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terça-feira, maio 04, 2021

Fora do RegImento! Em dois anos, militares da ativa já postaram 3,4 mil tuítes políticos


Em dois anos, militares da ativa postaram 3,4 mil tuítes políticos

Manifestações políticas são proibidas aos militares da ativa

Marcelo Godoy
Estadão

Pesquisa feita em contas de 115 militares da ativa ligados ao ex-comandante do Exército general Eduardo Villas Bôas localizou 3.427 tuítes de caráter político-partidário, entre abril de 2018 e abril de 2020. Eles estavam nas contas mantidas na rede social por 82 integrantes das Forças Armadas, entre os quais 22 oficiais-generais – 19 generais, dois almirantes e dois brigadeiros.

São casos como o do coronel Ricardo. Era 7 de outubro de 2018, dia do primeiro turno da eleição presidencial, quando a conta do militar no Twitter fez propaganda do então candidato Jair Bolsonaro: “É dia de mudar o Brasil. Vote consciente. Brasil acima de tudo! Deus acima de tudo!” Outro oficial – um tenente-coronel de Cavalaria – escreveu: #MitoPrimeiroTurno.

CONTRA E A FAVOR – A maioria dos tuítes é de apoio ao governo, mas há exceções. Um general disse sobre o caso das “rachadinhas”, no gabinete de Flávio Bolsonaro quando o hoje senador pelo Republicanos era deputado estadual no Rio: “Ventos novos exigem posturas novas”.

Um dia depois da saída de Sérgio Moro do Ministério da Justiça, um coronel escreveu: “A minha melhor continência a esse patriota!” E repetiu a frase do ex-juiz da Lava Jato: “Faça a coisa certa, sempre”.

Um general chegou a mudar o nome de seu perfil, adotando outra identidade na rede, após a demissão de Moro, e passou a tuitar contra Bolsonaro, criticando-o pela atuação no combate à pandemia de covid-19.

ATIVISMO MILITAR – Para o cientista político Eliezer Rizzo de Oliveira, as publicações dos militares demonstram a existência de um “ativismo militar”. As manifestações político-partidárias de integrantes da ativa são proibidas pelo Estatuto dos Militares e pelos regimentos disciplinares e portarias das três Forças Armadas.

 Na avaliação de Eliezer, é importante controlar esse fenômeno, pois “a aplicação das normas republicanas confronta o partido fardado, ao passo que a impunidade reforça a autonomia militar”.

O Ministério da Defesa disse que Marinha, Exército e Aeronáutica têm “manuais e cartilhas que normatizam e orientam adequadamente a conduta e o uso de mídias sociais por parte dos militares”.

JÁ HOUVE PUNIÇÕES – O uso incorreto de redes já levou à punição de militares da ativa. O Exército cita casos de violação da segurança de unidades, mas não revelou o total de punidos.

A Força Aérea informou que registrou “17 procedimentos para apuração de suposta transgressão por ‘mau uso’ de redes sociais, dos quais dez praças foram punidos disciplinarmente” – seis deles em 2019 e quatro em 2020. Nenhum oficial foi punido.

Entre os que fizeram postagens políticas está o brigadeiro Carlos Baptista Júnior, com 80 publicações políticas, todas em apoio ao presidente e ao bolsonarismo antes de ser nomeado comandante da Aeronáutica.

OUTRAS PUNIÇÕES – A Marinha respondeu que, em 2019, foram determinadas 17 punições a militares pelo uso de redes. Em 2020, esse número subiu para 20 punições a 20 militares. Os dados foram obtidos pelo Estadão por meio de Lei de Acesso à Informação.

Para o Exército, atualmente o problema está sob controle. A reportagem apurou que uma dezena dos perfis de militares que publicavam manifestações políticas apagou os tuítes, fechou suas contas ou abandonou a rede social.

A questão foi disciplinada pela portaria de 2019 feita pelo ex-comandante da Força, general Edson Leal Pujol. Ela criou critérios para a manutenção de contas nas redes sociais pelos militares, proibindo sua vinculação delas com perfis institucionais, à exceção dos integrantes do Alto Comando.

AINDA EM DEBATE – O uso do Twitter por militares voltou a ser debatido após o novo comandante do Exército, general Paulo Sérgio de Oliveira, congelar sua conta para priorizar a comunicação institucional no YouTube.

Ele criara o perfil em abril de 2018, depois dos tuítes de Villas Bôas às vésperas do julgamento de Luiz Inácio Lula da Silva, então preso na Lava Jato. Além dele, outros 30 generais e coronéis abriram contas de abril de 2018 a abril de 2020, período abrangido pela pesquisa, publicada no livro Os Militares e a Crise Brasileira.

Entre os tuiteiros, um quinto dos posts políticos critica a oposição e a imprensa e 35% traz mensagens de apoio ao governo ou reproduz opiniões de bolsonaristas, como as deputadas Bia Kicis (PSL-DF) e Carla Zambelli (PSL-SP).

Se o Planalto treina Pazuello para CPI, é porque Bolsonaro já desistiu da obstrução


Charge do Aroeira (brasil247.com)

Pedro do Coutto

Reportagens de Jussara Soares, de Natália Portinari e Geraldo Adoca, O Globo desta segunda-feira, revelam duas movimentações: primeiro o Palácio do Planalto começou a treinar o general Eduardo Pazuello para o seu depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito sobre os erros e omissões do governo em relação ao enfrentamento à Covid-19 e também ao primeiro estágio do coronavírus.

Isso de um lado. De outro, destacam os esforços tanto de Jair Bolsonaro quanto de Lula da Silva tentando obter o apoio do ex-presidente José Sarney no que se refere à CPI e à sucessão presidencial de 2022. O ex-presidente da República retorna ao centro do palco agora como fator de equilíbrio entre os choques ideológicos que podem ser classificados hoje entre a direita de Bolsonaro e a esquerda de Lula.

CONSERVADORISMO – Pessoalmente, acho que Bolsonaro é da direita e Lula não é praticamente da esquerda. Ao contrário, Lula é um conservador conforme comprovou nos mandatos que exerceu e também no êxito que teve ao eleger Dilma Rousseff para sucedê-lo. No segundo mandato Dilma fracassou e não teve sensibilidade para conduzir a política fora de uma esfera de atrito permanente. Atrito esse que abrangeu a realidade do país.

Lula, de fato, é um homem de centro-esquerda. Ele não se propõe a reformas profundas, mas a mediar reivindicações dos trabalhadores com os interesses dos empresários. Lula tem a seu favor um forte respaldo da opinião pública. Venceu eleições e transferiu 43% dos votos do país a Fernando Haddad, candidato muito fraco.

No Planalto, a preocupação é grande com o desempenho de Pazuello, sobretudo porque o general continua no governo aguardando uma nomeação para a área político-militar de Brasília. Portanto, a sua posição é bastante sensível. Não há dúvida de que ele fracassou no desempenho à frente do Ministério da Saúde, não conseguindo resolver os problemas que encontrou.

CLOROQUINA – O desastre foi muito grande, ampliado pela compra de cloroquina que não teve nenhum uso prático para combater a Covid-19. É verdade que em matéria de compras surgem sempre assessores bastante entusiasmados com aquele ou esse fornecimento.

Não quero dizer, nem de longe, que Pazuello tenha representado interesses alheios à administração. É um homem honesto, mas é preciso que os administradores tenham cuidado acentuado com esse tipo de influência da assessoria. Acrescento como exemplo o caso da refinaria de Pasadena, adquirida pela Petrobras por um preço seis vezes maior do que valia, com a presidente da República endossando a aquisição prejudicial aos interesses do país.

Quanto ao retorno de Sarney à arena política, o ex-presidente é um homem de ótimo trânsito em todas as faixas políticas brasileiras. Ele tem a seu favor o fato de ter exercido o mandato sem causar problemas relativos ao choque ideológico inevitável. O destino, contudo, agiu contra ele e contra o país na medida em que Fernando Collor elegeu-se presidente da República. Mas esta é outra questão.

BUSCA POR EMPREGO – Na edição de ontem da Folha de São Paulo, Ruy Castro escreveu um artigo sobre a iniciativa do escritor Lúcio Cardoso de procurar uma agência de propaganda buscando colocação profissional no quadro de redatores.

Por ironia do destino, o texto que apresentou não foi suficiente para classificá-lo. Isso acontece vida afora. Muitas vezes, o entrevistador ou selecionador não conhece o candidato à seleção. Em outras vezes, Ruy Castro cita, conhece muito bem. E, por isso, evita aprová-lo pois amanhã o então candidato pode representar uma ameaça para o próprio autor do exame.

DA VINCI – Pessoalmente tenho muito apreço por quem pede emprego, pois na vida já pedi algumas vezes. A favor do pedido de emprego cito um fato que pertence à história universal. Um dos maiores gênios da humanidade, Leonardo da Vinci, na época em que a Itália não estava unificada, pediu emprego no reino de Florença, cidade onde nasceu. Depois de não satisfeito pediu emprego à Ludovico Sforza, no reino de Milão. Foi atendido como artista e como engenheiro.

Mas não como engenheiro militar, atividade a que se propunha também. Em Florença e em Milão idealizou um sistema eficaz de abastecimento de água e de circulação das correntes aquáticas.
Quando o rei da França, Carlos V, invadiu e dominou Milão,

Leonardo da Vinci dirigiu  a ele carta solicitando a sua manutenção no emprego. Foi atendido, sobretudo como artista. Leonardo também exerceu a elaboração de espetáculos de artes que foram, um sucesso. Fica aí, portanto, o exemplo para todos que já buscaram emprego na vida.


segunda-feira, maio 03, 2021

Mais uma piada do ano, dessa vez contada por Bob Charles, o prefeito de Jeremoabo informar aos vereadores quanto recebeu para o COVID-19, quanto gastou e como gastou.

População quer empenho dos vereadores diante da postura do governo no enfrentamento das ações de combate à COVID


Paulo Afonso - Bahia 02/05/2021


Luiz Brito


Foto: Divulgação

As atividades do vereador não podem ser resumidas apenas ao tratamento das leis do município. Existe ainda uma função ligada ao cargo de vereador que é fundamental para a própria saúde da nossa democracia. Trata-se da fiscalização das ações do Poder Executivo municipal – ou seja, das ações do prefeito.

Muitos ainda associam o vereador com o trabalho de assistencialismo, mas esquecem do principal papel do parlamentar, que é FISCALIZAR.

No período de pandemia, esse papel nunca foi tão importante. Sabemos que muitos municípios estão recebendo recursos federais e estaduais, para que sejam aplicados em ações de combate ao coronavírus. Quem fiscalizará esses recursos e garantirá que eles cheguem à população de forma correta é o vereador.

Algumas Câmaras estão criando inclusive um comitê especial para a fiscalização nesse período. Falta aos vereadores, principalmente os de oposição em Jeremoabo solicitar ao executivo um plano detalhado de ações futuras contra a propagação do novo coronavírus, apresentando, além do planejamento, o cronograma de medidas adotadas por parte da administração municipal.

Os vereadores devem cobrar da prefeitura informações sobre a quantidade de EPI´s que o município recebeu, a destinação dos mesmos, o boletim da secretaria da saúde, contendo dados atualizados dos números de infectados e suspeitos e também relatórios detalhados que mostre o destino dos recursos financeiros, onde e como estão sendo aplicados. A população se recente de iniciativas que estão deixando de ser adotadas pelo Legislativo Municipal, diante da postura da administração de Jeremoabo na condução das ações de combate à COVID-19.  Essa com certeza é uma forma efetiva e ética do vereador exercer o seu papel e beneficiar a população.

Nota da redação deste Blog - Considero essa matéria de Bob Charles como a piada do ano, ou então alguma pegadinha com os vereadores da oposição, ou seja,  " "os vereadores devem cobrar da prefeitura informações sobre a quantidade de EPI´s que o município recebeu, a destinação dos mesmos, o boletim da secretaria da saúde, contendo dados atualizados dos números de infectados e suspeitos e também relatórios detalhados que mostre o destino dos recursos financeiros, onde e como estão sendo aplicados"

Companheiro Bob, há mais de ano os vereadores da oposição vem pedindo até pelo amor de Deus, que a Secretaria de Saúde cumpra a lei e preste essa informação, a humilhação é grande; para conseguir desvendar esse segredo com o dinheiro do povo, foi preciso entrar com  uma NOTÍCIA DE FATO perante o MPF que deu origem a abertura de um inquérito para apurar suposto  CRIME DE IMPROBIDADE ADMINISTRAVA,  motivo pelo qual o prefeito tem um prazo de dez dias para apresentar o que a lei determina..

Como no MPF a coisa funciona, transcrevo parte do andamento da Notícia de Fato 


Classe:
NOTÍCIA DE FATO - NF
Unidade:
PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO MUNICÍPIO DE PAULO AFONSO - BA
Ofício:
PRM-BA-PAULO AFONSO-1º Ofício
Membro:
ELIABE SOARES DA SILVA
Grupo Temático:
5ª CÂMARA - COMBATE À CORRUPÇÃO, 1ª CÂMARA - DIREITOS SOCIAIS E ATOS
 ADMINISTRATIVOS EM GERAL, SCI - SECRETARIA DE COOPERAÇÃO JURÍDICA 
INTERNACIONAL
Assunto CNMP:
SCI - Improbidade Administrativa, 1ª CCR - Improbidade Administrativa, 5ª CCR - 
Improbidade Administrativa
Localização Atual:
PRM-PAULO AFONS/SADM/PRM-BA - SETOR ADMINISTRATIVO DA PRM/PAULO
 AFONSO
Tramitação (movimentações)
Data/HoraDescrição
29/04/2021   22:28:42Recebido pelo(a) SETOR ADMINISTRATIVO DA PRM/PAULO AFONSO
29/04/2021   22:26:10Movimentado para SETOR ADMINISTRATIVO DA PRM/PAULO AFONSO
28/04/2021   10:09:59Recebido pelo(a) GABINETE DE PROCURADOR DE PRM/PAULO AFONSO
27/04/2021   22:28:15Movimentado para GABINETE DE PROCURADOR DE PRM/PAULO AFONSO
27/04/2021   22:11:20Entrada no(a) SETOR JURÍDICO DA PRM/PAULO AFONSO

   

Com injustificável prejuízo, sucessivos governos investiram em fracassados projetos bilionários


Ferrovia Transnordestina é exemplo de projeto equivocado

Marcos Lisboa
Folha

O debate econômico no Brasil usualmente se restringe a grandes temas, sem se ater aos detalhes da política pública e da sua implementação. Não deveria surpreender a frustração com os resultados, qualquer que seja o caminho escolhido.

Já optamos por maior intervenção do Estado na economia, com medidas bastante custosas de financiamento público. Em vez de crescimento econômico, contudo, colhemos projetos fracassados em meio a um imenso desperdício.

DESPERDÍCIOS CLAROS – A estratégia de fortalecimento da Petrobras resultou em endividamento sufocante da empresa há alguns anos. A refinaria Abreu e Lima, por exemplo, ainda incompleta, foi iniciada em 2007 e, em 2014, o Congresso documentou US$ 4,2 bilhões de custos excessivos.

O caso do Comperj é pior. Depois de anos e bilhões de reais, a Petrobras concluiu que “a finalização da construção da refinaria não apresenta atratividade econômica”.

A Ferrovia Transnordestina começou a ser construída em 2006, com previsão de conclusão em 2017. Em março de 2021, com a obra ainda inconclusa, documento do TCU argumenta que o projeto é precário, informal e impreciso. A ANTT, em 2020, pediu a caducidade da concessão. Angra 3 foi iniciada em 1981. Foram gastos R$ 10 bilhões, e bem mais são necessários para concluí-la.

OBRAS PARALISADAS – Segundo auditoria do TCU de 2019, 47% das obras paralisadas no país decorriam de problemas técnicos. Em 23% dos casos, elas foram abandonadas pelas empresas. Problemas judiciais ou com órgãos de controle explicariam outros 8%. Apenas 10% estariam paralisadas por falta de recursos.

Para alguns, medidas que auxiliem o desenvolvimento da indústria local podem ser oportunas. Para isso, contudo, são necessários diagnóstico cuidadoso dos problemas existentes e atenção aos detalhes de execução para evitar novos fracassos, como ocorreu com o estímulo à produção de automóveis, Inovar-Auto, ou a construção de estaleiros.

Esse mesmo tipo de cuidado é necessário na atual pauta de reformas. Não se sabe ainda qual a proposta tributária defendida pelo governo.

ISENÇÕES TRIBUTÁRIAS – Pouca atenção tem sido dada à pauta legislativa e suas medidas problemáticas, como os muitos projetos para aumentar os benefícios tributários para o setor privado. A capitalização da Eletrobras está repleta de benesses paroquiais.

O debate sobre política econômica se concentra demasiadamente nos preâmbulos, mas fica desatento aos detalhes de implementação. Podem ser defendidas ações mais à esquerda ou mais liberais, porém em ambos os casos os detalhes fazem toda a diferença.

Em tempo de euforia com a agenda econômica dos EUA, vale analisar os detalhes dos planos de Biden. Lá, agora, há muita técnica e pouca fanfarrice.

Procuradoria pede que a ação penal sobre o Instituto Lula seja julgada em São Paulo


Fachin retirou o sigilo sobre a ação

Edson Fachin errou feio na questão da competência territorial

Aguirre Talento
O Globo

A Procuradoria da República no Distrito Federal (PRDF) enviou à Justiça Federal sua primeira manifestação a respeito de uma das ações do ex-presidente Lula apresentadas pela força-tarefa da Lava-Jato de Curitiba, que apontava crimes nas doações da Odebrecht ao Instituto Lula. Na manifestação, o Ministério Público Federal (MPF) opina que a ação não deve tramitar no DF, ao contrário do que havia decidido o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, e deve ser enviada para São Paulo.

“No caso dos autos, tanto os réus residem em São Paulo, como a sede do Instituto Lula, a assinatura dos recibos, e doador e doadora estão localizadas lá, sendo então a Justiça Federal de São Paulo a competente para apurar os fatos mencionados, e avaliar a conexão e a eventual necessidade de reunião com os feitos antecedentes”, escreveu o procurador Peterson de Paula Pereira, do 18º Ofício de Combate ao Crime e à Improbidade Administrativa do DF.

NÃO FAZ SENTIDO – Prossegue na manifestação: “Outrossim, vale reforçar que não faz sentido processual fixar a competência em Brasília, quando não resta claro se os crimes antecedentes teriam sido cometidos aqui. A utilidade processual recomenda a condução do feito pelo juízo de São Paulo, já que os fatos relacionados à lavagem teriam ocorrido lá, com a consequente colheita de provas a ocorrer naquela cidade”.

O caso foi enviado para o DF após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin ter anulado a competência da 13ª Vara Federal de Curitiba, por entender que não havia conexão direta com a Petrobras. O plenário do STF discutiu se a competência das ações contra Lula seria DF ou SP e decidiu que os processos deveriam ficar no Distrito Federal.

Em sua manifestação, o procurador escreveu que a decisão do STF não foi definitiva e permitiu aos juízes de primeira instância deliberarem sobre a competência para atuar no caso.

JUIZ NATURAL – “Cumpre salientar que conforme se depreende da aludida decisão plenária, em que pese determinada a competência do Distrito Federal para processo e julgamento das ações contra o ex-presidente Lula, não restou firmada, em definitivo, pela Suprema Corte a competência do Distrito Federal, podendo tal questão ser reavaliada pelo juízo indicado, em respeito ao princípio do juiz natural”, escreveu.

Prossegue o procurador: “De toda sorte, impende destacar que o entendimento adotado pelo plenário do STF acerca da competência da Justiça Federal do Distrito Federal para apuração das ações contra o ex-presidente Lula não se aplica ao caso ora em análise, vez que não trata os autos de corrupção passiva, mas de denúncia por prática de crimes de lavagem de capitais, consistentes em 4 (quatro) supostas doações simuladas, realizadas pelo Grupo Odebrecht, em favor do Instituto Lula”.

NA 10ª VARA – Caberá agora ao juiz substituto da 10ª Vara Federal do DF, Ricardo Leite, decidir sobre a competência dessa ação do Instituto Lula. Os outros processos da Lava-Jato contra o ex-presidente, como o do triplex do Guarujá e o Sítio de Atibaia, ainda não chegaram à Justiça Federal do DF.

O procurador Peterson de Paula Pereira, titular do 18º Ofício de Combate ao Crime e à Improbidade Administrativa, foi designado por sorteio para atuar nesse processo do Instituto Lula.

Lula já é réu em uma ação na 2ª Vara Federal de SP que também trata do Instituto Lula, sobre doação de uma empresa em troca de usar sua influência para tentar interferir em decisões do governo da Guiné Equatorial. O envio dos autos para SP, entretanto, deve provocar atraso no reinício dessa apuração.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Vejam a que ponto vai a irresponsabilidade dos ministros do Supremo. Está mais do que claro que o relato Fachin errou ao levantar a incompetência territorial de Curitiba para julgar Lula. Fachin indicou o Distrito Federal como competente, mas há controvérsias. Os ministros Alexandre Moraes e Dias Toffoli levantaram essa questão e Fachin nem ligou. A falha é grave e vamos voltar ao assunto. (C.N.)

Deputados batem boca com ministro Salles: “Deixa de ser moleque!” e outras coisa mais…

Publicado em 3 de maio de 2021 por Tribuna da Internet

Ricardo Salles

 Salles disse aos deputados que não é office-boy de ninguém

Thais Rodrigues
Congresso em Foco

Nesta segunda-feira (3), o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, compareceu à reunião conjunta das comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e Viação e Transportes. A sessão foi presidida pela deputada Carla Zambelli (PSL-SP) e foi palco de bate-boca entre deputados de oposição e o ministro. Durante a discussão, é possível ouvir um dos parlamentares chamando o ministro de “moleque”, ainda que não seja possível identificar de qual parlamentar veio o xingamento.

Após ouvir críticas dos deputados Rodrigo Agostinho (PSB-SP) e Paulo Guedes (PT-BA), homônimo do ministro da Economia, Salles atacou os parlamentares dizendo que Agostinho é ambientalista de palanque e que o bom Paulo Guedes é o que está no governo.

EMENDAS PARLAMENTARES – O ministro Ricardo Salles sugeriu como forma de recuperar o orçamento da pasta , que é o mais baixo dos últimos 21 anos, que deputados doassem recursos de emendas parlamentares individuais, o que causou alvoroço no plenário.

Dados do relatório “Passando a Boiada”, do Observatório do Clima, apontam que o Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa) 2021 encaminhado pelo governo Bolsonaro ao Congresso terá queda de 27,4% no orçamento federal previsto para fiscalização ambiental e combate a incêndios florestais, na comparação com o que foi autorizado em 2020. Em relação a 2019 a queda é ainda maior: 34,5%.

Os dados são uma grande contradição às falas de Bolsonaro na Cúpula do Clima. Durante a reunião, que aconteceu em abril, o presidente mudou o tom usual de seus discursos, e anunciou as metas do país para acabar com a emissão de carbono e o desmatamento ilegal, além de prometer dobrar o orçamento dos órgãos de fiscalização ambiental.

BOIADA JÁ PASSOU –  A deputada Tabata Amaral (PDT-SP) disse que o ministro não mentiu quando falou que “passaria a boiada”. “Já são cerca de 721 medidas contra o meio ambiente”, ressaltou.

Ainda durante a sessão da comissão, o deputado Ivan Valente (Psol – SP) chamou o ministro e os outros parlamentares governistas de “palhaços”. Ele disse que Salles foi um “grande desastre ambiental no Brasil” por seguir a mesma lógica de trabalho do governo Bolsonaro.

Para Valente, parte do orçamento que seria destinado à preservação da Amazônia está sendo gasto em salários para pessoal de outras entidades.

A BASE REAGE… – Parlamentares bolsonaristas como o deputado Sanderson (PSL-RS) saíram em defesa de Salles. Sanderson lembrou da reunião feita com o delegado Alexandre Saraiva, onde, segundo ele, “houve uma tentativa de difamar o ministro do Meio Ambiente, que tem feito um excelente trabalho”.

A presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Bia Kicis (PSL-DF) também avaliou a atuação de Ricardo Salles como positiva, mesmo posicionamento da presidente da Comissão de Agricultura, Aline Sleutjes (PSL-PR).

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Salles é hoje o principal ponto fraco do governo. O presidente Bolsonaro já conseguiu se livrar do chanceler Ernesto Araújo, mas está difícil exibir o cartão vermelho a Salles, e ninguém sabe o motivo dessa blindagem. Sobre meio ambiente, Bolsonaro diz uma coisa e o ministério faz outra, mas parece que é tudo combinado. (C.N.)

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