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sábado, dezembro 09, 2023

Para que servem os partidos da direita?




Os partidos da direita servem para meter medo com o “fascismo”, e assim tentar manter-se no poder apesar de todos os fracassos e tropelias. Mas ao país, para que servem? 

Por Rui Ramos (foto)

Ao PS, os partidos da direita servem para meter medo com o “fascismo”, e assim tentar manter-se no poder apesar de todos os fracassos e tropelias. Mas ao país, para que servem? A muitos, para representar nos órgãos electivos pontos de vista conservadores, liberais ou nacionalistas, ou para organizar governos cujas políticas reflictam esses pontos de vista. E agora, a esses e a outros que podem nem ter tais pontos de vista, para dar ao país uma alternativa ao domínio do Estado pelo PS, e à estatização imposta pelos governos socialistas.

É uma função que não é fácil de desempenhar. O BCE impede rupturas financeiras. O que quer dizer que os partidos da direita não podem esperar suceder ao PS como em 2002 ou em 2011, quando o dinheiro acabou. O dinheiro não vai acabar. À direita, compete convencer os cidadãos das vantagens de uma mudança de governo, porque esta mudança só pode vir de um movimento de opinião dentro do país. Tudo isso pode parecer mais complicado agora do que quando a direita era só PSD e CDS. Hoje, existem outros partidos com representação parlamentar, todos muito competitivos e agressivos entre si. Há quem, por isso, acredite que uma mudança de poder em Portugal depende de restabelecer o PSD – ou uma aliança liderada pelo PSD – como única opção de voto à direita.

Se isso for verdade, não podemos ter grandes esperanças. O duopólio PSD-CDS resultou da proibição pelo MFA, em 1974-1975, de outros partidos de direita, o que fez do PSD e do CDS frentes eleitorais a que se submeteram as mais variadas famílias políticas não-socialistas. Depois, algumas lideranças (Sá Carneiro, Cavaco Silva) prolongaram essa ascendência. O mundo mudou entretanto. Em outros países, as crises da globalização fizeram crescer movimentos de inspiração liberal ou nacionalista. Portugal pareceu ir ficar à margem dessa mudança. Em 2015, a direita ainda votou unida na PAF liderada por Pedro Passos Coelho. Mas a geringonça de António Costa convenceu Rui Rio de que devia virar à esquerda. Criou assim espaço para a IL e o Chega.

Não é muito plausível que o tempo volte para trás. À frente do PSD já não está Rio, mas o liberalismo e o nacionalismo são hoje correntes políticas partidariamente autonomizadas, por mais frustes que ainda sejam a IL e o Chega. O voto à direita perdeu a disciplina de frente eleitoral que teve durante décadas, e tornou-se mais doutrinário. É provável que muitos votos já não possam ser mobilizados, a não ser através dos novos partidos. Conjugar esses partidos num projecto governativo duradouro será árduo, como se viu nos Açores. O sectarismo de uns, a demagogia de outros, e a ambição de todos complicarão acordos. Mas tentar eliminá-los, demonizando-os nos termos da esquerda, ou proclamando que votar neles é votar no PS, é ilusão e tempo perdido. Terá apenas como efeito suscitar dúvidas sobre a possibilidade de algum dia haver um governo que não seja socialista.

A direita é agora normalmente plural, como só não foi sempre, apesar do sistema eleitoral proporcional, por causa do PREC. A direcção do PSD tem de aprender a viver com o facto de já não haver MFA para proibir a IL ou o Chega. Se o PSD quiser conservar algum ascendente terá de ser como partido cujos líderes estão disponíveis, são capazes e têm o prestígio e a autoridade para organizar uma eventual maioria parlamentar de direita, de modo a fazer dela uma maioria de apoio a um governo alternativo ao PS. Não vai ser fácil? Mas nunca foi fácil, nem mesmo quando eram só PSD e CDS. Em 2013, no meio do ajustamento, o governo quase caiu quando Paulo Portas decidiu ir-se embora – e só não caiu graças a Pedro Passos Coelho. Haja liderança.

Observador (PT)

De Buenos Aires a Haia




Quando em 15 Estados da UE os partidos de “extrema-direita” têm mais de 20% do eleitorado, o alarme volta a soar na Holanda, com a vitória de Wilders, e nas Américas, com a do argentino Xavier Milei.

Por Jaime Nogueira Pinto (foto)

A eleição de Xavier Milei para Presidente da Argentina e a vitória do partido de Gert Wilders nas eleições parlamentares holandesas são sinais de que qualquer coisa de novo e profundo está a acontecer no mundo euro-americano.

A reviravolta na Europa e nas Américas começou com a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos – fez agora sete anos – e prosseguiu com o triunfo de Bolsonaro; enquanto na Europa Central se mantinham e renovavam os governos nacionais-conservadores de Viktor Orbán, na Hungria, e dos polacos do Lei e Justiça. Depois veio a vitória de Giorgia Meloni, que começou a vida política, ainda adolescente, na Frente da Juventude do MSI e fez todo o trajecto do partido de Almirante até aos Fratelli d’Italia e à coligação de direita que agora governa a Itália (passando pela Alianza Nazionale, com Fini, e depois pela coligação com a Forza Italia de Berlusconi).

Hoje, em 15 Estados da União Europeia os partidos a que alguns media chamam de “extrema-direita”, dos Democratas Suecos ao Rassemblement National francês (“União Nacional” em português), têm mais de 20% do eleitorado. A Esquerda, as esquerdas, o Centro, os centros e até as “direitas moderadas” dizem-se alarmados com semelhante tendência, mas têm dificuldade em explicá-la nos termos tradicionais, isto é, recorrendo à tese da ligação “Fascismo-Grande Capital” ou detectando na ascensão da Direita, ou melhor, da extrema-direita, o dedo invisível do imperialismo. Infelizmente, o “Grande Capital”, o capital tentacular, globalista, financeiro, tende hoje a alinhar com emoção e carinho no mundialismo, no multiculturalismo, no wokismo – as agendas pós-neo-marxistas que sucederam às tradicionais, organizadas em torno de notórios benfeitores da Humanidade como Trotsky, Mao ou Lenine. Quanto ao imperialismo – americano, supõe-se –, tanto quanto se sabe está ao serviço da Administração Joe Biden-Kamala Harris, uma Administração eminentemente progressista quando não francamente wokista.

As causas das coisas

Mas, maniqueísmos e teorias da conspiração à parte, o que é que realmente há de comum em todas estas vitórias ou subidas da “extrema-direita” e seus caudilhos?

A primeira característica comum é que exprimem uma rejeição do que está, recusando a alternativa, muito particularmente nas bipolarizações em eleições presidenciais: em 2016, nos Estados Unidos, Trump era alternativa a Hillary Clinton, uma representante do establishment liberal chic da Costa Leste, de onde, de resto, vinha o próprio Trump, que, entretanto, aparecia como a voz dos descontentes do Sul profundo e do Nordeste desindustrializado, bem como de outros “deploráveis”.

O globalismo teve esse efeito: procurando espaços geopolíticos de mão de obra barata e com poucos direitos, contando com a cumplicidade dos políticos dos partidos tradicionais, já sem União Soviética nem China fechadas ao investimento, com a bênção do capital financeiro mais ou menos anónimo, as indústrias debandaram para as periferias baratas, graças também à total indiferença dos políticos norte-americanos e europeus em conter a debandada. E do mesmo modo que permitiram e até encorajaram a desindustrialização, permitiram e encorajaram a entrada de imigrantes oriundos de culturas dificilmente assimiláveis e que, por isso, foram criando comunidades estranhas aos países de acolhimento. O alheamento ou o divórcio destes governantes, ou das “elites”, da realidade vivida pelo povo e os casos de compadrio e corrupção tornados públicos acirraram a hostilidade popular.

Foi este o fenómeno que levou à subida em flecha das votações na “extrema-direita” em países como a Suécia, a Finlândia, a Suíça e agora os Países Baixos.

A sensação de perda de identidade ou de “chão”, a descaracterização do território de enraizamento ou pertença causada pela imigração não integrada, tem também, em Espanha, expressão na ameaça à integridade do território nacional causada pelos separatismos. E a reacção pouco firme do leque político tradicional às pretensões separatistas é, ali, uma das principais causas da ascensão de um partido nacionalista como o Vox.

Por outro lado, também as forças políticas tradicionais, num reflexo de defesa perante a perda progressiva de eleitorado, tendem a reagir emocionalmente e atavicamente – disparando teses conspiratórias desfasadas, alertando para os perigos das novas formas de comunicação, do populismo, da manipulação, e até propondo “cortar a liberdade aos inimigos da liberdade” para por fim ao “discurso de ódio”, “salvar a democracia” e impedir “o regresso do fascismo”.

Não seria a primeira vez que em Portugal, a Esquerda, paladina oficial das liberdades, recorria a métodos de supressão da liberdade para defender a Liberdade ou de cancelamento da democracia para defender a Democracia: fê-lo ao longo da Primeira República democrática e voltou a fazê-lo já na Terceira República, entre 28 de Setembro de 1974 e 25 de Novembro de 1975.

De Buenos Aires a Haia

Não deixa de ser curioso o desaparecimento da Direita da narrativa jornalística. Subitamente, como no jogo do Monopólio, passa-se do Centro, ou quando muito do centro-direita, à extrema-direita, sem passar pela “casa da Partida”. A Esquerda (que não tem extremos) quando ganha, ganha sempre à “extrema-direita”, e quando perde, perde sempre para a “extrema-direita”, perigosa horda iliberal e anti-democrática sufragada por um povo manipulado por “populistas”.

As últimas perdas deram-se na Argentina e nos Países Baixos. Na Argentina, com a vitória de um académico excêntrico, arqui-liberal e libertário. Xavier Milei é, de certo modo, um discípulo de Murray Rothbard, o economista da Escola Austríaca que, nos anos 70, fundou nos Estados Unidos o Libertarian Party, dirigiu o Libertarian Forum e foi co-fundador, com o bilionário Charles Koch, do Cato Institute.

Milei, também ele economista e defensor das teses do Estado minimalista, um Estado restrito às funções da soberania – Defesa, Negócios Estrangeiros, Segurança e Justiça –, encontrou uma janela de oportunidade no caos económico da Argentina, governada no século XXI por Nestor Kirchner, presidente de 2003 a 2007, e Cristina Kirchner, presidente de 2007 a 2015 e vice-presidente de 2019 a 2023.

Os Kirchner, Nestor e Cristina, proclamavam-se peronistas. A etiqueta peronista, na Argentina, tem servido para quase tudo, com peronistas de esquerda, de direita, de extrema-esquerda, de extrema-direita e até do centro. Peron foi Presidente de 1946 a 1955 e a sua primeira mulher, Eva, Evita, foi decisiva na construção da sua imagem de caudilho popular, capaz de trazer esperança aos “descamisados”. Depois de derrubado pelos militares, Peron viveu no exílio em Madrid. Regressou à presidência em 1973 e morreu em Julho de 1974; também fizera da segunda mulher, Maria Estela, vice-Presidente e fora ela que lhe sucedera até ser derrubada pelos militares no golpe do general Videla em Março de 1976.

Desde a restauração democrática, em 1983, só dois presidentes – Raul Alfonsin e Fernando de la Rua, ambos do Partido Radical – não foram peronistas. E também nenhum dos dois terminou o mandato em tempo normal.

Nestor e Cristina Kirchner adoptaram a moda dos casais e das dinastias democráticas, na senda da famosa frase de Bill Clinton na campanha presidencial de 1992: “Buy one, get one free” (referindo-se às qualidades políticas de Hillary que, supostamente, o ajudaria a governar).

O casal Kirchner governou a Argentina com uma geringonça ideológica de peronismo e progressismo de esquerda na coligação Frente para La Victoria, que deixou o país na miséria e no caos económico. Por isso Milei ficou à frente em 21 das 24 províncias argentinas e foi, em 40 anos de pós-ditadura militar, o vencedor com maior margem numa eleição presidencial: 55,65% dos sufrágios contra os 44,35% de Sergio Massa, o peronista vencido.

Bem vai precisar dessa maioria para enfrentar um Congresso maioritariamente hostil e para legitimar as reformas radicais que quer levar por diante. Milei é um ultra-liberal em economia, mas um conservador em valores: é anti-aborto e anti-eutanásia. Como é também simpatizante declarado de Trump e de Bolsonaro, Biden e Lula declinaram estar presentes na sua posse, a 10 de Dezembro, que promete ser um happening das direitas nacionais e libertárias (que não são uma nem a mesma coisa). Entretanto, apesar de Milei, na campanha, ter tratado de modo grosseiro o Papa respondendo a uma crítica do Sumo Pontífice, Francisco não hesitou em telefonar-lhe a felicitá-lo pela eleição. Falaram cerca de dez minutos, numa “conversa amena” sobre a pobreza na Argentina e os planos do Presidente eleito na área social.

A fragmentação holandesa

A vitória de Wilders e do seu Partido da Liberdade nos Países Baixos traduziu-se em 37 dos 150 lugares do Parlamento. O Partido da Liberdade é crítico da imigração muçulmana incontrolada. Entretanto, para governar, Wilders precisa de conseguir uma aliança com outras forças políticas de direita e centro-direita.

Num parlamento como o holandês, muito dividido e subdividido em partidos, as negociações para a formação do Executivo costumam ser demoradas: Mark Rutte, em 2021, levou 299 dias a negociar a coligação governativa. Para chegar à maioria absoluta (76 deputados), além dos votos de 11 deputados de outros partidos de direita identitária, Wilders espera conseguir o apoio do Partido Popular para a Liberdade e Democracia, de Dilan Yesilogz, e do recém-formado Partido do Novo Contrato Social, de Peter Omtzigt. Nestas negociações, que devem ser longas, Wilders – que já manifestou a sua vontade de ser “líder de todos os holandeses” (e não “só dos holandeses de bem”) – terá de deixar cair algumas das suas pretensões, como a proibição de mesquitas no país, medida manifestamente anticonstitucional, ou a realização de um referendo sobre a saída dos Países Baixos da União Europeia.

Irá Wilders, inspirando-se no dito de Henrique IV de França e III de Navarra, dizer que “o governo da Holanda vale bem uma mesquita” e negociar? Tudo leva a crer que sim, que o “exacerbado líder radical de extrema-direita” desista de “instaurar o fascismo” na Holanda e se renda às alegrias da moderação e ao pragmatismo da cedência democrática.

Observador (PT)

Juiz questiona Moro sobre contrato com suplente, visto como suspeito por PT e PL

 Foto: Divulgação/Arquivo

O senador Sergio Moro, ex-juiz da Lava Jato08 de dezembro de 2023 | 18:01

Juiz questiona Moro sobre contrato com suplente, visto como suspeito por PT e PL

BRASIL

Quase todas as perguntas feitas ao senador Sergio Moro (União Brasil-PR) pelo juiz eleitoral Luciano Carrasco Falavinha Souza, no âmbito da ação de investigação sobre suposto abuso nos gastos da pré-campanha do político em 2022, tiveram relação com os pagamentos feitos pela União Brasil ao escritório do advogado Luis Felipe Cunha, amigo do ex-juiz da Lava Jato há mais de 20 anos e hoje seu primeiro suplente no Senado.

O depoimento foi prestado pessoalmente por Moro, em Curitiba, na sede do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Paraná, na tarde de quinta-feira (7), e durou mais de 30 minutos. Após a audiência, Moro fez um breve pronunciamento à imprensa, negando irregularidades.

A suspeita dos autores da ação de investigação, o PL e a federação formada por PT, PV e PC do B, é de que o escritório de Cunha não prestou efetivamente os serviços previstos no contrato e que o dinheiro abasteceu ilegalmente a pré-campanha de Moro, o que o senador e seu partido negam.

Falavinha Souza questionou Moro sobre a necessidade do contrato com o escritório de Cunha, que não tinha experiência na área de direito eleitoral, e também o alto valor pago pelos serviços, R$ 1 milhão (em quatro parcelas de R$ 250 mil).

“Há de convir comigo que pareceres a R$ 1 milhão é um valor alto. Acredito que ex-ministros do Supremo, grandes operadores [do direito], cobrem isso”, comentou o magistrado.

Moro respondeu: “Ele [Cunha] foi contratado já na época do Podemos para prestar serviços jurídicos e para ajudar a estruturar aquela pré-candidatura presidencial. Depois, no União Brasil, eu indiquei o Luis Felipe, juntamente com o Guedes, que fizeram trabalhos em conjunto”.

O advogado Gustavo Bonini Guedes é quem hoje faz a defesa de Moro na ação no TRE.

O senador negou irregularidades, mas não detalhou a atuação do escritório de Cunha e, em relação ao valor do pagamento, ponderou que não participou das negociações que geraram o contrato entre a União Brasil e seu suplente.

Moro acrescentou que o contrato abarcava serviços para vários pré-candidatos e ao próprio partido, e não somente para ele. Em outro momento, o senador afirmou que era importante ter alguém de sua confiança entre as pessoas que prestavam serviço jurídico ao União Brasil.

Para o PT e o PL, Moro fez um “autofinanciamento oculto e antecipado” para sua campanha eleitoral. “Contratou o amigo como suposto advogado e triangulou esses recursos”, disse o advogado da federação encabeçada pelo PT, Luiz Eduardo Peccinin, logo após a audiência.

Na visão de Peccinin, Moro confessou irregularidades “sem querer”. “Depoimento é bom porque é um instrumento de tirar confissão. Ficou claro que o contrato não correspondia à realidade do que estava escrito ali, que na verdade ele [Cunha] não praticava nenhum ato de advocacia”, disse ele.

Em nota sobre o depoimento, os advogados do PL, Bruno Cristaldi e Guilherme Ruiz Neto, também destacam o fato de Moro ter apontado que havia um trabalho conjunto entre Cunha e Guedes. “O instrumento de contratação apresentado nos autos não menciona em momento algum a participação de Guedes. O depoimento complica ainda mais a situação do ex-juiz”, afirma o PL.

O primeiro suplente, também alvo da ação de investigação, não compareceu ao TRE e a ausência foi justificada pelo próprio senador, que argumenta que o depoimento de Cunha poderia configurar violação ao estatuto da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). “Ele prestou serviços jurídicos ao União Brasil e ao Podemos e acabamos entendendo que havia uma questão ética profissional”, disse Moro ao juiz.

Apesar de ter respondido a todas as perguntas do juiz, Moro se recusou a ouvir as questões dos advogados dos autores da ação de investigação, dizendo que o processo é leviano e que as petições dos partidos são ofensivas. O Ministério Público não fez questionamentos.

Ao final, Moro ainda tentou fazer um relato sobre a perseguição política que sofreria dos partidos, mas foi interrompido pelo juiz. “Todo processo aqui no TRE é político”, disse Falavinha Souza, encerrando a etapa de oitivas. O juiz deve levar o caso para julgamento no próximo mês.

Além de caixa dois, os autores da ação de investigação acusam Moro de fazer gastos excessivos no período de pré-campanha eleitoral e pedem a cassação do mandato do senador.

Durante a investigação, os diretórios estaduais e nacionais de Podemos e União Brasil, além das fundações ligadas às duas siglas, foram obrigados a apresentar todos os documentos que comprovam pagamentos relacionados ao período de pré-campanha, como notas fiscais.

Moro se filiou ao Podemos em 2021 de olho na disputa presidencial. Mas, perto do prazo final para trocas partidárias, em 2022, abandonou o Podemos, anunciando filiação à União Brasil. Na nova legenda, ele não conseguiu espaço para manter uma candidatura à Presidência.

Agora, os partidos opositores apontam que os gastos de pré-campanha, voltados inicialmente ao Planalto, se tornaram “desproporcionais” e “suprimiram as chances dos demais concorrentes” ao Senado no Paraná.

Na audiência no TRE, Moro também falou sobre o período da troca partidária. “Eu acho engraçado quando vejo na inicial que a pré-candidatura presidencial teria me dado alguma vantagem competitiva para a candidatura posterior ao Senado do Paraná. Porque foi exatamente o contrário. Foi um peso enorme nas costas, fui severamente atacado”, disse o senador.

Moro teve 1,95 milhão de votos na eleição do ano passado, ou 33,5% dos votos válidos. Em função do processo em trâmite no TRE e a possibilidade de cassação do mandato, políticos já se articulam de olho em eventual eleição suplementar, fora de época.

Catarina Scortecci, FolhapressPolítica Livre

Está claro que a economia terá forte aumento de carga tributária, já elevada

Publicado em 8 de dezembro de 2023 por Tribuna da Internet

Impostos & Renda: Impostômetro atinge a "maioridade" - Noticias PORTO  FERREIRA HOJE

Charge do Fernando (Arquivo Google)

Carlos Alberto Sardenberg
O Globo

As compras em sites internacionais de bens com valor abaixo de US$ 50, hoje isentas, passarão a pagar imposto de importação no próximo ano. Não há decisão formal do governo, mas está claro que será assim. O vice-presidente Geraldo Alckmin disse que o imposto seria “o próximo passo”, depois da formalização dessas compras e da cobrança do ICMS, de 17%.

Na Receita Federal já há estudos para definir a nova alíquota, algo entre 15% e 25% sobre o preço “cheio”, incluído o ICMS.

VAREJISTAS PRESSIONAM – Trata-se de compras feitas em sites de companhias asiáticas, como Shein, Shopee e AliExpress, que fazem a festa das classes médias. Saem bem mais baratas que no varejo local. São as varejistas brasileiras que mais pressionam o governo e o Congresso para a introdução do imposto sobre bens abaixo de R$ 250, considerando o dólar a R$ 5.

Têm um bom argumento: a carga tributária sobre a produção e o comércio locais é muito alta. Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, varia de 68% (alimentos) a incríveis 143% (eletrônicos). Numa blusinha de R$ 100, comprada em loja brasileira, R$ 50 vão para o governo.

São justamente as roupas femininas que têm maior demanda nos sites asiáticos. Enquanto essas compras foram limitadas pelo desconhecimento do consumidor e pela falta de estrutura, o assunto passava meio batido. Com a popularização dos celulares (na maioria chineses, por sinal) e a expansão da internet, as classes médias descobriram o paraíso.

FONTE DE TRIBUTOS – E o governo descobriu mais uma possível fonte de arrecadação. O ministro Fernando Haddad sempre fala em igualdade de condições — e de competição — entre importados e nacionais. Acolhe, assim, o argumento dos varejistas brasileiros.

Não se poderia buscar a isonomia pelo outro lado? Pela redução dos impostos sobre o nacional? Isso deixaria felizes as classes médias e as varejistas brasileiras. Imposto menor, preço menor, mais consumo, mais faturamento.

Mas o governo, nas três instâncias, não vê aí a menor graça. Todas estão em busca de receitas novas para cobrir gastos já contratados. Estados do Sul e Sudeste anunciaram recentemente um aumento do ICMS a partir de janeiro. Justificativa: cobrir perdas eventuais com a reforma tributária, em votação no Congresso, cuja implantação levará uns dez anos.

DÁ PARA EQUILIBRAR? – No nível federal, os cálculos ainda são incompletos, mas se estima que o governo precisará ter um ganho de arrecadação em torno de R$ 150 bilhões para equilibrar as contas do ano que vem. É muito dinheiro, 1,5% do PIB.

Segundo o ministro Haddad, não se trata de aumento de carga tributária, mas de correção de injustiças fiscais e fechamento de brechas na legislação que permitem às pessoas ricas e empresas grandonas pagar menos que os pequenos e mais pobres. Taxar os super-ricos, como diz a fala oficial.

Não é bem assim, mas vamos supor que a tese esteja correta. Nesse caso, não seria mais justo ainda promover uma ampla redução de impostos pagos pelos mais pobres? Por exemplo, no varejo local?

AO CONTRÁRIO – Como vimos, não está no horizonte. Ao contrário, está claro que a economia brasileira passará por forte aumento de carga tributária, já elevada. Pode chamar de correção e fechamento de brechas, mas algo como R$ 150 bilhões, da economia privada, passarão aos cofres do governo.

O sistema tributário brasileiro é considerado o pior do mundo entre os países relevantes. O desastre foi armado cuidadosamente anos a fio. Empresas em geral, indústria, comércio e serviços, são excessivamente taxadas. Alíquotas efetivas do Imposto de Renda chegam perto de 50% em alguns casos. Ao mesmo tempo, dada a complexidade do sistema, na verdade uma enorme confusão irracional, as empresas tiveram de montar custosos departamentos jurídicos para encontrar as tais brechas legais.

E caímos nisso, uma briga de abre e fecha brechas. As novas cobranças certamente cairão nessa custosa malha jurídica. Mas o governo começa ganhando. Conseguindo o que quer, vem aí uma quase derrama fiscal. Deveria ser uma simplificação geral e alívio para empresas menores e os mais pobres.

No Dia da Justiça, deve-se lembrar a atuação de um brasileiro chamado Bernardo Cabral

Publicado em 8 de dezembro de 2023 por Tribuna da Internet

Discurso do Senador Bernardo Cabral durante o Lançamento da Revista  Bicentenário da Independência do Brasil organizado pelo IAB e OAB – FCCE

Bernardo Cabral, um homem público sempre exemplar

Vicente Limongi Netto

No dia 8 de dezembro, consagrado ao Dia da Justiça, merece ser lembrado e destacado o nome de Bernardo Cabral. Homem público e cidadão que sempre dedicou a própria vida pelo permanente império da justiça. Forjado em lutas democráticas, espírito conciliador e fraternal, devotado ao diálogo, Bernardo lutou contra os excessos dos regimes militares como presidente da OAB Nacional. Jamais permitiu que o exercício da advocacia fosse ultrajado.

Como deputado federal foi relator-geral da Constituinte, contribuindo com invulgar destemor para a elaboração de uma constituição democrática, defensora dos direitos humanos e igualdades sociais.

Como senador e ministro da Justiça Bernardo Cabral permaneceu defensor intransigente da justiça e do bem comum, combatendo ambições pessoais, que amesquinham a atividade política e apoiando vigorosamente iniciativas de interesse coletivo.

CORREÇÃO NA CBF – A justiça decidiu certo. O interventor José Perdiz (Esportes- Correio Braziliense – 08/12) colocará ordem na CBF. O presidente anterior, Ednaldo Rodrigues, realmente foi um desastre.

A entidade precisa de paz e correção. Estamos perto da Copa do mundo, a seleção não pode ser prejudicada com ambiente de crises e tumultos.

O patético ex-peixe Romário esmerado em tolices e acusações levianas, falou em “golpe”. Aliás, é uma área que ele conhece muito, sempre enrolado em pirâmides, canos em condomínios e bens em nomes de terceiros. Ficha puríssima.

HOMEM-MELANCIA – Estudantes premiados do programa Sabor nas escolas públicas de Brasília foram insuperáveis e felizes na sacada.   Homenagearam o governador Ibaneis Rocha com uma foto dele emoldurando uma melancia. Acertaram em cheio. É a fruta predileta do piauiense Ibaneis.

É um homem-melancia e não vive sem ela.


Prestigiado, Bolsonaro se reúne com Milei antes da posse do presidente ultraliberal

Publicado em 8 de dezembro de 2023 por Tribuna da Internet

Imagem do encontro de Jair Bolsonaro com Javier Milei - Metrópoles

A reunião foi no hotel em que Milei está sendo hospedado

Igor Gadelha
Metrópoles

O ex-presidente Jair Bolsonaro se reuniu com o presidente eleito da Argentina, o ultraliberal Javier Milei, na manhã desta sexta-feira (8/12), em Buenos Aires. O encontro aconteceu no hotel Libertador, onde Milei está hospedado durante a transição, e contou com a presença da macrista Patricia Bullrich, futura ministra da Segurança da Argentina.

Também participaram do encontro aliados do ex-presidente brasileiro que estão em Buenos Aires para a posse de Milei.

MARCANDO PRESENÇA – Estiveram na reunião: Ciro Nogueira (PP-PI), senador; Gilson Machado, ex-ministro do Turismo; Valdemar Costa Neto, presidente do PL; Fabio Wajngarten, assessor de Bolsonaro; e Eduardo Bolsonaro (PL-SP), deputado federal.

Bolsonaro chegou à capital argentina na noite de quinta-feira (7/12), acompanhado da mulher, Michelle Bolsonaro, e de uma série de parlamentares bolsonaristas.

O ex-presidente brasileiro ficará em Buenos Aires até segunda-feira (11/12), um dia após a posse de Milei. No sábado (9/12), Bolsonaro se encontrará na cidade com o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, outro destaque da extrema-direita mundial.

LULA ENVIA CHANCELER – Já o presidente Lula, conforme antecipou a coluna, decidiu não ir à posse de Milei. Ele enviará o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, como seu representante.

Vieira fará um bate-volta para a posse do presidente argentino. A previsão é que o chanceler brasileiro chegue a Buenos Aires no sábado (9/12), véspera do evento, e retorne a Brasília já na segunda (11/12), afastada qualquer possibilidade de reunião com o novo presidente argentino.

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