
Vital do Rego, do TCU, ladeado por Rossi e Jaconero, da OEI
Carlos Newton
Depois do mensalão e do petrolão, quando se julgava que o PT iria dar um tempo na corrupção, eis que surge no governo Lula 3 mais um grave escândalo envolvendo desvio de recursos federais, desta vez operado pela Organização Internacional dos Estados Ibero-Americanos (OEI), sediada na Espanha.
Denunciado pelo jornalista Caio Junqueira, da CNN Brasil, o esquema de corrupção começou a operar discretamente com o governo Dilma Rousseff em 2014, quando fechou dois contratos de convênios com o governo federal – um de R$ 9 milhões em 6 de fevereiro de 2014, e outro do mesmo valor (R$ 9 milhões) em 9 de abril de 2014.
SEMPRE NO NATAL – Naquela época, devido à Lava Jato, os espanhóis da OEI interromperam as nebulosas transações e só voltaram à ação no governo Michel Temer, quando perceberam que no Brasil o ideal é fechar contratos sempre na época de Natal, quando não há fiscalização de nada.
Assim, em 26 de dezembro de 2018, no apagar das luzes do governo Temer, os espanhóis conseguiram faturar R$ 22 milhões no Ministério da Cultura, um belo presente de Natal, ofertado pelo ministro Sérgio Sá Leitão.
Dois anos depois, sempre no Natal, a OEI conseguiu levar R$ 10 milhões no governo Bolsonaro, em acordo natalino fechado com o MEC em 22 de dezembro de 2020, na gestão daquele pastor evangélico corrupto Milton Ribeiro, que continua impune.
PT DE GOELA ABERTA – Ninguém denunciou nem apurou nada. E a certeza da impunidade que o Supremo garante a Lula e ao PT animou os espanhóis, que voltaram à carga em 2024 e encontraram o governo do PT de goela aberta, digamos assim.
O mais impressionante é audácia do advogado baiano Rodrigo Rossi, que assumiu recentemente a chefia da organização espanhola no Brasil e é ligado ao chefe da Casa Civil, Rui Costa.
Em apenas cinco meses, Rossi bateu todos os recordes de corrupção pós-Lava Jato, fechando contratos com o governo federal de quase R$ 600 milhões, justamente num momento de gravíssima crise econômico-financeira, com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sem saber que gastos cortar.
REUNIÃO NO TCU – Mais uma vez, não houve denúncia, nenhuma repercussão. Mesmo assim, os dirigentes da OEI ficaram preocupados com o volume das transações, e tentaram uma blindagem preventiva no Tribunal de Contas da União.
O secretário-geral da OEI, Mariano Jabonero, veio de Madri para uma série de reuniões com autoridades federais. Em 13 de fevereiro, junto com o voraz Rodrigo Rossi, foi recebido pelo presidente do Tribunal de Contas da União, ministro Vital do Rêgo, que os recebeu pomposamente, acompanhado dos principais dirigentes da equipe técnica do tribunal.
Jabonero e Rossi saíram radiantes, acreditando estarem blindados no Brasil, devido a suas relações com Lula, Janja e os principais ministros. Mas a felicidade durou pouco, porque duas semanas depois a CNN publicou a explosiva reportagem revelando esse impressionante esquema de corrupção do governo Lula 3, que está sendo denunciado em diferentes órgãos públicos.
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P.S. 1 – Até agora, por causa do Carnaval e do Oscar, a grande mídia tenta sepultar a denúncia de Caio Junqueira, mas os parlamentares da oposição já tomaram conhecimento da corrupção no governo Lula 3 e vão acionar nesta quinta-feira a Casa Civil e o TCU, para começar.
P.S. 2 – O escândalo é inevitável. O pagamento de R$ 487,3 milhões à OEI está ocorrendo justamente quando faltam verbas para a COP30 e as obras estão atrasadas em Belém por carência de recursos. Ah, Brasil! (C.N.)