terça-feira, setembro 30, 2025

Corregedor diz que aposentadoria compulsória é um ‘prêmio’ e propõe fim dos juízes ‘TQQs’

 Foto: Luiz Silveira/Arquivo/STF

Mauro Campbell30 de setembro de 2025 | 12:14

Corregedor diz que aposentadoria compulsória é um ‘prêmio’ e propõe fim dos juízes ‘TQQs’

O ministro Mauro Luiz Campbell Marques, corregedor nacional de Justiça, defende a extinção da aposentadoria compulsória de juízes envolvidos em crimes que vão desde fraudes, corrupção e desvios até a venda de sentenças. “É um prêmio! O que seria uma punição passa a ser um prêmio essa aposentadoria remunerada”, avalia Campbell, de 63 anos, ministro do Superior Tribunal de Justiça.

O ministro destaca que existem ‘vários casos de juízes recém-ingressados na magistratura, juízes com dez anos, ou até menos de carreira’, que são aposentados pela via compulsória e deixam a toga com vencimentos proporcionais ao tempo de serviço.

O desligamento definitivo da carreira com remuneração para o resto da vida é previsto no artigo 42 da Lei 0rgânica da Magistratura Nacional (Loman) como a ‘sanção’ mais pesada imposta a juízes que saem do trilho da legalidade e da ética.

A Loman é um resquício dos anos de exceção. Criada em 1979 (Governo Figueiredo) ela se mantém incólume até hoje – a categoria é refratária a mudanças no texto, especialmente quando surgem propostas que ameaçam os dois meses de férias a que a toga tem direito.

Na semana passada, Campbell esteve em São Paulo. Foi homenageado no Instituto dos Advogados de São Paulo. O presidente da entidade, Diogo Leonardo Machado de Melo, enalteceu a atuação do ministro ‘no sentido da desburocratização da administração pública e na atualização da lei de improbidade administrativa’.

“Sua trajetória honra a magistratura brasileira e inspira a todos nós, que acreditamos na Justiça como pilar da democracia”, disse Melo.

Para Campbell, o CNJ ‘teve o mérito de superar o paradigma de ser órgão de controle administrativo, financeiro e disciplinar para se transformar em indutor de políticas públicas no âmbito do Poder Judiciário’.

O ministro aponta os ‘valores de transparência, controle e fortalecimento da corregedoria nacional’.

“O Conselho tem transformado a forma como administramos a Justiça. Hoje, é impossível pensar no Judiciário sem o CNJ”, disse.

‘Hóspedes da magistratura’
O que o indigna, e muito, é o fato de magistrados pilhados no peculato se manterem merecedores do ‘prêmio’ de passarem para a inatividade com subsídios elevados. “Não digo que eles são juízes, na verdade são hóspedes da magistratura, gente que se emprega na magistratura para auferir benefícios indevidos, para cometer crimes”, afirma Campbell.

“Nos moldes da sanção a aposentadoria concedida a eles é um benefício indevido. Passa a ser um prêmio. Quando era para ser punição vira um prêmio.”

Ele faz um paralelo com as regras da iniciativa privada. “O cidadão brasileiro, da iniciativa privada, se quisesse naturalmente, voluntariamente, espontaneamente se aposentar não poderia (com 10 anos de carreira) porque não teria tempo de contribuição suficiente.”

Campbell segue. “Imagine só na magistratura: o sujeito (juiz) comete um crime e é sancionado com a aposentadoria compulsória. Ou seja, em vez de se punir e reprimir a prática criminosa ele vai ganhar um prêmio, vai ser contemplado com a remuneração.”

“Aí alguém vai argumentar: ah, mas é proporcional ao tempo de serviço”, segue o ministro. “Ora, se o trabalhador comum quiser se aposentar com dez anos de atividade com salário proporcional a Previdência não permite.”

O ministro faz uma reflexão sobre a origem da ‘sanção’ mais pesada prevista na lei dos juízes. “Veja bem, é uma medida que teve seu valor enquanto lei editada por conta das perseguições que a classe da magistratura sofria em tempos opressores, do regime de exceção”, ele anota. “Essa previsão foi incluída na Loman para que o juiz que passasse para a inatividade por conta de perseguições de natureza política não ficasse ao desamparo.”

Segundo Campbell, em vários tribunais, nos anos de chumbo, desembargadores e juízes foram cassados em processos ‘movidos claramente por conta de perseguições com viés político e ideológico’. “Depois, eles tiveram seus direitos restabelecidos, quando a ditadura caiu.”

“A aposentadoria compulsória tinha essa destinação, até porque a magistratura tinha um número muito reduzido de juízes. Eram 23 Estados na Federação. Era reduzido o quadro de juízes, à época. Um tempo em que juízes federais, sem concurso público, eram nomeados pelo general presidente.”
O ministro ressalta que ‘ao tempo em que essa sanção foi criada, sob a perspectiva de um juiz cometer uma transgressão disciplinar, seria uma coisa excepcionalíssima’.

“Na minha sabatina para ministro do Superior Tribunal de Justiça, um senador me perguntou sobre essa questão da aposentadoria compulsória. Eu disse taxativamente: esta Casa (Senado) deve estudar logo a modificação desse preceito.”

Campbell lamenta que ‘no âmbito da reforma administrativa sequer se debateu a extinção dessa sanção’.

Ele defende a cassação da remuneração ‘vitalícia’ concedida aos condenados por malfeitos sob o manto da toga e cobra enfaticamente órgãos públicos que detêm a atribuição e o dever de cassar o privilégio.

“A população precisa saber que, muito embora, haja essa sanção da aposentadoria compulsória aplicada, há um dispositivo no nosso Regimento Interno do Conselho Nacional de Justiça, que determina que as Advocacias-Gerais dos Estados, no caso de juízes estaduais, ou da União, se for o caso de juiz federal, e também com relação aos Ministérios Públicos dos Estados e ao da União, nos casos de promotores e procuradores, que ingressem com ação civil pleiteando a perda do cargo do transgressor. Ou seja, há mecanismos para que aquilo que o contribuinte quer ver, o juiz demitido pela falta que cometeu, possa de fato ocorrer: o fim do ‘prêmio’ da aposentadoria remunerada”, destaca.

Núcleo de Execução de Penas
Campbell anunciou a instalação do Núcleo de Acompanhamento de Execução de Penas do CNJ, por meio do qual será verificado o resultado final de sanções impostas ao longo dos últimos anos a cerca de 125 juízes aposentados pela via compulsória sumariamente. “Trata-se de um sistema importante adotado para controle de resultados dessas aposentadorias e se elas foram efetivamente seguidas da propositura de ações respectivas para a perda do cargo”, argumenta.

“Volto a dizer: como é hoje, objetivamente, a aposentadoria compulsória é um prêmio ao magistrado transgressor, na medida em que em condições normais ele não teria ainda implementado as condições de aposentadoria. Se for um juiz longevo, pronto para se aposentar, ainda assim deverá perder o cargo, mediante sentença transitada em julgado.”

Ao Estadão, o ministro repudia os supersalários, inclusive de seus pares, como ocorre em vários Estados, e também de promotores e procuradores do Ministério Público. “Os promotores e procuradores ganham absurdamente mais que os juízes.”

“Fui promotor durante 22 anos”, diz Campbell. “Quando ingressei no Ministério Público do Amazonas era um tempo em que a Instituição pedia para que os promotores ganhassem como juiz. Era o inverso. Agora, não: os promotores e procuradores ganham muito mais que a magistratura.”

Campbell foi procurador-geral de Justiça do Amazonas durante três mandatos. Um feito raro na Instituição em todo o País. “Eu atuei 22 anos no Ministério Público amazonense. Eu sei a barbaridade que ocorre nos MPs dos Estados e da União. Procuradores-gerais são eleitos distribuindo o ‘Bolsa Família’ via o pagamento de atrasados, valores exorbitantes. É o normal. Subprocuradores da República ganham mais que magistrados. Eu fui o único que na Conamp (Associação Nacional dos Membros do Ministério Público) votava contra (aumentos e paridades). Sempre quis ganhar pelo que eu trabalhava.”

Campbell se opõe com veemência aos magistrados que tomaram gosto pelo trabalho em regime de home office durante alguns dias da semana. “Agora está posta a discussão sobre os juízes que querem morar fora de suas comarcas”, diz. “Eu quero os juízes morando e trabalhando na comarca. Isso deve ser rigorosamente acatado.”

A nova cruzada do corregedor é trazer de volta os magistrados para os fóruns. “Como nasceu isso? O Conselho Nacional de Corregedores-Gerais da Justiça dos Estados e da União propõem que os juízes possam residir fora da sua Comarca. Não aceito. O problema é que vetamos esse tipo de situação, mas os juízes recorrem ao Pleno dos Tribunais de Justiça.”

Os juízes ‘TQQ’ irritam o corregedor. “Outra situação com a qual não me conformo é a dos juízes e promotores TQQ. Já ouviu falar? São os juízes e promotores que só trabalham às terças, quartas e quintas-feiras. Outro absurdo. Houve um julgamento de um TQQ no CNJ. Mas, para se chegar a esse julgamento, o relator quase apanhou, associações de classe quase deram nele.”

“Imagine, juízes ganhando uma fábula se comparar com um trabalhador comum e ainda por cima não querem residir na Comarca. Faça-me o favor, faça-me o favor”, apela Campbell.

Aponta novamente para o Ministério Público. “Da mesma forma, promotor você não vê, não encontra nenhum no interior dos Estados. Talvez em São Paulo seja diferente, eles (promotores) não querem nem ir para a Capital, qualidade de vida boa lá (no interior). Nos outros Estados você não encontra promotor longe das capitais.”

Critica, outra vez, os contracheques muito acima dos limites impostos pelo teto constitucional. “A remuneração dos promotores nos Estados é um escândalo e quase nada se vê sobre isso na mídia. Basta acompanhar como são realizadas as eleições para procurador-geral. É um autêntico ‘bolsa-família’ de pagamentos atrasados. Fui três vezes eleito procurador-geral de Justiça do Amazonas. Eu estou afirmando isso, existe sim o bolsa-família nas eleições para a chefia dos Ministérios Públicos. Podem perguntar lá (no MP do Amazonas), podem ir lá perguntar se comprei algum voto na minha vida. Nunca fiz isso.”

Fausto Macedo e Rayssa Motta/Estadão Conteúdo

Bolsonaro tranquiliza Tarcísio e diz que Eduardo não disputará Presidência

Publicado em 30 de setembro de 2025 por Tribuna da Internet

Tarcísio visita Bolsonaro, prega anistia e sinaliza união em 2026

Bolsonaro diz a Tarcísio que Eduardo tentará o Senado 

Luísa Marzullo
O Globo

No primeiro encontro com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. desde que foi condenado a 27 anos de prisão, Jair Bolsonaro afirmou que deseja manter a candidatura de Eduardo Bolsonaro ao Senado por São Paulo em 2026, descartando a possibilidade de que o filho seja lançado ao Planalto.

A reunião, um almoço, ocorreu no condomínio em que o ex-presidente cumpre prisão domiciliar, em Brasília, e contou também com a presença do senador Flávio Bolsonaro e do vereador Jair Renan.

FOI TAXATIVO – Segundo relatos de interlocutores, Bolsonaro foi taxativo ao defender Eduardo como nome da família na disputa paulista.

A leitura é que, embora a vaga não inviabilize outros aliados — como Guilherme Derrite, ex-secretário da Segurança de Tarcísio e hoje deputado pelo PP —, a ênfase no filho simboliza a tentativa do ex-presidente de preservar influência direta sobre o maior colégio eleitoral do país.

Eduardo, porém, está fora do Brasil desde fevereiro e enfrenta investigações que podem levá-lo à inelegibilidade, o que faz com que aliados já discutam alternativas para a chapa.

EDUARDO INSISTE – A posição de Bolsonaro contrasta com a do próprio Eduardo, que na semana passada declarou em entrevista ao Metrópoles que seria candidato à Presidência mesmo sem o apoio do pai.

— Eu sou, na impossibilidade de Jair Bolsonaro, candidato a presidente da República; por isso que o sistema corre e se apressa para tentar me condenar em algum colegiado, que seja na Primeira Turma do STF, para tentar me deixar inelegível — afirmou.

Entre aliados, cresce a avaliação de que, caso Eduardo permaneça fora do Brasil ou tenha sua situação jurídica agravada, não há como registrar a sua candidatura em 2026. A aposta de Bolsonaro no Senado funciona, nesse contexto, também como tentativa de blindagem, oferecendo ao filho uma plataforma eleitoral considerada por aliados como mais segura do que a retórica presidencial.

SEM VIABILIDADE – Já em relação ao Planalto, Bolsonaro teria dito a Tarcísio que não enxerga viabilidade em um projeto nacional de Eduardo. Ao contrário do que aliados próximos ventilam, trata a hipótese como recurso retórico, útil para manter o protagonismo da família no debate público e preservar a narrativa de perseguição que sustenta sua base.

O governador paulista, por sua vez, aproveitou o encontro para reafirmar que será candidato à reeleição, resistindo às pressões de setores do bolsonarismo que gostariam de vê-lo no Planalto.

A insistência na reeleição é lida por aliados como uma forma de dar uma “acalmada” nas especulações e ganhar tempo, até porque, em meio à indefinição sobre o futuro de Bolsonaro e à tramitação da anistia no Congresso, qualquer gesto antecipado poderia gerar ruído.

PRIMEIRO, ANISTIA – Na saída, Flávio Bolsonaro fez questão de elogiar o governador, mas condicionou o debate da sucessão à aprovação da anistia.

— Tarcísio é um dos principais ativos que a centro-direita tem. Tem feito um grande trabalho — disse o senador. E acrescentou: — Somente após esse processo legislativo da anistia e esse desenrolar final, não tem porque antecipar nome de nada.

No PL, dirigentes avaliam que a candidatura de Eduardo ao Senado era o caminho natural, mas que o cenário tende a se complicar. Valdemar Costa Neto, presidente da legenda, busca calibrar o discurso entre a lealdade à família Bolsonaro e a pressão do centrão por nomes com maior viabilidade. Um aliado direto de Valdemar afirmou que Eduardo já é tido como carta fora do baralho.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Como se vê, nada de novo no front ocidental. Eduardo Bolsonaro não tem apoio do pai e o PL não lhe dará legenda. Essa bagunça que está fazendo nos EUA é tiro no pé, porque prejudica a união da direita com o Centrão e fortalece o petista Lula, que até teria virado favorito, segundo essas ridículas pesquisas tentam espalhar. (C.N.)


Moraes autoriza Daniel Silveira a cumprir pena em regime aberto com tornozeleira

Publicado em 30 de setembro de 2025 por Tribuna da Internet

Decisão reconhece cumprimento de requisitos legais

or Rayssa Motta
Estadão

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou o ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) a cumprir o restante da pena do regime aberto. Ele terá que usar tornozeleira eletrônica, comparecer semanalmente no fórum, ficar fora das redes sociais e comprovar “atividade laborativa lícita”.

A defesa do ex-deputado pediu a progressão de regime e a Procuradoria-Geral da República (PGR) foi a favor. O ex-deputado preencheu os requisitos previstos na Lei de Execuções Penais para a progressão do regime de prisão, como o cumprimento de parte da condenação no sistema fechado e o bom comportamento.

REGIME PROGRESSIVO – Em sua decisão, Moraes justificou que a pena “deverá ser cumprida em regime progressivo, permitindo ao sentenciado, desde que presentes em sua integralidade os requisitos legais objetivos e subjetivos, o acesso aos regimes menos rigorosos”.

“Na presente hipótese, estão presentes todos os requisitos legais exigidos para a progressão do sentenciado ao regime aberto de cumprimento de sua pena privativa de liberdade”, escreveu o ministro.

O ex-deputado conseguiu a remissão de 389 dias da pena, abatidos a partir da comprovação de atividades de estudo e trabalho na cadeia, e também pagou a multa corrigida de R$ 271 mil por violar a tornozeleira eletrônica quando estava em prisão domiciliar.

ATAQUES – Daniel Silveira foi condenado pelo STF a oito anos e nove meses de prisão por defender pautas antidemocráticas, como a destituição de ministros do tribunal e a ditadura militar. Em um vídeo publicado nas redes sociais, em fevereiro de 2021, ele atacou e ofendeu ministros, falou em dar uma “surra” nos magistrados, defendeu o golpe militar de 1964 e o AI-5 (ato mais duro da ditadura).

O julgamento foi concluído em abril de 2022, mas Daniel Silveira não começou a cumprir a pena imediatamente porque o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) editou um decreto para perdoar a condenação. O indulto terminou anulado pelo STF. Até o dia 16 de setembro, data da emissão do atestado de pena mais recente, consta que o ex-deputado cumpriu quatro anos, um mês e 26 dias da pena.

Trump, Netanyahu e o veto à Palestina: a geopolítica da exclusão


Proposta de Trump não oferece dignidade, apenas gestão

Marcelo Copelli
Revista Visão (Portugal)

A recente proposta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para encerrar o conflito entre Israel e o Hamas em Gaza volta a expor os impasses históricos em torno da questão palestina e a revelar os verdadeiros interesses que moldam a política internacional.

Trump afirmou que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, concordou com a ideia de criar em Gaza um “comitê palestino de transição, tecnocrático e apolítico”, formado por especialistas internacionais e representantes locais qualificados, responsável por administrar temporariamente a região. Ao mesmo tempo, criticou a posição da maioria dos países que apoiam a criação de um Estado da Palestina, reafirmando a tradicional recusa norte-americana e israelense em aceitar essa solução.

REIVINDICAÇÃO HISTÓRICO – O que se apresenta como proposta de paz soa, na prática, como um adiamento indefinido de uma reivindicação histórica. Ao substituir a soberania por um arranjo tutelado, os Estados Unidos e Israel mantêm o essencial: o controle político e estratégico sobre os territórios, impedindo que os árabes da região se constituam como Estado pleno, com fronteiras reconhecidas, governo eleito, capacidade de autodefesa e representação internacional.

A ideia de um comitê “apolítico” é, na verdade, profundamente política, porque retira da população local a possibilidade de escolher quem a governa e delega a gestão de suas vidas cotidianas a tecnocratas sem legitimidade popular.

O argumento central para negar o Estado continua a ser o da segurança. Israel insiste que não pode permitir a emergência de um vizinho soberano que, em sua visão, poderia servir de plataforma para novos ataques. Mas, ao colocar toda a ênfase na segurança, ignora-se que a ocupação prolongada, a ausência de soberania e a negação de direitos são, por si mesmas, fatores permanentes de instabilidade e radicalização.

RAZÕES TERRITORIAIS – A recusa também se apoia em razões territoriais e ideológicas: muitos setores do Estado israelense não admitem abrir mão de partes estratégicas da Cisjordânia, nem aceitar um rival com pretensões equivalentes de legitimidade histórica.

Para os Estados Unidos, as razões são múltiplas. No plano geopolítico, Washington mantém a pretensão de ser árbitro da região, mas raramente se posiciona de forma a contrariar os interesses de Israel. Internamente, a política em relação ao conflito é atravessada por pressões eleitorais, pelo peso do lobby pró-Israel e pelo discurso religioso de parcelas do eleitorado.

Externamente, a Casa Branca procura equilibrar-se entre o apoio incondicional a Israel e a necessidade de não perder aliados no mundo árabe, onde a causa da autodeterminação continua a ressoar fortemente. Não reconhecer a soberania reivindicada, portanto, é também uma forma de manter influência, controlar o ritmo das negociações e evitar compromissos que possam ser politicamente custosos.

SEM SOBERANIA – O problema é que a proposta de Trump não oferece dignidade, apenas gestão. Sem governo eleito, sem soberania real e sem voz própria, Gaza correria o risco de transformar-se em um protetorado indefinido, onde milhões de pessoas viveriam sob a tutela de organismos externos.

A história mostra que arranjos desse tipo tendem a prolongar os conflitos em vez de resolvê-los, porque não lidam com a raiz do problema: a falta de reconhecimento do direito de autodeterminação. Além disso, uma solução imposta de cima para baixo, que desconsidera a vontade popular, está condenada a ser vista como ilegítima, alimentando ainda mais ressentimento e violência.

Enquanto se discute em mesas diplomáticas, a realidade em Gaza continua a ser de destruição, deslocamento e sofrimento humano. Para aquele povo, a ideia de Estado não é um capricho, mas a condição mínima para reconstruir escolas, hospitais, energia, infraestrutura e, sobretudo, para recuperar a dignidade de viver com autonomia. Negar essa aspiração é condená-los a uma existência de dependência e humilhação, em que até os direitos mais básicos ficam sujeitos à boa vontade de outros.

SEM JUSTIFICATIVA – Os interesses estratégicos de Israel e dos Estados Unidos explicam a recusa, mas não a justificam. Uma paz verdadeira só poderá nascer de uma solução que reconheça plenamente a soberania reivindicada, que respeite o direito internacional e que permita aos dois povos coexistirem em condições de igualdade. O plano de Trump, ao contrário, parece apenas adiar indefinidamente essa possibilidade, criando uma gestão temporária que pode transformar-se em permanente e perpetuar a lógica da exclusão.

No fundo, o que está em jogo é a escolha entre oferecer dignidade ou impor tutela. Negar um Estado àquele povo é manter a região refém do medo, da insegurança e da desigualdade. Reconhecê-lo seria um passo arriscado para alguns, mas indispensável para qualquer paz que mereça esse nome.

Sem justiça e sem soberania, a paz será sempre uma miragem, e propostas como a que agora se apresenta não passam de sombras de solução, incapazes de oferecer futuro a uma nação que há décadas espera por ele.

Clama Bahia 2025 reúne grandes nomes da música gospel em Salvador no próximo sábado


O evento, que em 2025 chega à sua 16ª edição, reunirá grandes nomes do gospel nacional, como Lukas Agostinho, Felipe e Mariana Valadão, Lis Avancini, Daniela Araújo, entre outros.



No dia 04 de outubro, a partir das 17h, a Orla de Piatã, em Salvador, será palco de um dos maiores eventos de música gospel da Bahia e do Brasil: o Clama Bahia 2025.


O encontro, já tradicional na capital baiana, promete reunir milhares de pessoas em uma noite de fé, adoração e celebração.


Atualmente, está em tramitação no Legislativo Municipal um Projeto de Lei que institui o Clama Bahia no calendário cultural da cidade de Salvador. O PL já passou pela CCJ e aguarda sanção do prefeito Bruno Reis.


Programação


A edição deste ano conta com um time de atrações de destaque no cenário nacional, incluindo Felipe e Mariana Valadão, Lukas Agostinho, Lis Avancini (grande revelação do segmento gospel da atualidade), Daniela Araújo, Manah Brasil, Reizinho de Jesus e Pastor Waguinho.


Além disso, o evento terá momentos especiais no Trio Clama, com apresentações de Adriano Gospel Funk, Samba Pra God e o comando do DJ Bob Dahora, trazendo ainda mais energia para o público.


A programação também inclui o Espaço Eletrônico Kids, a partir das 16h, com apresentações de Ester Oliver e da Boneca Midres, garantindo diversão e conteúdo educativo para as crianças.


O Clama Bahia 2025 é realizado pelo Grupo CB Mateo Produções, com apoio de parceiros e da Prefeitura de Salvador, através da Procultura. O evento é totalmente gratuito e aberto ao público.


📍 Serviço


O que: Clama Bahia 2025


Quando: 04 de outubro de 2025

Horário: A partir das 17h (Espaço Kids às 16h)


Local: Orla de Piatã – Salvador


Entrada: Gratuita





Pauta enviada pelo Jornalista Fábio Almeida

tudio Z amplia presença na Bahia e reforça aposta no varejo nordestino

                                         Foto: divulgação



Nova unidade no Shopping da Bahia amplia presença da marca na capital e integra conveniência digital à experiência de compra


A Studio Z, uma das maiores redes brasileiras de calçados e acessórios, celebra seus 50 anos com uma nova etapa de expansão no Nordeste. A marca inaugura, agora, uma unidade no Shopping da Bahia, em Salvador, consolidando sua quinta operação na capital baiana e reforçando sua presença no estado, onde também atua em Lauro de Freitas e Camaçari. A empresa também tem uma loja de sucesso em um dos centros mais movimentados de Salvador, o Shopping Center Lapa.


Na Bahia, a marca já conta com lojas no Salvador Shopping, Shopping Salvador Norte, Bela Vista Shopping e Parque Shopping Bahia, além de uma unidade no Salvador Shop Outlet Camaçari. A nova loja ocupa quase 1.000 m² de área de vendas, com layout moderno e tecnologias que facilitam a jornada de compra. O portfólio inclui produtos femininos, masculinos e infantis, integrando marcas consagradas e linhas próprias.


Com mais de 100 lojas em 16 estados e presença em 55 municípios, a Studio Z mantém uma trajetória de crescimento que acompanha os indicadores do setor calçadista nacional. Segundo a Abicalçados, a Bahia exportou 1,84 milhão de pares entre janeiro e maio de 2025, com receita de US$ 34,9 milhões. O setor também gerou cerca de 1,9 mil novos postos de trabalho no estado.


Para o CEO da empresa, Alberto Kohn, Salvador ocupa um papel estratégico no plano de expansão: “Temos aqui uma base relevante de clientes e uma identificação direta com o nosso público. Estamos crescendo com consistência, eficiência e com a missão de oferecer uma moda acessível, conectada à realidade e ao estilo de vida das nossas consumidoras”.


Sobre a Studio Z

Fundada em 1975, a Studio Z é uma das maiores redes de varejo de calçados e acessórios do Brasil. Com mais de 100 lojas físicas em 16 estados e presença em 55 municípios, a marca também opera com e-commerce próprio e presença digital em todo o território nacional. Atende aos públicos feminino, masculino e infantil com um portfólio variado de calçados, bolsas e acessórios, combinando marcas reconhecidas e linhas exclusivas. Desde 2016, figura entre as Melhores Empresas para Trabalhar segundo o ranking Great Place to Work. A Studio Z acredita que estilo é uma forma de expressão, e trabalha para oferecer escolhas alinhadas à vida real de quem consome moda no país.


Pauta enviada pelo Jornalista Fábio Almeida

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