Uma união de forças conservadoras tenta utilizar o aumento de renda do ministro Antonio Palocci para enfraquecer o governo de Dilma Rousseff. A denúncia foi formulada neste domingo, durante a sétima reunião plenária do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), realizada neste fim de semana. O encontro terminou com um comunicado que acusa forças “pró-imperialistas” e “conservadoras” de trabalharem em conluio para tentar ver problemas até mesmo nas conversas que o ex-presidente Lula manteve em Brasília.
“O fato é que o bloco de forças e os poderosos interesses contrários ao êxito do governo democrático recém-eleito aproveitam esse episódio para tentar impedir a arrancada inicial do novo governo”, indica a nota.
O PCdoB ponderou que a solução para a crise iniciada há vinte dias deve necessariamente fortalecer a presidenta e lembrou aos partidos da base aliada que devem agir em torno de uma mesma plataforma programática.
Na última sexta-feira, Palocci deu entrevista ao Jornal Nacional, a primeira desde que entrou no foco do noticiário. Ele se disse “tranquilo e seguro” de que não praticou atos ilegais e descartou a possibilidade de o caso representar uma crise para o governo e para o país. Negou ter feito tráfico de influência e atuado junto a empresas ou negócios públicos. Disse ainda que não arrecadou recursos para campanhas eleitorais.
Outros assuntos
Outros pontos abordados durante a reunião do Comitê Central do PCdoB foram o Código Florestal e as mortes de camponeses. O partido reiterou, ao mesmo tempo, o apoio às mudanças propostas pelo deputado federal Aldo Rebelo, que integra a sigla em São Paulo, e o rechaço ao assassinato de cinco líderes agrários nas últimas duas semanas.
A discussão relativa ao projeto que agora está no Senado e que tem sido alvo de inúmeras críticas de organizações socioambientais e acadêmicos ocupa a maior parte do comunicado emitido ao fim do encontro.
“Cabe ao Senado reafirmar a soberania dos brasileiros para decidir sobre o uso adequado das riquezas existentes no território nacional, repelir as pressões internacionais de países cuja realidade ambiental os descredencia por completo nesta matéria, e não frustrar milhões de brasileiros que esperam, agora e já, um Novo Código Florestal nos termos aprovados pela Câmara dos Deputados.”
Fonte: Correio do Brasil