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quinta-feira, julho 11, 2019

Gleen Greenwald diz que Moro e Dallagnol usam ‘tática para fugir da responsabilidade’

Em depoimento na CCJ, jornalista volta a responder sobre a Vaza Jato e diz que tem sofrido ameaças graves: "Sabem nosso CPF e nosso endereço"

Luiz Felipe Fernandez
Foto: Reprodução/YouTube
Foto: Reprodução/YouTube

O jornalista americano Glenn Greenwald, um dos fundadores do The Intercept, voltou a dar explicações no Senado sobre a série de reportagens com supostas conversas entre Sergio Moro e procuradores da força-tarefa da operação Lava Jato. Nesta quinta-feira (11), durante sabatina na Comissão de Constituição e Justiça, Glenn afirmou que a recusa de Moro e Dallagnol em entregar os celulares para a perícia é uma “tática para fugir da responsabilidade”.
“Eu não entendo como um juiz e procuradores, que processaram criminalmente pessoas que estão desafiando[…] como eles podem destruir todas as evidências importantes para o seu trabalho público? Estão usando essa tática para fugir da responsabilidade”, disse Glenn, que argumentou que, enquanto jornalista, por mais que apague as mensagens com medo de “hackers”, sempre faz um backup dos arquivos para não perdê-los definitivamente.
Glenn relatou também que, ele e o seu marido, o deputado federal David Miranda (PSOL), têm sofrido constantes ataques de haters. Apesar de estar acostumado com o tom agressivo e com ameaças, por ser uma “pessoa pública”, as que têm recebido desde a repercussão da “Vaza Jato” são “muito mais detalhadas”.
“São ameaças muito mais graves, são muito mais detalhadas. Eles têm dados pessoais que não são públicos, sobre mim e o meu marido. O nosso CPF, informações sobre o nosso endereço. Estão ameaçando nossa família”, relata.
Para Glenn, que ficou conhecido mundialmente pelo vazamento de programas secretos de vigilância da CIA, no caso de Edward Snowden, publicado na época pelo jornal “The Guardian”, acredita que o governo Bolsonaro tem contribuído com a “campanha de ódio”. O vencedor de prêmios como o Pulitzer e Esso, o jornalista acusa o governo de “espalhar fake news” e compartilhar “documentos forjados”.
Filho do presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) foi um dos que compartilhou as publicações do perfil anônimo “Pavão Misterioso”, que tem postado supostas conversas que envolvem Glenn, seu marido, David Miranda, e Jean Wyllys. Entre os assuntos, estaria uma comprovação de Jean teria vendido o seu mandato como deputado para David Miranda, seu suplente direto no PSOL. O baiano foi morar em Londres, na Inglaterra, com a justificativa de que teria passado a receber sérias ameaças desde a vitória de Bolsonaro nas urnas.
Para refutar a tese de que teria interesse político na série de reportagens da “Vaza Jato”, Glenn argumentou que a iniciativa de buscar parcerias com veículos de diferentes “ideologias”, algo incomum na prática jornalística, teve este propósito:
“Normalmente quando um jornalista recebe informação com exclusividade, eles querem reportar isso exclusivamente. Nós fizemos o oposto, uma coisa totalmente rara no jornalismo. A primeira coisa que fizemos foi convidar outros veículos, de todas as ideologias, para terem acesso ao nosso acervo, para partilhar o material e trabalhar em parceria com nós, para evitar qualquer acusação de que estamos sendo seletivo sobre o material publicado, para proteger um partido e prejudica outro”.
Bahia.ba

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