Hieros Vasconcelos
A possibilidade de mudar a Rodoviária de Salvador de localização sob a justificativa de que irá melhorar o trânsito na região do Iguatemi, conforme anunciou o governador Jaques Wagner em entrevista a uma rádio local, gera divergências.Embora a região seja um dos pontos com mais engarrafamentos da capital baiana e por onde passam, segundo a Transalvador, cerca de 130 mil carros por hora, urbanistas e especialistas de trânsito acreditam que a mudança em nada irá melhorar o tráfego.
Ainda não há nenhum projeto sendo realizado pela Secretaria de Planejamento do Estado (Seplan), conforme informou a assessoria de comunicação do órgão, no entanto, iniciou-se as discussões sobre o assunto. O local mais provável para a instalação da nova estação seria na BR-324, próximo de Valéria.
De acordo com a Secretaria de Comunicação (Secom), o governador apenas lançou uma ideia, diante de um “consenso” de que a região estaria saturada. Para o arquiteto e professor de Urbanismo da Ufba, Armando Branco, a mudança deixaria em segundo plano os interesses dos passageiros, já que a Rodoviária é uma das mais bem localizadas do País, com serviços de fácil acesso.
Segundo ele, os engarrafamentos constantes na região são frutos, além da grande frota de veículos da capital (700 mil), da falta de um transporte de massa de qualidade e de vias bem projetadas. “O que se pode fazer para melhorar é reconstruir o acesso privativo dos ônibus e intervenções urbanísticas pesadas”, diz, se referindo ao equipamento conhecido como viaduto da rodoviária.
O especialista em geografia urbana e professor da Ufba, Climaco Dias, critica: “A estação faz parte de uma centralidade que tem um adensamento de serviços que facilitam a vida da população”, disse.
Saturada - O também especialista em trânsito Eduardo Sampaio acredita que a capital baiana precisa de uma Rodoviária maior e mais confortável para a Copa de 2014. “A rodoviária não tem muita influência no trânsito. Ela precisa sair dali porque ficou pequena para a cidade”.
Ele sugere aproveitar o terminal como uma estação de transbordo do novo sistema de transporte que virá para Salvador, seja VLT ou BRT.
O diretor de trânsito da Transalvador, Renato Araújo, afirma que a retirada da Rodoviária pode ajudar a melhorar o trânsito. Entre os planos para melhorar o trânsito na região, diz Araújo, estão a construção do BRT, que prevê seis viadutos.
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