Gabriel ShinoharaO Globo
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que, se pudesse, teria “anulado” ou “cancelado” a investigação sobre o filho Flávio Bolsonaro que tramita no Ministério Público do Rio. Ele disse ainda, em transmissão ao vivo nas redes sociais, que o processo é uma “armação que vem lá do governo do Rio”. Flávio é investigado pela suspeita da prática de rachadinha no seu antigo gabinete na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). O MP já identificou uma série de indícios de lavagem de dinheiro e peculato envolvendo o senador e ex-assessores dele na Alerj.
“Durante as eleições “ah, o caso do Flávio não foi para frente porque o Bolsonaro conseguiu trancar o processo”. Se eu tivesse a possibilidade de trancar, teria anulado, cancelado. Essa é uma armação que vem lá do governo do Rio de Janeiro, é basicamente isso” – disse sem citar o nome do governador.
JUIZ DE GARANTIAS – Bolsonaro ainda voltou a defender a decisão de não vetar a criação do juiz de garantias. Ele diz que não atacou a operação Lava-Jato quando sancionou a medida dentro do pacote anticrime. Segundo ele, a questão está pacificada. O presidente falou em transmissão ao vivo pelas redes sociais.
“Parece que está pacificada a questão. Não houve nenhum ataque à Lava-Jato. É uma lei agora que acredito vai demorar anos para ser colocada em prática e tem um lado bom” — disse o presidente.
Bolsonaro reclamou que tem recebido ataques nas redes sociais pela medida. De acordo com o presidente, ele tem sido chamado de “traidor” por “especialistas em direito na internet”.
CRÍTICAS DEMAIS – “Vetei 25 dispositivos e deixei lá o juiz de garantias, daí apareceu (sic) milhares de especialistas em direito na internet aqui. “Traidor”, “acabou com a Lava-Jato”, “tá protegendo o filho”, o mundo caiu na minha cabeça.
O presidente disse que, em parte, as críticas vinham de pessoas de esquerda, mas que também foi criticado por apoiadores.
“A gente vai no perfil, uma parte é gente da esquerda, esquerda. Outra parte é gente como você que gosta de mim, é simpático, votou em mim, mas desceram o cacete sem fundamento. Eu tive dificuldade de entender o juiz de garantias com especialista de verdade do meu lado”.
SEM CENSURA – O presidente também comentou o veto que fez na proposta que triplificava a pena para crimes de calúnia, difamação e injúria. Bolsonaro chamou o veto de “alma do projeto ” e afirmou que uma possível derrubada do veto pelo Congresso significaria um “grande passo para a censura na internet”.
“O Congresso emendou esse projeto anticrime e triplicaram a pena, aí ficou pesada a pena. Eu vetei, se derrubarem o veto é um grande passo para a censura na internet, essa é a alma do projeto” – afirmou.
Sobre o caso Flávio, Bolsonaro negou que tenha poder para trancar o processo, mas que se tivesse, o faria. Segundo o presidente, a investigação é uma armação do governador do estado, Wilson Witzel (PSC-RJ) para “destruir” a imagem da família.
WITZEL, O INIMIGO – De acordo com Bolsonaro, Witzel tem o desejo de ser presidente da República e por isso faz tudo para “derrubar a gente”.
“O governador, que se elegeu em cima do Flávio, ao chegar ao governo do estado resolveu fazer o quê? “Eu quero ser presidente da República” e daí? Tem que me destruir. Ele tem seus amigos, aquele lado que nós sabemos e tudo faz para derrubar a gente, o tempo todo desgastando. Se o Flávio for absolvido hoje, vão falar que eu interferi.
O presidente também comentou sobre a criação do partido Aliança pelo Brasil. Bolsonaro disse esperar eleger 100 deputados e 10 senadores nas eleições de 2022.
BOA BANCADA – Se Deus quiser, a gente vai fazer uma boa bancada nas eleições de 2022. Acho que dá pra fazer uma boa bancada, dá pra dobrar. Dá para fazer uns 100 deputados pelo menos pelo Brasil, dá pra fazer uns 10 senadores pelo Brasil.
Segundo o presidente, o número será possível graças a coordenação estadual que a legenda terá. Bolsonaro disse que os candidatos serão “peneirados” pela sociedade.
“Vamos formar o partido, se Deus quiser vamos formar o partido este ano. A gente vai ter tempo para organizar os quadros em cada estado e botar realmente um número de candidatos que chame a atenção do eleitorado. As pessoas ao votar nesses candidatos vão ter a certeza que vão votar em gente que foi peneirado pela sociedade e não ajuntado como foi no PSL” – afirmou.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Bolsonaro tentou, tentou, tentou, mas não conseguiu parar a investigação sobre o filho Flávio e o assessor Queiroz. Agora, no desespero, está caluniando o governador Wilson Witzel. A investigação sobre Fabricio Queiroz e Flávio Bolsonaro começou no antigo Coaf, um órgão federal, no governo Temer, e os dois passaram a ser investigados quando Francisco Dornelles estava comandando o governo federal e Witzel nem tinha tomado posse. (C.N)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Bolsonaro tentou, tentou, tentou, mas não conseguiu parar a investigação sobre o filho Flávio e o assessor Queiroz. Agora, no desespero, está caluniando o governador Wilson Witzel. A investigação sobre Fabricio Queiroz e Flávio Bolsonaro começou no antigo Coaf, um órgão federal, no governo Temer, e os dois passaram a ser investigados quando Francisco Dornelles estava comandando o governo federal e Witzel nem tinha tomado posse. (C.N)