Certificado Lei geral de proteção de dados

Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados

segunda-feira, junho 06, 2022

Cientista político diz que Simone e Ciro só têm chances se formarem a chapa única


Simone atinge só 4% no lugar de Doria e Ciro e ajudaria Lula a ganhar no 1º turno, diz Quaest - O Jacaré

Pedro Simon defende uma coligação entre Simone e Ciro

Pedro Venceslau
Estadão

Aliados da senadora Simone Tebet (MDB-MS) e do ex-ministro Ciro Gomes (PDT-CE) estão promovendo uma aproximação dos dois pré-candidatos à Presidência. Segundo o cientista político Carlos Melo, esse pacto de não agressão entre os dois presidenciáveis deve se refletir em campanhas distintas, que devem ser reavaliadas, para conquistar o eleitorado indeciso e que não pretende votar em Lula (PT) ou Bolsonaro (PL).

O centro político, caracterizado nas pré-candidaturas de Simone Tebet e Ciro Gomes, indica que pretende evitar ataques mútuos na campanha. Como o sr. avalia essa disposição?
Ninguém disputa o terceiro lugar. No caso de Simone Tebet e Ciro Gomes, se um bater no outro, os dois caem fora. Bolsonaro quer Lula como adversário e vice-versa. Portanto, os outros ficam falando sozinhos. Eles vão ter de romper essa barreira. A primeira pergunta é: por que são centro? Não ser nem Lula nem Bolsonaro não qualifica ninguém.

Quais as condições dos principais candidatos alternativos?
Ciro tentou se posicionar como algo mais propositivo, mas encontrou o teto e agora a estratégia é esperar que o Bolsonaro se inviabilize para que o antipetismo o avalie como um anti-Lula não bolsonarista. Já Simone se coloca de duas formas genéricas: nem Lula nem Bolsonaro e, depois, se diz candidata das mulheres, o que parece pouco. Basta o bolsonarismo dizer que esse argumento serviu para Dilma Rousseff, a presidente cassada.

Isso leva a campanhas mais propositivas?
Ciro não tem expressado proposições ultimamente. Vejo ele insistindo pouco. Não adianta ficar falando em projeto se isso não trouxer mais votos. Claro que em alguns momentos vai ter propostas, mas não vejo espaço para uma campanha mais propositiva dele. Já a identidade que Simone vai buscar com as mulheres tende a passar pela questão econômica e como resolver o problema do aumento de preços, porque há uma intersecção entre economia e voto feminino. Quando ela fala que mulher vota em mulher, vai ter de diferenciar propostas feministas das sobre a condição feminina. Não adianta falar só sobre antipetismo.

Como o centro deve influenciar um eventual segundo turno?
Ciro e Simone vão ser pressionados em relação à questão democrática. Se é um centro democrático, a tendência é se posicionar a favor da democracia, e nesse sentido o Bolsonaro tem sido bastante controverso. Se é um centro fisiológico, vai acabar se definindo por aquele que tem mais chances de ganhar a eleição. Há casos no centro que vão assumir um papel ideológico e não vão apoiar nem um nem outro.

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – De toda forma, a aproximação entre Simone Tebet e Ciro Gomes (não necessariamente nesta ordem) é importantíssima e vem sendo defendida por importantes lideranças, como o ex-senador Pedro Simon. Um expressiva faixa do eleitorado, com mais de 30%, não aceita votar em Lula ou Bolsonaro. Como não há alternativa, esses eleitores acabarão apoiando a chapa Ciro/Tebet ou Tebet/Ciro, que vai incendiar essa campanha. (C.N.)

Não sois rei

 




Por Dorrit Harazim (foto)

Faltam 16 domingos para os 150 milhões de eleitores brasileiros se engalanarem no papel de protagonistas da História do país. Por um breve momento — pelo menos enquanto deposita sua esperança na urna eletrônica —, o eleitor tem o direito de se sentir participante do futuro nacional. É uma sensação valiosíssima, mesmo depois de esmaecer com o tempo ou devido a tropeços da vida. O voto democrático e universal, por ser igualitário, não revela quem somos. Revela apenas que existimos como cidadãos, o que é crucial num país de tamanha maioria invisível. Vinte anos atrás, neste mesmo espaço, escreveu-se que eleições são a única coisa com fila única de verdade no Brasil. 

Não existe título de eleitor gold, premier ou VIP. Nem título “terrivelmente evangélico” ou reservado a militares. O garoto candidato ao desemprego, o idoso esquecido pela vida, a mulher que rala e vota sozinha, o influencer incensado no TikTok, o próprio candidato a presidente — todos valem o mesmo na contagem dos votos. Nenhum Estado de Direito verdadeiramente democrático sobrevive numa sociedade que não leva a sério elementos básicos da vida cívica, como o respeito à verdade, à razão como meio de busca da verdade e o compromisso com o princípio fundamental da igualdade humana.

Desde que se sentou no Palácio da Alvorada, em janeiro de 2019, Jair Bolsonaro tem se dedicado a minar a até então sólida confiança nacional no sistema de votação brasileiro. Esse comportamento tão pouco republicano está sendo passado a crivo por Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal e futuro presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Só que inexiste reparação histórica a curto ou médio prazo para o confisco da esperança nacional em eleições incontestes. Qualquer que seja o vencedor em outubro próximo, o dano está feito — o eleitor terá perdido a certeza de seu poder, enquanto o chefe da nação deposita seu voto como combatente de uma guerra particular.

Ainda dois dias atrás, ao discursar na cidade paranaense de Umuarama, Bolsonaro desandou a criticar o que chamou de “nova classe de ladrão”, referindo-se “àqueles que querem roubar a nossa liberdade” —leia-se todos os ministros do STF à exceção dos que nomeou pessoalmente. “Se precisar, iremos à guerra. Mas quero um povo ao meu lado, consciente do que está fazendo e de por quem está lutando… A liberdade não tem preço, e parece que alguns não querem entender”, acrescentou.

Ah, a liberdade! Poucos ideais da humanidade têm sido invocados com tanto ardor em 2.500 anos de pensamento ocidental. Ao longo da História, o conceito tem representado tanto um meio para alcançar um fim como um fim em si. Os Estados Unidos chegaram a erigir sua identidade nacional em torno desse ideal, por mais que o atropelem sempre que se consideram no direito de fazê-lo. Vale lembrar que o idioma inglês comporta não uma, mas duas palavras sinônimas para a ideia de liberdade: liberty e freedom. A primeira é mais usada para definir o direito individual de agir, crer e se expressar sem restrições, assumindo a responsabilidade por seus atos. A segunda define a condição de independência política, social, as garantias de vida em sociedade comumente associadas à democracia. De Platão a Mano Brown, o tema continua sendo inesgotável.

O uso frequente da palavra “liberdade” por Bolsonaro, em qualquer de suas acepções, deve ser ouvido como incongruência, quase como blasfêmia. Em três anos e meio de governo, o capitão já deu sinais múltiplos de intolerância, de ausência total de empatia e de voluntarismo autoritário. Fosse ele um simples cidadão, apenas intratável, rancoroso e egocêntrico, causaria danos limitados para si e seu entorno. Por se tratar de um presidente acometido de posse no poder, sua ideia de liberdade adquire forma de alto risco nacional.

Em tempos de celebração pelo jubileu de platina da rainha Elizabeth II, que nesta semana festeja seus 70 anos no trono britânico, o mandatário brasileiro talvez tenha ouvido de raspão que a rainha pode tudo — até dirigir sem carteira de habilitação e não pagar impostos (desde 1992, por decisão própria, passou a pagar tributos). Sua Majestade também nunca precisou de (ou teve) passaporte para dar suas 80 voltas ao mundo. Incluído nas “prerrogativas soberanas”, a monarca não pode ser presa nem julgada. Tem direito a duas festas de aniversário ao ano (uma na data do nascimento, outra em comemoração à coroação). Para o jubileu atual, 16 mil festas foram programadas só na Inglaterra. Soa bom, não? Em compensação, a rainha está proibida de expressar qualquer opinião política em público. Abriu raríssima exceção dois anos atrás quando, já vacinada contra a Covid-19, alertou sobre a dificuldade de muitos antivacinas em pensar nos outros. Tampouco pode votar ou ser eleita, direito assegurado a qualquer plebeu brasileiro.

Convém que seja mantido intacto.

O Globo

Polícias no Brasil não são treinadas com a ideia de proteger o cidadão, diz pesquisadora




Para pesquisadora Ariadne Natal, a violência policial é estimulada para servir como plataforma eleitoral

Por Leandro Machado, em São Paulo

Casos como o de Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, morto por asfixia em uma abordagem de agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na semana passada em Sergipe, apontam para problemas estruturais das forças de segurança e da sociedade brasileira, como falta de treinamento, controle e tolerância, além de estímulo a abusos e a violência policial como plataforma eleitoral.

Essa é a opinião de Ariadne Natal, pesquisadora do Peace Research Institute Frankfurt, da Alemanha, em entrevista à BBC News Brasil.

Um dos problemas citados por ela é a falta de treinamento para lidar com conflitos envolvendo cidadãos comuns, desarmados e sem vínculos com o crime.

"As polícias no Brasil não foram treinadas com a ideia de proteger o cidadão, de tratá-lo com respeito, de saber conversar, de criar vínculos com a comunidade. A sociedade não tem relação de proximidade com a polícia. A verdade é que a sociedade não confia em quem deveria protegê-la", diz Ariadne, que estuda a atuação e a violência das polícias no país.

"Os policiais são treinados para ver o crime em qualquer lugar, para sempre tentar encontrar um criminoso a qualquer custo, para o confronto armado. O policial é a ponta de um sistema direcionado para executar pessoas", diz a pesquisadora, que já atuou no Núcleo de Estudos da Violência (NEV), da USP, e hoje faz pós-doutorado sobre violência policial pelo instituto alemão.

A letalidade das forças de segurança no país vem crescendo nos últimos anos. Em 2020, o país atingiu o maior número de mortes em decorrência de intervenções policiais desde que o indicador passou a ser monitorado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2013.

Mortes crescem 190%

Em 2020, o Brasil registrou 6.416 vítimas fatais de intervenções de policiais civis e militares da ativa, em serviço ou fora dele. Em média, foram 17,6 mortes por dia. Desde 2013, primeiro ano da série verificada, o crescimento é de cerca de 190%. Essa letalidade corresponde a 13% de todas as mortes violentas intencionais no país - por outro lado, 193 policiais foram assassinados em 2020, alta de 13% em relação ao ano anterior.

Em alguns casos registrados por câmeras, as vítimas de intervenções policiais estavam desarmadas e já sob custódia dos agentes. Genivaldo, por exemplo, foi mantido preso na parte de trás da viatura policial enquanto o veículo estava tomado por spray de pimenta e gás lacrimogêneo. Ele morreu por asfixia.

"A falta de treinamento pode levar a excessos e imprudência. O uso da força precisa ser proporcional ao risco enfrentado pelo policial. No caso Genivaldo, os agentes estavam em maior número, tinham recursos e a vítima estava controlada. Não dá nem para chamar de procedimento. Claro, falta de treinamento não é a única explicação para o problema: há violências deliberadas, também", diz Ariadne.

Para a especialista, o Estado costuma utilizar o argumento da "maçã podre" para explicar abusos - ou seja, o excesso é sempre descrito como um ato individual e equivocado de alguns agentes que não representam os valores da instituição, e não como um problema estrutural das polícias que precisa ser solucionado.

"Esse policial está sob estresse e pressão psicológica, muitas vezes com salário baixo, trabalhando em um contexto de violência onde ele também é um alvo", afirma a pesquisadora.

Ela cita várias instâncias em que a violência estatal é tolerada e até estimulada: 1) nas próprias polícias, por meio de comandantes que "dão sinais de tolerância" com abusos; 2) políticos e autoridades que usam a violência policial como plataforma eleitoral, argumentando que uma atuação mais dura é a melhor solução contra a criminalidade; 3) parte da sociedade que não apenas não se mobiliza para cobrar melhorias, como apoia atos violentos; 4) falta de controle e fiscalização por meio de corregedorias e ouvidorias, o que gera impunidade.

"Quem está em posições de poder dá um direcionamento para a tropa, seja um comandante da PM ou o governador. Quando policiais envolvidos em episódios de violência não são afastados ou condenados, quando um político parabeniza um policial por um assassinato e deixa 'as rédeas soltas', isso representa um sinal para a tropa de que existe tolerância. Essas mudanças de gestão são rapidamente entendidas e a violência chega às ruas", explica Ariadne.

"Já parte da sociedade brasileira tolera e apoia os abusos, porque entende que eles são necessários e fazem parte do cotidiano. Mas em um país com recordes de violência policial, o legado é de melhoria na criminalidade? O Brasil está menos violento? Tudo isso não garantiu uma sociedade menos violenta, pelo contrário, está piorando", diz.

Ambiguidade

O caso Genivaldo é um exemplo do comportamento "ambíguo" de autoridades em relação a abusos. Na quarta-feira (26), a PRF afirmou que a morte foi "uma fatalidade" e não tinha relação com a "abordagem legal".

"Em razão da sua agressividade, foram empregados técnicas de imobilização e instrumentos de menor potencial ofensivo para sua contenção. O abordado veio a passar mal, foi socorrido de imediato ao hospital, onde foi constatado óbito", afirmou a PRF em sua primeira nota sobre o caso.

Três dias depois, no sábado, a instituição mudou de posicionamento, e afirmou em um vídeo que "não compactua" com a ação dos agentes e que vê o episódio "com indignação."

Já o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que "lamenta o ocorrido" e espera que a Justiça seja feita "sem exageros".

"Não podemos generalizar tudo que acontece no nosso Brasil. A PRF faz um trabalho excepcional para todos nós [...] Tenho certeza que será feita a Justiça, todos nós queremos isso aí. Sem exageros e sem pressão por parte da mídia que sempre tem lado, o lado da bandidagem", disse ele, segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo.

Em outro momento, o presidente citou um caso recente em que policiais rodoviários foram mortos - ele também se referiu a Genivaldo como um "marginal".

"Lamento o ocorrido há duas semanas, quando dois policiais rodoviários federais queriam tirar um elemento da pista, ele conseguiu sacar a arma de um deles e executou os dois. A GloboNews chamou esse bandido de suspeito. E outro policial, de outra esfera, ao abater esse marginal, vocês foram para uma linha completamente diferente", disse.

Controle e fiscalização

Para Ariadne Natal, sistemas de controle e fiscalização da atividade policial também encontram problemas para trabalhar. São os casos das corregedorias (órgãos internos de investigação), e as ouvidorias de polícias - entidades civis responsáveis por mediar conflitos entre o cidadão e as polícias, além de cobrar apurações de casos de abusos.

"Esses órgãos atuam de maneira bem desigual a depender do Estado. Em alguns locais, até são mais estruturados. Mas, no geral, eles não têm liberdade institucional para investigar. Raramente produzem dados sobre o que está sendo feito e que possam ser acompanhados pela sociedade", diz.

No segundo caso, por exemplo, o ouvidor de polícias é escolhido pelo governador do Estado a partir de uma lista tríplice indicada por diversas entidades da sociedade civil.

"Mas a escolha sempre cabe ao governador, que é parte interessada. Então, não há liberdade e independência para atuar", pontua a pesquisadora.

BBC Brasil

Entrevista: "Mente Afiada": como envelhecer e manter o cérebro ativo.




O livro ‘Mente Afiada’, do neurocirurgião Sanjay Gupta, explica o funcionamento do cérebro e dá dicas para mantê-lo afiado ao longo dos anos.

Um prédio histórico pode entrar em decadência pela ação do tempo. Ou então passar constantemente por um processo de manutenção e revitalização que lhe permitirá lidar melhor com o envelhecimento inevitável. É com essa imagem que o neurocirurgião Sanjay Gupta abre seu novo livro, Mente Afiada, que está sendo lançado no Brasil (Editora Sextante). O médico já ganhou prêmios como o Peabody e o Emmy por sua atuação na TV: ele é correspondente médico do canal de notícias norte-americano CNN.

O objetivo do livro é mostrar que é possível manter, em qualquer idade, um cérebro ativo: basta apenas reforçar constantemente seus alicerces. Como? Ele sugere, ao longo da obra, alguns caminhos possíveis, desfazendo mitos sobre o envelhecimento.

Nunca é tarde

A certa altura, o cérebro já não dá conta de aprender coisas novas? Bobagem, diz Gupta. “A combinação da memória com a possibilidade de gerar novos neurônios significa que continuamos a mudar as informações, a capacidade e a potência de aprendizagem do cérebro.”

Movimente-se!

Gupta afirma que o exercício é “a única atividade comportamental cientificamente comprovada que provoca efeitos biológicos benéficos para o cérebro”. Isso quer dizer na prática que realizar exercícios ajuda a preservar as funções do cérebro. E, além disso, pode ajudar a evitar pressão alta ou diabete, que aumentam a probabilidade de problemas como a demência.

Contra o estresse

A prática de exercícios físicos também ajuda, diz o autor, a lidar com o estresse. E isso é importante por uma questão química. Quando identifica situações de estresse, o corpo libera o hormônio cortisol – e pesquisas têm mostrado que o nível elevado de cortisol afeta negativamente a memória e a aprendizagem.

Palavras cruzadas

A ideia de que fazer palavras cruzadas ou atividades semelhantes mantém o cérebro jovem é, infelizmente, um dos mitos sobre o envelhecimento. “Elas só exercitam uma parte do cérebro, em geral a capacidade de encontrar palavras”, diz Gupta. Tudo bem, por manter a mente trabalhando, palavras cruzadas podem reduzir o declínio da capacidade de pensar. Mas não é uma receita que sirva para todas as pessoas.

Ter um propósito

Manter a mente ativa é fundamental. Isso não significa jamais se aposentar ou seguir trabalhando para ocupar a cabeça. Mas é preciso “mexer o cérebro e exercitá-lo de forma a mantê-lo saudável”. Para Gupta, é preciso encontrar um propósito. Qual? Ele sugere um exercício: tente se lembrar da última vez que se sentiu tomado por uma sensação de energia intensa, bastante estimulado. A resposta pode lhe oferecer pistas.

A importância do sono

Muita coisa acontece – e precisa acontecer – durante o sono. O corpo se reabastece de várias maneiras que afetam todo o funcionamento do cérebro, do coração, do sistema imunológico e todo o metabolismo. O sono muda com a idade, mas isso não significa que ele deva ter pior qualidade.

Como impedir que isso aconteça?

Gupta traz algumas sugestões. Tente dormir e despertar sempre no mesmo horário; acorde de preferência nos primeiros sinais de luz do sol; tome cuidado com o que bebe e come (café depois de certo horário, nem pensar); tome cuidado ao tomar remédios para dormir; elimine aparelhos eletrônicos do quarto; crie uma rotina que faça com que seu corpo se lembre diariamente de que é hora de dormir e vá se preparando para isso.

Saber relaxar

Sempre que possível, todos queremos relaxar. Mas é preciso aprender como fazer isso. E a principal lição é encontrar tempo e espaço para que isso aconteça. Mesmo durante um dia cheio de trabalho, passar alguns poucos minutos que sejam fora do computador, sem checar e-mails ou mensagens, já pode ajudar. E, se a mente começar a viajar, não apenas deixe: embarque com ela.

Mantenha-se conectado... em especial fora das redes

Uma pesquisa de 2016 mostrou que o isolamento aumenta em 29% o risco de doença cardíaca e em 32% o de AVC. A solidão acelera o declínio cognitivo em adultos mais velhos. Aqui, a sugestão é dupla: procure fazer parte de grupos, conecte-se a outras pessoas, e proponha-se, com elas, a realizar atividades desafiadoras.

O poder do toque

Estar com outras pessoas e compartilhar com elas um sorriso pode ser libertador, lembra Gupta. Assim como o toque: mãos dadas, abraços, um simples tapinha nas costas. Parece pouco. Mas o autor garante que não é. Tocar o outro, ele explica, é um modo de se conectar que evoca o desejo ancestral do ser humano de se proteger. E de se sentir parte de um grupo.

O Estado de São Paulo

Todos contra todos




Nunes Marques, o Pazuello do STF, dá munição a Bolsonaro contra TSE, urnas e democracia

Por Eliane Cantanhêde (foto)

São três guerras simultâneas: o ministro do STF Kassio Nunes Marques cerra fileiras com o presidente Jair Bolsonaro no ataque ao TSE, os ministros do governo Ciro Nogueira e Fábio Faria, do Centrão, partem para cima de Paulo Guedes, da Economia, e o filho 02, Carlos Bolsonaro, bombardeia o marqueteiro do pai já na primeira peça de TV. Todos contra todos, sem essa de “Brasil acima de tudo e Deus acima de todos”.

Nunes Marques é para o deputado estadual Fernando Franceschini o que Bolsonaro foi para o deputado federal Daniel Silveira. Anular a condenação de um corresponde ao indulto presidencial do outro, com os mesmos objetivos: animar bolsonaristas que atacam as eleições, manter a campanha de descrédito das urnas eletrônicas e deixar as fake news correndo soltas.

Nunes Marques se coloca como o general Eduardo Pazuello do STF: “Um, Bolsonaro, manda; o outro obedece”. Devolvendo o mandato e cancelando a inelegibilidade do bolsonarista Franceschini, condenado por fake news e ataques às urnas eletrônicas, ele desautorizou, sozinho, um tribunal inteiro, o TSE, e deu munição para Bolsonaro na guerra às urnas, às eleições e, portanto, à democracia. O STF, com três assentos no TSE, vê-se compelido a derrubar a liminar de Nunes Marques.

De véspera, o futuro presidente do TSE, Alexandre de Moraes, avisou: “Quem se utilizar de fake news e de fraude nas urnas terá seu registro cassado, independentemente de candidato a qual cargo for”. Bolsonaro, adepto das duas modalidades, reagiu: “Vai cassar meu registro? Duvido que tenha coragem de cassar meu registro”. É guerra ou não?

E na guerra entre Centrão e Ministério da Economia (e a própria economia), o viés é também eleitoral, ou reeleitoral. Nogueira (Casa Civil) e Faria (Comunicações) engendraram um jeito para driblar as regras para permitir gastança em ano de eleições! Edita-se um decreto de calamidade, fura-se o teto de gastos e pronto! Subsídio para os combustíveis e aumento do valor do Auxílio Brasil.

É preciso combinar com os adversários: Guedes e seu ministério, que ainda tentam ser guardiões da responsabilidade fiscal, ou da própria responsabilidade. O Centrão sempre leva a melhor, mas, quando as pesquisas mostram que o mar não está para peixe nem para Bolsonaro, a culpa é de quem? De Guedes, o que não manda nada.

Por último: ao atacar o marqueteiro Duda Lima, Carlos joga o pai contra Valdemar Costa Neto e o PL, que pagam as contas da campanha, pelo menos em parte. A peça da TV é um desastre mesmo, mas ele jogou o pai numa fria: ou o filho ou Costa Neto. Confusão na certa. •

O Estado de São Paulo

Uma vitória contra os hipócritas




Nesta semana, a história de Amber Heard contra Johnny Depp desmoronou e expôs, mais uma vez, a perigosa espinha dorsal do movimento Me Too. 

Por Ana Paula Henkel 

Vários anos atrás, a atriz norte-americana Amber Heard escreveu sobre uma experiência angustiante em que, sem citar nomes, relatava ter sido abusada pelo ex-marido e ator Johnny Depp. Ela alegou graves abusos físicos e emocionais durante todo o casamento, incluindo alegações de que ele havia chutado e espancado seu rosto. Quando eles se divorciaram, após menos de dois anos de casamento, ela se tornou uma voz importante no movimento feminista Me Too, quando as mulheres das indústrias do entretenimento, música e mídia resolveram denunciar tratamentos abusivos, quase sempre de natureza sexual, que sofreram de homens poderosos. Amber protocolou um pedido de medida protetiva contra ele, e, em decorrência disso, Depp foi prontamente excluído de todas as produções das quais participava, assim como teve todos os contratos cancelados de produções pré-agendadas para o futuro. Seu milionário contrato em Piratas do Caribe foi cancelado, e o ator foi excluído da sociedade, da mídia e de eventos da indústria do entretenimento. A imprensa não poupou esforços para seguir alimentando a demonização de Depp acerca da suposta violência doméstica que havia cometido.

Nesta semana, a história de Amber contra Depp desmoronou e expôs, mais uma vez, a perigosa espinha dorsal do movimento. Ainda em 2018, Johnny Depp processou Heard, dizendo que ela o difamou ao acusá-lo de abuso doméstico e, com as falsas alegações, fez com que ele perdesse contratos importantes e, principalmente, seu nome. No julgamento, iniciado há seis semanas, ele precisou provar não apenas que nunca agrediu Heard, mas que o artigo que a atriz escreveu para o Washington Post o difamava. Também teve de comprovar que Heard escreveu o artigo com malícia real, e, para reivindicar danos, Depp afirmou que o texto causou severos prejuízos à sua reputação.

A batalha judicial acalorada e televisionada entre Johnny Depp e Amber Heard finalmente acabou na última quarta-feira, e um júri de sete membros no veredito afirmou que Heard o difamou e que prevaleceu a vitória do ator nas três reivindicações do processo. A atriz terá de pagar ao ex-marido a quantia de US$ 10 milhões em danos compensatórios, além de danos punitivos de US$ 5 milhões. O caso, no entanto, vai além do que mais um mero show hollywoodiano comentado enfaticamente pelos fãs de ambos. O episódio mostra as vísceras do vil movimento atual feminista, que não está interessado em pautas pertinentes e justas para as mulheres, mas no ganho político e financeiro à custa das reais vítimas de abusos e da demonização de todos os homens.

Como pessoas de diferentes esferas, experiências diversas e pontos de vista variados convivem pacificamente dentro de uma sociedade civil? Qual é o principal ingrediente necessário para a democracia prosperar? É claro que nada se resume a um ponto apenas, mas acredito que podemos resumir em uma palavra: confiança. Uma sociedade civil saudável é construída sobre relacionamentos, amizades e associações que promovem a confiança no próximo. A liberdade e uma comunidade forte florescem em uma cultura de confiança, e, infelizmente, estamos perdendo isso há algum tempo. Vemos esse cenário não apenas na paisagem norte-americana em vários graus, mas no mundo de forma geral.

O politicamente correto, instaurado no Ocidente pelos globalistas fãs de Marx, prega que os pobres não devem confiar nos ricos, os negros nos brancos, os filhos nos pais. Na vida real, atualmente os eleitores não confiam nos políticos e os cidadãos não confiam na mídia. Sentimos tanta desconfiança que ficamos insensíveis a ela. Por muitas vezes, alimentamos esse sentimento sem pensar. Afinal, não achamos que a desconfiança gerada “lá fora” na política e nas mídias sociais pode afetar nossa vida diária. Mas afeta e está se expandindo. Como uma doença, essa desconfiança está infectando nosso relacionamento mais fundamental, o alicerce de uma sociedade civil livre — o relacionamento entre homens e mulheres.

Guerra dos sexos

A quebra de confiança entre os sexos é o legado trágico do vazio movimento feminista moderno — ou pelo menos a tentativa avassaladora de silenciar dissidentes que não rezam a cartilha hipócrita das feministas. A campanha do movimento Me Too assumiu um novo fervor que se alimenta da crescente acusação de que a masculinidade é vil, tóxica e inerentemente predatória. O medo dos homens é legitimado, pois qualquer acusação é tratada como fato, e os homens são vistos como “o inimigo”, um desvio incorporado que deve ser remodelado na imagem de uma mulher. Sua sexualidade é assumida como naturalmente brutal, uma ameaça a ser controlada e reduzida para que o homem individual seja considerado “seguro”.

Embora a disposição das mulheres de responsabilizar os homens por qualquer comportamento sexual criminoso deva ser aplaudida, a abordagem de terra arrasada que estamos vendo é destrutiva, porque mina a confiança saudável e o mais grave: a própria segurança de todas nós. Quando qualquer coisa, desde um toque ingênuo durante uma sessão de fotos até uma tentativa inocente de beijo, é comparada a estupro e abuso sexual, não estamos curando a sociedade, mas infectando relacionamentos com o veneno da desconfiança. Seja no local de trabalho, em um restaurante, uma igreja ou em casa, a interação entre um homem e uma mulher é única e primordial para todos os outros relacionamentos. Quando uma quebra de confiança acontece, quando o medo do outro sexo se generaliza, a sociedade simplesmente não consegue prosperar.

Tudo o que envolve a dinâmica sexual saudável é essencial para o relacionamento entre homens e mulheres. Para que a confiança floresça, essa realidade não pode ser negada e deve ser tratada com respeito, cuidado e honestidade, e não simplesmente apagados da vida moderna. Não pode haver abuso nessa relação, e uma parte da polaridade — seja masculina seja feminina — não pode ser rotulada como tóxica, brutal ou maligna, inclusive como foi feito no passado por certas religiões totalitárias em relação à sexualidade feminina. Uma vez que esse rótulo é colado, a desconfiança é gerada em detrimento de todos. Se as mulheres acreditam que todos os homens são perigosos, não pode haver confiança entre os sexos. Os homens não vão se tornar eunucos, mudar e se tornar como as mulheres, abandonando sua masculinidade natural. Essa é a identidade e a natureza dos homens, e ela não pode ser expurgada sem destruir quem eles são como indivíduos livres, como homens e protetores.

A destruição da liberdade

O movimento feminista Me Too concedeu uma exceção perigosíssima ao princípio justo de qualquer devido processo legal de inocência até que provem o contrário. O problema, não apreciado pela gritaria das atuais feministas, é que, se todos os homens são vis, tóxicos e abusadores, ninguém é. Se toda masculinidade é apenas o compartimento de um estuprador em potencial, os reais abusadores conseguem se dissipar na multidão e seus crimes passam a não ter o peso que merecem. Quando nossos relacionamentos mais íntimos e fundamentais são governados pelo medo e pela desconfiança, a liberdade que constrói relações sólidas e saudáveis entra em colapso. Quando você não confia mais em outras pessoas e elas precisam ser monitoradas, controladas e incansavelmente investigadas ou observadas, como o atual feminismo prega com todos os homens, a própria liberdade é destruída. É por isso que o totalitarismo prospera na desconfiança.

A dicotomia “confiança versus medo” sempre prosperou em regimes totalitários. Como tem sido amplamente documentado em milhares de livros, a estratégia geral é induzir a desconfiança entre cidadãos comuns, vizinhos e até mesmo entre familiares. Além disso, os regimes totalitários instituem a perseguição e a punição arbitrária dos cidadãos, deixando-os em permanente estado de incerteza. Sob tais regimes, ninguém sabe se, quando e por que eles serão chamados a se apresentar no que pode ser tranquilamente chamado de “tribunal da injustiça”. Como isso se aplica a homens e mulheres em um ambiente de suspeita, eles nunca sabem quando serão apresentados nos tribunais da injustiça como “abusadores sexuais”. Os homens serão cautelosos com cada palavra, cada ação e viverão com medo da acusação de uma mulher. A comunicação limpa será interrompida ou restringida. Ninguém será real um com o outro. O flerte inofensivo já é sufocado e as sementes da intimidade esmagadas. O amor é erradicado e o medo toma seu lugar.

Bullying e egoísmo

A mulher ganhou espaços espetaculares na sociedade ocidental. Apesar de os atuais movimentos feministas fingirem cegueira, somos ouvidas no mundo livre. O que está faltando, no entanto, é a grande responsabilidade que vem com esse poder recém-descoberto. Seria excelente para encorajar e inspirar meninas a buscarem a excelência e a realização, mas as mensagens feministas modernas falham em combinar essa mensagem com apoio e compaixão pelos outros. É mesquinho e ressentido. Com demasiada frequência, o tal empoderamento feminino e a liberação tornam-se sinônimos de bullying e egoísmo.

Nós, como sociedade, precisamos parar e dar uma olhada séria em nós mesmos. É preciso restaurar a confiança por meio da responsabilidade — criminalidade e abuso de qualquer forma, seja mentira, roubo, assassinato ou estupro, são ataques à sociedade civil, e indivíduos devem pagar por isso. Estamos indo além de meramente responsabilizar indivíduos por comportamento criminoso ou abusivo para policiar a masculinidade. O que estamos perdendo não é a liberdade sexual, mas a liberdade relacional e a confiança que a sustenta.

Em tempos estranhos de totalitarismo social e político — por isso temos citado tanto George Orwell, em 1984 —, o sexo era severamente regulamentado e relacionamentos amorosos entre homens e mulheres proibidos — um código que o protagonista Winston Smith violou quando se apaixonou por Julia. Para “reprogramar” Winston em conformidade com o Estado, um dos membros do partido interno do Big Brother quebra a confiança entre eles através da tortura: “Nunca mais você será capaz de amor, amizade, alegria de viver, riso, curiosidade, coragem ou integridade”, diz o torturador O’Brien. “Você será oco. Vamos espremê-lo e depois enchê-lo com nós mesmos.” Sim, é assustador.

Isso é o que estamos fazendo ao criar desconfiança a ponto de homens e mulheres não poderem viver autenticamente uns com os outros. Estamos nos esvaziando de nossa humanidade, tirando nossa confiança um no outro e roubando o afeto mútuo. Tenho medo de que um dia vamos acordar e sentir o vazio interior, descobrir que estamos sozinhos e sacudir a gaiola que construímos ao nosso redor porque escolhemos o medo e o silêncio.

A tensão sexual entre homens e mulheres sempre existirá, e se as mulheres assumem que a sexualidade de um homem é uma ameaça em vez de um poderoso complemento à sua própria sexualidade, elas sempre estarão em guarda. Nesse ambiente de suspeita, não pode haver privacidade entre um homem e uma mulher. Se houver qualquer interação, mesmo que não seja sexual, o homem vai desconfiar que a mulher se voltará contra ele — então a comunicação é silenciada. O medo é gerado em ambos os lados, e o medo é a morte da confiança e também a morte do amor.

Revista Oeste

Coreia do Norte testa mísseis com potencial nuclear




Após três dias de manobras conjuntas americano-sul-coreanas, regime Kim lança oito mísseis balísticos em direção ao Mar do Japão, no que pode ter interpretado como uma retaliação.

Apesar de sanções internacionais, a Coreia do Norte realizou neste sábado (05/06) mais testes com mísseis balísticos. No espaço de meia hora foram disparados oito dispositivos de curto alcance a partir da região de Sunan, próximo à capital Pyongyang, em direção ao Mar do Japão, na costa oriental da península coreana.

O lançamento ocorreu após três dias de exercícios militares de grande escala das Forças Armadas americanas e sul-coreanas. O Estado-maior da Coreia do Sul informou: "Nossos militares reforçaram a vigilância em antecipação de novos lançamentos. A Coreia do Sul e os Estados Unidos cooperam estreitamente e estão totalmente preparados."

Estas foram as primeiras manobras conjuntas dos dois países desde a posse de Yoon Suk-yeol como presidente da Coreia do Sul, no início de maio. Dos exercícios participa o porta-aviões USS Ronald Reagan, de 100 mil toneladas e propulsão nuclear. Desde novembro de 2017 uma embarcação desse tipo não participava dos exercícios.

Possível retaliação de Kim a manobras conjuntas

Há bastante tempo Pyongyang protesta contra a realização desse tipo de manobras, que vê como um ensaio geral para a invasão do país. Por sua vez, ao assumir o cargo, Yoon prometeu uma política mais firme em relação à Coreia do Norte.

Washington e Seul veem o programa balístico e nuclear norte-coreano como uma ameaça, e o exercício a partir de Sunan "reforçou a determinação dos dois países em responder energicamente a qualquer provocação norte-coreana, ao mesmo tempo que demonstrou o empenho dos Estados Unidos em proporcionar uma dissuasão expandida", prossegue a nota das Forças Armadas sul-coreanas.

Segundo um pesquisador do Instituto Asan de Estudos Políticos Go Myong-hyun, o número inusitamente elevado de mísseis lançados de uma só vez leva a crer que se trate de uma retaliação do regime de Kim Jong-un aos exercícios.

Numa cúpula com Yoon em maio, em Seul, o presidente dos EUA, Joe Biden, garantiu que Washington poderia, se necessário, utilizar "meios estratégicos" para dissuadir Pyongyang. Horas depois da partida de Biden da região, a Coreia do Norte disparou três foguetes, incluindo um Hwasong-17, considerado o míssil balístico intercontinental mais potente do arsenal nacional.

Há semanas Seul e Washington advertiram para a possibilidade de Pyongyang realizar seu sétimo teste nuclear, pela primeira vez desde 2017. Na época, Kim suspendera os testes nucleares e de mísseis de longo alcance, durante conversações com o então presidente americano Donald Trump.

No entanto essas negociações foram declaradas fracassadas dois anos mais tarde, e a Coreia do Norte quebrou a moratória autoimposta ao disparar um míssil intercontinental (ICBM) no fim de março último. Novas imagens de satélite mostram que neste ínterim o país asiático de regime socialista retomou a construção de um reator nuclear, em meio a um surto de covid-19.

Deutsche Welle

Senador Otto - Salvar vidas é o que importa!

.

O povo não é tão trouxa como os políticos pensam.
Estamos diante de um cidadão simples, talvez menos igual, mas que está demonstrando que sabe exercer o seu direito de cidadania.
O trabalho e os frutos do Senador Otto Alencar plantado na CPI estão sendo colhidos agora.
Muitos aculturados pensam que a função de um senador é apenas patrocinar emendas paliativas, e usar palanques para fazer propaganda enganosa, o povo quer muito mais, quer emprego, saúde, segurança e educação.
Quer também um senador, um deputado que tenha peito que tenha garra para enfrentar os poderosos.
Nunca votei no Senador Otto, porém nessa CPI o mesmo demonstrou que soube representar com dignidade e respeito o povo da Bahia e do Brasil.

O populismo, de novo




Por Merval Pereira (foto)

Mais uma vez o país está às voltas com a disputa entre populistas para a escolha do próximo presidente da República, como acontece desde a redemocratização. Antes, já tivéramos populistas históricos como Getulio Vargas, Jânio Quadros, Jango, Juscelino. De 1989 para cá, só os populistas foram eleitos: Collor, populista de direita, que disputou com outros dois populistas de esquerda, Lula e Brizola; o próprio Lula, Dilma, e depois Bolsonaro.

O único governante não populista eleito nesse período foi Fernando Henrique Cardoso, que conseguiu derrotar Lula no primeiro turno duas vezes com base em um plano econômico que tocou o bolso do cidadão comum e logrou dar a ele o que os populistas de diversos matizes prometiam e não entregavam. O Plano Real acabou com a inflação e aumentou o poder aquisitivo do povo sem demagogias ou truques passageiros.

Já é famosa a definição de que num país desigual como o nosso, Getulio sempre vencerá o Brigadeiro. Em 1945, o brigadeiro Eduardo Gomes, candidato a presidente pela UDN com vasta vantagem sobre o candidato getulista, o general Eurico Dutra, fez um duro discurso contra Getúlio.

Disse que não precisava dos votos “desta malta de desocupados que apoia o ditador”. Segundo relato da historiadora Alzira Alves de Abreu, no CPDOC da Fundação Getulio Vargas, o getulista Hugo Borghi descobriu no dicionário que “malta”, além de significar “bando ou súcia”, o que já era ofensivo, também denominava trabalhadores que levavam suas marmitas nas linhas férreas, o que atingia mais diretamente os eleitores pobres. Daí a dizer que o brigadeiro estava menosprezando os pobres foi um passo, e o general Dutra venceu uma eleição perdida.

No livro “Populismo e Negacionismo”, da editora Appris, o especialista em política internacional Uriã Francelli analisa o fenômeno populista a partir da pandemia do coronavírus, mostrando que o negacionismo não depende de padrões culturais ou de desenvolvimento de um povo, pois em Bangladesh 97% da população acredita que as vacinas são seguras, e apenas 1/3 dos franceses têm a mesma opinião. O populista, seja de esquerda ou de direita, sempre se apresenta como representante do povo contra os interesses da elite corrupta.

Os efeitos das fake news contra as vacinas foram tragicamente os mesmos tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, e os dois países lideram o ranking mundial de casos confirmados. Pesquisas mostram que o vírus cresceu mais em países governados por líderes populistas.

Professor de Harvard e sucesso nas redes sociais com as aulas sobre temas polêmicos que fazem os alunos pensar muito além dos textos acadêmicos, Michael J. Sandel defende a tese de que devemos buscar um “populismo democrático” a partir de seu livro “A Tirania do Mérito”, editado pela Civilização Brasileira. Em entrevista ao jornal português Público, ele conta que o atual chanceler da Alemanha Olaf Scholz, durante a campanha, o chamou para conversar depois de ler o livro, e passou a destacar a valorização da classe trabalhadora com base nas mensagens do livro: renovar a dignidade do trabalho, superar a tirania do mérito, resistir à tendência de valorizar aqueles que têm formação universitária às custas daqueles sem formação.

Ele chegou a essa conclusão ao buscar um sentido para a “raiva e o ressentimento, sobretudo entre os trabalhadores”, que levaram à eleição de Trump nos Estados Unidos. O mesmo fenômeno, diga-se, ocorreu no Brasil na eleição de Bolsonaro em 2018.  Michael J. Sandel tem uma inovadora maneira de ver o sucesso profissional que, ao contrário da tese prevalecente de que o sucesso depende do mérito de quem se esforçou e estudou em boas universidades, vários outros fatores são determinantes, como a sorte que, para ele, “desempenha um papel importante na definição de quem entra ou quem sai” da universidade ou no mercado de trabalho.

Com isso, o professor de Harvard quer demonstrar que “o ideal da meritocracia é defeituoso” e que “precisamos nos afastar, moral e espiritualmente, da arrogância dos bem-sucedidos, que acreditam que o seu sucesso é obra sua”. Ele acredita que o individualismo que predomina hoje nas sociedades impede que demos valor àqueles que tornam nosso sucesso possível, incluindo pais, professores, treinadores e comunidades:

“ A meritocracia individualista, impulsionada pelo mercado, que predomina hoje  torna muito difícil vermo-nos a nós próprios partilhando um destino comum, como sendo responsáveis pelas instituições públicas, e pelas responsabilidades públicas”.

Tanto Uriã Francelli quanto Michael J. Sandel concordam em que os populistas se aproveitam da desigualdade social impulsionada por um sistema econômico que desdenha os menos favorecidos para se perpetuarem no poder. Solidariedade e humildade dos vencedores com os desfavorecidos seriam o caminho para construir uma sociedade mais equilibrada.     

O Globo

Em destaque

Ao atacar Israel, o Irã agora corre o risco de enfrentar também os Estados Unidos

Publicado em 1 de outubro de 2024 por Tribuna da Internet Facebook Twitter WhatsApp Email Irã ataca Israel lançando cerca de 180 mísseis à n...

Mais visitadas