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quarta-feira, junho 01, 2011

INFERNO ASTRAL

A Presidente Dilma depois de empossada se revelou uma pessoa discreta e isso deleitou a grande imprensa que tenta a todo custo desqualificar as gestões do ex-presidente Lula, como se a Presidente se colocasse como antítese de Lula. Dois momentos foram significantes para a Presidente, a visita do Presidente Obama, verdadeiro caixeiro ambulante das empresas norteamericanas e na visita a China.

De um momento para outro parece que a coisa desandou. Primeiro veio à pneumonia que sobressaltou a Nação, já que a Presidente antes da campanha eleitoral se submetera a tratamento para debelar um câncer linfático, deixando a dúvida de que seria mais uma diverticulite de Tancredo Neves. Isso passou.

Não saída da pneumonia se fez e se faz de um estardalhaço com o Min. Palocci, Chefe da Casa Civil da Presidência da República, a quem se acusa uma variação patrimonial na ordem de R$ 20 milhões, sem que haja prova trazida pelos siameses PSDB-DEM de que é de origem ilícita. A Procuradoria da República instaurou procedimento civil investigativo para averiguar possível prática de enriquecimento ilícito do Ministro, como a figura do delegado criada por Chico Anísio que mandava prender para depois averiguar se a pessoa houvera cometido crime ou não.

No caso Palocci, cabia apenas a Presidente chamá-lo a presença e pedir explicações sobre a legitimidade ou não da variação patrimonial. Se não houvesse explicação ou se ela não fosse suficiente, bastaria dizer: peça a demissão ou será demitido. Demonstrando o Min. a origem lícita de seus ganhos, impunha a Presidente partir para o front e esquecer as balelas do PSDB-DEM, partidos desprovidos de discurso pela pujança da economia nacional e os ganhos sociais auferidos pelo povo.

Em meio à tormenta, com infelicidade, o Min. Palocci telefona para Michel Temer, Vice-presidente da República, exigindo lealdade do PMDB com a Presidente na votação do Código Florestal na Câmara Federal, com ameaça de demissão do Ministro da Agricultura, de indicação do PMDB e pessoal do Vice-Presidente. Não tinha momento pior e a resposta de Temer, velha raposa nas lides palacianas, foi curta e grossa. Amanhã todos os Ministros indicados pelo PMDB pedirão demissão. Isso impôs um recuo do Planalto e fortalecimento do PMDB nas negociações políticas e dos cargos.

Não era momento para embate com o PMDB e o Ministro a fazer a interlocução não deveria ter sido Palocci que se encontrava sob forte tiroteio. A proposta do Governo para o Código Florestal foi derrotada na Câmara Federal e isso será revertido no Senado onde a maioria governista garante a tranquilidade.

Como no caso Palocci o Planalto foi incapaz de uma resposta imediata, o ex-presidente Lula foi acionado para abrandar o fogo, o que sempre fez com a argúcia de um hábil político que suplantou a tentativa de golpe da direita no caso do mensalão. Naquela oportunidade, até a renúncia se ventilou para Lula. Ele ficou e o Brasil ganhou.

Depois da intervenção de Lula, o inferno astral de Dilma continua, já que agora é dita como despreparada para o exercício do cargo, como se o sonho dos primeiros 100 dias houvesse dissipado.

Em paralelo ao caso Palocci, o “kit gay” a ser distribuído nas escolas Públicas sobressaltou de sobremaneira os seguimentos religiosos, CNBB e os Pentecostais, o que levou a Presidente a vetar o programa, o que ai repercutiu positivamente, por se entender incompreensível uma política de tolerância direta dos costumes gays, quando política pública deve ser voltada para toda a comunidade, a educar o povo contra a discriminação de qualquer matiz, sem apelo direto para qualquer segmento.

Na área da educação o desgaste não ficou só no “kit gay”. O MEC gastou fortunas para confeccionar livro didático que veio com erros de português e o Ministério tenta justificar a distribuição deles, quando deveria remetê-los a fogueira e apurar a responsabilidade de quem teve a iniciativa ou de quem se descuidou de uma revisão ainda no prelo. Ainda hoje o Ministro da Educação, no Parlamento, defendeu a distribuição dos livros. No Brasil temos os falares regionalizados e isso não autoriza a editar livros com erros de gramática ou de concordância. Se não se exige o purismo lingüístico, também não se explica declinar da gramática.

Espero que o inferno astral da Presidente seja breve, a não fomentar discursos decaídos das oposições que no exercício dos cargos executivos nacionais não deram bons exemplos e são eles os catedráticos nas áreas do tráfico de influência e das improbidades administrativas.

Paulo Afonso, 31 de maio de 2011.

Fernando Montalvão.

Titular do escritório Montalvão Advogados Associados.

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