O governador Jaques Wagner se comprometeu ontem apoiar a reeleição do prefeito João Henrique caso ele chegue ao segundo turno. A declaração de Wagner foi feita durante a convenção do partido, na Casa de Espetáculos, na Boca do Rio, onde compareceram cerca de seis mil pessoas. “João, não precisa nem me convidar, porque assim que for proclamado o resultado do primeiro turno, o governador do Estado estará em seu palanque”, afirmou, deixando o prefeito visivelmente sensibilizado. Na possibilidade (improvável, segundo analistas políticos) de a eleição ser decidida entre João Henrique e o petista Walter Pinheiro, Wagner se posicionará com isenção. O governador usou um tom conciliador e defendeu um trabalho conjunto entre os aliados para a manutenção da unidade entre as chamadas legendas de esquerda e centro-esquerda. Wagner também convocou a militância a participar mais efetivamente do momento político e assegurou haver, hoje, um alinhamento sintonizado entre os governos federal, estadual e municipal. Tal sintonia, conclamou, deve permanecer intacta a partir de 2008, com a vitória de um dos candidatos aliados. Ainda sobre o segundo turno, o governador foi enfático: “Evidentemente, eu tenho todo carinho às candidaturas que brotam na nossa base de sustentação. A camisa do PT eu não tiro, mas sobre a camisa do PT está a camisa do governador do Estado. E como governador do Estado estou aqui com absoluta tranqüilidade dizendo ao povo da Bahia que João Henrique é um candidato também da minha base. Eu não exerço preferência e como governador, a minha obrigação e a minha vontade é a manutenção (sic). Por isso, eu faço esse apelo, que nós apontemos as nossas baterias para aqueles que nós derrotamos em 2006, que marquemos um encontro das nossas forças no segundo turno das eleições de Salvador.” E se der no segundo turno PT e PMDB? Wagner foi taxativo: “Se isso acontecer será uma demonstração de que o nosso governo e o do presidente Lula estão muito bem. E aí, provavelmente, eu terei que me manter eqüidistante como eu terei que me manter no primeiro turno. Eu sou um homem que não preciso pensar para responder, porque eu não construo versões, eu tenho convicções que é clara: aqui está uma chapa que é vinculada intimamente ao governo do Estado da Bahia como teremos aí uma outra chapa íntima ao governo estadual. Eu não tenho nenhuma cerimônia de estar aqui, estou com maior tranqüilidade, participei da primeira vitória de João e, se Deus entender assim, participarei da segunda vitória dele também”. Já o ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) fez críticas à chamada frente de esquerda capitaneada pelo PT baiano. Na sua opinião, a frente não consegue se consolidar como alternativa em Salvador”, completou o ministro, que passou a elogiar, então, o prefeito João Henrique, comparando-o, em determinado momento, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dadas, segundo Geddel, as suas características de sensibilidade com relação à população. As palavras do ministro emocionaram o prefeito, que começou a chorar. Quem também apareceu na convenção do PMDB e desfez as dúvidas de que poderia marchar na sucessão municipal com seu partido, que apóia ACM Neto (DEM), foi o presidente da Câmara Municipal, vereador Valdenor Cardoso (PTC), que assumiu ser aliado do prefeito João Henrique, além do também vereador Odiosvaldo Vigas. Ambos estavam de "namoro" com a candidatura de ACM Neto, o que, no entanto, eles desmentem categoricamente. (Por Janio Lopo - Editor de Política)
“ Nove partidos vão marchar com a gente”
Tribuna da Bahia - Enfim, começa um novo desafio... João Henrique - Demos grandes avanços nos últimos três anos. Graças a Deus fomos atendidos. Acredito mesmo que Deus nos colocou na prefeitura para que pudéssemos produzir um trabalho voltado essencialmente para o público mais pobre. TB - Quantos partidos já o apóiam? JH - Eram oito, mas hoje (ontem), tivemos a adesão do PMN, o que certamente fará crescer nosso horário na tevê e no rádio para mostrarmos o que já fizemos e o que ainda faremos por Salvador. Nove partidos vão marchar com a gente. TB - A coligação foi batizada... JH - Contamos com o apoio, como dissemos, de importantes e numerosos partidos e ainda, em parte, com o governador Jaques Wagner e o presidente Lula, cujas imagens usamos hoje (ontem) em nossa convenção. Nossa coligação, portanto, é “ A Força do Brasil em Salvador” e teremos como slogan João 15 - Agora muito mais forte”. TB- Quanto às chapas proporcionais? JH - Contaremos com o apoio de cerca de 450 candidatos a vereador e, como já disse, de nove partidos. Em Brasília, por conta de nossa ampla coligação, temos também o apoio de oito ministros das diversas áreas. Portanto, nossa nova candidatura já se apresenta firme e forte.
Surpresa com a adesão do PMN
Com a convenção do PMDB em Salvador, realizada ontem, na Casa de Shows Espetáculo, na Boca do Rio, a campanha à reeleição do prefeito João Henrique ganhou importantes aliados. Durante o evento, oito partidos (PTB, PDT, PP, PRTB, PSL, PSC, PHS e PMDB) firmaram aliança com João. Um importante apoio foi confirmado pelo presidente do PMN, Antonio Massarollo, que afirmou que a legenda irá integrar-se à campanha , o que implicará na retirada da candidatura de Rogério Tadeu “Da Luz”. Com a coligação dos oito partidos, a estimativa do presidente peemedebista, Lúcio Vieira Lima, é de que, o tempo de TV do prefeito João Henrique salte para 9 minutos. Ele também prevê que, juntos, os partidos terão 450 candidatos a vereador “para trabalhar pela candidatura de João Henrique”. Um dos discursos mais aplaudidos da convenção foi o do ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima. Esbanjando ironia, o ministro distribuiu críticas, em tom mais pesado, aos pré-candidatos Antonio Imbassahy (PSDB) e ACM Neto (DEM) e, com mais leveza, ao PT, partido que rompeu com o prefeito peemedebista João Henrique para disputar a sucessão com o pré-candidato Walter Pinheiro. Sobre Imbassahy, o ministro ironizou a promessa do tucano de se tornar o secretário da Saúde na hipótese de ser eleito, lembrando que, durante a sua administração, a então secretária, Aldely Rocha, foi acusada de irregularidades, das quais a mais falada foi o “desvio do leite”. Ao falar de ACM Neto, o ministro afirmou que “a cidade não quer andar pra trás, porque quem anda pra trás é caranguejo”. “Ele (ACM Neto) é o príncipe herdeiro de quem governou por 30 anos e nada fez”, completou, partindo para criticar também o PT. Geddel disse que respeitava o fato de o partido ter lançado candidato próprio à sucessão municipal, mas admitiu que via a iniciativa “com dificuldades”. Mais uma vez com ironia, Geddel voltou a chamar de “Fria” a Frente com que o pré-candidato petista, Walter Pinheiro, pretende liderar a disputa em Salvador.
Prefeito quer uma campanha equilibrada
O prefeito João Henrique voltou a criticar ontem os candidatos à prefeitura que têm forte ligação com emissoras de rádio e televisão, conclamando a ABI (Associação Bahiana de Imprensa) a Justiça e o Ministério Público e sobretudo a população em geral a fiscalizarem o uso da mídia pelos prefeituráveis que a têm sob controle pessoal ou familiar. Sem citar nomes, ele se referia ao deputado federal Antonio Carlos Magalhães Neto (Democratas) cujos familiares detêm o controle da Rede Globo na Bahia, inclusive emissoras de rádio e o seu vice, o também deputado Bispo Márcio Marinho, ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, controladora da Rede Record. Para João Henrique, o mais importante, porém, é o reconhecimento que seu trabalho tem tido por parte de amplos setores da sociedade, em especial os mais necessitados. “Nós estamos no mesmo propósito do presidente Lula, que é trabalhar pela maioria e a maioria é carente, pobre, necessitada. Infelizmente, no Brasil, na Bahia e em Salvador, os governos que passaram sempre trabalharam por uma elite, por uma minoria. Agora não, nós temos o presidente Lula que trabalha pela maioria e em Salvador, nesses três anos, nós optamos por também trabalhar pela maioria da população de Salvador. Graças a Deus, o governador também está nesse propósito e nós queremos mudar esse paradigma. O Poder Público tem que trabalhar para quem mais precisa dele, na educação, saúde, transporte coletivo, geração de emprego e renda, é a maioria. Portanto, nós temos que trabalhar para a maioria, é esse o divisor de águas que começou em Salvador a partir da nossa vitória em 2006”, afirmou.
Fonte: Tribuna da Bahia