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quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Fortes continua ministro e PDT terá um ministério

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assegurou ontem ao PP que o partido continuará com o Ministério das Cidades, e que deverá manter o ministro Márcio Fortes. Ao PDT, Lula deu o indicativo de que também terá um ministério, o que não possui hoje. A legenda quer um que se enquadre no perfil histórico, como Trabalho, Educação ou Previdência Social.
"O presidente disse que vai mapear todos os cargos e seus donos e que, na semana que vem, vai nos chamar para dizer o que tem a oferecer", afirmou o presidente nacional da sigla, Carlos Luppi. "Tivemos uma conversa muito proveitosa. A respeito da ampliação do espaço do partido, vamos continuar a conversar depois do carnaval. Por enquanto, está garantido que o Ministério das Cidades continua com o PP", disse o líder da sigla na Câmara, Mário Negromonte (BA).
As reuniões com as agremiações foram longas. De acordo com os participantes - por parte do PDT, Lupi e os líderes na Câmara, Miro Teixeira (RJ), e no Senado, Jefferson Peres (AM), e do PP, Negromonte e o presidente nacional, deputado Nélio Dias (RN) -, Lula abriu a reunião falando da questão ministerial.
Ele disse que até o fim do mês pretende anunciar toda a equipe de auxiliares do segundo mandato. Rapidamente, no entanto, Lula mudou de assunto e passou a falar nas vantagens do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e nos encantos que o País causa lá fora com os projetos de combustíveis alternativos e limpos, como o álcool e o biodiesel. A ponto de o presidente lembrar que a visita do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, ao Brasil será para tratar da questão dos combustíveis e oferecer parcerias nesta área visando ao desenvolvimento de novas pesquisas.
Na articulação da reforma ministerial, o presidente tornou-se o grande articulador político do governo. A vaga do chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Tarso Genro, candidato a ir para a Justiça, Lula deixou circular a informação de que será ocupada pelo ex-govenador do Acre Jorge Viana (PT), pela senadora Roseana Sarney (PMDB-MA) ou pelo ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia.
Ao PMDB, deu a garantia de quatro ministérios - Comunicações, Minas e Energia e Saúde, que são do partido, mais um, possivelmente, o de Integração Nacional, para o deputado Geddel Vieira Lima (BA) e a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Num lance arriscado, Lula deu apoio no presente e no futuro a dois nomes que disputam a presidência nacional da legenda.
Apóia a reeleição do deputado Michel Temer (SP), agora; daqui a dois anos, lutará para eleger presidente nacional da sigla o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Nelson Jobim. Para isso, comprometeu-se com Temer a ajudá-lo a vencer a eleição para a presidência da Câmara, em 2009, abrindo espaço para Jobim.
Nesse jogo de oferta menor do que a procura, Lula tem conseguido êxitos. Agrupou em torno de si 11 agremiações, montou uma base grande, com mais de 350 deputados, e atraiu até o senador Jefferson Peres (PDT-AM). Depois da reunião de ontem com Lula, Peres disse que prestará apoio crítico à gestão e que não está mais na oposição.
Fonte: Tribuna da Imprensa

Governo muda PAC e cria seguro para o FGTS

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cedeu à pressão dos partidos aliados e o governo vai criar um seguro para o uso de dinheiro do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) no Fundo de Infra-estrutura, uma das medidas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que tramitam no Congresso.
O seguro deverá garantir pelo menos o que o FGTS rende hoje - correção pela Taxa Referencial (TR) mais 3%. "O presidente determinou ao ministro Guido Mantega que encontre um jeito de fazer o seguro", disse o presidente do PMDB, Michel Temer (SP), um dos representantes dos 11 partidos da coalizão de governo presentes à reunião do Conselho Político, ontem, no Palácio do Planalto.
A garantia deverá ser dada pela Caixa Econômica Federal, que será a gestora da nova carteira de investimentos. "Como a Caixa vai gerir os recursos e temos certeza de que ela não vai aplicá-los mal, podemos estudar que ela garanta, pelo menos, 3% mais a TR, que é a remuneração das contas do FGTS hoje", disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao chegar à Câmara para participar de um debate sobre o PAC.
O seguro deverá garantir os R$ 5 bilhões do FGTS que serão usados para a constituição do fundo e também tudo o que o trabalhador individualmente aplicar no Fundo de Infra-estrutura.
De acordo com informação de representantes dos partidos que estavam na reunião, Mantega demorou a aceitar a idéia do seguro. Alegou que o fundo sempre dará lucro e que seria difícil fazer o seguro, porque isso custa caro. Lula então retrucou: "Mantega, se o fundo vai dar lucro, por que não fazer o seguro?"
O ministro não teve mais o que argumentar. Quando chegou ao Congresso, Mantega descartou qualquer hipótese de o Tesouro Nacional garantir a rentabilidade dos recursos porque, segundo ele, isso causaria impacto nas despesas primárias do governo. Ele disse que ainda não tem a fórmula para a garantia, mas afirmou que uma decisão deve sair nos próximos dias.
Os parlamentares da base de apoio do governo foram responsáveis por 52 das 89 emendas apresentadas para modificar a MP 349, que trata do fundo para infra-estrutura. Quase todas, relativas a garantias para eventuais perdas. A campeã de emendas entre as sete que compõem o PAC foi a MP 353, que trata da liquidação da Rede Ferroviária Federal.
Ocorre que, no caso da MP 349, a maior parte das mudanças foi proposta pela própria base aliada. "Nós sempre mostramos para o presidente da República nossa preocupação com o risco de o Fundo de Investimento em Infra-estrutura dar prejuízo", disse o líder do PT na Câmara, Luiz Sérgio (RJ), também presente à reunião da coalizão. "O presidente foi sensível à preocupação dos partidos e determinou ao ministro da Fazenda a criação do seguro".
Fonte: Tribuna da Imprensa

Novas regras para Previdência e ações do INSS

BRASÍLIA - O governo publicou ontem, no Diário Oficial da União, o decreto que regulamenta as novas regras para o seguro acidente de trabalho no País. O decreto cria um Fator Acidentário de Prevenção (FAP), que será multiplicado ao número de acidentes registrados em cada empresa. Quanto maior o resultado, maior a alíquota sobre a folha de pagamento.
O decreto também facilita o requerimento de auxílio-doença pelo trabalhador, já que a concessão não dependerá mais da comunicação de acidente pelos empregadores. Os médicos peritos do INSS poderão autorizar o benefício a partir da constatação de que determinada doença pode ser ocupacional, sem esperar que a empresa comunique formalmente o fato.
O mesmo decreto regulamenta o plano simplificado de Previdência Social para trabalhadores autônomos, aprovado no final do ano passado, na nova lei geral das micro e pequenas empresas. Pelo decreto, o autônomo, incluindo donas de casa e estudantes, que fizer a opção pela exclusão do direito ao benefício de aposentadoria por tempo de contribuição, poderá contribuir com uma alíquota de 11% sobre o salário mínimo.
Participação - Atualmente a alíquota é de 20%. Qualquer trabalhador autônomo poderá participar do novo sistema e não haverá impedimento para que os atuais profissionais que já recolhem 20% migrem para o novo sistema. O plano simplificado dará direito apenas a benefícios com valores de um salário mínimo e passará a vigorar a partir de 1º de abril deste ano.
Fonte: Tribuna da Imprensaq

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Carta ao governador do Rio

ARNALDO JABOR


Prezado Senhor Sergio Cabral, Ilmo. Governador do Estado do Rio de Janeiro Venho por esta colocar humildemente minha colher na sopa de bode preto que o Rio virou. Venho também desejar que o senhor consiga interromper os desastrosos 40 anos de populismo sinistro que nos afligem. Há uns cinco anos, critiquei-o na TV, dizendo que o senhor, jovem, poderia ser mais "romântico", mais idealista e menos ligado a manobras fisiológicas da Assembléia Legislativa do Rio (Alerj), sendo filho de um carioca imenso, que sempre defendeu a grandeza espiritual do Rio. Hoje, romanticamente, confio no senhor. Confio mesmo; vejo determinação em seu rosto. E é até bom que o senhor tenha lidado com as lacraias da Alerj, pois há que conhecer a doença para ser sadio. O Rio é hoje um labirinto bárbaro de corrupção e ineficiência burocrática, um espurio casamento entre bem e mal. Estamos diante de um estado quebrado, soterrado por escândalos que se embrenham em mais de 150 milhões de reais entregues a ONGs fajutas, em perdas de fundos de pensão como a Prece (300 milhoes), tudo embrulhado em 17 milhões de fraldas geriátricas compradas por preços triplicados - o legado do casal Garotinho. O Rio torce pelo senhor. É justo que o senhor queira aparecer na mídia como alternativa política nova. Mas, não faça isso apenas por esperteza. Seja romântico. Não aja pelos caminhos mapeados do conchavo e do cochicho - saiba alternar prudência com imaginação. A barbárie, a corrupção e a estupidez ganharam contornos tão "originais" no Rio, quase uma cultura separada, que só gestos corajosos, até temerários, podem ajudar. Não há jurisprudência para os crimes atuais. São pavorosamente novos. Novas táticas têm de surgir. Mas, espero que o senhor não seja voluntarista nem auto suficiente. Machismo não resolve. Enquanto procurarmos uma "solução" para o crime no Rio, não haverá solução. Não haverá solução enquanto não entendermos que todos somos parte do problema: eu, o senhor, a polícia, a burocracia, as Forças Armadas, governos central e estadual. "Solução é um conceito obsessivo e superado; só um processo amplo, multidisciplinar, um processo lento, caro, poderá minorar esta tragédia imunda que nos aflige, caindo de 500 favelas abandonadas na lama e financiadas pela cocaína. Admiro sua disposição urgente de ir às causas do crime e buscar uma ajuda federal. No entanto, nada que for truculento, ansioso, atabalhoado, poderá resolver. Temos de conter as consequências, tentando reparar as causas. O Lula acertou ao dizer que não se pode tratar esses horrores com a lentidão dos procedimentos comuns. Isso porque ainda falamos dos criminosos como se fossem "desviantes" de nossa moral, como gente que se "perdeu" da virtude e caiu no "mundo do mal". O que surgiu foi uma nova sociedade periférica, feita de fome, rancor e desejo de consumo. Houve uma sinistra "modernização" na miséria e um atraso no poder público. Não adianta defendermos a "normalidade" de nosso sistema, pois não há normalidade alguma. Estamos no fundo da vergonha; hoje discutimos se as milícias "mineiras" são "boas" ou "más", se criminosos do "bem" matando os do "mal" resolvem nosso vazio policial ou se isso traria mais vagabundos para o assalto no asfalto. A que ponto chegamos... Nós é que temos de nos reformar, subverter nossas cabeças, nossas polícias, nossos poderes. Precisamos de uma urgente auto-crítica de nossa ineficiência. A população tem de ser convocada pelo senhor, para participar ativamente, senão ficaremos no velho vício da reclamação ou em inócuos abraços de roupa branca na Lagoa. As causas da violência sempre estiveram aí, há 100 anos, como uma bomba de retardo, uma mina enterrada. Só agora ficou visível. Os criminosos estão expondo nossa absurdíssima incompetência. Temos de aprender com os criminosos suas táticas, pois eles têm a mesma vantagem dos terroristas - não têm rosto e ninguém sabe de onde vêm. Eles são micro-empresas privadas, filiais da multinacional do pó. Nós somos o Estado elefantino. Eles agilizam métodos de gestão; nós trabalhamos com administração do século 19. Eles são rápidos e criativos. Nós somos lentos e burocráticos. Eles lutam em terreno próprio; nós, em terra estranha. Eles estão no ataque. Nós, na defesa. Nós nos horrorizamos com eles. Eles riem de nós. A droga e as armas vêm de fora - eles são "globais"; nós somos regionais. Eles não temem a morte. Nós morremos de medo. A luta contra o crime não é mais uma luta policial; não é mais a Lei contra o Pecado; tornou-se um problema de Estado-Maior, sim. Trata-se de uma calamidade pública, como um terremoto. Acho, sim, que os militares têm de entrar na questão. Coronéis e generais deviam traçar estratégias conjugando repressão e conscientização, juntamente com sociólogos, urbanistas. Creio, governador, que deveria haver uma espécie de PPPs, de parcerias público-privadas, com empresários, pois a máquina do estado sozinha não dá conta. Creio que deveria haver uma campanha nacional para atrair investimentos para o Rio. Creio que tinham de ser criados "grupos executivos" desenhados por homens competentes sobre o assunto, homens como o coronel José Vicente da Silva, do Instituo Fernand Braudel ou Luís Eduardo Soares, que fizessem um "by-pass" eficiente cortando o labirinto burocrático podre, como fez JK. Acho que temos de entrar nas favelas, não com festinhas odontológicas provisórias, mas para ficar, integrar. O que o revolucionário programa de TV "Central da Periferia" faz com a cultura, o governo tinha de fazer com o aperfeiçoamento da vida social. O programa favela-bairro foi das poucas coisas decentes planejadas até hoje. Como anda? Demora muito? Sim. Mas, se levamos 100 anos armando essa bomba, leva tempo para desativá-la. Será que o senhor vai conseguir? Será que não vai cair na inércia do hábito, do dia-a-dia entorpecido da política regional? Espero que consiga, senão isso vai virar uma palestina suja, uma cisjordânia endêmica. Espero, de coração, que o senhor consiga aproximar o Rio da cidade com que seu pai sempre sonhou. Estou às ordens, no que puder ajudar. Boa sorte.
Fonte: O POVO

Ellen Gracie alerta contra perigo da comoção

BRASÍLIA - A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ellen Gracie Northfleet, disse ontem que não é ideal o Congresso Nacional discutir sob a emoção da morte do menino João Hélio Fernandes Vieites, de 6 anos, a proposta de mudar a legislação penal. "O Congresso tem inteira liberdade para deliberar sobre o que melhor lhe parecer. Geralmente se discute mudança na legislação sob um clima de tensão, de emoção. Isso não é necessariamente a melhor forma de discutir legislação", afirmou a ministra.
Segundo ela, as modificações na legislação têm de ser precedidas de um amplo debate. "A questão da criminalidade é bem mais ampla, vai bem além do estabelecimento de penas, do endurecimento dos regimes prisionais. Ela é bem mais ampla do que isso, deveria ser tratada de forma bem ampla", disse.
Ontem, Ellen Gracie reafirmou que é contra a redução da maioridade penal. "O crime não foi cometido apenas por menores. Apenas um menor envolvido num grupo maior de pessoas suspeitas. Direcionar tudo em relação aos menores me parece que é uma atitude persecutória em relação à nossa infância, que merece educação, oportunidades de crescimento, de emprego, de formação profissional para que não caia no mundo do crime", afirmou.
Fonte: Tribuna da Imprensa

sábado, fevereiro 10, 2007

Caso Neylton

Subsecretária presa, suspeita de ordenar o crime
A polícia prendeu ontem a subsecretária de saúde do município Aglaé Souza e a coordenadora do Sistema Municipal de Saúde, SMS, Tânia Maria Pedrosa, acusadas de serem as mandantes do assassinato do funcionário da secretaria, Neylton Souto da Silveira. As duas tiveram a prisão decretada em caráter provisório, pelo juiz Cássio da Primeira Vara do Júri. Fontes não oficiais informaram que a detenção da subsecretária e da coordenadora ocorreu no final da tarde de ontem, mas não se sabe onde elas estão alojadas. Há notícias de que já teriam prestados os primeiros depoimentos que trariam revelações de grande impacto, envolvendo setores importantes da Secretaria da Saúde. Ao tomar conhecimento do fato, o prefeito João Henrique agiu de imediato e determinou a exoneração da subsecretária Aglaé e o afastamento de Tânia. Hoje o Diário Oficial do Município traz o ato do prefeito, que ontem se reuniu com os seus principais assessores para tratar do caso. Ele declarou que o secretário Luiz Eugênio continua no cargo, merecedor de toda confiança, até que se prove ao contrário. A morte de Neylton estava envolta em muitas especulações sobre o real motivo do crime, e uma das hipóteses era de que se tratava de queima de arquivo. Ele teria sido morto porque descobrira irregularidades nas contas e contratos com prestadores de serviço. Segundo o prefeito, toda a documentação relativa às atividades de Neylton foram colocadas à disposição da polícia, “o que ajudou de sobremaneira às investigações em direção ao esclarecimento do crime” No dia 16 de janeiro, a pedido do prefeito João Henrique, foi aberta uma auditoria técnica fiscal, no setor da secretaria onde Neylton era lotado, com a participação de peritos contábeis da Polícia Civil. A partir desse momento, o caso começou a ganhar contornos que indicavam fortemente tratar-se de crime de mando. Os trabalhos da auditoria mostraram que havia muitos interesses envolvidos na questão. A princípio, a polícia esperava pelo depoimento de Tânia Maria Pedrosa, coordenadora da SMS que acompanhava os trabalhos feitos pelo servidor público. Tida como peça-chave das investigações, Tânia foi ouvida pela delegada Dilma Nunes no dia anterior ao que foi marcado com a imprensa e parece não ter esclarecido muita coisa. O objetivo da polícia em ouvir Pedrosa era estar a par das atividades recentes do funcionário, que consistiam em analisar pagamentos do SUS à conveniadas da prefeitura, que envolvem rios de dinheiro. Feito esse e mais outros interrogatórios, as investigações continuam a ver navios. Até o dia em que o inquérito passou a correr em sigilo, mais de 25 pessoas já haviam sido ouvidas. A subsecretária Aglaé Souza, a assessora do secretário de saúde Denice Vitória de Brito, os seguranças do prédio, os funcionários, dentre outros, também foram interrogados. Conforme o delegado-chefe Antônio Laranjeira, a falta de controle no acesso ao edifício prejudicou o andamento das investigações. Todos que entram no prédio precisariam ter seus nomes anotados, mas isso não ocorreu no sábado, quando o servidor chegou ao edifício por volta de 8h da manhã para uma suposta reunião. Por conta da importante atividade exercida por Neylton, o procurador-geral do município, Pedro Guerra, instaurou auditoria para apurar irregularidades nas contas da Secretaria Municipal de Saúde. A investigação gira em torno do repasse de verbas feitas pelo Governo Federal ao município. A auditoria não tem prazo para terminar e contará com o acompanhamento de um perito-técnico da Polícia Civil tanto nos resultados, como no processo de realização. Além disso, o Ministério Público também foi acionado e a promotora criminal Isabel Adelaide está acompanhando as investigações. Perícias - Desde o começo das investigações, o Departamento de Polícia Técnica apreendeu dois computadores usados por Neylton: o residencial e o do departamento. A perícia está sendo feita também no pen-driver dele, além dos sapatos e calça encontrados dias após o assassinato.
Servidor sofria pressões
; O funcionário, que era sub-coordenador de contabilidade do departamento há três meses, analisava os relatórios de pagamentos feitos à conveniadas. O dinheiro é cedido pelo Ministério da Saúde, do Governo Federal, para a SMS, que realiza o repasse para 360 prestadores de serviços. Depois do crime, os auditores do estado estão analisando todos os contratos realizados pela gestão plena do sistema municipal. Já uma fonte que preferiu não se identificar, relatou que não só os auditores do estado precisam analisar os contratos, mas também os auditores do Ministério de Saúde, tidos como Conselheiros de Saúde, precisam enviar relatórios de prestação de contas. Desde setembro do ano passado que os conselheiros não analisam se o repasse da verba cedida ao município está sendo utilizada corretamente. Informações confidenciais dizem que Neylton teria sido obrigado, por Tânia Maria Pedrosa, uma de suas superioras, a assinar uma planilha contendo dados que não seriam reais. Depois do crime, familiares do servidor informaram que estavam sofrendo ameaças. “Recebemos telefonemas que a pessoa não responde. Quase que diariamente carros estranhos estavam parados na frente da casa do meu tio”, disse uma das familiares que preferiu não se identificar com medo de represálias. Eles afirmaram que a polícia não informou o andamento das investigações. “Viemos aqui falar com a delegada para saber informações sobre o caso. Sabemos o que a mídia nos passa. Queremos que esta situação se esclareça o mais rápido possível, para termos um pouco mais de tranqüilidade, com a justiça sendo feita”. Os familiares agradeceram a perseverança e apoio da imprensa no caso Neylton. Parentes de Neylton lembram que, quando o corpo do servidor foi encontrado, a subsecretária Aglaé Souza, não fez questão de chamar a polícia. “Quem chamou a polícia foram nós, os parentes dele. Nem a subsecretária nem os parentes chamaram ninguém”, disse. Eles acrescentaram que a “imprensa foi de fundamental importância para a apuração e rapidez do caso”. O servidor público Neylton Souto da Silveira foi vítima de espancamento em um dos andares do edifício da Secretaria de Saúde do Município e em seguida jogado pela janela, por volta de 10h da manhã de 6 de janeiro, um sábado. Os acusados de serem os autores do assassinato, os vigilantes Josemar dos Santos, Jair Barbosa da Conceição e Anderson Cleiton das Neves disseram que receberiam R$20 mil para “fazer o trabalho”. Eles foram presos pela polícia, e disseram que espancaram a vítima e depois a jogaram por uma janela de um dos andares do edifício, que dá na marquise onde ele foi encontrado.
Familiares o procuraram
; Neylton Souto da Silveira foi encontrado morto em um domingo, dia 7 de janeiro, pelo filho, Nelson Augusto da Silva Neto, 23. O servidor estava desaparecido desde sábado de manhã, quando saiu de casa afirmando que iria para uma reunião extraordinária com seus superiores, incluindo Tânia Maria Pedrosa. O filho do servidor chegou a ir no prédio da SMS ainda no sábado, sendo impedido de entrar pelos vigilantes. Ao voltar no dia seguinte, por volta de 10h, contou com a ajuda de um segurança para realizar a busca pelos departamentos do edifício. O segurança encontrou a janela do nono andar aberta e avistou o corpo de Neylton estendido na marquise do prédio. Neylton trabalhava no sétimo andar, ao lado do gabinete do secretário de saúde. O funcionário público vestia apenas uma camisa e uma cueca. Todos os pertences dele haviam desaparecidos, com exceção de suas meias: uma estava no terraço do edifício e outra ao lado do corpo. As roupas, no entanto, foram vistas próximo ao duto de ventilação do edifício cinco dias depois. Antes, a perícia foi realizada no edifício por duas vezes. A polícia não deu explicações sobre o ocorrido. Na ocasião, familiares descartaram a hipótese de suicídio ou crime passional, como dava a entender à primeira vista. Eles informaram ainda que Neylton vinha sofrendo fortes pressões no trabalho, por conta de suas últimas atividades e deduziram que o crime se tratava de queima-de-arquivo. O levantamento cadavérico foi presidido pela plantonista da 1ª DP, Idalina Moreira, uma vez que as titulares não trabalham nos finais de semana. Anteontem, quando questionado onde estariam os pertences da vítima, o delegado disse não ter entrado nesses detalhes com os vigilantes. Os pertences – celular, óculos e chaves – estão desaparecidos até hoje.
Fonte: Tribuna da Bahia

Entidade pede inelegibilidade de condenados

Corrupção


BRASÍLIA - O presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), Nicolao Dino, lançou ontem uma campanha do Ministério Público Federal de combate à corrupção e em defesa dos direitos humanos. Nicolao Dino pediu que o Congresso aprove oito projetos e emendas constitucionais que tramitam na Câmara e no Senado, entre eles o que torna inelegíveis políticos condenados em primeira instância.
“Se alguém já é condenado, já há um indicativo de comprometimento da moralidade e a lei exige a moralidade para exercer cargo público”, afirmou Nicolao Dino, depois da abertura de uma reunião com representantes do Ministério Público Federal de todos os estados.
Pela legislação em vigor, a Justiça Eleitoral só pode impugnar candidaturas de políticos que tenham contra si sentenças transitado em julgado, ou seja, condenações contra as quais não há mais possibilidade de recurso. Mas esses casos são extremamente raros, uma vez que, em geral, um processo demora mais de dez anos para chegar a uma sentença definitiva no Brasil. Por isso, muitos políticos condenados em algumas instâncias do Judiciário por graves denúncias de corrupção continuam concorrendo a cargos eletivos. Muitas vezes o foro privilegiado adquirido a partir desses cargos ajuda os políticos a escapar das condenações.
O Ministério Público também propõe a aprovação do projeto que institui o financiamento público de campanha e a fidelidade partidária. Outra proposta considerada prioridade pelos procuradores é a que dá mais eficácia à lista suja do Ministério do trabalho, que traz os nomes de fazendeiros que exploram trabalho escravo. A lista proíbe que os acusados tenham acesso a financiamentos públicos, mas alguns recorrem à Justiça e conseguem suspender os efeitos da punição.
Fonte: Correio da Bahia

Wagner toma pito de prefeito e passa vergonha

Governador tenta assumir obra de Paulo Souto e gestor de Feira de Santana corrige o ‘lapso’ na frente de Lula


Um governador que tenta capitalizar para um mandato que não tem nem 40 dias a instalação de indústrias conseguidas pela gestão anterior e um presidente que faz de tudo para livrar o pupilo de saias-justas foram revelados ontem a quase 500 empresários, políticos e autoridades presentes na inauguração da fábrica da Nestlé em Feira de Santana. No discurso em que procurou dar ares de epopéia a sua trajetória de sindicalista até governador (“eu já fui chão de fábrica”), Jaques Wagner não teve pudor em procurar assumir a paternidade de dois projetos que somam quase R$450 milhões em investimentos na Bahia.
“É a segunda fábrica que inauguro em apenas 39 dias de governo. Semana passada, inauguramos em Camaçari a fábrica de pneus da Bridgestone e a Bahia já é responsável pela produção de 55% dos pneus de nosso país”, comemorou, esquecendo que todo o trabalho de atração dos empresários com incentivos fiscais foi empreendido pela equipe do então governador Paulo Souto, mais de um ano antes.
A frase de Wagner foi uma tentativa de superar o mal-estar nas hostes petistas depois do pronunciamento do prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo de Carvalho, que resolveu fazer justiça ao governo pefelista. Carvalho salientou que, nos seis anos à frente da prefeitura, o município já tinha conseguido atrair R$1,2 bilhão em investimentos para o parque industrial. Ele também não dispensou a chance de, diplomaticamente, alfinetar o lulo-petismo. “Agradeço a presença do presidente e do governador, mas agradeço muito mais ao querido amigo e ex-governador Paulo Souto, pela mão amiga estendida”, elogiou José Ronaldo, diante da mesa composta pela ministra da economia da Suíça, Doris Leuthard; o vice-presidente da Nestlé para as Américas, Paul Bulcke; o presidente da Nestlé Brasil, Ivan Zurita; além dos ministros Celso Amorim (Relações Exteriores), Waldir Pires (Defesa) e Silas Rondeau (Minas e Energia). “Ele (Souto), sim, foi o responsável pela inauguração desta fábrica – e de outras tantas que estão povoando o Pólo Industrial de Subaé”, completou José Ronaldo.
Em seguida, Carvalho cobrou do governo federal verbas para a construção do contorno rodoviário na cidade, destinado a melhorar o escoamento da produção do pólo. Jaques Wagner limitou-se a afirmar que haverá verbas para o contorno rodoviário, através de emendas parlamentares no Congresso Nacional.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não fez questão nenhuma de diminuir o tom da lira petista. Prevendo momentos de crise e desgaste para o governador da Bahia – que gosta de se apresentar como queridinho do presidente –, ele prometeu socorrê-lo com muito mais do que um ombro companheiro. “Eu sei que quando você (Wagner) tiver problemas, vai bater na minha porta, e eu, como tenho um coração um pouco baiano, estarei sempre pronto para atendê-lo”, comprometeu-se.
A mesma boa vontade em resolver as dificuldades do “companheiro Wagner”, Lula não demonstrou para a desempregada Margarida da Silva Ferreira Santos, que chegou pouco antes das 6h na portaria da 27ª fábrica da Nestlé instalada no Brasil, num terreno de 350 mil metros quadrados no Centro Industrial de Subaé, na BR-324, em Feira de Santana. A mulher de 33 anos, mãe de um garoto de 5 anos, apresentou um cartaz escrito anteontem à noite em uma cartolina rosa: “Ajude-me. Dêi-me (sic) um emprego”. “Eu sou sustentada por meu pai, de 78 anos, e minha mãe, de 64 anos, os dois sofrem do coração. Minhas irmãs até foram contra eu vir até aqui me expor, mas se eu não gritar, ninguém vai saber minha dor”, explicou Margarida, que mora no distrito de Humildes, mais próximo da fábrica do que a sede do município.
Outras manifestantes, como a lavradora Jeane dos Santos Reis, 29 anos, cinco filhos, também acordaram cedo para ir até a entrada da empresa, que emprega atualmente 200 funcionários e deve dobrar a produção nos próximos meses. “Eu tiro o alimento meu e dos filhos de uma horta, na verdade, uma leira que tem lá na roça. Preciso de um emprego e vim deixar meu currículo”, apostava Jeane, munida com uma trouxinha com água, biscoito e bago de jaca.
Na cerimônia de inauguração, na parte interna da fábrica, não faltaram os biscoitos, iogurtes, sorvetes e bombons com a marca da multinacional Suíça que produz mais de 1,3 mil itens alimentícios diferentes. O presidente da Nestlé no Brasil, Ivan Zurita, ressaltou que a fábrica irá produzir exclusivamente para o mercado do Norte-Nordeste e destacou a capacidade dos funcionários baianos.
O prefeito de Feira de Santana cobrou uma promessa feita por Lula em, setembro de 2003, na época da inauguração da fábrica da Pirelli no município. Na ocasião, diante das reivindicações do povo e dos políticos locais para a construção de um anel rodoviário na cidade para o melhor trânsito dos caminhões de carga, o presidente garantiu recursos para a obra. “Não posso deixar de aproveitar a oportunidade para, em nome do povo feirense, cobrar a duplicação de nosso contorno”, salientou José Ronaldo.Jaques Wagner, como pupilo dileto de Lula, não deixou o presidente responder à cobrança e se comprometer novamente. “Quanto ao contorno, graças à gentileza de nossa bancada federal, uma parte dos recursos está garantida”, antecipou-se o governador.
O presidente autorizou a Secretaria de Imprensa do Planalto convocar os jornalista para uma entrevista coletiva depois da inauguração. Os principais temas das perguntas seriam a anistia a José Dirceu e o racha público das principais correntes do PT. Só que Lula aproveitou a chuva para entrar no carro oficial, fugindo do interrogatório.
Fonte: Correio daBahia

Vereadores de Euclides da Cunha acusam TJ de ingerência política

Câmara suspende cassação da prefeita Rosângela Abreu por determinação da Justiça


Os vereadores do município de Euclides da Cunha acusaram ontem o Judiciário baiano de interferir em assuntos interno e inerentes ao Legislativo. Isso porque o desembargador Benito Figueiredo, presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, restabeleceu os efeitos de liminar, concedida em primeira instância, que desconsiderava os feitos da comissão processante que pretendia cassar o mandato da prefeita Rosângela Lemos Maia de Abreu (PMDB), aliada do deputado federal Geddel Vieira Lima. Segundo os vereadores, a ação principal já havia sido julgada dia 19 de janeiro, quando a liminar havia sido cassada. Porém, anteontem, ao analisar o embargo de declaração apresentado pela prefeita, o desembargador voltou atrás na decisão anterior, segundo os vereadores, por ingerência política.
“A pressão política foi tão grande que o Tribunal de Justiça voltou atrás em uma sentença própria, no final da tarde, para a publicação no Diário Oficial antes do julgamento do relatório de cassação da prefeita”, afirmou o presidente da comissão processante, vereador Bolívar Francisco Alves (sem partido). “Com esta sentença, a comissão achou por bem não realizar a sessão de julgamento e procurar os meios legais para levar adiante a cassação da prefeita de Euclides da Cunha”, completou.
Segundo o vereador Bolívar Alves, a interferência do Judiciário no processo político-administrativo foi recebida como um desrespeito ao Legislativo de Euclides da Cunha. “Convido o desembargador Benito Figueiredo a vir a esta cidade conhecer a situação da educação, da saúde do município. Estamos aqui trabalhando para dar um basta nesta roubalheira e não vamos parar por aqui”, disse.
A decisão, publicada no Diário Oficial do Legislativo ontem, acata o argumento da prefeita, apontando irregularidade no quorum da sessão que aprovou a instalação da comissão processante da Câmara de Euclides da Cunha. Na ocasião, sete dos dez vereadores estavam em plenário e a comissão foi aprovada por cinco votos a um, já que o presidente não tem poder de voto. A Constituição Federal determina que, nestes casos, o processo pode ser instalado por maioria simples (metade mais um) nas câmaras municipais. Mas o Tribunal de Justiça desconsiderou o voto de um vereador porque ele teria votado após a proclamação dos resultados.
O relator da comissão processante, vereador Luís Péricles de Abreu (PT), disse que os vereadores foram pegos de surpresa. “Isso nunca existiu. Já se votou muita coisa aqui com sete vereadores em plenário”, disse. Ele disse que a Câmara entrou em contato com a assessoria jurídica para levantar a melhor alternativa para restabelecer as atividades da comissão. “Vamos decidir se entramos com um recurso no Tribunal de Justiça ou se abrimos uma nova comissão para processar a prefeita”, afirmou.
O relator explicou que, como todos os relatórios estão prontos, o reinício dos trabalhos em uma nova comissão seria apenas protocolar. “Nós sabemos que foi uma decisão política. A retratação publicada ontem (anteontem) foi fruto de pressão política sobre o Tribunal de Justiça”, declarou. O vereador criticou, ainda, a forma como a retratação do presidente do TJB foi assinada, menos de 24 horas antes da sessão de julgamento. “Esta publicação foi um atentado aos interesses públicos e uma ingerência de poderes. Os vereadores se sentiram algemados pelo Judiciário baiano. Nós perguntamos até quando o Judiciário vai interferir no Legislativo em Euclides da Cunha?”, questionou o vereador.
Fonte: Correio da Bahia

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Médico morre de enfarte durante caminhada na praia de Camburi

A rotina do calçadão de Camburi, em Vitória, mudou na manhã de ontem depois que um médico aposentado morreu durante uma caminhada, vítima de enfarte.Como fazia há 30 anos, o médico Carlos Escobar Bueno, 77, especialista em traumatologia e ortopedia, saiu ontem por volta das 4h30 de casa, empurrando sua bicicleta.Mesmo abalada, sua filha, a ginecologista e obstetra Leonor Bueno, contou que o pai sempre percorria sete quilômetros no calçadão. Ele ia empurrando a bicicleta e na volta pedalava.Quando sofreu o enfarte, por volta das 6 horas, ele empurrava a bicicleta, praticamente no final da praia. Uma mulher que passava na hora contou que o viu sentado no calçadão e, num primeiro momento, imaginou que ele estivesse dormindo.“Resolvi parar para acordá-lo porque fiquei com medo de que ele caísse. Quando encostei nele, percebi que estava gelado e babando, mas ainda respirava e estava com os olhos abertos. Uma radiopatrulha chegou e o levou para o hospital”, explicou a mulher, que preferiu não se identificar.Um amigo da família passou no local logo depois e soube do ocorrido. Imediatamente, foi à casa das filhas do médico, em Jardim da Penha, Vitória, para avisar que ele tinha sido levado para o hospital.Há dois anos e meio, o médico estava morando no Rio de Janeiro, com o seu neto de 19 anos, que foi aprovado para o curso de Medicina. Carlos Escobar estava passando férias no Estado, onde chegou há 15 dias.O diretor-superintendente do Hospital das Clínicas, João Batista Pozzato, informou que o paciente chegou morto, entre 6h30 e 7 horas, e foi atendido imediatamente.No relatório de atendimento consta que ele sofreu uma parada cardíaca. Foi feita a entubação, seguida de uma manobra de reanimação cardiopulmonar, mas ele não respondeu. “Todos os indicativos são de que ele morreu de enfarte agudo do miocárdio”, disse Pozzato. O corpo foi velado no Cemitério Jardim da Paz, em Laranjeiras, na Serra. O enterro foi ontem, às 17 horas.“Ele tinha pressão, colesterol e triglicerídeo normais. Não gostava muito de ir a médico, mas eu e meu filho pegávamos no pé dele. Sempre fazia check-up e estava com consulta marcada com um cardiologista para a próxima segunda-feira”, comentou Leonor.
Fonte: Tribuna (Vitória)

BORRA DE CAFÉ PODE MATAR AEDES AEGYPTI

Pesquisa realizada pela bióloga Alessandra Laranja e pela professora Hermione Bicudo, do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista (Unesp), aponta que a borra de café (o pó que fica após a passagem da água fervente) pode matar o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. A pesquisa teve início a partir da descoberta de que a cafeína, uma das substâncias tóxicas encontradas no café, causa problemas na reprodução da mosca drosófila, mais conhecida como “mosca da fruta”. Os pesquisadores decidiram, então, fazer o teste em larvas do Aedes Aegypti. E a experiência deu certo. Hermione Bicudo explica: “A cafeína não deixa a larva prosseguir no desenvolvimento, porque o Aedes aegypti é um inseto holometábolo, como a gente diz. Ele tem as fase do ovo, de larva, de pulpa e adulto. Se a larva não se desenvolve até a pulpa, ela nunca vai dar um adulto. Então, o que a borra do café faz é um bloqueio do desenvolvimento da larva”. A vantagem de usar a borra de café como alternativa, segundo a professora, é que o produto não mata a planta e pode ser usada como adubo, ao contrário de substâncias como o cloro, o sal e os inseticidas. Para preparar o inseticida alternativo, basta colocar quatro colheres de sopa cheias de borra de café em um copo com água. A professora Hermione Bicudo ensina ainda que “é preciso trocar a borra de café a cada sete dias, pois após este período, a cafeína perde seu efeito”. Dados do Ministério da Saúde apontam que a estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) é a de que entre 50 e 100 milhões de pessoas sejam infectadas pela doença anualmente, em mais de cem países, exceto os da Europa. Aproximadamente 20 mil morrem em conseqüência da dengue e cerca de 550 mil doentes precisam de hospitalização. No Brasil, o Programa Nacional de Controle da Dengue implantado em 2002 prevê a elaboração de programas permanentes, “uma vez que não existe nenhuma evidência técnica de que a erradicação do mosquito seja possível, a curto prazo”. Segundo o ministério, no primeiro semestre de 2004 verificou-se no país uma redução de 73,3% nos casos da doença, em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo a Secretaria de Vigilância em Saúde do ministério. Foram notificados 84.535 casos, contra os 299.764 de igual período em 2003.
Fonte: Folha do Norte

Socuerro! Apareceu a globelesma!

Por: José Simão

BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Direto do País da Piada Pronta! Socuerro! Começou o Carnaval! Apareceu a Globelesma! Requebrando mais que liquidificador batendo abacate com banana! E a Globelesma é uma mistura de Michael Jackson com Ronaldinho Gaúcho! E vendo as peladas nos ensaios de escola de samba chego à conclusão de que: a única coisa que cresce no Brasil é peito! Cada ano estão maiores. Monumento ao silicone! PAC devia ser Programa de Aceleração do Silicone! Daqui a pouco você passa numa clínica, compra um galão de silicone e faz a mulher em casa! Rarará! E não tem mais peito natural. O natural é ter peito de silicone. O que Deus criou só o silicone segura! Rarará! E Congonhas tá assim: nem Fokker nem sai de cima. Rarará! E o mico da semana: a camisa do Dunga no jogo PortugalX Brasil! A camisa era uma festa do Havaí em preto e branco. Parecia baralho da Copag. Aí embaralhou tudo e o Brasil perdeu. Foi culpa da camisa do Dunga. Em vez de olhar pra bola, ficava todo mundo olhando pra camisa dele. Feita pela filha estilista. Dunga Fashion Week. Depois de levar o primeiro gol ele gritou: 'Filhinha, o papai pode trocar de camisa?'. E um leitor mandou perguntar se aquecimento global resolve problema de cheque frio! E olha essa notícia: 'Brasileiro morre em Portugal com 52 camisinhas de cocaína no estômago'. É o caso típico do produto usado em lugar errado! Rarará! É mole? É mole, mas sobe! Ou, como diz o outro: é mole, mas, se provocar, ressuscita! Antitucanês Reloaded, a Missão. Continuo com a minha heróica e mesopotâmica campanha 'Morte ao Tucanês'. Acabo de receber mais um exemplo irado de antitucanês. É que em Olinda tem um bloco de Carnaval chamado Periquita na Vara! Rarará! Começou a esculhambaria: misto de esculhambação com putaria. É o Carnaval. Mais direto, impossível. Viva o antitucanês. Viva o Brasil! E atenção! Cartilha do Lula. Mais um verbete pro óbvio lulante. 'Hepatite': doença contraída pela companheira que abusou do patê! Rarará! O lulês é mais fácil que o inglês. Nóis sofre, mas nóis goza. Hoje só amanhã! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno! E vai indo que eu não vou! E onde você vai passar o Carnaval?!

RAIO LASER

Nos tirem de problema
Fiéis ao pacto de permitir que cada instância do partido resolva suas questões autonomamente, José Carlos Aleluia e ACM Neto não querem nem tomar conhecimento da briga dos vereadores Téo Sena (PTC) e Paulo Magalhães Jr. (PFL) pela liderança da oposição na Câmara Municipal.
Na corrida
Cada vez mais envolvido com a política municipal, o comunicador Raimundo Varela, da TV Itapoan, pediu ao presidente do PTC, Rivailton Pinto, para organizar o partido em Salvador com o objetivo de lhe assegurar espaço para uma eventual candidatura à Prefeitura em 2008. O movimento teria o aval do PFL.
A serviço
Na surdina, o governo designou na terça-feira passada os delegados Waldir Barbosa e Kátia Alves para servir no Depom. Barbosa foi acusado de chefiar a operação para grampear civis e políticos baianos na época em que Kátia era secretária estadual de Segurança Pública.
Novo rumo
O PPS vai avaliar em reunião de sua executiva nacional, hoje e no sábado, em Brasília, a situação do partido na Bahia - acéfalo desde que o deputado federal Colbert Martins Filho pulou para o PMDB - na presença de militantes baianos históricos como George Gurgel.
Colegiado
Parcela dos novos democratas defende a renovação do diretório e da executiva do PD, com a respectiva eleição de um novo presidente. Os demais cerram fileiras com a proposta de que o partido deve ser presidido por um colegiado, que designaria um de seus membros para cuidar da burocracia partidária.
"Companheiro Serra"
Do blog do jornalista Ricardo Noblat: “Brincadeira do deputado Gedel Vieira Lima (PMDB-BA), cotado para ser ministro de Lula, ao encontrar ontem à noite no restaurante Piantela, em Brasília, o deputado Paulo Renato (PSDB-SP): - Não quero conversa com você que virou xiita. Só quero conversa com o companheiro Serra. Oito votos do PSDB paulista asseguraram a vitória de Arlindo Chinaglia (PT-SP) para presidente da Câmara dos Deputados. Serra jura que nada teve a ver com isso”.
Interessados
Conversas realizadas entre a direção nacional do PPS e o ex-deputado Marcelo Cordeiro (PSDB), na semana passada, ampliaram os rumores de que tucanos como o deputado federal João Almeida estariam com interesse de ingressar na legenda, que fez um bloco partidário com o PSDB e o PFL na Câmara dos Deputados. A conquista de um deputado federal seria a condição para o partido sobreviver no Estado, embora a alternativa seja considerada polêmica por membros locais do PPS.
Apoio
Apesar de identificado como um evento da Juventude do PT, a palestra do ex-ministro José Dirceu na Bahia foi coordenada pela equipe do deputado federal Zezéu Ribeiro, que pertence à corrente Unidade na Luta (a mesma do deputado cassado), e é um dos candidatos do PT baiano à reforma ministerial do presidente Lula.
Do meu jeito
Convidado da chamada Juventude petista para uma palestra ontem em Salvador, o ex-ministro e deputado cassado José Dirceu (PT) não aceitou pedidos para falar com jornalistas até momentos antes do evento, previsto para começar às 19 horas, no Teatro Jorge Amado.
CURTAS
* Fique Vivo - A coordenadora da Promotoria de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público mineiro, Cássia Gontijo, participará nesta segunda-feira de uma reunião onde apresentará às autoridades ligadas a segurança na Bahia detalhes sobre o Programa Fica Vivo. * Fique vivo II - O Programa vem sendo implantado em diversos municípios de Minas Gerais, voltado para os jovens de 12 a 24 anos em situação de risco social, nas regiões de alto índice de criminalidade, tendo por objetivo a prevenção à criminalidade. A reunião acontecerá no gabinete do procurador-geral de justiça, a partir das 14h30. . * Amor platônico - Republicanos baianos desconfiam que o repentino amor do presidente do PR, o deputado federal José Carlos Araújo, pelo recém-eleito presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), integra estratégia para tentar se aproximar do governador Jaques Wagner (PT). * Fora de cogitação - A assessoria do deputado federal ACM Neto atribui a algum equívoco a inclusão do nome do parlamentar na disputa com Rodrigo Maia (RJ) pela sucessão de Jorge Bornhausen (PR) na presidência do PFL, cujo nome mudou ontem para PD (Partido Democrata). * Inusitado - Uma demora estranha impede que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) aprecie mais de 15 ações contra o prefeito de Luis Eduardo Magalhães, Oziel Oliveira, por acaso marido da deputada federal Jusmari Oliveira, que negocia seu desligamento do PFL para integrar a base do governo. * Presidência - Pefelistas garantem que, ao contrário de uma suposta disputa entre carlistas e soutistas, o que atrasa a definição sobre quem vai assumir a presidência do agora Partido Democrata (PD) na Bahia é uma discussão de teses a respeito do que é mais adequado para a legenda, envolvendo indistintamente membros das duas correntes. * Inesquecível - Petistas consideravam que o ex-ministro José Dirceu escolheu o Estado errado para fazer ontem sua palestra sobre "A nova esquerda", no Teatro Jorge Amado, numa referência ao atropelo que promoveu na candidatura de Nelson Pelegrino à Prefeitura, em 2004.
Fonte: Tribuna da Bahia

QUEM MANDOU MATAR NEYLTON?

Três seguranças mataram servidor por R$ 20 mil
Por Karina Baracho e Hieros Vasconcelos
Os vigilantes Josemar dos Santos, 27; Jair Barbosa da Conceição, 40; e Anderson Cleiton das Neves, 30, foram detidos em suas residências durante operação realizada na tarde e noite de quarta-feira. Em depoimento, eles confessaram o crime em troca de um pagamento de R$ 20 mil reais. Os supostos mandantes e pagantes, entretanto, não foram revelados. O trio fazia a vigilância da SMS dia 6 do mês passado, quando o funcionário entrou no edifício por volta de 8h da manhã. Eles tiveram a prisão provisória decretada pelo juiz da 1ª Vara Crime, Cássio Miranda, e deverão ficar custodiados em celas diferentes da 1ª DP por cinco dias, quando será pedido prorrogação da prisão temporária. Ainda na tarde de ontem, os acusados foram ouvidos pela delegada à frente do caso, Dilma Nunes, e em seguida encaminhados ao IML para realização de exames de lesões corporais. O objetivo dos exames visa descobrir se os vigilantes sofreram algum tipo de pressão para confessar a autoria do assassinato. O delegado Arthur Gallas afirmou que a reconstituição do crime deverá ocorrer ainda essa semana. Ele ressaltou ainda que as acareações e declarações dos acusados foram gravadas em vídeos. Apesar da polícia ter revelado as identidades dos homicidas, eles não foram apresentados à imprensa e não tiveram direito de se defender das acusações. O delegado do DCCP, Arthur Gallas, – o único a falar com os jornalistas, explicou que a medida é por conta do inquérito correr em segredo de Justiça. “Não poderemos disponibilizar as imagens dele porque o caso corre em segredo de Justiça. Mas, se por ventura vocês conseguirem...”, disse, se referindo aos fotógrafos. Ainda conforme Gallas, Josemar teria isentado Anderson da participação na execução. Em seu depoimento, ele alegou que o colega teria colaborado no esquema, mas não espancou o servidor público. “Anderson está envolvido na cena do crime, mas não há indícios da participação dele na execução”, declarou. O delegado disse ainda acreditar que o crime tenha sido premeditado. Terceirizados - Os autores confessos do crime são funcionários da empresa de segurança Protector, que presta serviços à prefeitura. Eles haviam sido afastados de suas funções desde o dia do crime. Josemar, que morava em Mussurunga, trabalhava para a Protector há três anos, mas somente no mês de novembro passou a vigiar a Secretaria Municipal de Saúde. Enquanto Jair, morador do Uruguai, estaria trabalhando no órgão há seis meses. O delegado não soube informar com precisão onde fica a residência de Anderson.
Suspeitos ouvidos em sigilo
; Na tarde de ontem os três acusados foram ouvidos pela delegada titular da 1ª Delegacia de polícia (Barris), Dilma Nunes, mesmo assumindo a culpa da morte do servidor público a polícia não permitiu que a imprensa falasse, nem se aproximasse dos acusados. De acordo com Nunes, o inquérito corre em sigilo da justiça. “Não vamos divulgar nada além do que já foi dito”, disse a delegada, se referindo a coletiva que aconteceu na manhã de ontem. Questionada sobre alguma possível novidade do caso ela foi taxativa com a imprensa. “Já falei. Não vamos divulgar mais nada”, exclamou. Enquanto os três eram levados à sala da delegada para prestar depoimentos, individualmente, o delegado do Departamento de Crimes contra o Patrimônio (DCCP), João Ricardo, pediu abertamente a um dos agentes, que encapuzasse um dos acusados, fato estranhado até pelos agentes responsáveis por levar os três, da carceragem para a sala da delegada. De acordo com informações o motivo seria o parentesco de um dos envolvidos com um policiai civil. Outro fato estranho é o carro de um dos acusados estar sendo requerido pelo seu advogado como uma forma de pagamento dos custos dos autos do processo. Um deles foi preso com um carro, que inicialmente deveria ter ido para a delegacia, mas foi levado por familiares e agora está sendo requerido pelo seu advogado. Segundo a confissão, eles receberam R$ 20 mil pelo assassinato do servidor. “Meu filho é um rapaz tranqüilo. Não estou entendendo o que aconteceu”, explicou o pai de Josemar dos Santos, 27 anos, um dos acusados. Ele afirmou que o filho não tem passagem pela polícia e “sempre teve uma conduta exemplar”. Pai de cinco filhos, ele disse para a imprensa que o filho comentou o que aconteceu, mas não falou do suposto envolvimento com o crime. O que foi confirmado pela irmã do acusado, que preferiu não se identificar. De acordo com ela, o irmão não tem históricos de brigas nem rixas com ninguém. “Não tenho muito contato com ele, por causa dos nossos trabalhos, mas sei que ele é uma pessoa íntegra”, destacou ela. Acrescentou que o irmão mora com uma companheira e tem dois filhos pequenos. O funcionário, que era sub-coordenador de contabilidade do departamento há três meses, analisava os relatórios de pagamentos feitos à conveniadas. O dinheiro é cedido pelo Ministério da Saúde, do Governo Federal, para a SMS, que realiza o repasse para 360 prestadores de serviços. Depois do crime, os auditores do estado estão analisando todos os contratos realizados pela gestão plena do sistema municipal. Já uma fonte que preferiu não se identificar, relatou que não só os auditores do estado precisam analisar os contratos, mas também os auditores do Ministério de Saúde, tidos como Conselheiros de Saúde, precisam enviar relatórios de prestação de contas.
Fonte: Tribuna da Bahia

PT tenta reencontrar-se com sua história

O Partido dos Trabalhadores tenta, a partir da reunião que realiza hoje e amanhã em Salvador, reencontrar-se com os ideais de seus militantes, eleitores e, num plano mais amplo, do próprio povo brasileiro, que pela primeira vez em sua história identificou-se com um partido de massas capaz de formular e consumar mudanças sociais tão necessárias à afirmação interna e externa de uma das maiores e mais populosas nações do mundo. Mas, para que se chegasse a esse ponto, não bastou a frustração com o desempenho do primeiro governo nacional do PT, que, sob vários aspectos, especialmente na área econômica, mais pareceu uma extensão de governos anteriores. Foi preciso o golpe quase fatal na esperança tantos anos apregoada, com o envolvimento de importantes segmentos e nomes do partido em escândalos de corrupção e práticas políticas condenáveis, para que viesse à tona a necessidade de uma imediata mudança de rota e objetivos. Líder do partido na Assembléia Legislativa e forte candidato à liderança do governo Wagner, o deputado Yulo Oiticica não hesita em dizer que do encontro de Salvador, ponto de partida para o III Congresso Nacional da legenda, sairá um PT “determinado a construir um país democrático e socialista”, características em que ele não vê incompatibilidade. “Não queremos um socialismo autoritário, em que os direitos individuais não sejam respeitados, mas também não queremos uma democracia capitalista, em que as pessoas são livres para ter a melhor escola, a melhor saúde e a melhor habitação, mas somente se puderem comprá-las”, resumiu o parlamentar. Certo de que um país com as dimensões e a população do Brasil só encontrará seu destino quando desconcentrar a riqueza, Yulo rejeita a contradição de a 11ª economia do mundo ser, ao mesmo tempo, a penúltima colocada em distribuição de renda, perdendo, apenas, de Serra Leoa, um pequeno país africano. “Temos que superar essa situação e elaborar com firmeza um pacto para democratizar os direitos sociais, tornar a saúde, a educação e outros benefícios um direito da cidadania e um dever do Estado. O PT é de esquerda, é socialista, é democrático, e é nessa direção que iremos caminhar”, disse o líder. (Por Luis Augusto Gomes)
Esquerda controla Diretório e Executiva
Desde 2004, pouco mais de um ano após alcançar o poder federal, o PT viu seus filiados e prepostos envolverem-se em escândalos como o tráfico de influência a partir do próprio Palácio do Planalto, a corrupção de parlamentares e até o uso de métodos criminosos contra adversários eleitorais. O quadro produziu, para um dos mais destacados petistas - o ministro Tarso Genro -, a necessidade de “refundação” do partido, tese que volta à evidência em função do congresso que o PT realizará em julho, em Brasília, o terceiro em sua história de 27 anos. O deputado Yulo discorda dessa idéia. Prefere a “reestruturação” à “refundação”, porque este último termo “dá a idéia de que todo o PT errou, o que não é verdade”. Para justificar sua tese, ele afirma que no último processo de eleições diretas do partido o grupo responsável pelo desvirtuamento, o chamado Campo Majoritário, foi “fragorosamente derrotado”. “Hoje”, completou, “as tendências de esquerda são maioria tanto na Executiva quanto no Diretório Nacional, não mais o Campo Majoritário”. Ele disse que, nas eleições partidárias, o presidente escolhido acabou sendo um militante do Campo - Ricardo Berzoini - apenas porque a grupo liderado pelo ex-deputado Plínio de Arruda Sampaio preferiu deixar o partido entre o primeiro e segundo turnos, mas o controle dos órgãos de direção ficou com a esquerda. A reunião ordinária que o Diretório Nacional, com seus 83 membros, realizará amanhã, das 9 às 17 horas, no Bahia Othon Palace Hotel deverá, para Yulo Oiticica, sinalizar a nova postura do PT, embora as grandes decisões, inclusive de natureza estatutária, só possam ser tomadas no congresso, que é a instância maior do partido. Para o parlamentar, “esse III Congresso é todo especial, porque vem num momento singular, quando o PT é reconduzido à presidência da República e ganhou muitos governos no Norte e Nordeste. Além de Sergipe e Pará, ele destacou a segunda gestão petista consecutiva a ser cumprida no Piauí e a terceira, no Acre. “Na Bahia”, afirmou, “as decisões do Diretório Nacional serão uma preliminar. Depois, faremos encontros preparatórios em todo o Brasil para chegarmos a Brasília, em julho, com todos os elementos para um debate abrangente e democrático. Não creio em frustração nesse nosso propósito de construir um país livre e socialmente justo, porque venceremos esse desafio com nossa cultura, nossos costumes e nossos desejos”, arrematou. (LAG)(Por Luis Augusto Gomes)
Combate à exploração sexual
Campanha Nacional de Enfrentamento à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes para o período do Carnaval contará com distribuição de cartazes, abanadores, adesivos e banners à população, nos mais variados percursos da folia. Durante o Carnaval da Bahia, nos mais variados percursos, centenas de cartazes, abanadores, adesivos e banners serão distribuídos à população com alertas sobre os direitos das crianças e adolescentes. A ação integra a Campanha Nacional de Enfrentamento à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes para o período do Carnaval, que será lançada às 17h hoje, em Salvador, no auditório do Bahia Othon Palace Hotel, com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do governador Jaques Wagner e do prefeito João Henrique. O lançamento da campanha, intitulada Unidos Contra a Exploração Sexual, promete ser uma grande festa, com os grupos Olodum, Ilê Ayê e bandas de axé. Além de distribuir material informativo, a campanha divulgará o Disque Denúncia, cujo número de telefone é 100. O serviço foi criado em 1997, pela Associação Brasileira Multidisciplinar de Proteção à Criança e ao Adolescente, e passou a ser administrado pelo governo federal em 2003. A ligação é gratuita e garante o anonimato do denunciante. As denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes podem ser feitas diariamente, das 8h às 22h. No ano passado, Salvador recebeu 216 denúncias através do Disque 100 - contra 135 em 2003, 129 em 2004 e 211 em 2005, totalizando 691 denúncias nos últimos quatro anos. A capital baiana fica atrás de Fortaleza, São Paulo e Rio de Janeiro, que acumularam 768, 763 e 722 denúncias, respectivamente, porém, está à frente de São Luís, Belo Horizonte, Recife e Goiânia, em número de denúncias. Dentro das ações da campanha, cartazes serão espalhados nos balcões de check-in das empresas aéreas no aeroporto de Salvador. Banners alusivos ao tema também serão distribuídos e mensagens de alerta serão exibidas durante os vôos. No circuito interno das salas de embarque, um filme da campanha será exibido pela Infraero. Nas rodovias federais que cortam a Bahia, a Polícia Rodoviária Federal e o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes distribuirão o material. Agentes de trânsito e policiais rodoviários também vão orientar os motoristas sobre o Disque 100 e a importância de proteger as crianças e adolescentes da exploração. Ações semelhantes nas estradas e nos aeroportos também serão realizadas em estados com grande movimento de foliões, como Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará, São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. (Por Luis Augusto Gomes)
Gallo é contra proposta de “refundação”
O presidente regional do PT, Marcelino Gallo, analisando a conjuntura atual da legenda, que de 2004 para cá sofreu sérias crises, a exemplo do envolvimento de integrantes do alto escalão no escândalo do mensalão, admitiu a necessidade de ajustes. No entanto, criticou a proposta do ministro Tarso Genro de refundar o partido. Segundo ele, o PT está em plena atividade. Em 2006, alcançou novamente o governo federal, governos estaduais, além de diversas prefeituras, e não tem por que ser refundado, mas, sim, partir para o debate interno e corrigir os erros. As declarações foram dadas em visita à Tribuna, onde foi recebido pelos diretores Walter Pinheiro e Paulo Roberto Sampaio. “A experiência da crise nos fez aprender. Todos nós estamos conscientes da responsabilidade que temos, o que, conseqüentemente, vai nos levar a uma qualificação muito maior. Por conta do calendário político de 2006, não tivemos tempo para essa reorganização, mas o ano de 2007 será todo dedicado a isso”, enfatizou, ressaltando que os fundamentos do PT são sólidos e ímpares na história do mundo. Questionado se a ânsia pelo poder de alguns filiados, que muitas vezes querem ser maiores do que o partido, tem contribuído para o desgaste da imagem da legenda, Gallo explicou que o trabalho para o fortalecimento das instâncias tem sido intenso. “Sabemos que o mandato é importante, mas se não houver um movimento de cooperação, o mandato pode se sobrepor ao partido e o parlamentar esquecer da obrigação de trabalhar de forma partidária”, explicou. Sobre a possibilidade de o partido apoiar o projeto de anistia do ex-ministro da Casa Civil e deputado cassado José Dirceu, acusado de chefiar a quadrilha do mensalão, Gallo surpreendeu e disse que, apesar de não falar em nome do partido, pessoalmente é a favor da anistia do ex-correlegionário. “Ele acabou contraindo todos os acúmulos negativos e na minha opinião a punição não resolve. Pela sua trajetória política, pelos serviços que prestou ao Brasil, na minha opinião, ele merece ser anistiado”, afirmou. Contudo, sobre a presença de Dirceu, ontem em Salvador, como personalidade de destaque num evento promovido pela Juventude Unidade na Luta - corrente que compõe a tendência petista Campo Majoritário -, o presidente regional se esquivou e disse que o evento oficial que marca os 27 anos de fundação do partido restringe-se a hoje e amanhã, o que significa que a visita de Dirceu à cidade não é uma atividade oficial do partido. “Mas, vale lembrar que ele, apesar de estar oficialmente fora da vida parlamentar, tem o direito de ir e vir”, defendeu.
Fonte: Tribuna da Bahia

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