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domingo, maio 05, 2019

Bolsonaro ataca regras que evitam ‘guerra de todos contra todos’ no faroeste Brasil


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Charge do Aroeira (Jornal O DIa/RJ)
Demétrio MagnoliFolha
Bolsonaro organizou sua campanha presidencial em torno de um discurso ideológico, não de uma plataforma de governo. Hoje, quatro meses após a posse, temos finalmente uma clara plataforma de governo. O nome dela é faroeste Brasil. Bolsonaro anunciou a intenção de conceder aos proprietários rurais o direito a portar armas e um passaporte de impunidade, cinicamente descrito como “excludente de ilicitude”, para os que alvejarem invasores.
A pretensão, que viola as leis existentes, implica a formação de milícias rurais privadas com selo oficial: o retorno a um passado no qual a proteção da propriedade privada se sobrepunha ao monopólio estatal da violência legítima.
“LIMPA” AMBIENTAL – Bolsonaro anunciou uma “limpa no Ibama e no ICMBio” e um drástico corte de recursos para a estrutura de fiscalização das unidades de conservação. Seu filho Flávio apresentou projeto de alteração do Código Florestal que eliminaria o capítulo referente à reserva legal de vegetação nativa nas propriedades rurais.
A supressão permitiria o avanço das culturas em áreas de matas protegidas em estabelecimentos situados na Amazônia. De fato, seria a legalização dos negócios ilegais de desmatadores, madeireiros, palmiteiros, mineradores e invasores de terras indígenas. No Brasil profundo, passaria a valer a lei do colono armado.
SEM RADARES – Bolsonaro anunciou a retirada de todos os radares de tráfego instalados em rodovias federais. Há, de fato, uma lucrativa indústria de multas de trânsito que opera à base de armadilhas como radares ocultos, variações bruscas de limites de velocidade e confusa sinalização. Daí, o presidente não extraiu a necessidade de adequar o sistema de fiscalização ao propósito de educação dos motoristas. Optou, no lugar disso, por um programa de anarquia individualista nas estradas.
O ministro da Justiça de Bolsonaro, Sergio Moro, tem especial apreço por prisões preventivas. O juiz Marcelo Bretas, que segue a mesma linha, criticou a “visão tradicional” dos tribunais superiores que limitam a prisão preventiva às hipóteses previstas no Código de Processo Penal. Bretas expressou a visão de Moro ao afirmar que “hoje em dia é muito difícil o sujeito fugir” e, por isso, “o que querem é conseguir habeas corpus”.
No discurso legal bolsonarista, o habeas corpus é rebaixado do estatuto de pilar fundamental do direito moderno, salvaguarda da liberdade do cidadão diante do arbítrio estatal, à condição de estratagema de criminosos para escapar à justa punição.
VALE-TUDO – Lula restaurou o Estado balofo, paternalista, corporativista e intervencionista, legado pelo varguismo. Bolsonaro gira o leme até a posição oposta, tentando instaurar o vale-tudo. O espírito da fronteira tomou o Palácio do Planalto. Cada uma das iniciativas presidenciais constitui um ataque às regras de convivência social que previnem o “estado de natureza” hobbesiano: a “guerra de todos contra todos”.
Mas, que ninguém se engane: a plataforma de governo não é, rigorosamente, a do “Estado mínimo” desenhado nas utopias ultraliberais. Segundo Bolsonaro, o princípio do “Estado mínimo” aplica-se às esferas da administração das coisas e da garantia da liberdade dos indivíduos. Por outro lado, aplica-se o princípio do “Estado máximo” à esfera dos costumes e aos interesses das corporações de “amigos do rei”.
GUERRA CULTURAL – O “Estado máximo” bolsonarista emerge em atos de puro arbítrio inscritos numa arena de “guerra cultural”, como a interferência palaciana na publicidade do Banco do Brasil e os propalados cortes seletivos de verbas a cursos de humanas e universidades “esquerdistas”. Assoma, igualmente, na concessão de benefícios preferenciais a grupos de pressão como igrejas, caminhoneiros e ruralistas.
Bolsonaro só não é um Putin, um Erdogan, um Maduro ou um Ortega porque está no país errado. Aqui, vale o que está escrito na Constituição. Por enquanto. 

Presidente das pequenas coisas, Bolsonaro dedica-se a assuntos sem maior importância


Jair Bolsonaro durante conversa com jornalistas em Brasília, no dia 27 deste mês
Por que o presidente precisa se preocupar com Filosofia e Sociologia?
Hélio SchwartsmanFolha
Até as pedras sabem que o sucesso do governo Bolsonaro dependerá da economia, mais especificamente da reforma da Previdência e de outras medidas que destravem o crescimento. Não obstante, o mandatário prefere dedicar suas energias a uma cruzada moralista e a assuntos que, embora não sejam desimportantes, jamais deveriam ocupar o topo da escala das prioridades presidenciais.
Jair Bolsonaro está se tornando o presidente das pequenas coisas. Na semana passada, ele censurou uma peça publicitária do Banco do Brasil e fez observações pouco congruentes sobre o turismo gay. Isso foi até a quinta-feira. Na sexta, manifestou apoio a um plano do ministro da Educação de “descentralizar investimento em faculdades de filosofia e sociologia (humanas)”.
ANDAR PARA TRÁS – Uma coisa se pode dizer em favor de Bolsonaro. Ele não comete estelionato eleitoral. Tenta cumprir todos os desatinos prometidos durante a campanha. Não dá para reclamar de ele ser conservador. Ele foi eleito com essa plataforma e, numa democracia, se a sociedade decide coletivamente caminhar para trás, caminha-se para trás.
Só que o presidente perde a razão quando se apoia em erros factuais para justificar suas idiossincrasias. Não é verdade, por exemplo, que exista uma centralização de investimentos em faculdades de filosofia e sociologia.
OS FATOS – Como mostrou análise de Sabine Righetti e Nina Stocco Ranieri, as matrículas em filosofia ou sociologia representaram apenas 0,6% do total de inscrições em 2017. São ainda cursos incomensuravelmente mais baratos que os de áreas tecnológicas, o que significa que é preciso ter tomado um ácido para imaginar que exista concentração de verbas nessas carreiras.
Como dizia o senador americano Daniel Patrick Moynihan, aliás, uma rara combinação de pessoa que deu certo na política e na academia (sociólogo), “você tem direito a sua própria opinião, mas não a seus próprios fatos”.

sábado, maio 04, 2019

Prefeito de Nova York chama de Bolsonaro de covarde: 'seu ódio não é bem-vindo aqui

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    Jair Bolsonaro, candidato a la Presidencia de Brasil

    Prefeito de Nova York chama de Bolsonaro de covarde: 'seu ódio não é bem-vindo aqui'

    © AP Photo / Leo Correa
    BRASIL
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    Jair Bolsonaro desistiu de viajar aos EUA na última sexta-feira (4) após três empresas se recusarem a patrocinar a homenagem que o presidente iria receber da Câmara de Comércio Brasil-EUA em Nova York.
    O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, publicou uma mensagem no Twitter neste sábado (4) atacando o presidente brasileiro, após Bolsonaro ter desistido de ir para os EUA para receber uma homenagem da Câmara de Comércio Brasil-EUA. 
    De acordo com o prefeito, os "novaiaorquinos não fecham os olhos para opressão".
    "Jair Bolsonaro aprendeu que os novaiorquinos não fecham os olhos para a opressão. Nós fizemos um alerta para o fanatismo dele. Ele fugiu. Sem surpresas — covardes não costumam aguentar um soco. Já vai tarde, @jairbolsonaro. Seu ódio não é bem-vindo aqui", afirmou Bill de Blasio no Twitter.
    Jair Bolsonaro just learned the hard way that New Yorkers don’t turn a blind eye to oppression. We called his bigotry out. He ran away. Not surprised — bullies usually can’t take a punch. @jairbolsonaro Good riddance. Your hatred isn’t welcome here. https://www.nytimes.com/2019/05/03/world/americas/bolsonaro-new-york-gala.html 
    President Jair Bolsonaro of Brazil. A spokesman said he withdrew from an event intended to honor him “in the face of deliberate attacks” from New York’s mayor and others.
    De acordo com ele, todos os líderes devem se levantar "contra o ódio imprudente" de Bolsonaro. 
    "O ataque de Jair Bolsonaro aos direitos LGBT e seus planos destrutivos para o nosso planeta estão refletidos em muitos líderes — incluindo muitos aqui em nosso país. TODOS devem se levantar, falar e lutar contra esse ódio imprudente", completou o prefeito de Nova York. 

    Raquel Dodge determina de novo que seja arquivado o inquérito aberto por Toffoli

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    Parecer da procuradora é uma desmoralização para Toffoli e Moraes
    Jailton de CarvalhoO Globo
     A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, voltou a pedir que o Supremo Tribunal Federal (STF) arquive inquérito aberto para apurar ameaças e distribuição de fake news na internet contra a Corte. Dodge se manifestou contra o inquérito ao emitir parecer sobre pedido formulado pelo Rede Sustentabilidade contra a investigação. O inquérito foi aberto por determinação do presidente do STF, Dias Toffoli, e tem como relator o ministro Alexandre de Moraes.
    A procuradora-geral se manifestou contra o inquérito, porque a investigação foi aberta pelo STF sem pedido prévio do Ministério Público Federal ou da Polícia Federal. Dodge entende que o STF não pode investigar e, ao mesmo tempo, julgar.
    LIMITES DA LEI – ”Os órgãos do poder público, quando investigam, processam ou julgam, não estão exonerados do dever de respeitar os estritos limites da lei e da Constituição, por mais graves que sejam os fatos cuja prática tenha motivado a instauração do procedimento estatal”, escreveu a procuradora-geral.
    No mês passado, Dodge encaminhou diretamente a Alexandre de Moraes um pedido de arquivamento. O relator rejeitou o pedido. “Na presente hipótese, não se configura constitucional e legalmente lícito o pedido genérico de arquivamento da Procuradoria Geral da República, sob o argumento da titularidade da ação penal pública impedir qualquer investigação que não seja requisitada pelo Ministério Público”, afirmou o ministro.
    Isso não significa que o pedido dela será novamente arquivado. Na primeira vez, Dodge se manifestou contra as investigações antes mesmo de receber os autos do inquérito. Até para alguns colegas, Dodge deveria ter esperado o inquérito chegar a Procuradoria-Geral para opinar sobre o assunto. Agora a situação é diferente. A procuradora-geral produziu um parecer num pedido da Rede, que tem como relator o ministro Edson Fachin.
    INCONSTITUCIONAL – Para a procuradora-geral, a portaria assinada por Toffoli para abrir o inquérito e a própria investigação sem a iniciativa prévia do Ministério Público violam princípios constitucionais da separação de poderes, do juiz natural e do sistema penal acusatório.
    Segundo o parecer de Raquel Dodge, os fins não justificam os meios. Ou seja, a distribuição de fake news e ameaças pode mesmo ser um problema sério, mas nem por isso o STF poderia abrir por conta própria a investigação.
    A procuradora-geral também argumenta que o inquérito conduzido por Moraes não terá utilidade. Isto porque, ela própria entende que o caso deve ser arquivado.
    EXCLUSIVIDADE – Sem o interesse da procuradora-geral, o resultado do inquérito não pode ser convertido em denúncia ou processo. Ou seja, não haverá mecanismos legais de punição.
    “Cabe apenas à Procuradoria-Geral da República avaliar se um inquérito originário deve ou não ser arquivado; a jurisprudência do STF é pacífica no sentido de que a promoção de arquivamento por ela ofertada é irrecusável”, lembra Dodge.
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    NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
     – O bem-fundamentado parecer da procuradora-geral simplesmente desmoraliza os ministros Dias Toffoli e Alexandre de Moraes, porque nenhum integrante do Supremo jamais poderia tomar qualquer decisão judicial que descumpra dispositivo da Constituição. No caso, o descumprimento é múltiplo, pois Toffoli e Moraes estão violando princípios constitucionais da separação de poderes, do juiz natural e do sistema penal acusatório, sem falar em outros princípios da Teoria Geral do Direito, como legalidade, moralidade e razoabilidade.(C.N.)

    Supremo ignora críticas e acerta compra de menu com lagosta e vinho premiado

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    Charge do Duke (dukechargista.com.br)
    Deu na Época(Estadão Conteúdo)
    Mesmo com questionamentos do Ministério Público e sendo alvo de uma ação popular, o Supremo Tribunal Federal (STF) ignorou as críticas e decidiu acertar a compra de medalhões de lagosta e vinhos importados – com premiação internacional – para as refeições servidas aos seus integrantes e convidados. O valor do contrato ficou em R$ 481.720,88, de acordo com a assessoria do STF.
    Segundo o Estadão apurou, o edital provocou desconforto entre ministros da Corte e indignação entre servidores do tribunal. Um ministro disse reservadamente à reportagem que a compra não foi previamente discutida pelos magistrados em sessão administrativa e, portanto, não foi chancelada pelo colegiado. A licitação previa originalmente gasto de até R$ 1,134 milhão.
    TODAS AS NORMAS – Procurada, a assessoria do tribunal informou que a licitação foi realizada “observando todas as normas sobre o tema e tendo por base contrato com especificações e características iguais ao firmado pelo Ministério das Relações Exteriores e validado pelo TCU”.
    De acordo com o tribunal, a empresa que ficou em primeiro lugar na licitação não pôde ser vencedora porque tinha impedimento para contratar com a Administração Pública. O contrato acabou com a Premier Eventos LTDA, que apresentou o segundo menor preço.
    A empresa, com sedes em Brasília e Curitiba, já atuou na Copa das Confederações de 2013, na Copa do Mundo de 2014 e nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro de 2016, eventos que foram sediados no Brasil. Em sua página oficial na internet, a Premier diz que a “credibilidade e excelência” são as suas marcas.
    FINO TRATO –  O menu exigido pela licitação do Supremo inclui desde a oferta de café da manhã, passando pelo “brunch”, almoço, jantar e coquetel. Na lista, estão produtos para pratos como bobó de camarão, camarão à baiana e “medalhões de lagosta”. As lagostas devem ser servidas “com molho de manteiga queimada”.
    A corte exigiu no edital que sejam colocados à mesa pratos como bacalhau à Gomes de Sá, frigideira de siri, moqueca (capixaba e baiana) e arroz de pato. O cardápio ainda traz vitela assada, codornas assadas, carré de cordeiro, medalhões de filé e “tournedos de filé”.
    Os vinhos exigiram um capítulo à parte no edital. Se for tinto, tem de ser Tannat ou Assemblage, contendo esse tipo de uva, de safra igual ou posterior a 2010 e que “tenha ganhado pelo menos 4 (quatro) premiações internacionais”. “O vinho, em sua totalidade, deve ter sido envelhecido em barril de carvalho francês, americano ou ambos, de primeiro uso, por período mínimo de 12 (doze) meses.”
    REFORMA CARA – Em janeiro, a Coluna do Estadão informou que o STF gastou R$ 443.908,43 com a reforma no gabinete da Presidência da Corte.
    A obra incluiu a substituição de carpete por piso frio e a instalação de um chuveiro no gabinete hoje ocupado pelo presidente Dias Toffoli.
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    NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
    – O Supremo é comandado por um ministro deslumbrado, que se comporta como a rainha francesa Maria Antonieta, casada com Luís XVI. Está pouco ligando para a crise que o país atravessa, porque tem salário vitalício garantido de quase R$ 40 mil e ganhava mesada de R$ 100 mil de sua ex-esposa, cuja origem jamais foi revelada ou investigada, e também ninguém se sabe se ainda continua a ser paga diretamente em espécie, porque os ministros do Supremo são cidadãos acima de qualquer suspeita, como diria o genial cineasta italiano Elio Petri. Suas excelências não podem ser investigados e sequer aceitam que se fale mal deles(C.N.)

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