Carlos Newton
Há quem pense que o jornalismo está condenado à morte, já entrou em estado terminal e não tarda a sumir do mapa, subjugado pela força das redes sociais e do jornalismo de fancaria, que inunda a internet de fake news e se comporta de forma servil em relação ao governo, na esperança de receber verbas oficiais, como acontecia na Era do PT, que abastecia de anúncios os blogs e sites que se mostrassem amestrados ao governo, e nem é preciso citá-los, pois são amplamente conhecidos.
Essa fase de patrocínio a apoiadores está prestes a acabar e já foi motivo de muita briga no governo Bolsonaro. No início, os filhos do presidente e o guru virginiano Olavo de Carvalho tentaram dominar essas polpudas verbas, mas o então ministro Santos Cruz, secretário de Governo, se recusou a financiar blogs e sites bolsonaristas.
FILHOS DERAM O TROCO – Os filhos de Bolsonaro deram o troco. Forjaram uma mensagem de Santos Cruz contendo críticas ao governo e mostraram ao pai, que ficou furioso e demitiu o ministro, sem revelar o motivo. Dias depois, um outro ministro exibiu a tal mensagem a Santos Cruz e informou que fora a razão da saída dele. Imediatamente o general notou que era uma fraude, porque no momento da suposta transmissão da mensagem ele estava dentro de um jatinho, voando para a Amazônia, sem poder usar o celular.
Santos Cruz saiu, mas o governo ficou parcimonioso na distribuição de verbas a blogs e sites. Já se passou um ano e o Planalto ainda não abriu totalmente a carteira, por um motivo relevante – a qualidade deixa muito a desejar.
Alguns sites e blogs são sensacionalistas, divulgam fake news com a maior irresponsabilidade, há comentaristas que as retransmitem para a TI, pedindo publicação aqui, mas não é possível atender.
MANIPULAÇÃO – Além de publicar fake news, esses espaços costumam caluniar os adversários de Bolsonaro. O resultado é o grande número de processos judiciais que estão sendo respondidos por esses falsos jornalistas.
Outro aspecto importante da questão é o uso de informações extraídas da grande imprensa, sem citação da fonte nem do autor da reportagem ou artigo. Eles simplesmente publicam a notícia alheia com a assinatura “Da Redação”, como se fosse uma informação própria.
Aqui na “Tribuna da Internet” estamos acostumados com isso, porque muita matéria nossa é republicada sem indicação da autoria. Os que mais reclamam comigo desse uso abusivo de seus artigos em outros blogs e sites, sem menção da autoria, são os advogados Jorge Béja e José Carlos Werneck.