0,12% do total de 340,2 mil papéis confeccionados por diplomatas dentro e fora do país. Trata-se de telegramas enviados pelos postos no exterior e despachos de Brasília destinados ao estrangeiro sobre temas diversos e com potencial de provocar, na visão dos diplomatas, polêmicas desnecessárias ou constrangimentos. Defensor de restringir o acesso ao público de determinados documentos, o Itamaraty não revela o conteúdo das mensagens.

Sigilo eterno é inconstitucional, diz Gurgel

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, indicou ontem que recorrerá ao STF (Supremo Tribunal Federal) caso o Senado mantenha o sigilo eterno sobre documentos oficiais. Ele afirmou que qualquer barreira contra o direito à informação pública é inconstitucional e disse não ver motivo para que papéis históricos permaneçam em segredo. "O direito à verdade é um direito fundamental. Qualquer iniciativa que busque afastá-lo tem deficit de constitucionalidade", afirmou. "O Ministério Público vai fazer tudo para assegurar que o direito à verdade seja plenamente exercido. Tomaremos todas as providências para que isso seja efetivado."
Gurgel informou que vai esperar que o Senado vote o projeto sobre a reclassificação dos papéis oficiais para decidir se recorre ao STF.

Projeto de Comissão da Verdade deve ser votado às pressas

O governo tenta fechar um acordo para que o projeto de lei que cria a Comissão da Verdade seja aprovado no Senado e na Câmara o mais rápido possível e sem debates públicos no Congresso. A ideia é que, logo que os termos do ajuste com base e oposição estejam fechados, o projeto -que estabelece uma comissão para investigar e fazer a narrativa oficial das violações aos direitos humanos durante a ditadura- seja aprovado nas duas Casas. A tentativa de aprovar o texto atual, enviado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, desagrada tanto militares da reserva quanto entidades ligadas a militantes de esquerda que lutaram contra a ditadura.

Lula desiste de viagem para Itália após decisão sobre Cesare Battisti

O ex-presidente Lula cancelou sua ida à Itália prevista para o final do mês por temer manifestações políticas e populares de hostilidade devido à decisão contra a extradição do terrorista italiano Cesare Battisti.
Considerado o maior cabo eleitoral da candidatura do brasileiro José Graziano da Silva à direção geral da FAO (órgão da ONU para agricultura e alimentação), Lula iria justamente na época da eleição.
Graziano foi ministro de Segurança Alimentar e Combate à Fome de Lula.

Universal injetou R$ 482 milhões na Record em 2010

Levantamento feito a partir do cruzamento de dados do balanço anual da TV Record com informações do mercado publicitário apontam que a Igreja Universal injetou R$ 482 milhões na emissora no ano passado. No total, a emissora faturou R$ 1,9 bilhão. A igreja foi responsável por cerca de 25% da receita da TV. Esse dinheiro se refere à compra, por parte da Universal, de seis horas diárias da programação na Record. A Universal também compra duas horas por dia na TV Gazeta, em horário nobre. Na Gazeta, a estimativa é que isso custe, no máximo, R$ 2 milhões mensais.
Procurada, a Record não quis se manifestar. Não há irregularidade na compra de horários de TVs por terceiros. Outras igrejas loteiam horários na RedeTV!, Gazeta e Band. A legislação prevê que somente 25% da programação pode ser dedicada à publicidade.

Ex-bispo tenta retomar rádios na Justiça

O ex-bispo da Igreja Universal Jorge Coelho da Cunha entrou com ações judiciais na Bahia e em Pernambuco para reaver três emissoras de rádio que, segundo afirma, teriam sido tiradas dele com uso de procuração falsa. Antes de romper com a Universal, em 2002, ele foi bispo por dez anos, e responsável pela região Nordeste. Ele afirma na Justiça que demorou a reivindicar a retomada das rádios porque teria sofrido perseguição religiosa. Disse que, após o rompimento, viu-se forçado a deixar o país, e morou por cinco anos nos Estados Unidos. O ex-bispo diz que nunca assinou documento autorizando a venda de suas cotas. As transferências foram registradas nas juntas comerciais da Bahia e de Pernambuco, por procuração.

Estados tentam evitar perdas de receitas

Estados do Sul e do Sudeste começam a se articular para defender interesses na reforma tributária. Ontem, governadores das regiões Norte e Nordeste saíram na frente e entregaram propostas conjuntas ao ministro da Fazenda, Guido Mantega. Minas Gerais e Rio Grande do Sul são simpáticos a uma forma de abater possíveis perdas nas dívidas que têm com a União. A proposta é descontar o prejuízo da parcela que tem ser paga ao Tesouro anualmente: 13% da arrecadação dos Estados.
O governo federal quer unificar as alíquotas do ICMS interestadual para frear a guerra fiscal. Hoje, elas variam de 7% a 12%, e cairiam para 2% ou 4% em todos os Estados. Segundo a Fazenda, oito Estados perderiam com a mudança: São Paulo, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Correio Braziliense

Aliados já pressionam Ideli Salvatti

Os líderes dos partidos aliados apresentaram ontem à ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, a fatura pelo apoio ao governo neste primeiro semestre. Eles querem o empenho de 50% das emendas individuais — aproximadamente R$ 2 bilhões — até 15 de julho, quando começa oficialmente o recesso parlamentar e a prorrogação, até dezembro de 2011, do decreto que libera os restos a pagar de 2009. Além disso, cobram agilidade na nomeação dos cargos, já que 75% do segundo escalão ainda segue em aberto.

Aproveitando a fragilidade da coordenação política do governo, os deputados também pediram a Ideli que os parlamentares de primeiro mandato recebam recursos para atender as bases eleitorais. Nesse caso, eles "herdariam" as emendas de parlamentares que não foram reeleitos. "A liberação das emendas vai além de um pedido. É uma determinação desta Casa, pelo direito de o parlamentar ter suas emendas respeitadas", disse o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).

Fatura milionária do Pan

Quase quatro anos depois da realização dos Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro, o Brasil ainda paga a conta do evento — e com juros. Isso porque a falta de planejamento resultou em dispensa de licitações e termos aditivos milionários.

Dados do sistema oficial de monitoramento dos gastos públicos do governo federal mostram que o Ministério do Esporte, que criou um programa específico para concentrar as ações necessárias à organização o evento, o Rumo ao Pan 2007, desembolsou pouco mais de R$ 700 mil, no fim de maio, a fim de cobrir despesas não quitadas até hoje. Quem recebeu a verba foi a Fast Engenharia, empresa punida pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por supostamente não ter executado o previsto em contrato.

Suspensão preventiva

O Ministério do Esporte informou, via assessoria de imprensa, que a pasta suspendeu preventivamente o pagamento de parcelas restantes de alguns contratos que estavam sendo analisados pelo TCU. Desde então, segundo a assessoria, o órgão efetua o pagamento apenas quando o TCU aprova a conta. "Enquanto houver contrato em análise no tribunal que envolva valores e desde que a decisão do TCU seja a de que as parcelas pendentes sejam quitadas, o ministério respeitará a decisão e fará o devido pagamento".

O advogado da Fast Engenharia, Nasser Rajab, afirma que a avaliação do TCU é equivocada porque se baseia em uso de metodologias que não "batem com a realidade".

Freio em CPI para blindar ministério

A base do governo no Senado protela o início dos trabalhos de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) aparentemente inofensiva. Preocupados com a possibilidade de a CPI do Ecad resvalar no Ministério da Cultura (Minc), pasta cuja ministra, Ana de Hollanda, já se viu ameaçada de demissão do cargo, governistas adotaram uma estratégia para adiar o início da investigação pelo Senado. O Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), entidade privada responsável por recolher e distribuir os direitos autorais dos músicos brasileiros, é suspeito de diversas irregularidades no uso do dinheiro recolhido, como fraudes no repasse de recursos a pessoas que não seriam os autores das músicas. A suspeita se estende a vínculos entre dirigentes do Ecad e integrantes do ministério, o que fez a base do governo passar a temer o funcionamento da CPI.

PT dividido sobre sigilo

A base aliada está dividida para votar o projeto da lei de acesso à informação pública. O PT promete ir contra a proposta original, agora defendida pelo Planalto, que possibilita o "sigilo eterno" de documentos. A decisão dos senadores petistas também é contrária à posição do PMDB, encabeçada pelos ex-presidentes da República e hoje senadores José Sarney (PMDB-AP) e Fernando Collor (PTB-AL). Ambos defendem a possibilidade indefinida de prorrogações. O projeto, em tramitação no Senado, foi modificado na Câmara e estabeleceu 50 anos como prazo máximo para segredo dos dados oficiais.

A pressão dos ex-presidentes levou o governo a recuar. Ontem, a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, voltou a defender o projeto original. "A nossa vontade é que possamos restabelecer o projeto original, aquele que foi encaminhado ao Congresso durante o governo do (ex) presidente Lula", disse a ministra. O texto está pronto para ser votado no plenário e a urgência deverá ser mantida.

Safra nova de apadrinhados

A proposta da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados que aumenta o número de cargos disponíveis para os líderes preencherem com indicações políticas deve ir hoje à votação em plenário. Na reunião de ontem, as lideranças fecharam acordo para aprovação do regime de urgência do projeto. A matéria deve encerrar a guerra dos partidos por cargos e ainda resolve o problema de legendas influentes, como PMDB, DEM e PSDB, que teriam de abrir mão de vagas de livre provimento porque encolheram em relação à legislatura anterior.

Fonte: Congressoemfoco

Quem pode fazer o Brasil bombar

“É possível que eles não tenham descoberto isso ainda, mas os segmentos emergentes da sociedade brasileira, que não se restringem à classe C, são hoje os verdadeiros donos dos destinos do país”


Nada mais importante acontece no Brasil de hoje, pelos efeitos sobre a nossa formação socioeconômica e por seus reflexos políticos, do que o processo de ascensão social que nos últimos anos beneficiou milhões de brasileiros.

Recapitulemos.

Como mostrou a equipe coordenada por Marcelo Neri, do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas, esse fenômeno vem de longe (clique aqui para abrir o PDF completo do estudo). Em 1992, as classes D e E – isto é, aquelas com renda familiar mensal correspondente a até R$ 1.126 – representavam 62% da população, enquanto as classes A, B e C equivaliam a 38%. Em 2009, a situação praticamente se inverteu. Os grupos A, B e C passaram a representar 61% dos brasileiros, enquanto os 39% restantes pertenciam às camadas de renda D e E.

Esse processo, continuemos a lembrar, foi particularmente intenso na era Lula, quando – segundo o importante trabalho de Neri – 29 milhões de pessoas chegaram à chamada classe C (aquela com renda familiar entre R$ 1.126 e R$ 4.854) e outras 6,6 milhões ultrapassaram esse patamar, incorporando-se às classes A e B.

Foi assim que os aeroportos se tornaram mais frequentados que as rodoviárias (praticamente dobrou o número de passageiros de aviões) e abriram-se as portas do paraíso do consumo para vasto contingente de brasucas. A classe C, a “nova classe média” cantada em verso e prosa, se tornou maioria da população: 94,9 milhões de brasileiros, uma massa populacional que “poderia decidir sozinha uma eleição”, conforme ressaltou Marcelo Neri em setembro de 2010, ao apresentar o estudo que serve de base para os números aqui citados.

Semanas depois, Dilma, “o poste” do qual a oposição chegou a fazer troça, venceu a disputa presidencial. A classe C não a elegeu sozinha, mas seus votos foram fundamentais para a vitória petista.

Ao lançar seu principal programa de governo, semana passada, Dilma insiste na tecla do combate à pobreza que lhe deu a possibilidade de suceder Lula. O “Brasil sem miséria” inclui a ampliação do Bolsa Família e várias outras medidas destinadas a cumprir a ambiciosa meta de retirar 16,2 milhões de brasileiros da extrema pobreza. Vai dar certo? Não se sabe, mas é uma estratégia.

Do lado da oposição, a manifestação mais próxima de um projeto estratégico de poder partiu do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em artigo publicado em abril na revista Interesse Nacional e fartamente repercutido à época pela imprensa.

O observador independente há de verificar no texto de Fernando Henrique duas de suas marcas registradas. A primeira é a avaliação exageradamente positiva do seu período presidencial, a ponto de negar que houve compra de votos de parlamentares na aprovação da emenda constitucional que possibilitou sua reeleição (é tão ridículo quanto ouvir petistas e lulistas dizerem que o mensalão jamais existiu). A segunda é ver, uma vez mais, seu indisfarçável ressentimento em relação a Lula. A recíproca, claro, também é verdadeira. FHC nunca se conformará com a popularidade do sucessor e do amor que os mais pobres lhe devotam, algo que jamais teve ou terá. Lula inveja o prestígio do antecessor junto às mesmas elites intelectuais que sempre lhe lançaram – e por certo continuarão a lhe lançar – as críticas mais duras.

Quando publicou sua análise, Fernando Henrique foi muito atacado (por tucanos inclusive) por aquela que foi considerada uma afirmação infeliz: “Enquanto o PSDB e seus aliados persistirem em disputar com o PT influência sobre os ‘movimentos sociais’ ou o ‘povão’, isto é, sobre as massas carentes e pouco informadas, falarão sozinhos”. Saíram a dizer que o príncipe dos sociólogos estava mandando o povão praquele lugar, irrecuperável elitista que é. Embora talvez não tenha escolhido as melhores palavras para expressar seu pensamento, o ex-presidente estava expondo ali o cerne de uma ideia-força que pode, sim, dar rumo à enfraquecida e dividida oposição de hoje.

Tese que pode, com alguma liberdade de interpretação, ser sintetizada assim. Não será com demagogia e promessas irresponsáveis (lembremos de Serra prometendo duplicar o Bolsa Família na campanha de 2010) que o PSDB vai tirar do PT o rebanho eleitoral constituído tanto pela massa de manobra de centrais sindicais agora apelegadas quanto pelos pobres ou ex-pobres desinteressados de qualquer tipo de participação política. O caminho, indica ele, seria eleger como público-alvo preferencial a parcela mais bem informada (ou interessada em se informar) dos beneficiários do processo de mobilidade social em curso no Brasil.

Para ele, será dessa forma que a oposição poderá conquistar a maioria dos brasileiros, buscando a classe C e “toda uma gama de classes médias, de novas classes possuidoras (empresários de novo tipo e mais jovens), de profissionais das atividades contemporâneas ligadas à TI (tecnologia da informação) e ao entretenimento, aos novos serviços espalhados pelo Brasil afora”. Demonstrando estar conectado com a contemporaneidade, ele acrescenta que a internet é o canal mais indicado para essa aventura. “Se houver ousadia, os partidos de oposição podem organizar-se pelos meios eletrônicos, dando vida não a diretórios burocráticos, mas a debates verdadeiros sobre os temas de interesse dessas camadas”, afirma.

Há na análise de Fernando Henrique um recado explícito às oposições que pode ser visto ao mesmo tempo como advertência ao governo. Na sua opinião, “engana-se quem pensar que basta manter a economia crescendo e oferecer ao povo a imagem de uma sociedade com mobilidade social. Esta, ao ocorrer, aumenta as demandas tanto em termos práticos, de salários e condições de vida, como culturais”. Em outras palavras: num primeiro momento, ganhos gerados por Bolsa Família, elevação do salário mínimo e outros programas sociais podem ser suficientes para fazer a glória de um governo. Na etapa seguinte, porém, é preciso mais do que isso. Quem saiu da pobreza, e é hoje grato por isso, tenderá a melhorar o padrão de informação e participação social e cobrar cada vez mais e melhores serviços do Estado.

Vale lembrar um fato, já destacado nesta coluna, pelo qual FHC passa batido: tem um Brasil numericamente expressivo que nutre igual antipatia (ou indiferença) pelo demotucanismo e pelo lulopetismo.

Mas o ex-presidente dá mostras de ter sacado uma coisa que hoje é mais bem compreendida em certos circuitos intelectuais e acadêmicos (tendo à frente figuras como Marcelo Neri, Bolívar Lamounier, Amaury de Souza e outros) do que nos meios políticos: para o bem ou para o mal, os segmentos emergentes da sociedade brasileira, que não se restringem à classe C, são hoje os verdadeiros donos dos destinos do país. É possível que eles não tenham descoberto isso ainda. Tomara que tomem consciência de sua força o quanto antes e ajudem a desmontar as velhas armadilhas que nos impedem de ser uma nação mais justa, mais ética e mais feliz.


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* Jornalista, criou e dirige o site Congresso em Foco. Mais informações na seção Quem somos.

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Fonte: Congressoemfoco

Quem pode fazer o Brasil bombar

“É possível que eles não tenham descoberto isso ainda, mas os segmentos emergentes da sociedade brasileira, que não se restringem à classe C, são hoje os verdadeiros donos dos destinos do país”


Nada mais importante acontece no Brasil de hoje, pelos efeitos sobre a nossa formação socioeconômica e por seus reflexos políticos, do que o processo de ascensão social que nos últimos anos beneficiou milhões de brasileiros.

Recapitulemos.

Como mostrou a equipe coordenada por Marcelo Neri, do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas, esse fenômeno vem de longe (clique aqui para abrir o PDF completo do estudo). Em 1992, as classes D e E – isto é, aquelas com renda familiar mensal correspondente a até R$ 1.126 – representavam 62% da população, enquanto as classes A, B e C equivaliam a 38%. Em 2009, a situação praticamente se inverteu. Os grupos A, B e C passaram a representar 61% dos brasileiros, enquanto os 39% restantes pertenciam às camadas de renda D e E.

Esse processo, continuemos a lembrar, foi particularmente intenso na era Lula, quando – segundo o importante trabalho de Neri – 29 milhões de pessoas chegaram à chamada classe C (aquela com renda familiar entre R$ 1.126 e R$ 4.854) e outras 6,6 milhões ultrapassaram esse patamar, incorporando-se às classes A e B.

Foi assim que os aeroportos se tornaram mais frequentados que as rodoviárias (praticamente dobrou o número de passageiros de aviões) e abriram-se as portas do paraíso do consumo para vasto contingente de brasucas. A classe C, a “nova classe média” cantada em verso e prosa, se tornou maioria da população: 94,9 milhões de brasileiros, uma massa populacional que “poderia decidir sozinha uma eleição”, conforme ressaltou Marcelo Neri em setembro de 2010, ao apresentar o estudo que serve de base para os números aqui citados.

Semanas depois, Dilma, “o poste” do qual a oposição chegou a fazer troça, venceu a disputa presidencial. A classe C não a elegeu sozinha, mas seus votos foram fundamentais para a vitória petista.

Ao lançar seu principal programa de governo, semana passada, Dilma insiste na tecla do combate à pobreza que lhe deu a possibilidade de suceder Lula. O “Brasil sem miséria” inclui a ampliação do Bolsa Família e várias outras medidas destinadas a cumprir a ambiciosa meta de retirar 16,2 milhões de brasileiros da extrema pobreza. Vai dar certo? Não se sabe, mas é uma estratégia.

Do lado da oposição, a manifestação mais próxima de um projeto estratégico de poder partiu do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em artigo publicado em abril na revista Interesse Nacional e fartamente repercutido à época pela imprensa.

O observador independente há de verificar no texto de Fernando Henrique duas de suas marcas registradas. A primeira é a avaliação exageradamente positiva do seu período presidencial, a ponto de negar que houve compra de votos de parlamentares na aprovação da emenda constitucional que possibilitou sua reeleição (é tão ridículo quanto ouvir petistas e lulistas dizerem que o mensalão jamais existiu). A segunda é ver, uma vez mais, seu indisfarçável ressentimento em relação a Lula. A recíproca, claro, também é verdadeira. FHC nunca se conformará com a popularidade do sucessor e do amor que os mais pobres lhe devotam, algo que jamais teve ou terá. Lula inveja o prestígio do antecessor junto às mesmas elites intelectuais que sempre lhe lançaram – e por certo continuarão a lhe lançar – as críticas mais duras.

Quando publicou sua análise, Fernando Henrique foi muito atacado (por tucanos inclusive) por aquela que foi considerada uma afirmação infeliz: “Enquanto o PSDB e seus aliados persistirem em disputar com o PT influência sobre os ‘movimentos sociais’ ou o ‘povão’, isto é, sobre as massas carentes e pouco informadas, falarão sozinhos”. Saíram a dizer que o príncipe dos sociólogos estava mandando o povão praquele lugar, irrecuperável elitista que é. Embora talvez não tenha escolhido as melhores palavras para expressar seu pensamento, o ex-presidente estava expondo ali o cerne de uma ideia-força que pode, sim, dar rumo à enfraquecida e dividida oposição de hoje.

Tese que pode, com alguma liberdade de interpretação, ser sintetizada assim. Não será com demagogia e promessas irresponsáveis (lembremos de Serra prometendo duplicar o Bolsa Família na campanha de 2010) que o PSDB vai tirar do PT o rebanho eleitoral constituído tanto pela massa de manobra de centrais sindicais agora apelegadas quanto pelos pobres ou ex-pobres desinteressados de qualquer tipo de participação política. O caminho, indica ele, seria eleger como público-alvo preferencial a parcela mais bem informada (ou interessada em se informar) dos beneficiários do processo de mobilidade social em curso no Brasil.

Para ele, será dessa forma que a oposição poderá conquistar a maioria dos brasileiros, buscando a classe C e “toda uma gama de classes médias, de novas classes possuidoras (empresários de novo tipo e mais jovens), de profissionais das atividades contemporâneas ligadas à TI (tecnologia da informação) e ao entretenimento, aos novos serviços espalhados pelo Brasil afora”. Demonstrando estar conectado com a contemporaneidade, ele acrescenta que a internet é o canal mais indicado para essa aventura. “Se houver ousadia, os partidos de oposição podem organizar-se pelos meios eletrônicos, dando vida não a diretórios burocráticos, mas a debates verdadeiros sobre os temas de interesse dessas camadas”, afirma.

Há na análise de Fernando Henrique um recado explícito às oposições que pode ser visto ao mesmo tempo como advertência ao governo. Na sua opinião, “engana-se quem pensar que basta manter a economia crescendo e oferecer ao povo a imagem de uma sociedade com mobilidade social. Esta, ao ocorrer, aumenta as demandas tanto em termos práticos, de salários e condições de vida, como culturais”. Em outras palavras: num primeiro momento, ganhos gerados por Bolsa Família, elevação do salário mínimo e outros programas sociais podem ser suficientes para fazer a glória de um governo. Na etapa seguinte, porém, é preciso mais do que isso. Quem saiu da pobreza, e é hoje grato por isso, tenderá a melhorar o padrão de informação e participação social e cobrar cada vez mais e melhores serviços do Estado.

Vale lembrar um fato, já destacado nesta coluna, pelo qual FHC passa batido: tem um Brasil numericamente expressivo que nutre igual antipatia (ou indiferença) pelo demotucanismo e pelo lulopetismo.

Mas o ex-presidente dá mostras de ter sacado uma coisa que hoje é mais bem compreendida em certos circuitos intelectuais e acadêmicos (tendo à frente figuras como Marcelo Neri, Bolívar Lamounier, Amaury de Souza e outros) do que nos meios políticos: para o bem ou para o mal, os segmentos emergentes da sociedade brasileira, que não se restringem à classe C, são hoje os verdadeiros donos dos destinos do país. É possível que eles não tenham descoberto isso ainda. Tomara que tomem consciência de sua força o quanto antes e ajudem a desmontar as velhas armadilhas que nos impedem de ser uma nação mais justa, mais ética e mais feliz.


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Fonte: Congressoemfoco

Ex-superintendente do INSS afirma que desconhecia de esquema

Deputado Ronaldo Medeiros declarou desconhecer o desvio de R$ 12 mi


15/6/2011 às 8:40:38
por Primeira Edição


Deputado Ronaldo Medeiros
Deputado Ronaldo Medeiros (Foto: Almanaque Alagoas)


Afastado das funções de superintendente do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) em Alagoas há um ano, quando se licenciou para disputar uma vaga na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE), o deputado estadual Ronaldo Medeiros (PT), por meio de sua assessoria de imprensa, declarou desconhecer qualquer tipo de esquema que desviou mais de R$ 12 milhões do INSS em Alagoas, desde 2007.

Medeiros, que ficou como titular da pasta por oito anos, se colocou a disposição da investigação para prestar qualquer tipo de esclarecimento. A operação CID-F, desencadeada em parceria pela Polícia Federal, Ministério Público Federal e a Força Tarefa Previdenciária, identificou uma quadrilha que agia por meio de esquemas fraudulentos e desviou verbas do INSS através da concessão de auxílios doença para falsos beneficiários.

A quadrilha, que era chefiada por médicos e funcionários do INSS, usava empresas fantasmas para mascarar o esquema. Medeiros afirmou que desconhecia da existência de um esquema na época de sua gestão, e informou ainda, que irá aguardar o desenrolar das investigações. Até o momento, o nome do deputado não foi citado em nenhum momento no inquérito.

Fonte: maceioagora



Senado aprova projeto que combate bullying nas escolas

Agência Estado

A Comissão de Educação do Senado aprovou na terça-feira, 14, um projeto que obriga as escolas a prevenirem e combaterem o bullying. Como tem caráter terminativo, o projeto segue direto para a Câmara, salvo se for feito um recurso de pelo menos 10% dos senadores para votação em plenário.

A proposta é incluir na Lei das Diretrizes e Bases da Educação (LDB) entre as obrigações dos estabelecimentos de ensino "promover ambiente escolar seguro, adotando estratégias de prevenção e combate a práticas de intimidação e agressão recorrentes entre os integrantes da comunidade escolar, conhecidas como bullying".

O autor do projeto, Gim Argello (PTB-DF), destaca que a intenção é evitar que as crianças sejam vítimas desse tipo de ação. "Os efeitos do bullying são deletérios, causando enorme sofrimento às vítimas. Isso é ainda mais grave quando se trata de bullying nas escolas, por afetar indivíduos de tenra idade, cuja personalidade e sociabilidade estão em desenvolvimento".

O relator, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), enfatizou ser o objetivo da proposta envolver diretamente as escolas na discussão, para que o tema não seja tratado apenas como um problema entre o autor e a vítima. Ele destaca que cabe a cada escola definir de que forma vai enfrentar o tema, mas sugere medidas como capacitação dos profissionais da educação, interação com os pais, articulação com responsáveis pela segurança pública e conscientização dos alunos.

Fonte: A Tarde

Crédito ao consumidor fica mais caro e a inadimplência dá salto

Fernando Vivas/Agência A TARDE
Segurança Marcos Souza quer comprar uma geladeira nova e já decidiu: o pagamento será feito à vista
Donaldson Gomes

Entre abril e maio, a inadimplência do consumidor apresentou uma elevação de 8,2% – terceira elevação mensal seguida e a maior desde março de 2010 –, de acordo com a Serasa Experian. O preocupante cenário pode ser explicado por dois outros indicadores recentes.

No último mês, a procura por crédito para o consumo apresentou um aumento de 11,2%, de acordo com a mesma Serasa. Some-se a isso o aumento da taxa de juros em cinco das seis principais linhas de crédito para pessoa física, o que elevou a média praticada no mercado de 6,81% ao mês para 6,87%, segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).

Tempos difíceis para quem busca crédito, não há dúvidas, que podem se tornar ainda mais complicados sem o devido cuidado na escolha da melhor linha de crédito. As taxas médias cobradas entre diversas operações varia de 2,42% no crédito direto ao consumidor (CDC) até 10,69% no rotativo dos cartões de crédito, segundo a pesquisa de juros da Anefac.

Tomando-se como exemplo essas taxas, um empréstimo de R$ 2 mil, parcelado em 24 meses poderia custar no fim do período R$ 2.660,16 no CDC, ou R$ 5.622,48 no cartão. A calculadora mostra que quem escolhe a segunda opção vai pagar R$ 2.962,32 a mais, o que representa duas vezes e meia o valor tomado de empréstimo.

“Só compro à vista agora”, avisa o segurança Marcos Souza, 33 anos, após uma malsucedida operação de compra com o cartão de crédito. Segundo ele, o computador de R$ 900 à vista foi parcelado no rotativo do cartão e acabou saindo pelo dobro do preço. Aprendeu a lição, e agora a nova geladeira cobrada pela esposa será comprada à vista. “Vai ser cara porque ela quer a mais moderna, que não sai escorrendo gelo pela casa, mas vou comprar à vista, com um dinheiro que guardei e o adiantamento de parte do 13º”, explica.

Leia reportagem completa na edição impressa do Jornal A Tarde desta quarta-feira

Jovem é morto na porta de igreja em Eunápolis

Um jovem foi assassinado em Eunápolis, na noite desta terça-feira (14). De acordo com informações da Central de Polícia, Janilson Alves dos Santos, 24 anos, foi baleado na porta da igreja evangélica, Deus é Amor, no bairro Dinah Borges.

Segundo testemunhas, ele era obreiro do culto e estava recepcionando os fiéis quando foi abordado por um homem armado e atingido na cabeça. O bandido fugiu a pé.

Janilson caiu dentro da igreja e chegou a ser socorrido por agentes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), mas morreu no local.

Um membro da igreja afirmou que a vítima tinha ajudado a fundar a igreja há um mês e que morava no bairro Alecrim II, zona norte da cidade. Ele era casado, tinha um filho de dois anos e a mulher dele estava grávida.

O caso está sendo investigado.

Fonte: Tribuna da Bahia

Alguns filósofos políticos e suas lições

Sebastião Nery

Do ventre das mulheres, de cabeça de juiz e da boca das urnas nunca se sabe o que vai sair. (Bias Fortes – MG).

Prefiro dormir no chão a cair da cama. (Idem).

Lá em Minas reflorestamento a gente faz com eucalipto, porque em dez anos já é uma árvore secular. (Benedito Valadares – MG).

Conversa de mais de dois é comício. (Idem).

Reunião, só depois do assunto resolvido. (Idem).

Povo é bom visto do palanque. (José Maria Alkmin – MG).

Bom não é ser governo. É ser amigo do governo. (Idem).

Meu filho, eu sou tão velho, tão antigo, que sou de um tempo em que calcinha era peça íntima. (Marcial Dias Pequeno – RJ).

Falar não sei, mas sei dizer. (Domingos – BA).

Opinião pública é cheque sem fundo. (José Abílio – PE).

Prestígio de coronel é como grama: quanto mais corta mais ele cresce. (Idem).

Quando o pasto pega fogo, preá cai no brejo. (Vitorino Freire – MA).

O risco que corre o pau corre o machado. (Idem).

Eu não sou Zagallo. Não jogo para empate. (Idem).

A luz que vai na frente é a que clareia mais. (Teodorico Bezerra – RN).

A política é feita de tudo que é bom: música, foguetão, baile, passeata, dança, flores e aplausos. (Idem).

O adiamento de uma luta incerta é sempre uma vitória. (Pinheiro Machado – RS).

***

DUAS HISTÓRIAS

1) 0 major João José, da PM, era muito popular em Aracaju. Foi dar uma aula aos soldados:

— Vocês sabem o nome desse aparelho? É búscola. Serve para dar a direção. No meu tempo não tinha nada disso não. Era norte pra frente e sul pra trás.

***

2) José Maria Alkmin encontra-se com dona Lia Salgado, famosa soprano mineira:

— Mas como a senhora está jovem, dona Lia.

— Qual o quê, dr. Alkmin, já sou até avó.

— A senhora pode ser avó por merecimento. Jamais por antiguidade.

***

FRASES DE AGRIPINO GRIECO

1 – Mineiro dá bom dia. porque bom dia volta logo. É a terra onde olho vê, mão tira e pé corre. Por isso dá tanto banqueiro lá. O que é o batedor de carteira senão um banqueiro apressado?

2 – O primeiro artigo sobre o Gilberto Freire quem escreveu fui eu. Casa Grande e Senzala é um livro bem pensado e mal escrito. Pensado na casa-grande e escrito na senzala.

3 – O Ataulfo de Paiva era tão medíocre, cabeça tão vazia, que quem comesse os miolos dele podia comungar.

4 – Em Campinas, um professor me saudou dizendo: “Desta cidade saíram muitos homens de talento”. Aparteei: “Saíram todos”. Ficaram furiosos comigo.

5 – Em Campos, acabei minha conferência dizendo: “O Rio Paraíba passa por aqui e fica tão envergonhado que se joga no mar”. Também não gostaram.

6 – Em Feira de Santana, no hotel, uma velha professora estava em prantos porque seu marido, um português, fugiu levando tudo dela. Perguntei-lhe: “A senhora, tanto tempo professora, e não conhecia o português?”

terça-feira, 14 de junho de 2011 | 18:18

Sindicalistas advertem: demissões em Furnas podem causar apagão

Carlos Newton

Se não houver uma solução positiva para o problema dos contratados e servidores absorvidos por Furnas, que se encontram há mais de 10 anos trabalhando na empresa, o fornecimento de energia elétrica no país corre o risco de sofrer interrupção, repetindo o apagão de 2001 no governo FHC. A advertência é do secretário-geral do Sintergia, Luiz Fernando Souza, e do diretor da Associação dos Empregados de Furnas, Jordan Drumond Pimenta.

A empresa possui 6.586 empregados e não tem condições de funcionar com apenas 3.786, exatamente os mais antigos, a maioria já completando o tempo para aposentadoria. Furnas produz e transmite 41% da energia consumida no país e abastece áreas de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, responsáveis por 63 por cento do PIB nacional.

A questão – frisaram os dois sindicalistas – vem se arrastando na Justiça, enquanto se espera uma decisão da presidente Dilma Rousseff, criando um estatuto com base no art. 173 da Constituição. Não só em relação a Furnas, que possui 2,8 mil contratados, mas incluindo a Petrobras, que tem 291 mil, e o Banco do Brasil com mais de 30 mil, além dos contratados da Caixa Econômica Federal e dos Correios.

No setor elétrico, se houver demissões ou greve, a primeira cidade atingida será Brasília. Pois dos 156 trabalhadores que operam a subestação de Samambaia, responsável pelo abastecimento da capital, 147 são contratados.

No final da tarde de terça-feira, houve uma reunião dos contratados, nas dependências de Furnas, que contou inclusive com a presença e o apoio do engenheiro Flavio Decat, presidente da estatal, e que acentuou seu empenho em resolver o problema.

Luiz Fernando Souza e Jordan Drumond Pimenta destacaram a importância, para Furnas, de todos os empregados, de forma geral, agirem para fortalecer Flavio Decat. Lembraram que antes do governo Collor, Furnas possuía em seus quadros 12.500 servidores. Mas com o programa de demissões incentivadas de então, que visava privatizá-la, esse número recuou para apenas 2.400. A empresa estava para ser vendida com um passivo muito pequeno, como convém aos compradores.

Hoje, reúne 6.586, quadro reduzido, sobretudo levando-se em conta sua expansão nos setores de geração e transmissão dentro do PAC. Além das hidrelétricas de Santo Antonio, Simplício e Batalha, Furnas comanda a construção da maior linha de transmissão de energia do mundo, de Porto Velho, em Rondônia, até Araraquara, em São Paulo. Essa linha vai do Rio Madeira até o maior centro de produção industrial brasileiro.

Fonte: Tribuna da Imprensa

Liberação de cargos para incompetentes não resolve nada

Pedro do Coutto

Em entrevista ao repórter Valdo Cruz, publicada pela Folha de São Paulo, edição de terça-feira, a ministra Ideli Salvatti comprometeu-se a acelerar a liberação de cargos solicitados pela base aliada para reduzir as insatisfações que surgiram no Congresso. Afirmação quase inacreditável porque, primeiro, denota primarismo político; segundo porque a cooptação constitui crime eleitoral e administrativo.

A matéria foi manchete da página 6 e a oposição sequer deu sinais de alguma reação. E olha que a titular da pasta de Relações Institucionais classificou a iniciativa como de limpar a prateleira. Colocação simplista e totalmente fisiológica. Liberar nomeações apenas com base no critério do toma lá dá cá, além de algo eticamente absurdo, não adianta nada. Se a caneta do poder resolvesse tudo não haveria problema no mundo. Todos estariam solucionados através de decretos presidenciais.

Não é nada disso. Em primeiro lugar, cada nomeação de um incompetente acarreta, pelo menos, a esterilização de um instrumento de ação construtiva. Em segundo lugar, se o nomeado ingressar no clube da corrupção, pior ainda. Além de esterilização, o governo estará contribuindo para ampliar cada vez mais a concentração de renda. Pois a taxa de corrupção ganha disparado do índice inflacionário calculado pelo IBGE e também do IGPM da Fundação Getúlio Vargas.

O general Montgomery, subcomandante em chefe das Forças Aliadas na Segunda Guerra, que arrasou as forças de Rommel no norte da África e atuou no desembarque heróico da Normandia, escreveu um livro sobre a dificuldade eterna de selecionar pessoas. Ele se reduziu a quatro tipos básicos: o inteligente com iniciativa. A ele podem ser delegadas funções de comando. Os inteligentes porém tímidos. Devem ir para o planejamento. Os “burros” sem iniciativas. Estes podem ser aproveitados para executar tarefas que lhes sejam fixamente atribuídas. Finalmente Montgomery qualificou os “burros” com iniciativa. Estes – deixou escrito – são perigosíssimos. Não devem ser escalados jamais. São capazes de destruir o próprio Exército inglês.

Os ensinamentos do general britânico, vitorioso em Tobruk, Sharme El Sheik, em Alexandria e finalmente em El Alamein, aplicam-se às condições em geral. Atinge em cheio os incapazes que se especializam nas técnicas de bajulação e do envolvimento. São os falsos amigos, que se transformam no final da ópera em falsos aliados. O pior tipo: tornam-se efetivamente inimigos disfarçados. Veja-se as situações criadas ao longo do tempo por José Dirceu, Erenice Guerra e agora Antonio Palocci. Disparam torpedos do convés para o interior do navio.

“Vou fazer uma operação limpa prateleira, coisa de mulher”, disse textualmente Ideli Salvatti a Valdo Cruz.” Tem muita coisa parada no Planalto acumulado poeira e só gerando insatisfações nos aliados”. Inacreditável. As afirmações inclusive com o Estatuto do Servidor Público, são um desrespeito à lei, um incentivo à prática dos maus costumes, uma conduta nada cidadã. Se a empregada da casa da ex-senadora agisse dessa maneira em relação ao porteiro do prédio, a ministra da falsa articulação política a teria demitido. Mas ela é ministra de estado e seu julgamento cabe ao Supremo Tribunal Federal.

Seria necessário que os partidos de oposição ou algum eleitor representasse junto ao Procurador Geral da República Roberto Gurgel. Seria perder tempo, se Gurgel seguisse o comportamento omisso adotado em relação a Palocci. Mas os autores da iniciativa estariam contribuindo para resguardar a cidadania que envolve a todos e cabe a todos preservar. A começar pela presidente da República.

Fonte: Tribuna da Imprensa

Fernando Henrique Cardoso vai reconhecer seu outro filho, Leonardo dos Santos Pereira, que teve com a empregada doméstica, ou vai deixá-lo sem assistência?

Carlos Newton

Escrevemos outro dia aqui no blog sobre a luta da professora Rosemary de Morais, hoje com 56 anos, que acredita ser filha do ex-vice-presidente José Alencar e há mais de dez anos luta para ter reconhecida a paternidade. Alencar nunca aceitou fazer o teste de DNA e ainda deu entrevista chamando a ex-namorada de prostituta, embora soubesse que ela era enfermeira.

Essa matéria teve grande repercussão e vários comentaristas escreveram para o blog da Tribuna, indagando sobre os dois filhos que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso teve à margem de seu casamento com Dona Ruth Cardoso.

Era sabido que na década de 90 o ex-presidente teve um filho com a repórter Miriam Dutra, que foi então literalmente “asilada” em Barcelona pela Rede Globo, a pedido do próprio FHC. O jovem chama-se Tomas e há alguns foi reconhecido por FHC, mas só depois que a mãe decidiu mover processo judicial.

Criado na Espanha desde pequeno, Tomas depois foi para a Inglaterra, onde se formou no Imperial College, em Londres, numa cerimônia assistida pelo próprio pai, cheio de orgulho, vejam só como as coisas mudam quando a Justiça se movimenta. Recentemente, o novo integrante do clã Cardoso se mudou para os Estados Unidos, onde hoje estuda Relações Internacionais na George Washington University.

Foi em 19 de novembro que se descobriu um segundo caso de filho natural do ex-presidente FHC. A notícia foi dada pelo colunista Claudio Humberto, ao relatar que há pouco mais de 20 anos o então senador Fernando Henrique Cardoso tivera um romance com a empregada doméstica Maria Helena Pereira, que trabalhava em seu apartamento na capital.

Desse relacionamento nasceu um filho, que se chama Leonardo dos Santos Pereira e está hoje com vinte e poucos anos. Mãe e filho trabalham no Senado Federal. Maria Helena é copeira e serve cafezinho aos gabinetes da Ala Teotônio Vilela, enquanto Leonardo trabalha como carregador (auxiliar de serviços gerais) na Gráfica do Senado.

É interessante lembrar que FHC vivia dizendo que tinha um pé na senzala. E era mais do que verdade. Além de ser mestiço, como praticamente todos os brasileiros, ele acabou tendo filho com uma afrodescendente que o impressionou pela formosura. Leonardo é considerado muito parecido com o pai. E foi por isso, aliás, que a mulher de FHC, Dona Ruth Cardoso, decidiu demitir a empregada.

Mas o romântico FHC não deixou Maria Helena desamparada de todo. Comprou dois apartamentos tipo quitinete para ela e uma loja na periferia de Brasília, que está alugada. Infelizmente, não ofereceu ao filho Leonardo as mesmas oportunidades que foram garantidas ao meio-irmão Tomas, filho da jornalista. E até agora também não o reconheceu o filho Leonardo. Deveria fazê-lo, seguindo o exemplo de Roberto Carlos. Mas não o fará. Por isso, RC é e sempre será Rei, enquanto FHC é apenas mais um ex-presidente.

Fonte: Tribuna da Imprensa

Um escândalo monumental

Carlos Chagas

É preciso denunciar uma das maiores bandalheiras dos últimos tempos, iniciadas durante o governo José Sarney, continuadas no governo Fernando Collor, não interrompidas no governo Itamar Franco, ampliadas no governo Fernando Henrique, super-dimensionadas no governo Lula e continuadas no governo Dilma Rousseff. Trata-se das famigeradas ONGs, rotuladas como Organizações Não Governamentais, mas que, com raras exceções, vivem grudadas nas tetas do poder público, sugando recursos do Estado como quadrilhas dignas dos tempos de Al Capone.

De início, é bom esclarecer: existem ONGs maravilhosas, daquelas que só contribuem para o aprimoramento social, político, ambiental, cultural, esportivo e quantas outras atividades existam.

O problema é que essas e outras legiões muito maiores de quadrilhas formadas à sombra da sociedade organizada, intitulam-se “não governamentais”. Por que, então, para subsistir enriquecer seus dirigentes, dependem de recursos públicos? Que vão buscar sua sobrevivência fora do governo, nas entidades privadas. O diabo é que, de acordo com os grupos que dominam os governos, assaltam os cofres públicos e comportam-se como Ali Babá abrindo a caverna.

Apareceram agora as tais OSCIPs, organizações de interesse público. Podres, na maioria dos casos, daquelas que nem sede dispõem, ficticiamente funcionando em restaurantes, garagens e estrebarias, se essas anda existissem. Dizem que carecem de fins lucrativos, que existem para servir à sociedade. Mentira. Como estamos no ciclo dos companheiros, seria bom o ministério da Justiça verificar quantas delas vivem de recursos sugados do tesouro nacional. Quantas pertencem a companheiros do PT, já que nenhuma delas tem obrigação de prestar contas de suas atividades? São contratadas pelo governo para prestar serviços públicos…

Existem 5.840 OSCIPs em todo o país. Caso o secretário-executivo do ministério da Justiça, Luís Paulo Barreto, decidisse investigar todas, verificaria que o governo gasta com elas duas vezes mais do que gasta com o bolsa-família. Trata-se de um escândalo monumental, mas acobertado pelo poder público, tanto faz quem o detenha no momento.

***
NEGOCIATA À VISTA

Vem aí a escolha do consorcio que abocanhará a implantação do trem-bala. Haverá um leilão. Alguém imagina que as principais empreiteiras já não tenham entrado em conluio para transformar os 33 bilhões de reais previstos para implantar a obra não se tenham transformado em 66 bilhões ou mais?

Esses recursos, se utilizados na recuperação da malha ferroviária nacional bastariam para unir Norte-Sul, Leste-Oeste do território nacional através de estradas de ferro. Como seria prejudicial ao rodoviarismo e à indústria do petróleo, melhor convencer os donos do poder que o trem-bala nos elevará ao patamar de nação rica e desenvolvida.

Engana-se quem supuser que Rio e São Paulo serão unidos em duas horas. Para acelerar, o trem-bala levará vinte minutos. Para desacelerar, mais vinte. Contando com as paradas previstas, não se chegará de uma cidade a outra em menos do que cinco horas. O diabo é que de avião a lambança é maior. Quantas horas no aeroporto, para embarcar? E quantas para desembaraçar a bagagem?

***
ME ENGANA, QUE EU GOSTO

Vai ficando claro que o presidente Obama veio ao Brasil para nada. Prometeu que pelo menos aliviaria as barreiras alfandegárias para a entrada do etanol brasileiros em seu território. Seria bom para eles, aliviando a carga de poluição do petróleo, e bom para nós, pelo aumento da produção e da exportação. Pois vem agora o Senado dos Estados Unidos e nega a redução de dificuldades para entramos em seu mercado. Me engana, que eu gosto…

***
COM AS UNHAS DE FORA

Foi lamentável o primeiro encontro da ministra Ideli Salvatti com os líderes dos partidos da base aliada, esta semana. Porque PMDB, PT e penduricalhos exigiram da ministra da Coordenação Política um mínimo da liberação de 50% dos recursos orçamentários para as emendas parlamentares individuais.

Que dizer, se não obtiverem a metade do que pleiteiam, estarão descompromissados para votar com o governo em projetos fundamentais. Ideli ficou de pensar e dar a resposta na próxima semana. Durou pouco a temporada da pacificação.

Fonte: Tribuna da Imprensa

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