Certificado Lei geral de proteção de dados

Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados

quinta-feira, outubro 07, 2021

Randolfe para Marcos Rogério: 'Vem defender bandido'




Os senadores Marcos Rogério (DEM-RO) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP)

Senador governista (esq.) acabou brigando com o vice-presidente da CPI nesta quarta-feira

Por Ana Mendonça

Os senadores Marcos Rogério (DEM-RO) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) discutiram durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID desta quarta-feira (6/10). O governista acusou o depoente Paulo Roberto Vanderlei Rebello Filho, diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), de ter uma relação com o ex-senador petista Lindbergh Faria.
 
Após a acusação, Paulo Roberto Faria negou qualquer relação com o ex-senador.

Em seguida, a briga começou. O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues, acusou Rogério de “defender bandidos”. “Deixa de ser mentiroso”, gritou o vice para o governista.
 
“Deixa de ser mentiroso, deixa de fazer palhaçada. Se isso aqui é um circo, você é o maior palhaço. Vem aqui proteger Ricardo Barros, só vem proteger bandido aqui”, disparou Randolfe.

Marcos Rogério, diz: “Fiquem tranquilos senadores, os ataques de vossas excelências não me atingem. Cada um mede os outros com a sua régua”, disse. 

Os dois começam a discutir sobre narrativas. “Vai vendo Brasil!”, gritou Rogério. 

Para o senador governista, a CPI inventa narrativas para poder justificar suas ações. 
  
Estadão / Estado de Minas

Câmara conclui votação de projeto que flexibiliza lei de improbidade




Proposta estabelece que, para a condenação de agentes públicos, será exigida a comprovação de dolo, ou seja, da intenção de cometer irregularidade. Texto vai à sanção do presidente Jair Bolsonaro.

Por Luiz Felipe Barbiéri e Elisa Clavery

A Câmara dos Deputados concluiu nesta quarta-feira (6) a votação do projeto que flexibiliza a lei de improbidade administrativa e passa a exigir a comprovação de dolo (intenção) para a condenação de agentes públicos pelo crime de improbidade.

O projeto de lei foi aprovado pela Câmara em junho, mas voltou para análise dos deputados porque foi modificado pelo Senado. Por isso, na votação desta terça (5), os deputados analisaram somente as mudanças feitas pelos senadores — oito, no total.

Nesta quarta (6), os deputados rejeitaram o único destaque (sugestão de alteração) que foi à votação e, com isso, mantiveram uma mudança feita pelo Senado para dar prazo de até um ano, após a publicação da lei, para que o Ministério Público manifeste interesse na continuidade de um processo de improbidade administrativa.

Na versão original da Câmara, no caso de ações abertas antes da vigência da lei, as Fazendas Públicas poderiam manter a titularidade das ações até o final dos processos.

Segundo o deputado General Peternelli (PSL-SP), que defendeu a aprovação do destaque, um ano é um período curto para que o Ministério Público analise as ações - portanto, a versão da Câmara seria mais adequada, segundo ele.

"Essa proposta faz com que todas as ações que tiveram início na Fazenda Nacional parem, prejudicando-as. O Ministério Público terá que analisar todas essas ações no prazo de um ano. Isso não vai permitir uma análise correta", justificou General Petternelli (PSL-SP), a favor do destaque.

Agora, a proposta segue para sanção do presidente Jair Bolsonaro, que pode chancelar ou vetar a proposta.

A proposta

A lei de improbidade administrativa, de 1992, trata das condutas de agentes públicos que:

    atentam contra princípios da administração pública;

    promovam prejuízos aos cofres públicos;

    enriqueçam ilicitamente, se valendo do cargo que ocupam.

Uma das principais alterações estabelecidas pela proposta é que será exigida a comprovação de dolo — intenção de cometer irregularidade — para a condenação de agentes públicos.

Pelo projeto, servidores públicos que tomarem decisões com base na interpretação de leis e jurisprudências também não poderão ser condenados por improbidade.

O texto ainda determina que só será cabível ação por improbidade se houver dano efetivo ao patrimônio público.

Atualmente, a lei de improbidade permite a condenação de agentes públicos que lesarem os cofres públicos por omissões ou atos dolosos e culposos, isto é, com ou sem intenção de cometer crime.

Para especialistas, a mudança prevista no projeto, na prática, dificulta a condenação e, consequentemente, pode atrapalhar o combate a irregularidades.

Segundo o presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), Ubiratan Cazetta, é "muito difícil" comprovar a intenção nos casos de improbidade.

Por sua vez, defensores da medida, parlamentares em sua maioria, dizem que a alteração é necessária para dar mais segurança aos gestores públicos na tomada de decisões, principalmente, nas prefeituras de pequenas cidades.

Enriquecimento ilícito

O projeto estabelece também que, em casos de enriquecimento ilícito e prejuízo aos cofres públicos, a sanção de perda de função pública atinge somente o vínculo de mesma natureza da época que o político cometeu a infração.

Ou seja, se um deputado federal for condenado por improbidade em razão de fatos da época em que era um deputado estadual, por exemplo, ele não pode perder o mandato.

O texto permite, no entanto, que, em caráter excepcional, a Justiça estenda a punição a outros vínculos públicos "considerando-se as circunstâncias do caso e a gravidade da infração".

Exclusividade do MP

Pelo texto, o Ministério Público será o único órgão legitimado a propor ações de improbidade. Atualmente, órgãos de estados, municípios e a União podem propor essas ações.

Isso, segundo Associação Nacional dos Advogados Públicos Federais, pode afetar as negociações dos acordos de leniência da lei anticorrupção.

Restrições

O texto do projeto também deixa de exemplificar condutas consideradas como improbidade administrativa para definir, em um rol restrito, taxativo, o que de fato pode ser considerado improbidade.

Advogados públicos da Associação Nacional dos Advogados Públicos Federais dizem que esta mudanças excluem condutas hoje consideradas improbidade, como assédio sexual, moral e tortura.

Acordo de não persecução

O texto também prevê que o Ministério Público poderá fechar acordo de não-persecução penal, no qual o Estado decide não processar um criminoso por determinado delito.

Segundo a proposta, o acordo só poderá ser feito se forem cumpridos os seguintes requisitos:

    integral ressarcimento do dano;

    revertida à pessoa jurídica lesada a vantagem indevida obtida;

    seja ouvido o ente federativo lesado;

    seja aprovado o acordo, no prazo de até 60 dias, pelo órgão do Ministério Público competente;

    haja homologação judicial, independentemente de o acordo ocorrer antes ou depois do ajuizamento da ação de improbidade administrativa.

Conforme a proposta, a celebração deste acordo levará em conta:

    personalidade do agente;

    natureza, circunstâncias, gravidade e repercussão social do ato de improbidade;

    vantagens, para o interesse público, da rápida solução do caso.

O projeto estabelece ainda que o acordo poderá ser feito:

    durante as investigações;

    no curso da ação de improbidade;

    após a execução da sentença condenatória.

A competência para firmar o acordo será de exclusividade do MP. Se o investigado descumprir os termos do acordo de não persecução, ficará 5 anos sem poder fazer novo acordo do tipo com o órgão.

Nepotismo

O relator da proposta na Câmara, Carlos Zarattini (PT-SP), rejeitou em seu parecer um dispositivo, incluído pelos senadores, que retirava a exigência de comprovação de dolo em caso de nepotismo em indicações políticas feitas por agentes públicos que tenham cargo eletivo.

Ou seja, na prática, a lei exigirá provas de que a indicação de um familiar foi feita com intenção de cometer irregularidade.

O relator defende que a redação da proposta, como veio do Senado, é dúbia. Além disso, afirma que a proposta caracteriza o nepotismo como improbidade administrativa.

Outros pontos

    Nepotismo: O projeto fixa a redação de uma súmula do Supremo Tribunal Federal (STF) que trata de nepotismo, que passa a ser descrito como: "Nomear cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas". Atualmente, a lei não define o nepotismo como uma das hipóteses de improbidade.

    Prazos: o texto prevê que o inquérito civil para apuração de ato de improbidade deve ser concluído em um ano, prorrogável uma única vez por igual período. Atualmente, não há prazo. Além disso, o Ministério Público terá um ano, a partir da publicação da lei, para manifestar interesse no prosseguimento de ações propostas pelas fazendas públicas.

    Direitos políticos: Em caso de enriquecimento ilícito, o projeto aumenta de até 10 anos para até 14 anos a suspensão dos direitos políticos do agente. O texto também prevê multa equivalente ao valor incorporado ao patrimônio, que pode ser dobrada (hoje, a lei estabelece multa de até três vezes o valor). Condenados também ficarão sem poder contratar com o Poder Público ou receber incentivos fiscais do governo por até 14 anos (hoje são 10 anos).

    Honorários de sucumbência: os cofres públicos terão que arcar com o pagamento dos chamados "honorários de sucumbência" dos advogados dos acusados, no caso de improcedência da ação de improbidade movida pelo Ministério Público, se for comprovada má-fé.

    Prejuízo ao erário: em caso de prejuízo ao erário público, a suspensão de direitos políticos passará de até 8 anos para até 12 anos. A multa será equivalente ao valor desviado (a lei atual estabelece multa de até duas vezes). A proibição de contratar e receber incentivos do Poder Público será de até 12 anos (hoje são 5 anos).

    Atentado aos princípios da administração pública: em caso de atos que atentem contra princípios da administração pública, foi excluída a suspensão de direitos políticos. A multa cairá de até 100 vezes o valor do salário do agente para até 24 vezes. A proibição de contratar com o Poder Público e receber incentivos subiu de 3 anos para até 4 anos.

    Execução das sanções: as sanções previstas na lei só poderão ser executadas após o trânsito em julgado da condenação, ou seja, quando não couberem mais recursos judiciais;

    Absolvição: a absolvição criminal em ação que discuta os mesmos fatos, confirmada por decisão colegiada, impede o trâmite da ação por improbidade;

    Competência do MP: a ação de improbidade será de competência exclusiva do Ministério Público;

    Prescrição: a prescrição para a propositura da ação por improbidade é de 8 anos, contados a partir da data de ocorrência do fato, ou, em casos de crimes permanentes, do dia em que cessou a prática. Críticos dizem que esse ponto favorece a quem tem condições de, por meio de recursos, atrasar processos na Justiça;

    Propaganda pessoal com dinheiro público: usar dinheiro público para se enaltecer e personalizar atos, programas, obras, serviços ou campanhas de órgãos públicos será considerado improbidade se comprovada a intenção de obter benefício para si ou terceiros;

    Licitações: fraudes a licitações ou a processo seletivo para firmar contratos com entidades sem fins lucrativos só serão classificados como improbidade se acarretarem perda patrimonial efetiva;

    Ilícitos: será punido o agente que agir "ilicitamente" na conservação do patrimônio público ou na arrecadação de tributos ou renda;

    Benefícios tributários: conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário de forma indevida só será improbidade se houver perda patrimonial efetiva e se comprovar dolo do agente;

    Sigilo: revelar fatos ou circunstâncias sigilosas só será crime se a informação privilegiada prover benefícios ou colocar em risco a segurança da sociedade e do Estado;

    Concurso público: frustrar a legalidade de concurso público será crime se o ato for tomado em benefício próprio, direto ou indireto, ou de terceiros.

    Prestação de contas: o agente que deixar de prestar contas de caráter obrigatório será enquadrado em improbidade quando tentar ocultar irregularidades;

    Interpretação de leis: atos ou omissões baseadas em interpretações de leis, e jurisprudência não configuram improbidade administrativa;

    Responsabilização de terceiros: terceiros só serão responsabilizados se tiverem influência na prática ilícita, seja induzindo ou concorrendo dolosamente para sua ocorrência, afastando-se a possibilidade de processar quem não participou minimamente do ato;

    Indisponibilidade de bens: poderá haver indisponibilidade liminar (provisória de bens) de acusado por improbidade, mas o bloqueio será feito, prioritariamente em bens de menor liquidez, como carros e imóveis, evitando-se bloqueio direto de contas bancárias, “de forma a garantir a subsistência do acusado ao longo do processo”.

    Entidades privadas: caberá ação por improbidade no âmbito de entidades privadas se estas receberem recursos públicos;

    Condenação de pessoa jurídica: o projeto estabelece que no caso de condenações de pessoas jurídicas, os efeitos econômicos e sociais das sanções devem ser observados para viabilizar a manutenção de suas atividades;

    Artigos revogados: foram revogados artigos que incluíam como hipóteses de improbidade a "prática de ato visando fim proibido em lei” e a “transferência de recursos a entidade privada, em razão da prestação de serviços na área de saúde sem a prévia celebração de contrato, convênio ou instrumento congênere”;

    Partidos políticos: atos que ensejem enriquecimento ilícito, perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação de recursos públicos dos partidos políticos, ou suas fundações, serão responsabilizados pela Lei dos Partidos Políticos e não pela lei de improbidade. Para críticos, a mudança abre espaço para uso mal intencionado de recursos dos fundos partidário e eleitoral.

G1

Começa a temporada de trombas d'água




Sinais em discursos e reuniões de Lula demandam atenção

Por Fernando Exman (foto)

No Planalto Central, a primavera chega para aliviar o irrespirável ar que caracteriza o fim do período de seca. A estiagem é brutal. Mas, acostuma-se a conviver com os baixíssimos índices de umidade. Há até quem agradeça a previsibilidade que a seca proporciona e dela se aproveite para programar os fins de semana, feriados, viagens e eventos ao ar livre, algo que fica mais difícil de se fazer com o início da estação chuvosa.

É neste momento, também, que crescem as ocorrências de trombas d’água nos rios e cachoeiras da região, arrebatador fenômeno natural que passou a ser usado por petistas para descrever o retorno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à arena eleitoral.

Trombas d’água, como também são conhecidas as chamadas “cabeças d’água” em algumas regiões, exigem atenção. Elas costumam pegar de surpresa os mais incautos que, seguros de si, menosprezam os alertas do ambiente que os cerca.

Normalmente, esses sinais são tênues mesmo. Quase imperceptíveis: mais espuma ou sujeira na água; um ou outro galho flutuando como se não tivesse sido arrancado há instantes, rio acima, por uma força abissal - e inesperada - da natureza.

Pode-se estar numa cachoeira com tempo bom e céu claro. Nenhum indício de que neste exato instante esteja ocorrendo, na cabeceira do rio, uma forte chuva. De repente, um aumento avassalador no volume das águas ocorre e surpreende os mais desatentos. Pessoas, animais e vegetação são arrastados. Mortes não são raras. Ficam os relatos dos que sobreviveram e as lições para aqueles que insistirão em frequentar cachoeiras e rios durante a época de chuvas.

Entre petistas, a comparação é feita com o objetivo de dimensionar o que Lula representa para o jogo eleitoral de 2022.

Inesperada, a candidatura presidencial não era programada nem pelos militantes mais esperançosos. E só foi viabilizada depois da reviravolta judicial que declarou o então juiz Sergio Moro parcial ao condenar o ex-presidente.

O partido ainda precisará, porém, brigar para consolidar a versão segundo a qual Lula é inocente e foi vítima de perseguição política. “Vão falar que não é verdade que o Lula está inocentado. Mas, também não é verdade que tem processo (concluído). Tem que começar tudo de novo para ele ser condenado. Então, ele é um cidadão inocente”, argumenta um dirigente da sigla.

De quebra, o PT comemora o fato de a Câmara ter aprovado uma quarentena eleitoral para juízes, policiais, promotores e militares a partir de 2026. Como o projeto não precisará ser votado imediatamente, dá-se como certo que o Senado não irá se opor à medida mais à frente. E, de qualquer forma, mais importa o fato político.

Nas projeções de cenários feitas pela legenda, também não estava contemplada a possibilidade de o presidente Jair Bolsonaro estar tão fragilizado no período pré-eleitoral. Isso porque na história recente Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma Rousseff souberam aproveitar o cargo de presidente da República para permanecer no poder por mais quatro anos.

No caso de Bolsonaro, contudo, seu desempenho nas pesquisas de intenção de voto mostraria (na ótica petista) a mobilização da direita para fazer a disputa ideológica em torno de temas que têm grande incidência nesta parcela do eleitorado, mas não necessariamente proporcionar uma nova arrancada capaz de assegurar a reeleição do chefe do Executivo. A conjuntura econômica tende a criar-lhe ainda mais dificuldades.

A imagem da tromba d’água é utilizada no PT para também dar uma dimensão da força que esperam de Lula em outubro do ano que vem. Não se vislumbra a possibilidade de ele ficar de fora do segundo turno, e se trabalha com o cenário de que o ex-presidente naturalmente aglutinará as forças políticas, principalmente de esquerda, que querem tirar Bolsonaro do comando do país. Ou, em outras palavras, deve sair arrastando o que e quem estiver pela frente.

Até lá, caberá a empresários, investidores e autoridades estrangeiras observarem os sinais presentes no ambiente. E as viagens de Lula pelo país, seus discursos e as reuniões reservadas das quais participa estarão repletos deles.

Esta semana, por exemplo, Lula passa alguns dias em Brasília, mas em outros momentos já foi possível captar que um eventual governo Lula fará de tudo para alterar o arcabouço fiscal, algo que coloque um fim no teto de gastos e viabilize uma elevação dos investimentos públicos. O PT conta com a ampliação dos investimentos no Orçamento da União como forma de induzir a retomada do crescimento econômico.

Em outros casos, como quando Lula advoga a necessidade de o Estado incentivar a indústria ou se compromete a atacar a miséria e o desemprego, ainda não se tem clareza sobre o que faria de fato. Ainda assim, todas as oportunidades serão usadas para que se afaste o receio, existente na iniciativa privada e entre dirigentes do Centrão, de que o Lula de 2022 estará distante do “Lulinha paz e amor” da campanha de 2002. Teme-se que o ex-presidente mantenha um discurso mais raivoso, cheio de mágoas e demonstrações de que buscará vingar-se de seus algozes.

“O Lula é uma das pessoas mais pragmáticas deste país”, pondera um interlocutor do ex-presidente, assegurando que o petista não irá para o embate com o mercado nem levará adiante a ideia de regular a imprensa. A temporada de trombas d’água está apenas começando.

Presente para Ciro

Veio antecipado o presente das alas mais radicais da esquerda para Ciro Gomes, que aniversaria no início do mês que vem. O pré-candidato a presidente do PDT foi hostilizado durante manifestação no fim de semana e, com a bandeira do Brasil em mãos, revidou chamando seus críticos de “fascistas de vermelho”. Matéria-prima preciosa para quem pretende se apresentar a uma parcela mais ampla do eleitorado como aquele que caminhará na coluna do meio, entre Lula e Bolsonaro, opondo-se aos dois.

Valor Econômico

O Brasil na imprensa alemã (06/10)




Protesto contra o governo: "Presidente Bolsonaro está sob forte pressão num Brasil abalado pela crise", diz jornal alemão

Queda de popularidade de Bolsonaro, perspectiva de um duelo nas urnas entre o presidente e Lula e processo por indenização das vítimas de Brumadinho na Alemanha são destaques.

Rheinishe Post – Contra a parede (06/10)

Crise do coronavírus, desemprego, isolamento: o presidente Bolsonaro está sob forte pressão num Brasil abalado pela crise. Agora, ele está mobilizando seus apoiadores, incitando contra as instituições e até flertando com um golpe

(…)

No maior país da América Latina, a campanha eleitoral entre dois dos animais alfa praticamente começou. De um lado, está o governante Jair Bolsonaro, que está contra a parede nas pesquisas. Quase 600 mil mortes por covid-19 são atribuídas principalmente a ele e sua conduta banalizante, sua ridicularização das medidas de higiene e das vacinas, sua troca constante de chefes do Ministério da Saúde. Em uma população de 210 milhões de pessoas, uma em cada 350 pessoas morreu de ou com covid. Especialmente nas comunidades pobres, onde as pessoas vivem mais próximas umas das outras e não podem se evitar, quase todas as famílias conhece alguém que tenha morrido da doença.

Além disso, está o dramático colapso da economia. O desemprego aumentou para 15%. Ações de organizações nas favelas ou da Igreja cuidam para que a fome não se espalhe ainda mais exatamente na despensa do mundo e gigante agrícola Brasil. Os preços estão galopando. Mesmo aqueles que têm trabalho gemem sob o peso de impostos e despesas.

Bolsonaro isolou amplamente o Brasil internacionalmente. Seus principais aliados eram Donald Trump e Benjamin Netanyahu. Mas os chefes de governo dos Estados Unidos e de Israel perderam suas eleições. E o resto do mundo rejeita a política de desmatamento de Bolsonaro na Floresta Amazônica, principalmente porque o governante brasileiro se mostra resistente a conselhos em todos os aspectos e não vê razão para mudar de curso, apesar das mudanças climáticas. As alegações de corrupção contra familiares são particularmente amargas para Bolsonaro, já que agir contra a corrupção foi uma das principais promessas de sua campanha. Aos poucos, a imagem do homem forte vai desmoronando.

É por isso que as pesquisas acreditam atualmente numa clara vitória eleitoral em 2022 do ex-presidente de esquerda Lula da Silva, que governou o país de 2003 a 2010. Naquela época, o Brasil estava se saindo muito melhor, ainda que a recuperação econômica fosse comprada com uma política econômica anticlimática semelhante à que existe hoje. Ao contrário de Bolsonaro, no entanto, Lula entendeu como funciona a diplomacia internacional e como lidar com os homólogos. Lula é, no entanto, também a figura odiada da direita brasileira, supostamente um comunista, embora na verdade seja um social-democrata que defende uma espécie de economia social de mercado.

NTV.de – O duelo Bolsonaro contra Lula pode ficar tenso (02/10)

Bolsonaro tem atualmente cinco adversários oficiais à presidência. Provavelmente, só Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), que ocupou a presidência de 2003 a 2010 e se empenhou especialmente no combate à fome e à pobreza, além de melhorar as oportunidades de educação, pode ser realmente perigoso para ele. Uma média de 40% da população se diz a favor dele nas pesquisas.

Na verdade, Bolsonaro provavelmente nunca teria chegado ao poder se Lula, que também era favorito, junto com ele, não tivesse sido excluído das eleições de 2018. Ele foi acusado de suposta lavagem de dinheiro e corrupção e condenado a uma longa pena de prisão. Em 2021 as sentenças foram derrubadas, fazendo com que Lula agora possa concorrer.

Quando os cerca de 148 milhões de brasileiros votantes decidirem sobre seu futuro presidente em 2 de outubro de 2022, nem Bolsonaro nem Lula deverão receber maioria absoluta. A decisão final entre os dois candidatos mais fortes no primeiro turno só será feita no segundo turno, em 30 de outubro.

No entanto, existe uma grande preocupação de que possam ocorrer irregularidades, motins ou mesmo um golpe durante a campanha eleitoral ou após a eleição. Porque no estilo do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, Bolsonaro pode só aceitar uma vitória. O político de 66 anos previu recentemente que seria "morto, preso ou reeleito" numa declaração no estilo do tudo ou nada. Ele sofreu uma tentativa de assassinado antes da eleição de 2018. E atualmente existem várias investigações preliminares contra Bolsonaro, incluindo por corrupção e divulgação de "fake news".

Süddeutsche Zeitung – Qual a culpa da TÜV Süd? (01/10)

Três anos após rompimento de barragem no Brasil, com 270 mortos, um tribunal tem que esclarecer se os certificadores também têm responsabilidade. O caso põe em jogo é a reputação da marca TÜV.

(…)

Nesta semana, a dor está de volta: Gustavo Barroso Câmara compareceu de terno preto nesta terça-feira ao Tribunal Regional de Munique e pediu à TÜV Süd que assumisse a responsabilidade pela tragédia. "Eles certificaram a barragem como segura, embora não fosse segura", disse ele sobre os engenheiros brasileiros que trabalhavam para uma empresa local de propriedade da TÜV Süd, com sede em Munique, e que na época consideraram a barragem como segura. Agora, Barroso Câmara está pedindo uma indenização juntamente com a administração do município afetado de Brumadinho, que fica ao norte do Rio de Janeiro. "A TÜV Süd tem que pagar a todas as vítimas uma compensação adequada."

Para a TÜV Süd, o desastre no continente sul-americano já é um dos piores eventos dos 150 anos de história da empresa. E pode piorar. Primeiro, há muito dinheiro envolvido. Caso Gustavo Barroso Câmara ganhe, centenas de outras vítimas também devem reclamar, os familiares dos 270 mortos, os feridos, aqueles cujos carros foram arrastados, cujas casas se encheram de lama. Os estragos em Brumadinho, cidade próxima à mina causadora do desastre, são consideráveis. Em alguns lugares a lama seca, agora dura como cimento, ainda tem metros de altura.

Deutsche Welle

A República dos Idiótes




Por André Marsiglia Santos (foto)

Na semana passada, chegou-me às vistas um tuíte da deputada Carla Zambelli, do PSL, com o seguinte comentário:

“Sou trans e quero ser respeitada. Meu corpo, minhas regras.”

Incrédulo, talvez com a pressão um pouco baixa, tirei meus óculos, sacudi a cabeça, e, ao torná-los ao rosto, fiz como recomendava Guimarães Rosa a Miguilim – mirei bem a mensagem antes de novamente a ler.

Foi quando pude entender que a deputada se reportava a um vídeo de internet com pessoas que se autodeclaravam “transvacinadas” e ostentavam em suas camisetas o seguinte slogan: “me sinto vacinado em um corpo não vacinado”.

O grupo, que passaria despercebido, não fosse o impulso de autoridades da República como Zambelli, afirmava ser discriminado por sentir seus corpos resistentes e protegidos contra a COVID-19, mesmo não tendo recebido a vacina.

O movimento parece que tem até uma pauta definida de reivindicações, que, em suma, se resume no desejo de sua escolha antivacinal ser tratada com a mesma liberdade e respeito social destinados a indivíduos transgêneros.

O leitor deve estar pensando: é piada. O governador Doria mexeu tanto nos feriados em São Paulo que deve ser primeiro de abril no calendário do colunista, e ele está nos pregando uma peça.

Antes fosse, caros leitores. Seria uma piada ruim, grotesca, mas ainda assim seria uma piada. No entanto, sinto pena de dizer que essa gente, de fato, existe, e tem ganhado espaço em razão da simpatia, mesmo que jocosa, pouco importa, de celebridades bolsonaristas.

Nesses termos, o assunto, claro, atraiu a contrariedade de grupos que defendem os direitos de indivíduos transgêneros, e que viram na bandeira dos “transvacinados” uma tentativa de ridicularizar a sua própria.

Tem razão o inconformismo dos transgêneros. Mas, quem me conhece, sabe o quanto defendo a liberdade de expressão e de manifestação de todos, e, portanto, vou arriscar um conselho aos transvacinados.

Troquem de nome. Passem a se chamar “idiótes”. Assim mesmo, com acento agudo e terminação em “es”.

Segundo a lição do filólogo alemão Werner Jaeguer, o termo “idiótes” é grego, tem origem no século IV a.C, e foi cunhado para designar indivíduos que não se enquadravam na comunidade, vivendo enfiados em seu próprio mundinho, em torno apenas de seus próprios apetites.

Acredito que a definição se encaixe como uma luva ao movimento.

E quem sabe, com o tempo, e o apoio de tanta gente importante, o grupo não cruze rios e montanhas, desbrave fronteiras, e de posse de seu nome grego possa cumprir pelo avesso o sonho de Platão, fundando a República dos Idiótes.

Enquanto isso, o uso do termo imporá um certo ar de intelectualidade, um quê de “chic”. Com a vantagem de não ofender a terceiros, e, de quebra, permitir ao grupelho e seus simpatizantes lacração certa na internet, dissimulando uma fingida adaptação à linguagem neutra.

Fica a dica.

O Antagonista

7 Divisão na oposição a Bolsonaro terá consequência na urna em 2022 - Editorial




Faltando um ano para as eleições em que 145 milhões de brasileiros irão às urnas escolher presidente, governadores, senadores e deputados federais, estaduais e distritais, as forças políticas contrárias ao presidente Jair Bolsonaro seguem divididas. No último sábado, em ato contra o governo organizado pelo PT e por outras siglas de esquerda, 71% dos 662 entrevistados na Avenida Paulista pelo Monitor do Debate Político no Meio Digital, da USP, afirmaram que jamais participariam de manifestação com o Movimento Brasil Livre (MBL), organizador dos protestos contra Bolsonaro no dia 12 de setembro. Metade dos entrevistados disse o mesmo sobre o DEM, 42% a respeito do PSDB e 24% do PDT.

O pré-candidato pedetista, Ciro Gomes, chegou a ser agredido na manifestação. Atiraram uma garrafa na direção dele e arremessaram pedaços de madeira no carro que o transportava. A reação da liderança petista foi lastimável. Depois que Ciro propôs uma “trégua de Natal” na esquerda, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, tentou culpar a vítima pelas agressões. “Até agora é ele quem tem atacado a gente”, disse. Só depois acrescentou que “o PT nunca estimulou” a violência.

A manifestação se tornou um ensaio da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A estratégia petista para 2022 depende do isolamento tanto de Ciro quanto dos partidos da centro-direita antibolsonarista. Não é à toa que, entre os entrevistados, 43% afirmaram que esquerda e direita deveriam fazer manifestações separadas.

Em pesquisa na manifestação da centro-direita em setembro, 78% disseram que direita e esquerda deveriam fazer protestos conjuntos. A rejeição à aproximação foi menor: 38% disseram que não participariam de protestos com o PT, 33% com a CUT e o mesmo percentual com o MTST. Novamente, isso reflete a estratégia dos candidatos associados à terceira via entre Lula e Bolsonaro, que só têm chance se promoverem uma união que ultrapasse o próprio círculo político. Não é casual que, no ato da centro-direita, 85% tenham dito ser necessária uma ampla aliança para o impeachment de Bolsonaro, ante 66% no da esquerda.

Nos Estados Unidos, um dos motivos que levaram à vitória do Partido Democrata contra Donald Trump foi a união entre esquerda e centro. Quando sobreveio a necessidade de salvar a democracia, todos se uniram em torno da candidatura agregadora de Joe Biden. No Brasil, os petistas acreditam que, para vencer com Lula, não precisam sequer acenar a um candidato da própria esquerda, como Ciro, muito menos àqueles que defenderam o impeachment de Dilma Rousseff e sempre atacaram o PT pela corrupção desmascarada pela Operação Lava-Jato.

É uma aposta compreensível diante do favoritismo de Lula nas pesquisas, mas só as urnas dirão se o brasileiro esqueceu mesmo as mazelas petistas. O próximo ano promete uma campanha dura. Desprezar aliados potenciais no segundo turno, mesmo quando a causa comum é óbvia — a democracia —, poderá cobrar um preço alto adiante. A política não perdoa soberba.

O Globo

Diga ao povo que saio




Há um rosário de decisões de Guedes que o beneficiaram financeiramente, sem que tivesse que fazer uma nova aplicação em sua conta no exterior

Por Luiz Carlos Azedo 

Tem coisas no Brasil difíceis de entender. Por exemplo: Dom Pedro I, que proclamou a Independência, é homenageado com uma das menores ruas do Centro Histórico do Rio de Janeiro, nossa capital de 1763 até 1960, quando a sede do governo foi transferida para Brasília. Começa na Praça Tiradentes, ao lado do Teatro Carlos Gomes, e termina na Rua do Senado, com 141 endereços, 112 residências, 24 estabelecimentos comerciais, três prédios inacabados e 227 moradores, com uma renda média de R$ 1,143. Dependendo do prédio, o preço de um apartamento varia de R$ 3 mil a R$ 8 mil o metro quadrado.

Como já começamos a contagem regressiva para o Bicentenário da Independência, vale o desagravo. Essa lembrança veio em razão do trocadilho do título da coluna com a decisão de Pedro I de não regressar a Lisboa, contrariando as ordens das Cortes Portuguesas, em 9 de janeiro de 1822: “Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto. Digam ao povo que fico”. O Dia do Fico, referência à frase célebre, foi uma preparação para a proclamação da Independência, em 7 de setembro de 1822.

Havia muita ambição e esperteza embarcadas naquela rebeldia. Liderar a Independência era a única maneira de manter o Brasil sob controle da Casa de Bragança — com ela, a monarquia, o regime escravocrata, o tráfico de negros escravizados e o projeto de reunificação da Coroa, que levaria Dom Pedro I a abdicar do trono em 7 de abril de 1871 e voltar para Portugal para lutar pelo trono para a filha primogênita Maria da Glória. Em contrapartida, herdamos a integridade territorial e o Estado brasileiro, com suas principais instituições. Não foi pouca coisa.

Ambição e esperteza é o que não faltam nas altas esferas do poder. Por exemplo, não conseguia entender a longa permanência do ministro da Economia, Paulo Guedes, no comando da pasta. A vida toda foi um economista ultraliberal. Na campanha eleitoral, fez a cabeça do presidente Jair Bolsonaro e virou o Posto Ipiranga da economia, com apoio do mercado financeiro, para fazer as reformas liberais, entre elas a tributária e a administrativa. Com o passar do tempo, não fez as reformas e fracassou. Nossa economia registra uma brutal desvalorização do real, inflação alta, desemprego em massa e estagnação
econômica. Outros liberais, diante da guinada populista iminente do governo Bolsonaro, já teriam entregado o cargo, como alguns fizeram em sua equipe.

Agora já sabemos a explicação para o “Fico” do ministro da Economia: enquanto o povo come osso, Guedes ganha muito dinheiro com a crise, porque a desvalorização do real engorda suas economias em dólar, que ontem fechou a R$ 5,48. A conta de Guedes num paraíso fiscal no exterior foi revelada, no último fim de semana, pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ). O Ministério da Economia informou que toda a atuação privada de Paulo Guedes foi “devidamente declarada à Receita Federal, Comissão de Ética Pública e aos demais órgãos competentes”, mas há controvérsias. Eticamente, ganhar dinheiro com a desvalorização do real é incompatível com o cargo de ministro da Economia. No popular, é muita cara de pau.

Imposto de Renda

Por essa razão, Guedes foi convocado a dar esclarecimentos à Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara, e convidado também pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado a explicar a existência de sua empresa offshore, que não paga imposto no Brasil. Guedes abriu a empresa em 2014, ou seja, no ano da reeleição da ex-presidente Dilma Rousseff. O horizonte econômico era de recessão e aumento da inflação. Até aí, tudo bem — toda vida ganhou dinheiro no mercado financeiro. Em 2016, porém, o governo criou facilidades para que todos repatriassem os recursos enviados para o exterior, mas Guedes não encerrou suas operações com a offshore. Deixou o dinheiro lá fora, no paraíso fiscal, mesmo depois de virar ministro da Economia.

Há um rosário de decisões de Guedes que o beneficiaram financeiramente, sem que tivesse que fazer uma nova aplicação em sua conta no exterior. O artigo 5o do Código de Conduta do setor público veda “investimento em bens cujo valor e cotação pode ser afetado por sua decisão”. Quando nada, o câmbio sempre será atingido por declarações ou atos do ministro da Economia, bem como do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que também tem conta numa offshore no exterior. É uma “não conformidade”.

Tudo isso acontece num momento crucial para o governo, que está em dificuldades para financiar o chamado Auxílio Brasil, programa de transferência de renda que Bolsonaro quer aprovar, para substituir o Bolsa Família. O problema é que o governo não tem dinheiro, tenta viabilizar o projeto com recursos do Imposto de Renda, que pretende modificar com esse objetivo, deixando de fora as contas offshore, é claro. O jabuti no IR, porém, subiu no telhado. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), já mandou recado de que não vai misturar alhos com bugalhos.

Correio Braziliense

Em destaque

Tragédia em Sergipe: Rodovia cede e causa a morte de três pessoas

  Tragédia em Sergipe: Rodovia cede e causa a morte de três pessoas domingo, 12/01/2025 - 18h40 Por Redação Foto: Divulgação Pelo menos três...

Mais visitadas