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sábado, março 05, 2022

Guerra da Ucrânia torna China ainda mais forte

 




Os chineses levam vantagem com a guerra na Europa, embora a narrativa do ocidente quanto à democracia se aplique, também, à liderança de Pequim

Por Luiz Carlos Azedo

O diplomata e estrategista político Henry Kissinger talvez seja o político do Ocidente que melhor conhece a China, onde esteve cerca de 50 vezes. Seu livro Sobre a China é um best-seller até hoje. A proeza dele como diplomata foi conceber e executar a reaproximação entre os Estados Unidos e a China comunista, construindo uma aliança que seria decisiva para o colapso da antiga União Soviética. Seus críticos, porém, questionam a forma subalterna como trata a questão da democracia e dos direitos humanos na China.

A China demorou para aceitar que não era o centro do mundo e que precisaria se integrar a um sistema internacional liderado pelas potências ocidentais. Isso ocorreu na marra, após ser derrotada militarmente pelo Império Britânico. Sem os mesmos recursos, no entanto, os chineses optaram por convidar outros países europeus a estabelecerem postos comerciais no seu território, para provocar e depois manipular a rivalidade entre eles.

O princípio “derrotar os bárbaros próximos com o auxílio dos bárbaros distantes” foi adotado com êxito pela China. Seu paradigma de diplomacia pode ser comparado aos fundamentos do Wei qi, uma espécie de jogo de gamão, no qual os fatores políticos e psicológicos subordinam os princípios puramente militares no “cerco estratégico”.

Kissinger explorou com competência as divergências existentes, desde a morte de Stalin, entre os líderes soviéticos e a liderança chinesa. Mao Tsé Tung recebeu a visita do presidente Richard Nixon. Estados Unidos e China passaram a ser aliados contra a antiga União Soviética. A aliança americana com o regime nacionalista em Taiwan passou à condição subalterna, e o trauma da Guerra da Coreia foi relevado.

Mao, Zhou Enlai e Deng Xiaoping foram interlocutores privilegiados de Kissinger, que também se relacionou com Zhao Zyiang, Jiang Zemin e Qian Quichen, a geração nova de reformadores. Por uma ordem internacional mais estável, num mundo repleto de armas nucleares, a China foi aceita no Conselho de Segurança da ONU.

A guerra de seis semanas da China contra o Vietnã, em 1979, foi um subproduto dessa mudança. Pequim conteve o desejo vietnamita de montar um bloco com Camboja e Laos. Após o massacre da Praça da Paz Celestial, em 1989, em que jovens estudantes pediam abertura política, Xiaoping iniciou um processo de reformas capitalistas que, no curto espaço de 30 anos, elevaram a China ao status de segunda potência econômica do planeta.

No mundo globalizado, o eixo do comércio deslocou-se do Atlântico para o Pacífico. O governo chinês se tornou um dos fiadores da ordem mundial como uma grande potência pacífica. Entretanto, eleito presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, amigo de Vladimir Putin, resolveu escalar uma guerra comercial com a China e se aproximar da Federação Russa.

Guerra fria

Joe Biden assume a Presidência com uma equipe diplomática disposta a restabelecer a hegemonia absoluta dos Estados Unidos na política mundial, a partir da aliança com o Canadá e o Reino Unido, escalando o conflito da Otan com a Federação Russa em torno da Ucrânia. No lugar do mundo multipolar que se esboçava a partir da liderança da Alemanha e da França na União Europeia, ressurge uma guerra fria, que se torna guerra quente com a invasão da Ucrânia e, com a ajuda da agressividade de Putin, arrasta toda a União Europeia para o confronto. O eixo da política internacional deixa de ser o comércio e a cooperação e passa a ser a defesa da democracia e dos valores liberais como narrativa para nova corrida armamentista.

Com a guerra da Ucrânia, a Rússia passa a depender cada vez mais da China. Porém, enquanto Putin joga xadrez e busca a vitória total em termos geopolíticos, Xi Jinping, o líder chinês, segue os princípios do Wei qi e mantém sua estratégia focada na integração às cadeias de produção e de comércio mundial, nas quais os Estados Unidos continuam sendo a força mais importante — estão aí as sanções econômicas contra a Rússia —, mas em declínio.

A China leva vantagem com a guerra da Ucrânia, embora a narrativa do Ocidente quanto à democracia se aplique também ao regime comunista chinês. Com a exclusão da Rússia do sistema Swift, ou seja, do sistema de mensagens interbancárias, por exemplo, os bancos russos se socorreram no sistema de pagamentos interbancários transfronteiriços (Cips), criado pela China em 2015.

Os chineses não apoiam as sanções econômicas e se abstiveram de condenar a agressão russa à Ucrânia na ONU.

O sistema Cips é usado para liquidar créditos e trocas internacionais de yuans na chamada Rota da Seda. Permite que os bancos globais realizem transações internacionais em yuan. Somente no ano passado, o sistema processou cerca de 80 trilhões de yuans (US$ 12,68 trilhões), um aumento de 75% em relação ao ano anterior. Em janeiro, 1.280 instituições financeiras de 103 países e regiões fizeram login no sistema chinês. O yuan pode sair dessa crise como uma moeda internacional.

Correio Braziliense

Guerra na Ucrânia: por que comboio russo de 64 km parou de avançar perto de Kiev




O enorme comboio militar russo, com 64 quilômetros de extensão, que está perto da capital da Ucrânia, Kiev, mal se moveu em três dias, segundo o Ministério da Defesa do Reino Unido.

Mas as autoridades de defesa dos EUA dizem que a Rússia ainda pretende cercar e tomar a cidade onde vivem cerca de três milhões de pessoas — usando táticas de cerco, se necessário.

Imagens de satélite divulgadas recentemente mostrando o tamanho do comboio provocaram temores de que um ataque seria iminente.

Mas autoridades do Reino Unido e dos EUA afirmam que problemas logísticos podem estar retardando seu avanço.

Em uma atualização das informações de inteligência na manhã de quinta-feira, o Ministério da Defesa do Reino Unido informou que a coluna fez "pouco avanço discernível em mais de três dias" e permanece a mais de 30 km de Kiev.

Por que o comboio parou?

Várias razões podem explicar por que a enorme coluna, que inclui veículos blindados, tanques e artilharia rebocada, parou de avançar em direção à capital.

Entre elas, problemas logísticos, resistência inesperada ucraniana e moral baixo entre as tropas russas.

Falhas mecânicas e congestionamentos estão causando problemas, de acordo com o governo do Reino Unido. Diz-se ainda que há falta de alimentos e combustível, e relatos de que pneus de má qualidade e mal conservados também podem ser uma questão.

"Há uma enorme falha logística no fornecimento de combustível, alimentos, peças de reposição e pneus... eles ficaram atolados na lama de uma forma que dificulta a retirada de veículos", afirmou o general Sir Richard Barrons, ex-comandante das forças armadas do Reino Unido, ao programa Today da BBC Radio 4.

No entanto, ele disse que questões de comando e controle — por exemplo, redes de rádio defeituosas e comunicação em redes abertas — provavelmente estão causando problemas maiores.

O Pentágono também afirmou que a Rússia estava tendo problemas logísticos e havia tomado a decisão de se reagrupar deliberadamente e reavaliar o "avanço que não haviam feito e como recuperar o tempo perdido".

Acredita-se que a resistência ucraniana também esteja dificultando o avanço do comboio, de acordo com o Pentágono, embora o mesmo tenha observado que não era capaz de verificar essa afirmação de forma totalmente independente.

A resistência ucraniana mais forte do que o esperado também pode estar afetando o moral russo — outra razão dada para a falta de movimento do comboio.

"O moral geral das pessoas sentadas neste comboio está caindo todos os dias", disse à BBC Oleksandr Danylyuk, ex-secretário do Conselho de Segurança e Defesa Nacional da Ucrânia, fazendo uma comparação com a forte motivação dos militares ucranianos para defender sua capital.

Na terça-feira, um oficial de defesa dos EUA disse a repórteres que havia sinais de problemas de moral na força russa, que faz uso de um grande número de soldados recrutados.

"Nem todos eles estavam... sequer cientes de que seriam enviados para uma operação de combate", afirmou oficial.

O comboio pode ser destruído?

A Ucrânia tem alguma capacidade aérea e vem usando poderosos drones fabricados na Turquia para destruir outros comboios russos.

Mas, de acordo com o general Barrons, Kiev simplesmente não tem a força militar necessária para destruir uma coluna desse tamanho.

"Eles foram bons em atacar o comboio pela frente e pelos lados", ele afirmou, mas qualquer dano causado pelo ar seria muito localizado.

A Rússia também terá defesas aéreas ao redor do comboio, o que pode derrubar alvos ucranianos, acrescentou o general.

Sendo assim, um ataque aéreo ao comboio arriscaria perder ainda mais da já limitada força aérea da Ucrânia.

Alguns analistas sugeriram que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) deveria considerar a destruição do comboio, mas isso seria uma grande escalada que arriscaria uma guerra entre duas potências nucleares.

Os governos ocidentais disseram repetidamente que não têm intenção de se envolver diretamente no conflito.

O que o comboio fará a seguir?

Apesar de todos os problemas relatados, permanece o fato de que uma enorme coluna de equipamentos militares russos está localizada ao norte de Kiev e, em algum momento, é provável que avance.

"Esta enorme coluna vai cercar e sitiar a capital", disse à BBC o ex-chefe do exército britânico, general Lord Dannatt, acrescentando que uma tentativa dos russos de tomar rua por rua de Kiev seria extremamente prejudicial.

'Em Irpin, perto de Kiev, edifícios residenciais foram destruídos'

O general Barrons disse que o comboio ainda continha muita capacidade militar que poderia provocar grandes danos a Kiev.

Ele acredita que o comboio provavelmente se tornará parte de uma força que cercará Kiev com uma combinação de artilharia e infantaria.

Neste ponto, segundo ele, os russos teriam duas opções. Ou dar um ultimato para se renderem, ou reconhecer que a capital não vai desistir e atacá-la da mesma forma que estão fazendo na segunda maior cidade da Ucrânia, Kharkiv.

Por enquanto, o povo de Kiev só pode observar e esperar para ver o que o comboio fará a seguir.

BBC Brasil

Rússia usa na Ucrânia lições do colapso soviético e da guerra na Geórgia

 




O presidente russo, Vladimir Putin, descreveu a invasão da Ucrânia por seu país como uma "operação militar especial". Mas desde o início, esta não foi uma campanha militar restrita e limitada.

Por Alexey D Muraviev*, The Conversation

A operação foi chamada por alguns de "Operação Z", com base nas marcas distintivas da letra "Z" que se vê nos veículos militares e de apoio russos.

E é a maior e mais complexa campanha militar organizada por Moscou desde a invasão do Afeganistão em 1979.

É também a primeira oportunidade que o mundo tem de ver toda a potência da nova máquina militar da Rússia — uma força de combate profissional modernizada que foi completamente renovada desde a guerra da Rússia com a Geórgia em 2008.

Apesar de terem vencido esta guerra, os russos foram muito críticos em relação ao seu desempenho em combate e embarcaram em uma campanha de modernização da defesa que durou uma década, impulsionada por um aumento expressivo nos gastos militares de cerca de US$ 700 bilhões.

Mas o que a Rússia aprendeu militarmente com este conflito e como este aprendizado está se refletindo no campo de batalha na Ucrânia?

A força Z e comandos chechenos

A atual ofensiva russa está sendo conduzida por dois novos grupos do Exército de "armas combinadas" nos distritos a oeste e sul do país, perto da fronteira com a Ucrânia, que foram criados após a anexação da Crimeia pela Rússia em 2014.

Estas forças integram diferentes braços das forças armadas — como blindados , infantaria, mísseis e artilharia, aviação e engenharia — e foram priorizadas na campanha de reforma do Exército.

A onda inicial de invasão das forças russas foi composta por cerca de 60 grupos de batalhões táticos (até 60 mil pessoas), assim como tropas de elite de paraquedistas e forças de operações especiais, o ramo de aviação de longo alcance da força do espaço aéreo (que realiza ataques nucleares ou convencionais), e a marinha russa.

Além disso, os russos utilizaram as chamadas milícias populares das regiões separatistas de Donetsk e Luhansk — dois corpos do exército formados por cerca de 40 mil pessoas, como sua principal força de ataque no leste da Ucrânia.

Assim como na Síria, os russos também estão usando unidades de operações especiais para realizar missões de reconhecimento, organizar operações de sabotagem atrás das linhas inimigas e atingir líderes políticos e militares importantes, incluindo possivelmente o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.

Também vale destacar o uso extensivo, por parte dos russos, de unidades de comando especiais chechenas, popularmente chamadas de kadyrovtsy.

Os kadyrovtsy ficaram conhecidos como combatentes aguerridos, endurecidos pela guerra, altamente motivados e implacáveis. E são frequentemente usados ​​para causar medo nas forças adversárias.

As unidades chechenas apoiaram a maioria das campanhas militares recentes da Rússia no exterior, incluindo as no Líbano, Geórgia e Síria.

Em 2014-15, alguns "voluntários" chechenos lutaram ao lado dos separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia.

Na guerra atual, os kadyrovtsy provavelmente serão usados em operações urbanas e durante "varreduras de segurança" sistemáticas dentro dos territórios ocupados pela Rússia, o que sem dúvida resultará em inúmeras detenções e perseguições.

Objetivos militares russos até agora

A primeira fase da ofensiva se concentrou em vários objetivos militares, incluindo:

- Múltiplas ondas de ataques coordenados de mísseis de cruzeiro e ataques de artilharia contra a infraestrutura militar da Ucrânia (incluindo aeródromos, instalações de radar, quartel-general do comando e inteligência militar, depósitos de munição, refinarias de petróleo e instalações militares e navais)

- Ataques cibernéticos em larga escala e guerra eletrônica.

- Ataques simultâneos de paraquedistas e incursões de forças especiais no interior da Ucrânia, incluindo a captura do aeródromo de Hostomel, de importância estratégica, nos arredores de Kiev.

- Um amplo ataque frontal em Donetsk e Luhansk destinado a envolver as forças ucranianas em uma luta defensiva prolongada.

- Um bloqueio naval parcial dos portos ucranianos.

- A captura de várias cidades ucranianas.

Embora os russos tenham enfrentado uma forte resistência das forças ucranianas, eles contam com vantagens cruciais no campo de batalha, incluindo superioridade aérea e o controle de algumas zonas estratégicas.

O avanço militar simultâneo em várias frentes obrigou também as forças armadas ucranianas a responder de forma mais esporádica e se concentrar nas operações defensivas, especificamente nos grandes centros urbanos.

Lições do conflito na Geórgia

Um ataque de várias frentes usando sistemas de combate sofisticados não foi possível na guerra de cinco dias da Rússia com a Geórgia em 2008.

Embora a Rússia tenha vencido a guerra rapidamente, sofreu perdas significativas.

O conflito revelou deficiências gritantes em suas forças armadas, que eram em grande parte um resquício dos dias da União Soviética.

Por exemplo, os militares russos mal usaram munições de alta precisão ou mísseis de cruzeiro no conflito.

Em vez disso, se viram obrigados a usar aeronaves táticas e estratégicas em resposta a uma forte defesa aérea georgiana, que derrubou vários aviões russos.

Na Ucrânia, a Rússia conta agora com ataques de longo alcance e alta precisão — a partir do ar, do mar e da terra —, que minimizam os riscos para as aeronaves russas.

'Na Geórgia, os velhos tanques e veículos blindados russos entraram nas principais áreas urbanas e foram forçados a se envolver em longas batalhas de rua'.

Houve outras falhas logísticas a caminho do conflito, com muitos veículos quebrando ou se acidentando nas estradas.

Na Ucrânia, as forças russas tenderam inicialmente a cercar as principais cidades na tentativa de pressionar os militares ucranianos a se retirarem.

Os russos também estão intensificando seus ataques com mísseis e ataques aéreos contra alvos urbanos.

E, em 2008, os russos pouco podiam fazer para impedir que os EUA atracassem um navio de guerra em um porto do Mar Negro, como uma demonstração de força perto do palco da guerra.

Agora, grupos de batalha navais russos no Mediterrâneo oriental estão efetivamente dissuadindo as frotas americanas e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) de pressionar os russos em território ucraniano.

O que pode acontecer a seguir?

Os russos e os ucranianos concordaram em conversar na fronteira entre Belarus-Ucrânia, mas a Rússia diz que não interromperá sua ofensiva.

Na verdade, o anúncio repentino de que estava colocando suas forças de dissuasão nuclear em alerta máximo indicou uma disposição para intensificar sua ofensiva militar.

O Kremlin está tentando impedir que o Ocidente apoie a Ucrânia e aplique uma forte pressão econômica sobre a Rússia.

Para acelerar seu avanço, é provável que os militares russos também recorram a outros recursos mortais, entre eles o TOS-1, um sistema de lança-chamas pesado capaz de disparar armas termobáricas.

Estas armas, que foram utilizadas pela Rússia nos conflitos da Chechênia e da Síria, usam oxigênio para gerar uma explosão de alta temperatura.

Então, o que pode acontecer a seguir do ponto de vista militar? Os objetivos da Rússia provavelmente serão:

- Solidificar seu controle estratégico sobre o território no leste da Ucrânia.

- Cercar e derrotar as forças ucranianas em Donetsk e Luhansk e tomar Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, que está sob ataque direto.

- Isolar a Ucrânia do resto do mundo com um bloqueio naval completo e a destruição dos aeródromos restantes, o que retardaria a aceleração da ajuda militar estrangeira.

- E o principal objetivo político: capturar a capital, Kiev, e instalar um regime pró-Rússia.

A crescente resistência dos militares ucranianos sem dúvida forçará os russos a intensificar o ritmo de suas operações.

Também devemos esperar que a fúria dos combates se desloque mais para as áreas urbanas.

Elevar as forças estratégicas de dissuasão nuclear da Rússia para o "regime especial de serviço de combate" (uma condição de quase guerra) também aumenta o risco de que a guerra vá além das fronteiras da Ucrânia.

*Alexey D Muraviev é professor associado de segurança nacional e estudos estratégicos na Universidade Curtin, na Austrália.

BBC Brasil

Guerra na Ucrânia: 5 possíveis desfechos para o conflito




A guerra na Ucrânia será curta ou longa?

Por James Landale

Em meio à guerra, pode ser difícil enxergar os caminhos possíveis.

As notícias do campo de batalha, os ruídos nas negociações diplomáticas, a emoção e a tragédia dos enlutados e deslocados; tudo isso pode ser devastador.

Então, vamos dar alguns passos para trás por um momento e analisar como o conflito na Ucrânia pode se desenrolar daqui em diante.

Quais são alguns dos cenários possíveis que políticos e militares estão examinando?

Poucos podem prever o futuro com confiança, mas aqui estão alguns resultados potenciais. A maioria é sombria.

Há cinco possíveis: guerra curta, guerra longa, guerra que se espalha pela Europa, solução diplomática e deposição do presidente russo Vladimir Putin.

1. Uma guerra curta

Nesse cenário, a Rússia intensifica suas operações militares. Há mais ataques intensificados de artilharia e foguetes em toda a Ucrânia.

A Força Aérea russa — que desempenhou um papel discreto até agora — lançaria ataques aéreos devastadores.

Ataques cibernéticos maciços varrem toda a Ucrânia, visando a infraestrutura nacional. O fornecimento de energia e as redes de comunicação são cortados. Milhares de civis morrem.

Apesar de uma resistência corajosa, nesse cenário a capital Kiev cai em poucos dias. E o governo é substituído por um regime fantoche pró-Moscou.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, é assassinado ou foge, para o Oeste da Ucrânia ou mesmo para o exterior, a fim de estabelecer um governo no exílio.

O presidente russo, Vladimir Putin, declara vitória e retira algumas forças militares, deixando para trás o suficiente para manter algum controle sobre eventuais resistências.

Milhares de refugiados continuam indo para o Oeste — em uma semana, mais de 1 milhão de pessoas fugiram do país de 44 milhões de habitantes. A Ucrânia junta-se a Belarus como Estado cliente de Moscou.

Esse resultado não é de forma alguma impossível, mas dependeria da mudança de vários fatores: forças russas tendo um melhor desempenho, mais dessas forças sendo mobilizadas e o surpreendente esforço de luta da Ucrânia desaparecendo.

Nesse cenário, Putin pode conseguir uma mudança de regime em Kiev e o fim da integração ocidental da Ucrânia, mais especificamente com a União Europeia e a aliança militar Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

Mas qualquer governo pró-Rússia seria ilegítimo e vulnerável à insurgência. Tal resultado permaneceria instável e a perspectiva de um novo conflito seria alta.

2. Uma guerra longa

Talvez o cenário mais provável seja uma guerra prolongada.

Talvez as forças russas atolem, prejudicadas pelo baixo moral, má logística e liderança inepta.

Talvez demore mais para as forças russas conquistarem cidades como Kiev, cujos defensores militares e civis lutam rua por rua. Segue-se um longo cerco.

Nesse cenário, a luta tem ecos da longa e brutal luta da Rússia na década de 1990 para tomar e destruir em grande parte Grozny, a capital da Chechênia.

E mesmo que as forças russas tenham obtido alguma presença nas cidades da Ucrânia, talvez seja necessário que elas continuem lutando para manter o controle.

Talvez a Rússia não possa fornecer tropas suficientes para cobrir um país tão vasto. E assim as forças defensivas da Ucrânia passam a ser uma insurgência eficaz, bastante motivada e apoiada pelas populações locais.

Outra possibilidade é que EUA e países da Europa continuem a fornecer armas e munições. E, então, talvez depois de muitos anos, talvez com uma nova liderança em Moscou, as forças russas eventualmente deixem a Ucrânia, curvadas e ensanguentadas, assim como seus antecessores deixaram o Afeganistão em 1989, após uma década lutando contra insurgentes locais.

3. Uma guerra europeia

É possível que esta guerra se espalhe para fora das fronteiras da Ucrânia? Impossível prever.

Mas nesse cenário, o presidente Putin poderia tentar recuperar mais partes do antigo império da Rússia enviando tropas para ex-repúblicas soviéticas como Moldávia e Geórgia, que não fazem parte da aliança militar Otan.

Ou pode haver apenas um erro de cálculo e uma escalada dos conflitos no território europeu. Putin pode, por exemplo, declarar que o fornecimento de armas pelos EUA e por países europeus às forças ucranianas configura um ato de agressão que justifica retaliação.

Assim, Putin poderia ameaçar enviar tropas para os Estados bálticos — que são membros da Otan — como a Lituânia, para estabelecer um corredor terrestre com o enclave costeiro russo de Kaliningrado, separado da Rússia justamente pelo território lituano.

Isso seria extremamente perigoso e arriscaria uma guerra com a Otan. De acordo com o Artigo 5º da carta da aliança militar, um ataque a um membro é um ataque a todos.

Mas Putin pode correr esse risco se sentir que essa é a única maneira de salvar sua liderança. Se ele estiver, hipoteticamente, enfrentando uma derrota militar na Ucrânia, ele poderia ficar tentado a escalar ainda mais o conflito na Europa.

Com a guerra na Ucrânia, descobrimos que o líder russo está disposto a quebrar antigas normas internacionais. Essa mesma lógica pode ser aplicada ao uso de armas nucleares, que só foram usadas num conflito pelos EUA, na Segunda Guerra Mundial, contra o Japão.

E na primeira semana de guerra Putin colocou suas forças nucleares no nível mais alto de alerta. em reação às declarações e as duras sanções econômicas impostas por potências globais contra a Rússia.

A maioria dos analistas internacionais duvida que a elevação do alerta nuclear signifique que seu uso seja provável ou iminente. Mas foi um lembrete de que a doutrina russa permite o possível uso de armas nucleares táticas no campo de batalha.

4. Uma solução diplomática

Ainda pode haver, apesar de tudo, uma possível solução diplomática?

"As armas estão falando agora, mas o caminho do diálogo deve permanecer sempre aberto", disse o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres.

Diplomatas dizem que canais estão sendo conectados com Moscou. E, surpreendentemente, autoridades russas e ucranianas já se reuniram para conversar na fronteira com a Belarus.

Eles podem não ter feito muito progresso. Mas, ao concordar com as negociações, Putin parece ao menos ter aceitado a possibilidade de um cessar-fogo negociado.

A questão-chave é se a Otan, as potências europeias e os EUA podem oferecer o que os diplomatas chamam de "rampa de saída", um termo americano para uma saída de uma grande rodovia.

Diplomatas dizem ser importante que o líder russo saiba o que seria necessário para que as sanções contra a Rússia (que têm levado a uma grave crise econômica) fossem suspensas. Ou seja, quais seriam os termos para que um acordo seja pelo menos possível.

'Kharkiv é uma das várias cidades onde os bombardeios russos continuam'

Considere este cenário. A guerra vai mal para a Rússia. As sanções começam a perturbar ainda mais Moscou. A oposição cresce à medida que os caixões de militares russos voltam para casa.

Putin se pergunta se ele mordeu um pedaço maior do que poderia mastigar. Ele julga que continuar a guerra pode ser uma ameaça maior à sua liderança do que a humilhação de terminá-la.

Nesse cenário, a China (principal aliado da Rússia) intervém, pressionando Moscou a se comprometer com a negociação de cessar-fogo, alertando que não comprará petróleo e gás russos a menos que diminua a escalada do conflito.

Assim, Putin começa a procurar uma saída. Enquanto isso, as autoridades ucranianas veem a destruição contínua de seu país e concluem que o compromisso político pode ser melhor do que uma perda tão devastadora de vidas.

Então, os diplomatas se engajam, e um acordo é feito. A questão pode passar principalmente pelo aspecto territorial.

A Ucrânia, digamos, pode aceitar a soberania russa sobre a Crimeia e partes do Donbas, no leste do país, onde duas repúblicas separatistas (Donetsk e Luhansk) foram reconhecidas pela Rússia. Ou até porções maiores do território ucraniano, inclusive com uma faixa territorial que conecte por terra entre duas áreas rebeldes e a Crimeia.

Por sua vez, Putin poderia aceitar a independência da Ucrânia e seu direito de aprofundar os laços com a União Europeia e até mesmo com a Otan.

Isso pode não parecer provável. Mas não está além dos domínios da plausibilidade que tal cenário possa emergir dos destroços de um conflito sangrento.

5. Putin deposto

E o próprio Vladimir Putin? Quando lançou sua invasão, declarou: "Estamos prontos para qualquer resultado". Mas e se esse resultado fosse ele perder o poder?

Pode parecer impensável. No entanto, o mundo mudou nos últimos dias, e essas coisas agora são aventadas atualmente.

Lawrence Freedman, professor emérito de Estudos de Guerra no Kings College, no Reino Unido, escreveu esta semana: "Agora é tão provável que haja uma mudança de regime em Moscou quanto em Kiev".

Mas talvez Putin se aprofunde uma guerra desastrosa. Milhares de soldados russos morram. As sanções econômicas mordam.

Putin perde apoio popular. Talvez haja a ameaça da revolução popular. Ele usa as forças de segurança interna da Rússia para suprimir essa oposição.

Mas isso se torna amargo, e membros suficientes da elite militar, política e econômica da Rússia podem acabar se voltando contra ele.

Nesse cenário, os EUA e a Europa deixam claro que, se Putin for substituído por um líder mais moderado, a Rússia verá o levantamento de algumas sanções e a restauração das relações diplomáticas normais.

Poderia haver um golpe sangrento no palácio, e Putin estaria fora do poder.

Novamente, isso pode não parecer provável agora. Mas pode não ser implausível se as pessoas que se beneficiaram de Putin não acreditarem mais que ele pode defender seus interesses.

Para concluir

Esses cenários não são mutuamente excludentes — alguns aspectos de cada um podem se combinar para produzir resultados diferentes.

Mas, independentemente do desenrolar desse conflito, o mundo mudou. Não voltará ao status quo de antes.

A relação da Rússia com o mundo exterior será diferente.

As atitudes europeias em relação à segurança serão transformadas, a exemplo da ampliação militar histórica anunciada pela Alemanha.

E a ordem internacional baseada em normas e regras pode redescobrir para que ela servia inicialmente.

BBC Brasil

8º dia de guerra: mais ataques e acordo para saída de civi

 




Em meio a contínuos bombardeios, tropas russas avançam no sul da Ucrânia. Zelenski pede encontro com Putin, e representantes dos dois países concordam em criar corredores humanitários. Macron e Scholz reforçam pressão.

A guerra na Ucrânia entrou em seu oitavo dia nesta quinta-feira (03/03), marcado por contínuos ataques russos, apesar da condenação internacional e de sanções econômicas massivas do Ocidente.

O ministro russo do Exterior, Serguei Lavrov, afirmou que a "operação" de seu país na nação vizinha continuará, acrescentando que qualquer acordo de paz deverá incluir a "desmilitarização" da Ucrânia.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, por sua vez, saudou o "heroísmo" dos soldados russos que lutam na Ucrânia e disse que a guerra corre conforme o planejado. Ele ainda acusou forças ucranianas de usar escudos humanos, embora não tenha apresentado evidências.

Do outro lado, o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, afirmou estar disposto a se encontrar pessoalmente com Putin. "Sente-se comigo para negociar, mas não a 30 metros", ironizou, aparentemente se referindo a fotos recentes de Putin sentado na ponta de uma mesa extremamente grande quando se encontrou com o presidente da França, Emmanuel Macron.

"Eu não mordo. Do que você tem medo?", questionou Zelenski em uma coletiva de imprensa. "Qualquer palavra é mais importante que tiros."

Também nesta quinta-feira, representantes da Rússia e da Ucrânia reuniram-se em Belarus, na segunda rodada de conversas entre os dois países desde que Moscou invadiu o território ucraniano.

Mykhailo Podolyak, conselheiro presidencial da Ucrânia, disse que ambas as partes concordaram em criar corredores humanitários para permitir a entrada de mantimentos e insumos e a retirada de civis. Apesar do compromisso, ele considerou o resultado da reunião frustrante. "Para nosso grande pesar, não conseguimos os resultados que gostaríamos", disse.

Podolyak também afirmou que os dois países concordaram em se reunir novamente, sem especificar uma data. O chefe da delegação russa, Vladimir Medinski, confirmou o acordo sobre os corredores e avaliou que houve "progresso substancial" nas negociações. Segundo ele, houve acordo sobre cessar-fogos provisórios na região dos corredores.

A luta pelo sul da Ucrânia

O Exército russo afirmou que tomou a cidade de Kherson, de mais de 250 mil habitantes, na principal vitória da Rússia desde a invasão. Autoridades ucranianas confirmaram que as forças russas assumiram o controle da sede do governo local.

Tropas russas também teriam entrado na cidade sulista de Enerhodar, onde está localizada a maior usina nuclear da Europa, Zaporizhia, atingida por bombardeios russos nesta quinta-feira.

Fortes combates continuaram ainda na cidade portuária de Mariupol, onde os ataques cortaram o abastecimento de água, energia e alimentos. O prefeito Pavlo Kyrylenko descreveu o cerco russo como uma "punição" à cidade.

Combates em outros locais

Mais bombardeios foram relatados na cidade de Chernihiv, no norte do país, onde as autoridades disseram que pelo menos 33 civis foram mortos e 18 ficaram feridos após um ataque russo em uma área residencial. Equipes de socorro foram forçadas a suspender suas buscas nos destroços devido a novos bombardeios.

Explosões ouvidas por jornalistas ao longo da noite na capital, Kiev, eram mísseis sendo abatidos pelos sistemas de defesa aérea da Ucrânia, segundo o prefeito da cidade. Um comboio de veículos russos de mais de 60 quilômetros de extensão continua estacionado fora de Kiev. Forças russas também bombardearam a segunda maior cidade do país, Kharkiv.

Pressão internacional

O chanceler federal alemão, Olaf Scholz, pressionou por um cessar-fogo na Ucrânia e descreveu a invasão russa como "guerra contra o povo ucraniano". Ao mesmo tempo, ele disse que buscar uma "mudança de regime", referindo-se à possibilidade de derrubar o presidente russo, não é uma opção viável.

Fontes do Ministério da Economia alemão disseram que Berlim deve enviar mísseis antiaéreos para a Ucrânia.

Enquanto isso, o presidente da França falou por telefone com Putin e alertou o líder russo de que ele está cometendo um "grande erro" na Ucrânia. Macron disse que, após conversar por 90 minutos com Putin, teria concluído que "o pior ainda está por vir" na guerra na Ucrânia.

Os Estados Unidos anunciaram novas sanções voltadas principalmente a oligarcas russos e também a membros do governo ligados diretamente a Putin. O Departamento de Estado dos EUA ainda anunciou que vai impor proibições de vistos a 19 oligarcas russos e a dezenas de seus familiares e pessoas próximas.

Washington ainda divulgou que essas pessoas ficarão isoladas do sistema financeiro dos EUA, e que seus bens em solo americano serão bloqueados.

Um número crescente de grandes empresas – da Apple à Mercedes-Benz – deve deixar a Rússia. O grupo alemão Volkswagen decidiu interromper suas atividades comerciais no país.

Da mesma forma, a varejista sueca de móveis Ikea afirmou que está fechando suas operações na Rússia, interrompendo todas as exportações e importações da Rússia e de Belarus, uma decisão que terá "um impacto direto em 15.000 colaboradores da Ikea".

A guerra causa impactos também no mundo do esporte. O Comitê Paralímpico Internacional (CPI) voltou atrás e anunciou que os atletas russos e belarussos estão excluídos dos Jogos Paralímpicos de Inverno, em Pequim.

A decisão ocorre um dia depois que o CPI permitiu a presença dos atletas dos dois países no evento, mas com bandeira neutra e sem aparecer no quadro de medalhas. O argumento usado foi que "os atletas não eram os agressores".

Mas a presença de russos e belarussos no evento levou a protestos e ameaças dos comitês paralímpicos nacionais de boicotar os Jogos, afirmou o presidente do CPI, Andrew Parsons.

Refugiados

A União Europeia (UE) aprovou a chamada proteção temporária para refugiados ucranianos. Ao mesmo tempo, o bloco também está montando um centro humanitário na Romênia, que faz fronteira com a Ucrânia.

Washington anunciou medida semelhante. Os EUA vão conceder status de proteção temporária a ucranianos que já estão no país, o que significa que eles podem permanecer em solo americano sem risco de deportação.

O Brasil também publicou uma portaria nesta quinta-feira oficializando a concessão de visto humanitário aos que fogem da guerra na Ucrânia. Os vistos terão duração de seis meses.

Até o momento, a ONU estima que em torno de 1 milhão de pessoas já deixaram o território ucraniano desde que a Rússia começou a invasão, há uma semana.

Vítimas da guerra

Moscou informou que cerca de 500 soldados russos morreram até agora e aproximadamente 1.600 foram feridos. A Ucrânia não divulgou cifras sobre vítimas entre suas forças armadas.

As Nações Unidas afirmam que pelo menos 227 civis morreram e 525 ficaram feridos na Ucrânia desde o início das hostilidades, em 24 de fevereiro. O Serviço de Emergência Estatal da Ucrânia fala em mais de 2.000 vítimas civis, embora não seja possível verificar esse dado.

ek (ots, DW, Reuters, AP)

Deutsche Welle

Cafezinho



Deputado Arthur do Val faz comentários sexistas sobre mulheres ucranianas

Deputado Arthur do Val faz comentários sexistas sobre mulheres ucranianas
Foto: Reprodução / Portal Metrópoles

O deputado estadual Arthur do Val (Podemos), conhecido como 'Mamãe Falei', enviou ao menos quatro áudios para colegas com comentários sexistas sobre as policiais da fronteira. 

 

“Mano, estou mal. Passei agora, 4 barreiras alfandegárias, duas casinhas pra cada país. Eu contei, são 12 policiais deusas. Que você casa e faz tudo que ela quiser. Eu estou mal cara, não tenho nem palavras para expressar. Quatro dessas eram ‘minas’ que se ela cagar [sic] você limpa o cu dela com a língua. Inacreditável. Assim que essa guerra passar eu vou voltar para cá”, diz o deputado estadual. 

 

Conforme divulgou o Portal Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias, o parlamentar viajou à Ucrânia na companhia do coordenador do MBL, Renan Santos. A viagem, que ele alega não ter sido custeada com dinheiro público, foi para supostamente ajudar os refugiados ucranianos.

 

O deputado chegou a postar imagens ao lado de garrafas nas redes sociais. Ele diz ter ajudado a resistência contra a invasão russa a produzir coquetéis molotov para a guerra.

 

Em outras mensagens também divulgadas pelo Portal Metrópoles, o deputado diz que as refugiadas que ele encontrou na fronteira entre a Eslovênia e a Ucrânia “são fáceis, porque são pobres”. Ele diz também que a fila de baladas brasileiras “não chega aos pés da fila de refugiados aqui”.

 

“Vou te dizer, são fáceis, porque elas são pobres. E aqui minha carta do Instagram, cheia de inscritos, funciona demais. Não peguei ninguém, mas eu colei em duas ‘minas’, em dois grupos de ‘mina’, e é inacreditável a facilidade”, comentou.

 

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