Carlos MarchiFacebook
O Brasil deve a José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco, boa parte de suas fronteiras atuais. Em 1895, assegurou boa parte de Santa Catarina e Paraná, na “Questão de Palmas”, litígio com a Argentina arbitrado pelo presidente dos EUA, Grover Cleveland.
Em 1900, por arbitragem do governo suíço, a fronteira com a Guiana Francesa foi fixada no rio Oiapoque e o Brasil ganhou boa parte do que hoje é o Amapá. Ganhou no argumento. Não xingou o então presidente Émile Loubet nem desrespeitou sua mulher.
CHANCELER – Tornou-se chanceler brasileiro em 1902 e passou a simbolizar a referência da diplomacia brasileira. Como chanceler, resolveu com a Bolívia o litígio do Acre, nascido quando a Bolívia quis arrendar um grande território a um consórcio anglo-americano. A terra não era reclamada pelo Brasil, mas era ocupada por brasileiros, liderados por Plácido de Castro.
Rio Branco convenceu o governo boliviano a assinar o “Tratado de Petrópolis”. O Acre passou a ser brasileiro mediante uma compensação econômica.
A consolidação da posse do Acre deu-se em 1909, quando Rio Branco convenceu o governo do Peru a aceitar o acordo com a Bolívia.
SEM ARMAS – Você me pergunta se a figura notável de Rio Branco usava uma pistola na cintura. Respondo que não, ele nunca pegou numa arma – e nunca o Brasil ganhou tanto na diplomacia.
A boa diplomacia é que a dispensa as armas. A que ganha no argumento, na palavra dita ou escrita, no convencimento.
O caso de Eduardo Bolsonaro fez minha amiga Denise Marino lembrar que o primeiro embaixador do Brasil nos Estados Unidos (com esse título) foi o dândi abolicionista e mulherengo Joaquim Nabuco. “Embora servindo à República, era monarquista e contava em sua obra (Minha Formação) que a elite norte americana (absolutamente republicana) elogiara D.Pedro II afirmando que seu governo era muitas vezes superior a qualquer das repúblicas latino-americanas”, assinala Denise.