'Imagens e vídeo foram divulgados nesta sexta-feira mostrando destruição em áreas residenciais de Chernihiv e outras cidades'
Ucrânia tem quatro usinas nucleares ativas, incluindo Zaporizhzhia.
Nesta sexta (4/3), 9º dia da invasão russa à Ucrânia, as forças russas atacaram e tomaram o controle da maior usina nuclear da Europa, a usina de Zaporizhzhia, no sudeste da Ucrânia. O ataque deixou diversos mortos e feridos, gerou incialmente temores de uma catástrofe nuclear e foi profundamente condenado por outras potências internacionais. Bombardeios e ataques continuaram a acontecer por todo o país.
À noite, o presidente da Ucrânia condenou os líderes dos países da Otan por descartar repetidamente a decretação do fechamento do espaço aéreo do país em meio à invasão da Rússia.
Volodymyr Zelensky fez um discurso na televisão e disse que a comunidade internacional sabia que a agressão russa contra o país provavelmente aumentaria. Ele comparou a recusa da Otan de fechar o espaço aéreo do país com uma "licença a Vladimir Putin para continuar bombardeando cidades".
"Sabendo que novos ataques e baixas são inevitáveis, a Otan decidiu deliberadamente não fechar o céu sobre a Ucrânia", disse ele em um discurso em Kiev. "Hoje a liderança da aliança deu luz verde para mais bombardeios de cidades e vilas ucranianas, recusando-se a fazer uma zona de exclusão aérea."
Mais cedo nesta sexta-feira, em Bruxelas, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, descreveu a situação na Ucrânia como "horrível", mas disse que as forças aliadas não entrariam na Ucrânia por terra ou ar.
Os países da entidade argumentaram que uma zona de exclusão aérea obrigaria as aeronaves da Otan a disparar contra caças russos, potencialmente provocando uma Terceira Guerra Mundial.
Veja a seguir os principais acontecimentos mais recentes na guerra.
Ameaça nuclear
Um prédio próximo a um dos seis reatores da usina nuclear foi atingido por artilharia russa, causando um incêndio que depois foi controlado. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que monitora ameaças nucleares, disse que nenhum dos sistemas de segurança do reator foi atingido e que não houve liberação de material radioativo.
Após a tomada de controle pela Rússia, funcionários da usina foram autorizados pelos invasores a permanecer na unidade e a continuar trabalhando. Eles estão monitorando a planta para garantir que ela esteja operando com segurança e que os níveis de radiação estejam normais.
Imagem do ataque a usina nuclear
Esta é a segunda usina nuclear ucraniana a cair nas mãos das tropas russas. Eles também assumiram o controle de Chernobyl — o local do pior desastre nuclear do mundo em 1986 — na semana passada.
Imagens de câmera de segurança mostraram um feixe de luz caindo nos arredores da usina e tiros sendo disparados, além de um edifício de treinamento em chamas.
O chefe da administração estadual regional de Zaporozhia, Alexander Starukh, disse por sua vez que a segurança de Zaporozhia está "garantida". Ele postou apenas uma frase no Facebook, dizendo que conversou com o diretor da usina e foi assegurado de sua segurança.
"O diretor me garantiu que, no momento, a segurança nuclear do objeto está garantida", escreveu ele.
O órgão regulador da Ucrânia disse à AIEA que não houve mudanças nos níveis de radiação no local da usina, segundo a agência nuclear.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, acusou a Rússia de apelar para o "terror nuclear". "Europeus, por favor, acordem!", ele disse. "Digam aos seus políticos que as forças russas estão atirando na usina nuclear na Ucrânia."
Líderes mundiais estão acusando a Rússia de colocar em risco a segurança de um continente inteiro depois que suas forças atacaram a usina nuclear de Zaporizhzhia.
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, disse que o ataque "imprudente" da Rússia pode "ameaçar diretamente a segurança de toda a Europa". O presidente dos EUA, Joe Biden, exortou Moscou a interromper suas atividades militares no local, enquanto o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, disse que os "ataques horríveis" da Rússia "devem cessar imediatamente".Este episódio acontece em meio a alertas das principais autoridades ucranianas sobre um possível colapso nuclear devido a bombardeios russos.
Em linha com a reação do presidente ucraniano, o Ministério das Relações Exteriores do país afirmou que um desastre nuclear em Zaporizhzhia poderia ser pior do que acidentes anteriores em usinas nucleares — como em Chernobyl e Fukushima.
"A Rússia empreendeu conscientemente um ataque armado à usina nuclear, uma ação que violou todos os acordos internacionais dentro da AIEA", diz o comunicado da pasta.O fogo teria sido causado por "contínuo bombardeio inimigo dos edifícios e unidades [da usina]", de acordo com o prefeito Dmytro Orlov, da cidade vizinha Enerhodar.
A Ucrânia tem quatro usinas nucleares ativas, incluindo Zaporizhzhia, que contribui com cerca de um quarto do fornecimento de energia do país e é a maior usina nuclear da Europa.
Veja a seguir os principais acontecimentos mais recentes na guerra.
Porque o sul é importante para a Rússia
As forças russas capturaram a fábrica de Zaporizhzhia como parte de um avanço no sul da Ucrânia que parece ter sido mais bem-sucedido do que os no norte e leste do país.
O analista Ben Tobias, da BBC, diz que a Rússia vê o sul como vital para o sucesso da invasão. Seus soldados se moveram para a região da Crimeia, que foi anexada em 2014 e abriga uma considerável presença militar russa.
Kherson - que está localizada onde o rio Dnieper encontra o Mar Negro - se tornou a primeira grande cidade a cair para as tropas russas na quinta-feira. Eles também estão se movendo para leste em direção a Mariupol e oeste em direção a Odessa, ameaçando cortar o acesso marítimo da Ucrânia.
Ucrânia afunda próprio navio para que não caia sob controle russo
Com a ameaça de que a Rússia controle o acesso ao mar, a Marinha da Ucrânia afundou seu maior navio de guerra nesta sexta. A fragata Hetman Sahaidachny estava na cidade Mykolaiv, que fica às margens de um rio que desemboca no Mar Negro.
O navio estava parcialmente desmontado e passando por reparos. A mídia local afirma que não haveria tempo para remontá-lo a tempo de enfrentar os russos. Segundo o ministro da Defesa da Ucrânia Oleksii Reznikov, a decisão foi tomada para evitar que ele caísse nas mãos do inimigo.
"O comandante executou a ordem de afundar o navio Hetman Sagaidachny, que estava em reparo, para que não fosse capturado pelo inimigo. É difícil imaginar uma decisão mais difícil para um bravo guerreiro e toda a sua equipe. Mas vamos construir uma nova frota, moderna e poderosa.O importante agora é resistir", disse Reznikov em uma nota publicada no Facebook.
Novas negociações são esperadas neste fim de semana
Autoridades ucranianas e russas devem realizar sua terceira rodada de negociações neste fim de semana para tentar encerrar os combates desencadeados pela invasão de Moscou à Ucrânia.
'Negociações ocorreram na Belarus'
"A terceira etapa pode acontecer amanhã [sábado] ou no dia seguinte — estamos em contato constante", disse o assessor presidencial ucraniano Mykhailo Podolyak.A primeira rodada de negociações viu autoridades de ambos os lados se encontrarem na fronteira ucraniana com a Bielorrússia — com pouco avanço.Na segunda reunião entre autoridades, a Rússia concordou com a necessidade de cessar-fogo temporário nos corredores humanitários para permitir que os civis escapem dos combates. Mas a Ucrânia disse que esse resultado não foi o que esperava.O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, já havia pedido ao presidente russo, Vladimir Putin, conversas individuais, dizendo que esta é a única maneira de acabar com a guerra.
Ao menos 47 mortos por ataque aéreo russo a Chernihiv, no norte da Ucrânia
A Rússia intensificou sua campanha aérea contra a Ucrânia na quinta e sexta-feira (3 e 4/3), matando pelo menos 47 civis em Chernihiv, no norte do país. Os ataques também mantêm sitiadas áreas residenciais em Mariupol, Borodyanka e Kharkiv.
Os ataques aéreos em Chernihiv destruíram arranha-céus e danificaram uma clínica e um hospital, fazendo com que os moradores fugissem para as ruas e para bunkers subterrâneos.
Civis na cidade de Chernihiv descreveram estar presos sob bombardeios implacáveis enquanto a Rússia ataca indiscriminadamente bairros residenciais lá e em várias outras cidades."Podemos ouvir os sons agora de ataques aéreos nas proximidades", disse Svitlana, 40, à BBC. Ela estava escondida em Chernihiv na manhã de sexta-feira sob sua mesa de jantar com seus dois filhos, de seis e três anos, e seus vizinhos em seu prédio de cinco andares.
Imagens e vídeos de Chernihiv, que fica a 144 quilômetros ao norte da capital Kiev e onde vivem cerca de 300 mil pessoas, mostraram a destruição indiscriminada de áreas residenciais, que lembraram as devastadoras campanhas de bombardeios russos contra Grozny no final dos anos 1990 e Aleppo em 2016. Chernihiv teria sido cercado por forças russas, segundo informações.
'Ataques russos danificaram ou destruíram vários edifícios residenciais em Chernihiv'
Rússia e Ucrânia concordaram na quinta-feira com a necessidade de corredores humanitários para ajudar os civis a escapar das cidades sitiadas, mas moradores de Chernihiv e da cidade portuária de Mariupol disseram à BBC nesta sexta-feira que não houve uma interrupção significativa no bombardeio aéreo para permitir que as pessoas se movimentem.
'Mulheres desesperadas entregam seus bebês a guardas de fronteira'
Mulheres em fuga da Ucrânia estão entregando seus bebês a guardas de fronteiras, em um ato de desespero para salvá-los de congelar, segundo relato colhido pela BBC Radio 5 Live, que tem ouvido mulheres sobre sua experiência durante a invasão russa.
"Nós caminhamos até a fronteira [ucraniana] e foi uma noite terrível. Mulheres grávidas, crianças e idosos ficaram lá por horas", diz Masha, que fugiu para Tel Aviv com sua filha de 14 anos, tornando-se ambas refugiadas."As mulheres passavam desesperadamente seus bebês para os guardas de fronteira, porque estavam congelando."
Vlada tem 29 anos e optou por ficar em Kiev com a mãe. A dupla passou os últimos dias escondida em sua casa. "As explosões chegaram tão perto que nossas janelas estavam tremendo", diz ela.Olesia está viajando para a fronteira polonesa na esperança de encontrar refúgio, deixando para trás sua avó de 83 anos em Kiev."Ela estava principalmente preocupada conosco", diz Olesia. "Então ela nos disse para ir. Mesmo que Kiev esteja segura agora, não sabemos como será em uma semana, então tomamos a decisão de fugir."
Chanceler alemã pede que Putin pare invasão em telefonema de uma hora
O chanceler alemão Olaf Scholz conversou com o presidente russo, Vladimir Putin, por telefone nesta sexta-feira (4/3) e pediu que ele suspendesse todas as ações militares imediatamente, disse um porta-voz do governo alemão.Scholz também pediu a Putin que permita o acesso à ajuda humanitária em áreas onde estão ocorrendo combates.Durante a conversa de uma hora, os líderes concordaram em realizar mais conversas em breve, acrescentou o porta-voz.
'Vladimir Putin e Olaf Scholz se encontraram pessoalmente em Moscou no mês passado, antes da invasão'
BBC suspende temporariamente o trabalho de jornalistas na Rússia
O parlamento russo aprovou uma lei que impõe penas de prisão de até 15 anos para pessoas que divulgam informações supostamente "falsas" sobre a guerra na Ucrânia.
Vários veículos de imprensa independentes na Rússia foram fechadas ou determinados a parar de operar. Os canais internacionais BBC e Deutsche Welle foram restringidos.
Com isso, o diretor-geral da BBC, Tim Davie, informou que a corporação está suspendendo temporariamente o trabalho de todos os jornalistas da BBC na Rússia, em resposta à lei.
"Esta legislação parece criminalizar o processo de jornalismo independente", diz Tim Davie.
"Não nos deixa outra opção a não ser suspender temporariamente o trabalho de todos os jornalistas da BBC News e sua equipe de suporte na Federação Russa enquanto avaliamos todas as implicações desse desenvolvimento indesejado. Nosso serviço BBC News em russo continuará operando fora da Rússia."
"A segurança de nossa equipe é primordial e não estamos preparados para expô-los ao risco de processos criminais simplesmente por fazerem seu trabalho. Gostaria de prestar homenagem a todos eles, por sua bravura, determinação e profissionalismo", afirmou Davie.
"Continuamos comprometidos em disponibilizar informações precisas e independentes para o público em todo o mundo, incluindo os milhões de russos que usam nossos serviços de notícias.
"Nossos jornalistas na Ucrânia e em todo o mundo continuarão a relatar a invasão da Ucrânia".
Ucranianos protestam nas ruas em cidade ocupada
'Centenas de pessoas — muitas com bandeiras nacionais da Ucrânia e fitas azuis e amarelas — se reuniram na cidade de Melitopol, no sul da Ucrânia, que foi ocupada por tropas russas durante os primeiros dias da invasão de Moscou, disse um ativista local.Olha Haysymova postou imagens da manifestação na Praça da Vitória nesta sexta-feira.Segundo ela, cerca de 2 mil pessoas estavam cantando "Glória à Ucrânia!" e "Morte aos inimigos!" e também cantando o hino nacional da Ucrânia.A filmagem não foi verificada de forma independente. Nenhum soldado russo foi visto no protesto relatado'.
Drone registra destruição em Borodyanka após ataque russo
Imagens aéreas mostram a extensão da destruição de edifícios em Borodyanka. Veículos militares russos destruídos também aparecem nas imagens.
Os moradores afirmam que repeliram um ataque russo à cidade, que fica a 60 km de distância a noroeste da capital ucraniana, Kiev.
Centenas de pessoas morreram em ataque a Maripuol, diz vice-prefeito
Na cidade portuária de Mariupol, há relatos de que centenas de pessoas morreram após horas de bombardeios contínuos, informou o vice-prefeito da cidade.
Militares da Ucrânia afirmam que a cidade continua nas mãos do país, mas o prefeito disse que as tropas russas cortaram a eletricidade, o aquecimento e o suprimento de água e comida da cidade.
Ele comparou o cerco russo à cidade ao mortífero cerco nazista de São Petersburgo na Segunda Guerra Mundial.
"Eles estão tentando criar um bloqueio aqui, assim como em Leningrado", disse Vadym Boichenko.
"Eles não conseguiram encontrar uma maneira de nos quebrar. Então, agora eles estão tentando nos impedir de reparar o fornecimento de eletricidade, água e aquecimento."
As forças russas destruíram uma conexão de trem para que não fosse possível evacuar civis, acrescentou o prefeito de Mariupol.
Se a Rússia capturar mais cidades do sul, as forças ucranianas podem perder o acesso ao mar.
'Maripuol, considerada estratégica, está sob forte ataque'
Putin: 'Operação está indo conforme o planejado'
O presidente russo, Vladimir Putin, disse que sua "operação militar especial" - como ele se referiu à invasão da Ucrânia pela Rússia - está "indo conforme o planejado".
Sua afirmação vem apesar de muitos analistas sugerirem que a invasão não saiu conforme Moscou esperava.
Em um discurso televisionado, ele acusou as forças ucranianas de fazer "milhares de cidadãos estrangeiros reféns" e usar civis como "escudos humanos" - ele não forneceu evidências dessas alegações.
Ele acrescentou que russos e ucranianos são "um só povo" e disse que "destruiria essa 'anti-Rússia' criada pelo Ocidente".
Em seu discurso, ele elogiou as tropas russas por sua "bravura" na Ucrânia contra o que chamou de forças "neonazistas".
'Putin disse que seu objetivo é desmilitarizar a Ucrânia'
O presidente russo disse ainda ao presidente francês Emmanuel Macron que a Rússia desmilitarizará com sucesso a Ucrânia e a tornará neutra, que ele disse serem seus objetivos com a guerra.
Os dois se falaram por telefone durante 90 minutos na quinta-feira.
Putin também disse que qualquer tentativa de Kiev de adiar as negociações faria Moscou aumentar sua lista de exigências.
Mais oligarcas russos sofrem sanções
O governo dos Estados Unidos anunciou uma nova rodada de sanções contra os oligarcas russos.
As novas penalidades terão como alvo membros da elite russa, suas famílias e associados próximos, banindo-os do sistema financeiro americano.
'O bilionário Alisher Usmanov estará entre os sancionados pelos EUA'
A Casa Branca também disse que sancionará sete entidades russas e 26 indivíduos por seu papel na divulgação de "narrativas falsas que promovem objetivos estratégicos russos e justificam falsamente as atividades do Kremlin".
O presidente Joe Biden observou na quinta-feira que as sanções já em vigor "tiveram um impacto profundo".
Agora, disse ele, os aliados ocidentais estão caminhando para "a mais forte campanha unificada de impacto econômico sobre Putin em toda a história".
O Reino Unido também anunciou sanções a mais dois oligarcas: o bilionário russo nascido no Uzbequistão Alisher Usmanov, cujas ligações comerciais com o clube de futebol Everton foram suspensas, e o ex-vice-primeiro-ministro russo Igor Shuvalov.
Autoridades também apreenderam superiates de propriedade de oligarcas como parte das sanções contra a Rússia após a invasão da Ucrânia.
Um iate de propriedade de Igor Sechin, chefe da empresa estatal russa de energia Rosneft, foi capturado por funcionários da alfândega francesa perto de Marselha.
As autoridades alemãs apreenderam um navio de US$ 600 milhões de propriedade do magnata russo do metal Alisher Usmanov, segundo relatos.
A BBC apurou que alguns oligarcas sancionados pela UE ficaram "chocados" ao descobrir que seus cartões de débito não funcionam mais e agora estão confiando no uso de dinheiro em cofres.
Um deles, o banqueiro bilionário Mikhail Fridman, disse que impor sanções aos oligarcas não teria impacto na decisão de Moscou de iniciar uma guerra na Ucrânia.
Fridman, que é um dos homens mais ricos da Rússia, afirmou em uma coletiva de imprensa em Londres que a guerra foi uma tragédia para ambos os lados.
Mas ele não fez críticas diretas, dizendo que comentários pessoais podem ser um risco não apenas para ele, mas também para funcionários e colegas.
União Europeia dará residência temporária a refugiados
A União Europeia concordou em conceder residência temporária aos ucranianos que fogem da guerra, por até três anos.
Os ministros da UE deram luz verde aos planos em uma reunião em Bruxelas na quinta-feira.
O bloco acionou um mecanismo - que nunca foi usado antes - para permitir aos cidadãos ucranianos e suas famílias o direito ao trabalho, educação e bem-estar.
A UE diz que aqueles que têm permissão de residência de longa duração ou status de refugiado na Ucrânia também estariam cobertos - seja pela diretiva ou pelas regras nacionais.
E que trabalhadores temporários ou estudantes, que não são elegíveis, seriam ajudados a voltar para casa.
Relatos anteriores indicavam que o governo da Hungria não apoiaria os planos. No entanto, a Comissão qualificou a decisão de hoje como "unânime", após algumas modificações.
Mais detalhes devem ser divulgados na sexta-feira (04/03).
Ucranianos receberão 'proteção temporária' nos EUA
Cidadãos ucranianos que se encontram nos Estados Unidos desde a terça-feira passada (1º/03) poderão permanecer no país sob uma categoria especial de não imigrantes.
O secretário de Segurança Interna do país, Alejandro Mayorkas, anunciou a mudança na noite de quinta-feira, dizendo que o governo estenderia o 'status de proteção temporária' (TPS) aos ucranianos.
Isso normalmente ocorre com cidadãos de países onde há conflitos armados em andamento, desastres naturais, epidemias ou "outras condições extraordinárias e temporárias" que impedem as pessoas de retornar com segurança aos seus países de origem.
Cidadãos de 12 países já estão protegidos desta forma, entre eles Birmânia, Haiti, Síria e Iêmen.
Mais de 1 milhão já fugiram da Ucrânia
Mais de um milhão de pessoas já fugiram da Ucrânia desde o início da invasão, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU) — e este número vem aumentando rapidamente.
Pelo Twitter, o alto comissário da ONU para refugiados, Filippo Grandi, fez um apelo para que "as armas silenciem, para que assistência humanitária capaz de salvar vidas possa ser fornecida" aos milhões de ucranianos que permanecem no país.
A agência prevê que a guerra possa deixar cerca de 12 milhões de pessoas desalojadas ou com necessidade de receber ajuda.
Ahmadinejad: 'Sr. Putin, pare com essa guerra satânica'
O ex-presidente do Irã Mahmoud Ahmadinejad fez um apelo e deu um alerta ao presidente russo em sua conta no Twitter.
Ele escreveu: "Sr. Putin, pare com essa guerra satânica. Senão você não terá conquistado nada além de remorso".
Tribunal Penal Internacional investiga a Rússia
Uma investigação sobre possíveis crimes de guerra na invasão russa da Ucrânia foi aberta pelo Tribunal Penal Internacional em Haia.
O procurador-geral do Tribunal Penal Internacional (TPI), Karim Khan, anunciou na noite de quarta (02/03) a abertura de um inquérito para apurar o possível envolvimento da Rússia em crimes de guerra durante a invasão ao território ucraniano.
"Meu escritório já encontrou base razoável para acreditar que crimes no âmbito da jurisdição do Tribunal tenham sido cometidos", escreveu o procurador-geral.
Mais cedo, a Corte, que fica localizada em Haia, na Holanda, havia recebido denúncia de 38 países contra Moscou, que supostamente estaria alvejando civis e destruindo edifícios residenciais em meio à ofensiva.
Embora a Rússia seja signatária da Convenção de Genebra, o tratado internacional que define crimes de guerra, ela se desligou do Tribunal de Haia em 2016, depois que a anexação da Península da Crimeia foi classificada como uma ocupação.
Os indivíduos condenados pelo tribunal têm que ser detidos em países que aceitam sua jurisdição. Assim, caso seja eventualmente considerado culpado ao fim do processo, Putin teria de ficar restrito à Rússia e a Estados aliados para que não fosse preso.
Rússia é banida dos Jogos Paralímpicos
O Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês) anunciou nesta quinta-feira (03/03) que atletas da Rússia e de Belarus estão proibidos de competir nos Jogos Paralímpicos de Inverno de 2022 em Pequim.
A decisão inicial do IPC de permitir que os atletas competissem como neutros, sob a bandeira paralímpica, foi fortemente criticada.
Um comunicado divulgado afirma que a "situação na vila dos atletas" se tornou "insustentável".
O presidente do IPC, Andrew Parsons, descreveu os atletas afetados como "vítimas das ações de seus governos".
Os Jogos Paralímpicos serão abertos nesta sexta-feira (04/03), e as competições começam de fato no sábado.
BBC Brasil