Segunda, 13 de Abril de 2020 - 18:29
por Rebeca Menezes
Foto: Divulgação
"A pergunta de um milhão de dólares". É assim que o secretário de Saúde do Estado, Fábio Vilas-Boas, classifica a definição de quando acontecerá o pico de contágio do novo coronavírus no estado. Em entrevista ao vivo no perfil da plataforma BP Money, o gestor disse que, caso siga dentro da projeção atual, a expectativa é que o pico aconteça entre meados de junho e meados de julho.
Vilas-Boas explicou que graças às medidas de isolamento social implantadas no estado, o crescimento de casos confirmados deixou de ser exponencial e passou a ser quase linear. "As medidas de contenção foram adotadas muito precocemente, tanto a nível estadual quanto nos municípios, na capital e no interior. Nós chegamos a ter um crescimento de 60% dos casos, mas reduzimos pra 20%, 15%, até 9%", explicou.
O secretário disse ainda que o governo do estado projeta criar mil novos leitos clínicos e de UTI distribuídos na capital e no interior. "Nós fizemos um planejamento de atendimento hospitalar que deverá abrir até o final do próximo mês quase mil novos leitos clínicos e de UTI em todo o estado da Bahia. Isso inclui o Hospital Couto Maia, a abertura nesta semana do Hospital Espanhol, que vai abrir com 140 leitos de UTI, o Hospital Ernesto Simões está totalmente dedicado ao combate ao coronavírus, o Hospital do Subúrbio...", detalhou, citando ainda novas vagas no Hospital do Cacau, Hospital do Oeste, e em unidades de Juazeiro e Porto Seguro.
O secretário disse ainda que a taxa de progressão hoje é inferior a 10%. "Se me perguntasse na semana passada, seria outro número. Depende de uma série de fatores", apontou, alertando sobre o que tem sido visto principalmente em bairros periféricos de Salvador. "Nós temos visto aí muita gente na rua, as pessoas de saco cheio, querendo beber, confraternizar... isso é muito ruim".
Vilas-Boas ainda frisou que nem mesmo quem tem condições de mander uma assistência privada terá garantia de vagas caso haja uma sobrecarga no sistema de saúde. "Não achem que por pagar plano de saúde você vai ter uma vaga de UTI. Não vai ter respirador pra você, pra seu irmão, pro seu filho, e as pessoas vão morrer. A gente corre o risco de seguir nesse caminho, mas está nas nossas mãos definir nosso futuro".