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domingo, dezembro 10, 2023

Economia brasileira escapa da zona do rebaixamento, mas o povo continua mal


Confira a charge do Iotti desta quarta-feira | Pioneiro

Charge do Iotti (Gaúcha/Zero Hora)

Vinicius Torres Freire
Folha

Com a língua de fora, olho roxo, depois de rasteiras, amputações e sob risco de novos golpes baixos, o plano de Fernando Haddad de arrumar novas receitas de impostos teve vitórias nesta semana. Além do mais, tem havido algum alívio nas condições financeiras — grosso modo, a maneira pela qual as finanças afetam o desempenho econômico.

Dadas as expectativas reduzidas a respeito do futuro do país, comemorem-se esses golzinhos que nos afastam um tanto mais da zona do rebaixamento (como no Brasileirão de futebol).

ALGUNS AVANÇOS – Foi aprovada no Congresso a tributação sobre fundos de um rico só, ou quase isso, e sobre ativos estacionados no exterior (“offshore”). O Congresso também instalou a comissão que vai analisar a MP da tributação federal sobre recursos de isenção de ICMS (os estados fazem o favor de reduzir impostos, a lei malandra permite que se paguem menos impostos federais).

A aprovação da coisa toda, como o governo quer, é incerta, pois há lobby pesado de empresas e de estados que gostam de farra fiscal. Pelas contas do governo, renderia uns 0,3% do PIB, dinheiro essencial para evitar estouro exorbitante da meta fiscal em 2024.

A Fazenda conseguiu até tirar favores fiscais excessivos do projeto que regulamenta benefícios para o setor de hidrogênio verde. Como mostraram reportagens desta Folha, o lobby de certos malandros da produção de energia está animado para cavar mais favores do Tesouro, uma lambança e um saque.

E A CRISE FISCAL? – O problema de base permanece: uma crise fiscal ronda o país; talvez se empurre o problema com a barriga até 2027. Houve aumento exagerado de gastos em 2023 (por ora 5% em termos reais), não há revisão de despesas (afora de favores tributários), há um forte aumento programado de despesas da Previdência (por causa do aumento do salário mínimo, ao qual o piso de benefícios é vinculado), ficou para o ano que vem a solução para a vinculação da despesa de saúde e educação ao aumento da Receita Federal etc. Governo (“ala política”, quase todo mundo) e Congresso ainda têm balas de gastos na agulha. A meta fiscal pode ser revista em 2024.

No curto prazo, há um ligeiro alívio nas condições financeiras. As taxas de juros de prazo mais longo enfim chegam ao nível em que estavam no início de agosto, quando a Selic começou a cair (haviam subido por causa de juros americanos e, em parte menor, por causa de falações do presidente e da frustração de metas fiscais).

É possível que a taxa real de juros de um ano caia em breve abaixo de ainda horríveis 6% ao ano —estão acima deste nível desde dezembro de 2021. As taxas de juros americanas deram uma refrescada e não devem subir mais, afora desastres.

REAL MAIS FORTE – O real se valorizou, embora não tanto quanto necessário. O petróleo está em nível “comportado” (para nós, não pode nem subir nem cair demasiadamente). A Bolsa brasileira se recupera um pouco e tenta sair do túmulo.

A perspectiva de queda de juros americanos e a persistência da animadinha na Bolsa podem ressuscitar o mercado de venda de novas ações (IPOs) e, pois, de captação de dinheiros para possíveis expansões de negócios. Ainda é uma possibilidade para fins de 2024, apesar da propaganda que fazem bancos de investimento (que ganham com essas transações).

A economia perde ritmo, por ora. Deve crescer nada ou pouco menos do que isso no terceiro trimestre —saberemos dia 5 de dezembro. O mercado de trabalho ainda ajuda, uma surpresa boa.

Se as condições financeiras continuarem melhorzinhas e não houver pioras fiscais, deve haver uma recuperação do PIB mais relevante a partir de meados do ano que vem. É o otimismo possível às vésperas do recesso de festas da elite política e econômica —o povo continua ralando e ralado.

É espantosa a criatividade do Judiciário para inventar os novos “penduricalhos”

Publicado em 10 de dezembro de 2023 por Tribuna da Internet

Novo 'penduricalho' no MP é 'incentivo à incompetência', diz especialista em gestão pública | ASMETRO-SI

Charge reproduzida do Arquivo Google)

José Antonio Perez

É triste esse nunca-acabar de “penduricalhos”, com os operadores da Justiça disputando quem ganha mais e consegue novos argumentos para furar o teto constitucional. Nesta segunda-feira, dia 11, o Conselho da Justiça Federal retomará o julgamento que pode ressuscitar um benefício extinto para juízes federais e render R$ 241 milhões aos magistrados. O pedido, feito pela Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), busca reajustar benefício que era pago ainda na década de 1990.

Está tudo errado, criou-se no Brasil uma sociedade injusta, em que a desigualdade salarial e social aumenta cada vez mais.

PROPOSTA DE FHC – O salário máximo do servidor público deveria ser de quatro mil dólares (referência), como sugeriu lá atrás o então presidente Fernando Henrique Cardoso. Sem qualquer mordomia ou penduricalhos. Na época, vinte mil reais.

E notem que FHC se baseou no salário da primeira-ministra da Alemanha, não foi um palpite aleatório.

Duas décadas depois, R$ 2.924,00 é hoje a renda média mensal do brasileiro. E os R$ 20 mil reais por mês de FHC no Brasil são um salário só alcançado por menos de um por cento da população. Quem ganha se sente verdadeiro milionário.

QUE TAL R$ 30 MIL? – Descontada a inflação do dólar, de lá para cá, digamos que o índice proposto por FHC chegasse agora a R$ 30 mil. E ponto final. Mas juízes, procuradores e defensores públicos são insaciáveis.

Estamos vivendo um verdadeiro teatro dos horrores por aqui. Sucessivos governos fizeram do Brasil um país do cada um por si. Infelizmente, o personalismo hoje está elevado à última potência. Todos querem ser protagonistas, mesmo tendo sido eleitos ou indicados para fazer outra coisa, como ocorre no Supremo.

O poder corrompe. Na verdade, a disputa é de todos contra todos nesse mundo generalizado. Como ensina o ditado norte americano “It’s just me, myself and I” (É somente eu, meu e eu), Exatamente o contrário do que deveria ser. E os Três Poderes não se interessam pelo assunto. Devem considerar sem importância, porque afeta a seus ocupantes.


Venezuela já está cercada de bases dos EUA, que podem atacar em várias frentes

Publicado em 10 de dezembro de 2023 por Tribuna da Internet

Venezuela x Guiana: entenda o desenrolar da crise entre os dois países | GZH

Delirante, Maduro já mandou mudar o mapa do país

Roberto Nascimento

Nicolas Maduro governa a Venezuela ditatorialmente, apoiado pelas Forças Armadas. Em governos autoritários, o Legislativo e o Judiciário se tornam reféns do Executivo, que se sobrepõe soberano, pela força. Portanto, o Supremo da Venezuela é inteiramente composto por juízes nomeados por Hugo Chávez e pelo Maduro.

Aqui no Brasil, se Bolsonaro tivesse conseguisse êxito no golpe de estado, haveria intervenção no Supremo. É simples assim, no método das ditaduraS – o poder sempre acima de tudo.

COMEÇO DO FIM – A ameaça de Maduro invadir a Guiana, se concretizada, vai representar o começo de seu fim. Segundo o analista Tales Faria, do portal UOL, os militares brasileiros veem o risco de os Estados Unidos aproveitarem o conflito para instalar uma base militar na Guiana. Desde que se instalou na Venezuela a República Bolivariana, com Hugo Chávez e Nicolás Maduro, a política americana é cercar o país de bases militares.

A informação do Ministério da Defesa do Brasil é de que os Estados Unidos já têm diversas bases em torno da Venezuela, a maioria na Colômbia, prontas ou em instalação, e outras na Guiana Francesa, no Suriname e na América Central.

Se a Guiana for invadida como pretendido, os EUA enviarão tropas para defender o país e deverão instalar mais uma base militar na ex-colônia da Inglaterra.

IRAQUE E LÍBIA – Sabemos o resultado da intervenção americana, pelos exemplos recentes do Iraque e da Líbia. Saddam Hussein morreu enforcado e Muamar Kaddafi foi executado com requintes de crueldade perto da fronteira com o Sudão, na fracassada fuga, quando seu bunker na capital Tripoli foi destruído pelos ataques de bombardeios e drones dos EUA.

Na Síria, só não aconteceu a queda de Bashar Assad devido à interferência da Rússia. Se Maduro invadir a Guiana, os EUA destruir as forças armadas venezuelanas. No desespero, Maduro está viajando para a Rússia, mas não adianta apelar para Vladimir Putin, que já têm problemas em demasia, por conta da invasão e resistência da Ucrânia.

Portanto, se Maduro demonstrar um pouco de inteligência, ficará na retórica eleitoral e desistirá de anexar parte do território da Guiana.


No horizonte, os problemas para Lula enfrentar estão se avolumando


Charge do J. Caesar (Veja)

Pedro do Coutto

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, com a sua viagem à Rússia está procurando encontrar apoio do governo Putin para a absurda anexação que pretende fazer, de forma unilateral, de grande parte do território da Guiana. Como Eliane Cantanhêde focalizou no Estado de S. Paulo de sexta-feira, trata-se de uma forma de tentar atrair o confronto entre os Estados Unidos e Rússia para o continente sul-americano. Um absurdo.

Um outro problema para Lula ficou configurado no comportamento do presidente Javier Milei que recebeu calorosamente em Buenos Aires o ex-presidente Jair Bolsonaro acompanhado por uma comitiva. Convidou Bolsonaro para a posse antes do convite formal para o presidente Lula da Silva. Problemas na área externa, mas com reflexo no nosso país, sem dúvida.

CONTROLE – Enquanto isso, o Congresso avança para controlar, como destacou a Folha de S.Paulo, na edição de ontem, uma parcela de R$ 50 bilhões para o orçamento de 2024. O relator da reforma tributária, deputado Aguinaldo Ribeiro, propôs alterações no projeto que colidem com a proposição elaborada pelo ministro Fernando Haddad.

No cenário do petróleo, o secretário-geral da OPEP, Haitham Al Ghais, segundo informa a agência Reuters, pediu aos membros da entidade que rejeitem propostas de qualquer texto na COP 28 que visem os combustíveis fósseis invés das emissões de carbono. Como se percebe, os produtores de petróleo não se dispõem a substituir a sua produção por energias alternativas, mesmo no início de um processo inevitável de despoluição do planeta.

Problemas não faltam ao presidente Lula que no início do ingresso do Brasil na OPEP pretende sensibilizar os países produtores de petróleo para problemas com o objetivo de conter a poluição. É claro que a substituição do petróleo será um projeto para muitos anos. Basta ver os números do consumo mundial. Mais uma questão a ser enfrentada pelo atual governo brasileiro.


Prefeito de Colatina corta contrato com fornecedora de lanchinhos - RSIM

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Nota da redação deste Blog - Enquanto isso em Jeremoabo o prefeito dançador gastou mais do que o dobro desse dinheiro com "quentinhas", os vereadores fizeram o maior barulho, garantiram que iriam denunciar, porém até agora nada.
É como diz o prefeito de Colatina, esse dinheiro daria para comprar DIPIRONA que está faltando nos Postos de Saúde, lençóis que está faltando no hospital, combustível para os ônibus escolar que transporta os alunos da zona rural, combustível para os ônibus dos pacientes que são submetidos a Tratamento Fora do Domicílio, reparos no Colégio São João Batista que está caindo aos pedaços....etc.

"Bairro Sr. Do Bonfim: Retratos da Comunidade"

 "Bairro Sr. Do Bonfim: Retratos da Comunidade"

Fonte: JV PORTAL / JEREMOABO TV

Texto: Jovino Fernandes Direção & Produção: GSK Vieira

JV PORTAL / JEREMOABO TV 

" Amigos da JEREMOABO TV, sejam todos bem-vindos ao Programa 'No Meu Sertão é Assim'.

Na matéria de hoje, vamos fazer uma viagem profunda nas raízes, na cultura e na alma pulsante do bairro Sr. do Bonfim. Neste documentário, vamos explorar as histórias entrelaçadas, os costumes vibrantes e as memórias que ecoam pelas ruas dessa comunidade tão singular.

Hoje, vamos reavivar a história de um Bairro da cidade de Jeremoabo, conhecido nos primórdios como Romão, hoje chamado Bairro Sr. Do Bonfim, que fica a 1,5   KM do centro da cidade, que vivem da labuta diária, alguns trabalhando na produção agrícola, outros em serviços públicos essenciais.

O Bairro Sr. Do Bonfim, sempre foi um bairro necessitado de assistência onde os moradores sempre passaram por necessidades aos longos anos, na questão de infraestrutura, assistência social e, outros benefícios.

Os antigos moradores, na época de seca, como forma de sobrevivência e complemento alimentar, utilizavam-se dos frutos do pé de Marizeiro, ao lado da Fazenda Saulo de Tássio árvore que produz os frutos, chamados umari, embora um pouco amargo. Os mesmos eram consumidos cozidos ou em mingaus.  O marizeiro ainda continua firme e forte a mais de 100 anos, Como prova em conteste, encontramos Tico, filho de D. Antonieta uma das mais antigas moradoras do bairro.  

JEREMOABO TV

Outros, como forma de completar o caldo utilizavam-se da pesca na barragem do município, localizada ao lado da AABB e, no córrego do Rio Vermelho.

Atualmente, podemos observar, que este cenário mudou de um tempo pra cá.

 Na porta de entrada, nos deparamos com o antigo Rancho Saulo de Társio, que pertencia a Sra. D. Olga Sá, já falecida, hoje pertencente ao seu mais novo proprietário. Na entrada do rancho, foi construído um nincho, com a Imagem de N. Senhora da Conceição. Conta os moradores mais antigos do Bairro, que D. Mina, como católica e devota de N. Senhora, durante dois dias no mês de dezembro promovia festejos em homenagem à Santa.

Seguindo em frente, podemos observar um novo visual com praças, creches, escola e uma unidade de Saúde “PSF”, proporcionando uma melhor assistência à comunidade. 

Na parte esportiva, temos um campo de futebol e uma quadra poliesportiva, ambos para promover o lazer para os que desejam praticar o esporte. Embora à falta de educação e de preservação de quem utiliza, deixa a desejar. 

Não podemos deixar de registrar, tempos áureos do esporte, vivido neste Bairro tão singular, quando tínhamos em sua Direção, uma Diretoria à altura na representatividade do esporte, os nossos saudosos Donzô e Neném. Para a tristeza do Bairro e da comunidade de Jeremoabo, ambos e mais três integrantes da equipe nos deixaram em um trágico acidente automobilístico. 

Apesar de estramos em uma região do semiárido do nordeste, contamos com avenida arborizadas, proporcionando sombra e ventilação natural, aonde podemos observar D. Marilene e sua mãe Valdete cozinhando seu baião de dois, em pleno canteiro central da praça.

Curtindo o merecido descanso, encontramos o Sr. João sentado em meio à praça, Joana ex-funcionária do Hospital de Jeremoabo em sua cadeira de rodas, Zefa Ana fazendo suas compras, Domingos , D. Lídia de Estelito e Joãozinho neto de D. Mina sentados em frente a suas casas como também D. Antonieta, o Sr. Elias, D. Lucília uma das mais antigas rezadeiras de criança e a velha lembrança de Sr. Zé da Carroça (in memorian) e sua esposa D. Valdice que ainda encontra-se firme e forte no seio da comunidade.

No Bairro Sr. Do Bonfim, nos deparamos com a Sra. Elza, esposa do saudoso Nenem eletricista, que nos revelou sobre sua residência ter sido a primeira casa do bairro, onde teve como moradora antiga, Dadá, companheira de Corisco.

Na parte religiosa, o Bairro leva o nome do seu Padroeiro Sr. Do Bonfim, onde antes a comunidade tinha como espaço de oração, uma pequena capela, que ao passar dos anos, foi contemplada com uma Igreja imponente, dando maior comodidade aos fiéis.

O Sr. João Anum, um dos moradores mais antigo do bairro, que sem qualquer formação de estudo, onde o mesmo frequentou a escola particular por apenas oito dias, provém de uma inteligência rara. O mesmo tem um vasto conhecimento no tocante a tudo que acontece no Brasil e no mundo, tendo escrito um poema sobre Jeremoabo, senão vejamos. (imagem João Anum e verso).

Enfim, hoje o bairro Sr. Do Bonfim, conta com várias ruas loteadas e calçadas, comércios e chácaras de lazer em sua mediações. Pode-se dizer, que o bairro Sr. Do Bonfim, hoje está em pleno crescimento.

Finalizando, nossa gratidão a todos os nossos fies parceiros, que têm contribuído para que nós, possamos contar e mostrar nossas histórias e riquezas de nossa terra.

É A JEREMOABO TV – JUNTO A VOCÊ VALORIZANDO E APOIANDO A CULTURA, AS TRADIÇÕES E COSTUMES DO NOSSO POVO.

JEREMOABO TV

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Nota da redação deste Blog - Para o leitor tomar conhecimento dessa gambiarra " ouro de tolo" que o artista do prefeito fez no Bairro Romão não precisa ir longe, basta passear de carro, moto ou mesmo a pé, iniciando após o Colégio São João Batista; quando chove lamaçal, quando estia poeira. (vide vídeos)

Esse Posto Médico é bonito por fora feio por dentro, o cidadão para conseguir uma simples ficha para consulta, tem que chegar às 22:00 horas e mesmo assim não consegue, já que o número de atendimento é insignificante.

O bairro não tem saneamento básico nem infraestrutura, apenas uma simples maqueagem em parte da avenida principal..


Em Heliópolis os vereadores convocam a EMBASA para prestar esclarecimentos, em Jeremoabo os vereadores apenas falam e nada mais....

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Em Heliópolis faltou água durante três semanas os vereadores chamou a EMBASA e a COELBA  a responsabilidade, já em Jeremoabo há anos falta água, os vereadores falam e não faz nada, as palavras dos vereadores o vento leva.
Mas a culpa não é dos vereadores e sim do povo que já acostumou com a inoperância.

sábado, dezembro 09, 2023

Reequilibrar os três Poderes é necessário, mas sempre provoca crises institucionais

Publicado em 9 de dezembro de 2023 por Tribuna da Internet

Blog do Guara: Vão mudar o nome da Praça do Três Poderes - charge do Luscar

Charge do Luscar (Arquivo Google)

Carlos Pereira
Estadão

O presidente no Brasil é um dos mais poderosos do mundo, para que seja capaz de governar em ambiente multipartidário. E para que houvesse equilíbrio entre os poderes, o legislador constituinte de 1988 também delegou amplos poderes ao Judiciário para que tivesse condições de controlá-lo. Essa escolha, no entanto, vem desagradando parte importante da sociedade representada no Legislativo.

O Supremo percebeu esses sinais de insatisfação e decidiu se autoconter por meio de uma reforma de seu regimento interno, liderada pela ex-ministra Rosa Weber em dezembro do ano passado, quando estabeleceu que decisões monocráticas poderiam ser apreciadas imediatamente pelos colegiados e também impôs prazos mais rígidos para a apreciação de pedidos de vista.

NÃO FOI SUFICIENTE – Essas iniciativas, entretanto, parecem não ter atendido a preferência da maioria do Senado, que acaba de aprovar uma PEC que restringe ainda mais o Supremo, ao proibir que Ministros tomem decisões monocráticas para suspender a eficácia de leis e atos dos Presidentes da República, do Congresso, do Senado e da Câmara dos Deputados.

A PEC permite decisões monocráticas apenas do Presidente do STF em períodos de recesso e em situações de grave urgência ou perigo de dano irreparável. Se aprovada pela Câmara, diminuirá a agilidade da Corte e aumentará os custos de coordenação ex ante dos ministros do Supremo para que decisões majoritárias no colegiado possam sustar decisões de outros poderes.

Naturalmente que decisões monocráticas nem sempre seriam motivadas para controle do Executivo. Pode acontecer justamente o inverso, de decisões individuais empoderarem ainda mais o presidente da República, ou serem utilizadas de forma abusiva e extemporânea. Mas esse é o preço que o Legislativo decidiu pagar, pelo menos até o momento, para ter quem controlasse um Executivo extremamente forte.

CRIOU-SE UM DILEMA – Ajustes sempre podem ser feitos, mas deve-se ponderar as suas consequências sistêmicas. É importante perceber que não existe saída ótima nesses dilemas.

Legisladores já restringiram alguns poderes do Presidente, com a alteração do rito das MPs e com o orçamento impositivo. Mas o efeito não antecipado foi a inflação dos custos de governabilidade e uso de emendas pouco republicanas.

Outro risco da PEC aprovada pelo Senado é o de que ela seja percebida pela sociedade como um enfraquecimento da Suprema Corte, bem como seja interpretada pelos legisladores como uma brecha para que novas reformas sejam implementadas que venham a diminuir, não apenas os poderes individuais dos seus ministros, mas também diminuir de fato os poderes da própria Suprema Corte.


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