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quarta-feira, janeiro 05, 2022

A incerteza provocada




Por Míriam Leitão (foto)

Todos os anos são imprevisíveis à sua maneira, mas este ano é imprevisível de todas as maneiras. A pandemia ainda não terminou, a nova onda de contaminação pela ômicron suspendeu a temporada de cruzeiros pelo litoral brasileiro e está ameaçando a realização do carnaval. Se o carnaval para os foliões é festa, para a economia é aumento do nível de atividade. Tudo isso aumenta a incerteza sobre a retomada do setor de serviços. Ano eleitoral sempre é o momento em que os governos aumentam os gastos, mas, neste caso, os gestores públicos estão vivendo um surto extemporâneo de ilusão monetária, a inflação elevou a arrecadação e eles acham que está sobrando dinheiro e começam a gastar por conta.

Virou clichê dizer que essa eleição será polarizada. Na verdade, polarizadas são todas as eleições, principalmente o segundo turno. O que realmente preocupa é que, pela primeira vez, desde a redemocratização, o país está entrando em um ano eleitoral com um presidente antidemocrático no poder. Bolsonaro está claramente em desvantagem nas pesquisas de intenção de votos, mas tem a máquina pública nas mãos, tem ministros subservientes que aceitam fazer qualquer papel que ele exija, e teve apoio de chefes das Forças Armadas nos seus arremedos autoritários, como aquele patético desfile de tropas na Esplanada antes da votação do voto impresso. A dúvida que permanece sobre nossas cabeças é a respeito de quais artimanhas o presidente pretende usar para minar o processo democrático.

Esta é uma eleição diferente de outras, porque o vencedor parece estar consolidado muito tempo antes das eleições. O ex-presidente Lula está num patamar tão alto e tão firme que seu favoritismo dá a impressão de que essa não é uma eleição incerta. E incerteza é da natureza de qualquer processo político democrático. Será um erro o país achar que está tudo decidido porque a maior imprevisibilidade é institucional. O país não pode esquecer as reiteradas ameaças que o presidente Bolsonaro fez às instituições democráticas, ao processo eleitoral, ao Supremo Tribunal Federal, ao Congresso, aos governadores. Bolsonaro é um presidente que governa de costas para a Constituição e contra a população à qual deveria servir. Será respeitoso aos ritos eleitorais? Sairá pela porta do Planalto, depois de civilizadamente entregar a faixa presidencial ao vencedor? A incerteza não é dada pela polarização política, mas pela dúvida sobre quantas agressões o chefe do executivo fará contra o processo de escolha dos eleitores.

As projeções econômicas do PIB continuam cada vez menores. Ontem, o Boletim Focus divulgou uma nova redução na mediana das previsões dos bancos e consultorias. O crescimento caiu de 0,42%, para 0,36%. A imprevisibilidade aqui é que a cada semana esse número cai um pouco. No fim de agosto, a mediana era de 2%. Em quatro meses, o mercado saiu dessa previsão e foi para a aposta de estagnação da economia.

A inflação é a única previsão relativamente otimista da economia em 2022. Os economistas projetam queda do índice à metade. Ela que está hoje em 10% iria para 5%. Sinceramente é uma aposta difícil de sustentar. Há pressões inflacionárias por correções de preços nesse começo de ano. Setores tentarão repassar a inflação do ano passado, como as escolas, ou os mais impactados pelo aumento do salário mínimo. A energia tem reajustes contratados pela má administração da crise hídrica do ano passado. O dólar continuará volátil ,contaminando preços como os combustíveis. O Banco Central atuará para a queda da inflação, mas até que ponto poderá elevar taxa de juros numa economia tão fria?

Será um ano difícil, isso é certo. Com um quadro geral de incertezas na política, na economia, na área social e na relação entre as instituições. Esse final de ano foi um exemplo das nossas aflições. O Nordeste afetado por uma tragédia climática, e o presidente exibindo ostensivamente sua farra nas praias do Sul, o ministro da Saúde atacando a saúde das crianças com manobras protelatórias da vacina e o ministro da Educação querendo suprimir o passaporte de vacinas nas universidades. O ano começa com o presidente novamente internado para tratar de uma obstrução intestinal e sua administração, como sempre, à deriva. Parte da incerteza é da natureza dos eventos, parte será provocada pelo próprio governo.

O Globo

Bolsonaro é um presidente da República em estado terminal




Por Ricardo Noblat (foto)

Estão dadas as condições para que Bolsonaro desista de candidatar-se à reeleição caso se convença que a derrota será certa e humilhante. Seu estado de saúde inspira cuidados, e não é de hoje. É um paciente que desrespeita as recomendações médicas.

Depois da facada que levou em Juiz de Fora, ele já foi operado 4 vezes. A última foi em setembro de 2019 para corrigir uma hérnia que emergiu pela cicatriz da operação anterior. Sua mais recente internação foi em julho passado também com obstrução intestinal.

Somem-se a isso outros dois procedimentos cirúrgicos sem relação com a facada, mas que o obrigaram a ser hospitalizado: a retirada de um cálculo na bexiga e uma vasectomia. Está internado desde ontem, e outra vez por problemas no intestino.

É a sexta vez que ele baixa a um hospital desde que tomou posse como presidente. Ou seja: a cada seis meses, Bolsonaro precisa de socorro médico. E nem por isso abre mão de se fartar com toda sorte de alimentos que lhe dão prazer e que lhe fazem mal.

Ao seu conhecido e turbulento prontuário médico, usado por ele e sua família para extrair vantagem política, acrescente-se dois episódios descobertos pelo jornalista Joaquim de Carvalho, ex-repórter da Veja e ex-editor da Rede Globo de Televisão.

No dia 7 de fevereiro de 2018, 7 meses antes da facada, Bolsonaro foi levado para uma clínica particular de Cascavel, no Paraná, onde participava de atos de pré-campanha, com problemas gastrointestinais, segundo o divulgado à época por sua assessoria.

No dia 13 de abril daquele ano, Bolsonaro passou mal no aeroporto de Boa Vista, Roraima, e foi levado para o Hospital Central do Exército, no Rio. No dia 29 do mesmo mês, Bolsonaro participou de um evento religioso em Blumenau, Santa Catarina.

Imagens de um vídeo mostram que ele se levantou quando o pastor pediu oração de cura para as pessoas com doenças no abdômen. Na ocasião, Michelle, sua mulher, e um homem que estava ao seu lado, colocaram a mão sobre a barriga de Bolsonaro.

Agora, o mais provável é que ele tenha alta do hospital em São Paulo sem passar por uma nova cirurgia. A área lesionada pela facada já foi muito mexida. Seria uma operação de elevado risco de morte para ele e para a reputação do médico cirurgião.

Literalmente, Bolsonaro é um homem-bomba, acumulador de porcarias, que de tempos em tempos terá de ser esvaziado para que não exploda. Seu desempenho como presidente da República está à altura de sua folha corrida como paciente.

Jornal Metrópoles

Governo Bolsonaro inicia 2022 formalizando a criação de nova estatal




POR ROSANA HESSEL

Ao contrário das promessas do ministro da Economia, Paulo Guedes, de arrecadar R$ 1 trilhão com a venda das estatais federais, o governo Jair Bolsonaro (PL) inicia o quarto ano de mandato sem conseguir vender uma única grande empresa pública e, para piorar, cria uma nova estatal federal. De acordo com o Ministério de Minas e Energia (MME), foi ativada, nesta terça-feira (4/1), em Brasília, a Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional S.A. (ENBPar).

A nova estatal foi criada para viabilizar a privatização da Eletrobras, cujo processo de privatização vem se arrastando desde o governo Michel Temer (MDB). “A ENBPar vai assumir as atividades da Eletrobras que não podem ser privatizadas, como as empresas Itaipu Binacional e Eletronuclear (Usinas Angra 1, 2 e 3) e a gestão de políticas públicas”, de acordo com nota do MME.

“As políticas públicas que ficarão a cargo da ENBPar são a universalização de energia elétrica (Luz Para Todos), Mais Luz para a Amazônia, contratos do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfra) e ações do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel)”, destacou o comunicado.

Depois da frustração do programa de privatizações, a venda da Eletrobras e dos Correios foram as duas únicas promessas do ministro Paulo Guedes para serem realizadas em 2022.

A nova estatal também será responsável por bens da União sob administração da Eletrobras e pelos contratos do Fundo Reserva Global de Reversão (RGR), assinados antes de 17 de novembro de 2016, que estavam sob a administração da Eletrobras.

A lei 14.182/2021, que dispõe sobre a desestatização da Eletrobras, autorizou a União a criar a empresa pública, que não será dependente do Tesouro Nacional.  As principais receitas da companhia serão as geradoras Itaipu e Eletronuclear. A sede da nova empresa será em Brasília, como prevê o Decreto 10.791 de 10/09/2021, que criou a nova estatal.  Por enquanto, não foram informados os números de funcionários e de diretores que devem compor a nova estatal.

Correio Braziliense

Nota do blog Tribuna da Internet – Esse pessoal não se emenda. É uma Piada do Ano atrás da outra. Essa anedota de criar uma estatal para poder privatizar a Eletrobras, sem a menor dúvida, é uma piada da melhor qualidade. E a gente fica cada vez com mais saudades de Itamar Franco. Ele era governador de Minas quando pela primeira vez tentaram privatizar a Eletrobrás. Itamar acabou com a brincadeira ao ameaçar dar ordem ao efetivo da PM de Minas para defender as hidrelétricas do sistema Furnas. Vejam como Itamar faz falta no Brasil de hoje. Será que o governador Romeu Zema teria essa coragem? E que país é esse, Francelino Pereira? (C.N.)

Ano novo, expectativas modestas - Editorial




As projeções mais otimistas indicam inflação ainda elevada, juros em alta e baixo crescimento econômico em 2022

Neste início do ano, otimismo é apostar em crescimento econômico superior a 1%, sem o País afundar numa nova recessão.

Otimismo, neste início do ano, é apostar num crescimento econômico superior a 1%, retomar o ritmo anterior à pandemia e continuar correndo atrás da maior parte do mundo, sem afundar numa nova recessão. A recuperação em V prometida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, tirou o Brasil do poço onde havia entrado em 2020. Se houve algum ganho, foi muito modesto. No ano recémterminado, com muita inflação, muito desemprego e consumo contido, o Produto Interno Bruto (PIB) deve ter aumentado 4,5%, segundo a mediana das projeções captadas na última pesquisa Focus, divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central (BC). Em 2022 a expansão econômica deverá ficar em 0,36%, de acordo com a mesma pesquisa. Mas até essa estimativa pode ser considerada rósea demais por muitos economistas fora da equipe de Guedes.

Algumas das previsões mais feias foram formuladas no setor bancário. Para 83,3% dos consultados, haverá algum crescimento econômico em 2022, mas inferior a 1%.

Os demais 16,7% projetam recessão. Para metade dos participantes, neste ano a inflação continuará acima da meta (3,5%) e só convergirá para esse ponto em 2023. Menor atividade, juros mais altos e maiores gastos federais empurrarão para cima a dívida pública, de acordo com 88,9% das projeções obtidas no setor. Para conter a inflação, o BC continuará elevando os juros e a taxa básica estará em 11,75% no fim do ano. Juros continuarão subindo também segundo a pesquisa Focus, mas a previsão, nesse caso, indica uma taxa de 11,5% no fim do ano.

Crédito mais caro dificultará o consumo e a retomada dos negócios e do emprego. O aperto das famílias, pressionadas pelo desemprego, pelo encarecimento dos bens e serviços essenciais e pela piora das condições de financiamento, é perceptível no desempenho do comércio varejista. É fácil entender por que as ações mais desvalorizadas em 2021 foram as de empresas do varejo, como o Magazine Luiza, a Via (dona de Casas Bahia e Ponto), os supermercados Pão de Açúcar e as Lojas Americanas. O desempenho dessas empresas na B3, a bolsa de valores, basicamente refletiu o empobrecimento da maior parte das famílias, em grande parte explicável pelas falhas da política econômica do poder central.

Uma das projeções mais otimistas – crescimento econômico de 1,2% em 2022 – foi divulgada no fim do ano pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

De acordo com o estudo, a economia brasileira deve ter avançado 4,7% em 2021. O PIB industrial, depois de ter diminuído 3,4% em 2020 e aumentado 5,2% no ano seguinte, deverá expandirse apenas 0,5% em 2022, voltando ao padrão de mediocridade observado desde o segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. Inflação elevada, juros altos, amplo desemprego, insumos escassos e energia cara continuarão dificultando a atividade nos próximos meses, de acordo com o documento da confederação. Alguma melhora poderá ocorrer no segundo semestre.

Mas os desajustes ocasionados pela pandemia, como as falhas de suprimento de insumos, explicam apenas em parte as dificuldades da indústria. A crise ligada ao surto de covid-19 agravou problemas conhecidos há muitos anos, como o custo Brasil, a insegurança jurídica e as complicações burocráticas. A correção desses problemas dependerá, em grande parte, da estabilidade macroeconômica e de uma pauta de reformas.

As propostas de mudança apresentadas pela CNI são ambiciosas. Incluem, além de medidas para um crescimento econômico mais vigoroso, uma política destinada a restabelecer o dinamismo da indústria, um setor severamente enfraquecido nos últimos dez anos. Depois da reforma da Previdência, nada relevante se fez na pauta de modernização institucional. Sem plano, sem metas e sem programas típicos de governo, o poder central cuida dos objetivos pessoais de um presidente capturado pelo Centrão.

Nada mais natural, nessas condições, que expectativas de baixo crescimento e desajustes continuados em 2022. Na pauta oficial, votos de feliz ano novo só valem para o presidente, seus familiares e seus aliados.l

O Estado de São Paulo

Crise no funcionalismo: onda de protesto chega ao Banco Central




Adotando mesma estratégia de auditores fiscais, servidores da autoridade monetária podem cruzar os braços

Trabalhadores comissionados da instituição entregam cargos prometendo 'apagão' de serviços, contra reajuste concedido apenas ao policiais federais

Por Raphael Felice 

Brasília – Titulares e suplentes de comissões gerenciais do Banco Central (BC) começaram, ontem, a entregar os cargos, após negociação capitaneada pelo Sindicato dos Funcionários do Banco Central (Sinal). A mobilização é mais uma onda de protesto de categorias do funcionalismo federal contra o reajuste dos salários dos policiais, cuja previsão de recursos foi incluída no Orçamento de 2022. O aumento para os agentes de segurança pública – que compõem apenas 3% de todo o contingente de servidores federais – foi definido mediante pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao relator da peça orçamentária no Congresso, deputado federal Hugo Leal (PSD-RJ).

Antes dos trabalhadores do BC, servidores da Receita Federal adotaram a mesma estratégia na tentativa de ser também beneficiados com a correção dos salários. Nos próximos dias,  uma série de reuniões virtuais com gestores responsáveis por vários setores do banco serão realizadas para explicar a mobilização e convencer o maior número possível de servidores a aderirem ao ato.
 
Além dos titulares comissionados, o sindicato vai convocar também os suplentes, que são cerca de 500, para cruzarem os braços. O objetivo  é paralisar setores e provocar uma espécie de blecaute em serviços realizados pela autoridade monetária.
 
“Todo departamento do Banco Central tem uma função gerencial, composta por pessoas que têm caneta para gerenciar fluxo de trabalho. A ideia é que com essa entrega dos cargos, alguns serviços do banco fiquem paralisados”, explica Fábio Faiad, presidente do Sinal. Faiad também é vice-presidente do Fórum Nacional das Carreiras de Estado (Fonacate), que reúne diversos sindicatos representantes de funcionários públicos, 200 mil, ao todo,  entre associados federais e estaduais.
 
O Fonacate, representante da elite do funcionalismo, organiza paralisação nacional de todas as categorias federais vinculadas no dia 18 de janeiro. Rudinei Marques, presidente do fórum, admite que a janela disponível para incluir reajuste salarial para outras categorias no Orçamento 2022 é curta devido às eleições.
 
Pela legislação, o presidente da República não pode deixar dívida corrente relativa a um mandato para outro. Caso o reajuste dos servidores não seja aprovado em 2022, a correção só poderá ser negociada em 2023 para entrar em vigência no ano seguinte.
 
“Estamos vendo várias categorias do funcionalismo se mobilizando e articulando para aumentar a pressão em prol da campanha salarial de 2022. Teremos uma janela curta, de três meses e as próximas semanas serão decisivas. No dia 18 de janeiro faremos um primeiro protesto nacional buscando reposição das perdas inflacionárias nos últimos cinco anos. Se essa primeira manifestação não for suficiente para abrir um canal de diálogo com o governo, já temos um calendário de mobilizações para semanas subsequentes”, explicou o presidente do Fonacate.

Nacional

Outro grupo integrante da elite dos servidores com vencimentos pagos pela União, os auditores fiscais reforçaram a mobilização,  de acordo com o Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco).  A entidade estima que 1.237 cargos foram entregues por esses profissionais.
 
Com contingente suficiente para provocar apagão na máquina pública, lideranças do chamado “carreirão” – segmento composto por 80% dos servidores públicos federais – também organização paralisação. Segundo o presidente da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Sérgio Ronaldo, haverá no próximo dia 14 reunião para definir datas e paralisações. Há possibilidade de as carreiras vinculadas ao Condsef aderirem à paralisação nacional previsto para dia 18.
 
A pressão para reserva de recursos do Orçamento 2022 destinado a reajuste salarial dos policiais federais  foi exercida pelo próprio presidente Jair Bolsonaro (PL), que ligou para o relator da proposta, deputado Hugo Leal (PSD-RJ). O relator havia, inicialmente, rejeitado o peddo do governo para incluir a previsão de gasto com a correção salarial da categoria de segurança, base de apoio do Palácio do Planalto. O ministro da Economia, Paulo Guedes, foi convencido pelo presidente a solicitar crédito para concessão do aumento.

Correio Braziliense / Estado de Minas

Brasil, última temporada




Urge para o Brasil pegar o bonde da nova agenda global

Por Murillo Camarotto (foto)

Na abertura da Semana de Arte Moderna, 100 anos atrás, o diplomata Graça Aranha alertou, irônico, para a “aglomeração de horrores” que seria apresentada ao público naqueles dias de festival. Em plena era do streaming, um punhado de coincidências com o cenário de 1922 marca o ano em que o Brasil decidirá qual rumo seguir no terceiro século de sua independência.

Impensável até recentemente, um “duelo final” entre Bolsonaro e Lula não apenas se materializou como ganhou a intrigante participação de Sérgio Moro. Se nada sair do roteiro, o embate entre os três protagonistas da política nacional na última década também poderia ser anunciado por Graça Aranha.

Com intensidades distintas, pandemia, crise política, militarismo e dificuldades na economia também ornavam a cena brasileira em 1922, quando foi celebrado o primeiro centenário da independência. O intervalo entre aquela festa e a Proclamação da República, 33 anos antes, coincide agora com o tempo decorrido desde a primeira eleição direta após o fim do governo autoritário.

Lá como cá, urge para o Brasil pegar o bonde da nova agenda global. Na cena artística de 1922, chamavam de “Modernismo”. Na geopolítica atual, inteligência artificial, biotecnologia e uma nova relação com os recursos naturais já estão na ordem do dia, “enquanto aqui embaixo”, como diria Caetano Veloso, “a indefinição é o regime”.

No meio da estrada para o que seremos há a Eleição de 2022. O pleito bem que poderia ser visto como a última temporada da série - categoria drama - iniciada com “Jornadas de Junho” e seguida por “7x1”, “A Reeleição de Dilma”, “Lava-Jato”, “O Impeachment”, “Governo Temer”, “Prisão de Lula”, “A Invenção de Bolsonaro” e “A Pandemia”.

No roteiro de hoje, 4 de janeiro, Lula está mais perto de garantir ao escritor Fernando Morais a parte 2 de sua biografia, com a provável participação no segundo turno. Em 2018, de dentro da cadeia e no auge do antipetismo, o ex-presidente conseguiu transferir ao ex-ministro Fernando Haddad quase 30% dos votos já na primeira ronda.

A confortável posição nas pesquisas, contudo, esconde armadilhas. Iniciada a campanha, o petista terá que encarar fantasmas do passado e explicar o que ainda não explicou, o que não quer explicar e até mesmo o inexplicável. As imagens dos dinheiros desviados e dos aliados algemados voltarão às telas - pequenas e grandes -, a reforçar a frágil memória brasileira.

Lula sabe disso e trabalha para liquidar a disputa no primeiro turno. Além da dianteira nas pesquisas, tem a seu favor a pauta da eleição. Fome, miséria, desemprego e inflação voltaram ao dia-a-dia e, no duelo contra o debate da corrupção, colocam o ex-presidente em franca vantagem. A confirmação de Geraldo Alckmin como parceiro de chapa amplia o favoritismo.

A despeito do que mostram as simulações de segundo turno, uma nova votação preocupa os petistas. A polarização abriria mais espaço para o recrudescimento do discurso anti-PT e para uma coesão das forças refratárias à volta do partido. Se o oponente for Bolsonaro, hipótese mais plausível hoje, inclua uma campanha de ódio sem precedentes, turbinada com dinheiro público, “uma aglomeração de horrores”, recorrendo novamente a Graça Aranha - desta vez sem ironia.

Contra Moro, o fator “aposta” ajuda o ex-juiz. Ele oferece o benefício da dúvida sobre como seria seu eventual governo - algo que os adversários não dispõem. O caminho para o segundo turno, no entanto, é longo e Moro vai navegar um oceano de contradições até outubro. Para reunir as ferramentas mínimas exigidas de um presidenciável competitivo, terá que lidar com muitas das coisas que sua ação como juiz ajudou a demonizar.

Por essas e outras, a candidatura de Bolsonaro não pode ser negligenciada. Mesmo diante dos índices de rejeição e da terra devastada que já deixou, ele conta com 25% da população que já se provou resiliente aos testes mais rigorosos dos limites do absurdo. Também terá a seu dispor o Orçamento da União e uma máquina de desinformação.

Diferentemente de 2018, Bolsonaro estará amparado por uma coligação competitiva e por muito dinheiro do fundo eleitoral. É bastante provável que Ciro Nogueira, Valdemar Costa Neto e Cia o convençam a escancarar ainda mais o cofre, em busca de votos na baixa renda.

Mesmo depois da votação, a “última temporada” ainda pode reservar capítulos sobre a contestação do resultado eleitoral - outra coincidência com fatos do século passado. Em 1922, lideranças militares não reconheceram a derrota de Nilo Peçanha, alegaram fraude e não queriam aceitar que o eleito, Artur Bernardes, tomasse posse.

Os preparativos para a comemoração do primeiro centenário de Independência - para o segundo, ainda não se vê nada - teve entre os fatos mais marcantes a demolição do morro do Castelo, no Rio. O projeto gerou uma profunda divisão entre favoráveis ou contrários à mudança. Fiel ao gosto brasileiro por puxadinhos, o morro acabou parcialmente demolido.

Por trás dessa polêmica, no entanto, estava uma discussão mais importante, sobre o que a República recém-criada deveria conservar ou transformar. Um século depois, o dilema continua atual. Apesar dos sobressaltos, coisas significativas foram construídas desde a redemocratização, como o SUS e a Responsabilidade Fiscal, para ficarmos em poucos exemplos.

A política de destruição deliberada dos últimos anos já fez estragos que levarão outros tantos para serem reparados - na Educação, na política externa e no meio ambiente, para ficarmos, de novo, em alguns poucos exemplos. A ignorância, antes motivo de embaraço, passou a ser empunhada como bandeira, quase que promovida a movimento social.

Quatro anos antes da Semana de Arte Moderna, Monteiro Lobato, contrário ao Modernismo, escreveu “Paranoia ou Mistificação”, texto crítico a uma exposição de Anita Malfatti. A história mostrou que o escritor estava errado nas previsões sobre o futuro do movimento, mas, um século depois, suas palavras ainda podem fazer sentido, em especial quando observados, em retrospectiva, os disparates recentemente vividos neste país.

“São produtos do cansaço e do sadismo de todos os períodos de decadência; são frutos de fim de estação, bichados ao nascedouro. Estrelas cadentes, brilham um instante, as mais das vezes com a luz do escândalo, e somem-se logo nas trevas do esquecimento”.

Valor Econômico

Histórias que vi e ouvi




Por Carlos Brickmann (foto)

Anteontem, dia 3 de janeiro, completei meus primeiros 58 anos de jornalismo, iniciados na Folha de S.Paulo. Ainda estava no curso colegial e tinha muita sorte, que me levou a conviver e aprender com Woile Guimarães, Rolf Kuntz, Renato Pompeu, Murilo Felisberto, Ewaldo Dantas Ferreira, Nahum Sirotsky, Alberto Dines, Isaac Jardanovsky, Gabriel Manzano Filho, Bóris Casoy, Jorge de Miranda Jordão – e ainda me tratavam como colega!

Sorte faz parte do jogo. No dia em que os sequestradores devolveriam o embaixador americano, no Rio, eu estava escalado para ficar no portão. Chatíssimo: o carro entraria em alta velocidade, mergulharia numa garagem subterrânea e, longíssimo, apareceria uma figura na janela, acenando. Chega então o Fernando Bê – hoje o festejado biógrafo Fernando Morais. Dois do mesmo jornal no mesmo lugar? Não: fui para um endereço onde diziam ter achado uma Kombi cheia de armas. Cheguei instantes antes da repressão. Um grupo achava que eu era do outro e eu achava que o noticiário estava liberado, pois respondiam a tudo o que eu perguntava. Quando descobriram, me tomaram as anotações e me mandaram embora, proibindo que escrevesse.

A ditadura ainda não tinha mostrado todos os dentes. Ruy Mesquita, do JT, disse para mudar de hotel naquela noite e escrever. O jornal publicou sozinho, a Polícia foi me buscar no hotel, eu não estava. Esqueceram-me. E, tempos depois, um notável legista me deu provas de assassínio por tortura.

No lugar certo

O corajoso legista Rubens Pedro Macuco Janini fez o atestado de óbito correto de Chael Charles Schreier, meu primo. Decifrando o atestado de óbito, ficou claro que tinha sido morto por tortura. O Estadão deu editorial, Veja entrou firme, a imprensa do Primeiro Mundo recebeu a documentação. Sorte? Um grande jornalista da Associated Press, Joseph Novitsky, sabia que era tudo verdade. Espalhou a notícia e os documentos pelos clientes da AP. Sorte – mas há anos, no JT, trocávamos boas informações com ele.

Assistindo a tudo

Como costumava dizer o proprietário da Folha, Octavio Frias de Oliveira, a vantagem de ser idoso é ter visto tudo acontecer e o contrário também. Vi Sarney, presidente da Arena, o partido pró-ditadura, virar vice de Tancredo, o candidato de oposição. Vi Renan, inimigo de Sarney, virar seu aliado (e de Lula também). Vi Bolsonaro elogiando o ditador venezuelano Hugo Chávez, votando em Lula e dizendo que todo milico tem algo de comunista. Vi que os elogios de Bolsonaro aos torturadores não impediram inimigos da tortura de votar nos candidatos que o presidente indicou para controlar o Congresso.

Alckmin vice de Lula? Coisa comum: tempos idos e vividos.

Feliz 2022

Tirando o último algarismo do ano, que é que vai mudar? Continuamos com 35 partidos, todos muito bem mantidos por nosso dinheiro. Há duas greves em formação no serviço público: uma no Banco Central, outra na Receita – nos dois casos, tudo se inicia com a renúncia de quem ocupa cargos de chefia e a recusa dos subordinados de substituí-los.

A insatisfação tem a mesma raiz tanto na Receita quanto no Banco Central: a ordem de Bolsonaro de reservar uma graninha para dar aumento aos policiais militares. Bolsonaro, a partir do momento em que assumiu, deixou clara sua opção pelos policiais e pelos militares entre todos os demais servidores públicos.

Pague mais

No meio do ano, começa a campanha bilionária com dinheiro público, com mais um incômodo: os anúncios gratuitos na TV e rádio – gratuitos para partidos e candidatos, cobrados pelas emissoras (tabela cheia, sem desconto) e pagos por nós. Mais o escandaloso orçamento secreto, que dá a partidos, senadores, deputados federais e estaduais, R$ 16,5 bilhões para gastar como quiserem em suas bases eleitorais e tendo, portanto, privilégios na luta pela reeleição. Os Estados nordestinos atingidos pelas enchentes não chegarão nem a 10% disso, somados todos os auxílios que talvez recebam.

Tá faltando um

Para completar o quadro, imagine uma eventual greve de caminhoneiros. As ameaças até agora ficaram em palavras. Mas o diesel está caro, as chuvas pioraram as estradas, a mercadoria a ser transportada é pouca. Um perigo.

E vão faltar onze

O que deve mudar em 2022 é o corpo de ministros: Teresa Cristina, da Agricultura, a mais destacada, quer se candidatar ao Senado pelo Mato Grosso do Sul (parada dura, apesar de seu prestígio e da boa gestão: Simone Tebet, do MDB, se não sair candidata à Presidência pode disputar com ela). Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura, que embora tenha sido alto funcionário de Dilma tem prestígio com Bolsonaro, pode tentar o Governo paulista, com Janaína Pascoal, deputada estadual mais votada do país, tentando o Senado; João Roma, a quem o presidente delegou o enfrentamento da crise baiana, sai numa jogada de risco, contra ACM Neto, de um lado, e o PT, de outro.

Brickmann.com.br

Meu voto para 2022 é o fim do governo Bolsonaro




Um orçamento transparente e coeso, fruto de planejamento e avaliação de políticas públicas, é necessário para forjar o futuro

Por Felipe Salto (foto)

Este é um período de renovar ideias e de comprometerse com mudanças para o ano que se inicia. Costumamos fazer votos por mais saúde, paz e felicidade. Vaticinamos, uns aos outros, bons agouros. Desta vez, no entanto, não há voto mais importante do que desejar o fim do governo Bolsonaro. Nada avançará na presença deste horror, em que reinam o obscurantismo, a falta de empatia, a indiferença em relação ao sofrimento do próximo e o amadorismo.

Infelizmente, 2022 será um novo ano perdido. Na economia, projeta-se crescimento baixo, talvez parcialmente compensado por despesas avalizadas pelo rombo no teto de gastos (Emenda Constitucional n.º 95). O desemprego seguirá elevado e o número de pessoas vivendo em condição de pobreza ou de extrema pobreza será alto. A inflação elevada corroeu a renda dos mais pobres e, mesmo desacelerando, em 2022, imporá novo fardo ao orçamento das famílias.

A estagnação da economia brasileira não é necessariamente um fato novo. Entre 2017 e 2019, a taxa média de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) ficou em torno de 1,5%, abaixo do produto potencial (espécie de medida das possibilidades de crescimento de um país). Depois de uma recessão brutal, na esteira da pandemia, o ritmo de recuperação não tem sido suficiente para melhorar as perspectivas de médio prazo.

Hoje, há quase 5 milhões de pessoas a mais em situação de pobreza em relação a 2019. O Estado está falhando gravemente em prover o mínimo necessário para a subsistência. A inépcia na gestão do Auxílio Emergencial, a criação de um programa polêmico no lugar do Bolsa Família, a ausência de um plano de saída da crise e a má qualidade do gasto público ajudam a explicar este quadro geral tão ruim.

As contas públicas estão cada vez mais desorganizadas. O teto de gastos foi abandonado por meio das Emendas Constitucionais n.º 113 e n.º 114, derivadas da PEC dos Precatórios. Os investimentos públicos estão no menor nível da série histórica e o processo orçamentário recebe, ano a ano, novos golpes.

Um orçamento transparente e coeso, fruto de planejamento e avaliação de políticas públicas, é necessário para forjar o futuro. A modernização do Estado e do seu Orçamento é o fio condutor de todas as reformas que precisarão ser endereçadas quando esta súcia de despreparados deixar o Planalto. A partir dela, pode-se abrir caminho para discutir as prioridades do País em todas as áreas.

A concepção de um plano de desenvolvimento de longo prazo pode parecer ideia ultrapassada, mas é, na verdade, inescapável para o Brasil voltar a crescer e a distribuir renda e riqueza. Não há prosperidade por geração espontânea. Estado e mercado são instituições complementares, ambas fundamentais para o progresso econômico e social numa democracia consolidada.

Um governo preparado estaria, agora, dialogando com o resto do mundo para identificar portas de saída desta crise sem precedentes. Há diagnósticos e propostas que poderiam balizar um plano de recuperação pós-pandemia. Apreender a experiência dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), por exemplo, poderia ser um bom começo.

No lugar disso, estamos presos a uma espiral de loucura, crueldade e despreparo. É como estar no pesadelo de Alice sob os desmandos da Rainha de Copas. A diferença é que não é fantasia, mas, sim, uma realidade horripilante.

Este governo orienta-se para o mal. Basta vê-lo pregar, diuturnamente, contra a vacinação, em meio a uma pandemia, ou dar de ombros quando contempla a morte de seus concidadãos. É por isso que se pode afirmar com segurança: este governo nunca será capaz de avançar em qualquer área relevante a contento.

Esperar mudança de atitude ou bom propósito desta turba é dar murro em ponta de faca. O bolsonarismo governa sem projeto. É o poder pelo poder. Para ficar na economia, o programa supostamente liberal do ministro não saiu do papel. Na verdade, tratava-se, desde o início, de um conjunto de ideias mal-ajambradas, de indicações gerais sobre tamanho do Estado, descentralização de recursos e quetais. Um mol de platitudes.

Tanto é assim que as propostas da lavra do Executivo tiveram um de dois destinos: ou foram aprovadas, como a PEC Emergencial (Emenda 109), para piorar o arcabouço constitucional; ou morreram na praia, como a reforma tributária.

A base de sustentação do governo compõe-se de cidadãos desinformados e ludibriados por bandeiras ditas moralistas. As hostes oficiais, a começar pelo próprio presidente, desacreditam os veículos de comunicação, substituídos por redes de fake news. Esses apoiadores, que ainda somam fatia relevante do eleitorado, acabam enlevados por um ideário simplista, mas eficiente ao que se propõe: mostrar que Bolsonaro teria sido eleito para tirar o País das mãos do comunismo, dos corruptos, etc. É esse o grau de loucura, de burrice e de calhordice.

Sair dessa armadilha requererá união. A reconstrução do País, a partir de 2023, começa agora. Por essa razão, meu único voto para 2022 é este: que termine logo o pior governo da história do País. 

O Estado de São Paulo

Brasil e vários países registram casos de flurona




Pelo menos três estados brasileiros têm relatos de pacientes que apresentaram infecção simultânea de coronavírus e do vírus de gripe. Contágios duplos também ocorrem nos últimos dias em Israel, Hungria e Espanha.

Pelo menos três estados brasileiros têm relatos de pacientes que apresentaram infecção simultânea de coronavírus e do vírus de gripe, o que tem sido chamado de "flurona" -- uma junção das palavras "flu", (gripe em inglês), com "corona".

Nos últimos dias, outros países também registraram o fenômeno, detectado pela primeira vez nos Estados Unidos durante o primeiro ano da pandemia de covid-19.

No Brasil, foram noticiados casos de flurona nos estados de Rio de Janeiro, Ceará e São Paulo.

No Rio de Janeiro, um adolescente de 16 anos testou positivo para as duas doenças. A família dele informou ter confirmado a infecção através de testes realizados em dois laboratórios particulares. Segundo informações da TV Globo, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio confirmou um segundo caso no estado.

No Ceará, foram contabilizados três casos desde dezembro, todos em Fortaleza, incluindo um bebê de um ano. Segundo a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), duas crianças estiveram internadas em unidades particulares sem agravamento do quadro clínico e já receberam alta. O terceiro paciente é um homem de 52 anos que não precisou de internação e cumpre isolamento.

Ao menos um caso foi relatado em São Paulo, e diversas secretarias estaduais de Saúde investigam casos suspeitos e deve aumentar a contagem de confirmações nos próximos dias.

Israel, Hungria e Espanha

No último sábado (01/01), o governo de Israel registrou um caso dessa infecção dupla do coronavírus e do vírus influenza numa grávida não vacinada. Ela recebeu alta em 30 de dezembro após ser tratada de sintomas leves derivados da infecção simultânea, segundo o jornal Times of Israel.

Especialistas do Ministério da Saúde israelense acreditam que haja casos semelhantes, ainda não identificados, quando o país registra quase 2 mil internações por gripe, enquanto os testes positivos para coronavírus da variante ômicron aumentam.

A circulação dos vírus influenza e covid-19 ao mesmo tempo preocupa principalmente pelo risco para a população mais vulnerável, já que as duas doenças afetam o aparelho respiratório superior, alertam especialistas.

Na Hungria, o laboratório privado Neumann Labs identificou a presença de flurona em dois casos, ambos envolvendo menores de 30 anos, informou o jornal digital Népszava nesta terça-feira.

Na Espanha, os primeiros casos de flurona foram identificados na região da Catalunha. "Temos um ou outro caso, mas eles não representam uma diferença em relação aos outros. São poucos, são circunstanciais e não têm mais relevância", explicou a diretora do Serviço Catalão de Saúde, Gemma Craywinckel, na segunda-feira.

Deutsche Welle

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